segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Round 6 – a escassez da paz

Por que é importante que os cristãos falem mais sobre paz em tempos de tanta violência e descaso à dignidade humana? Especialmente a paz que vem de Deus.
Por Odailson Fonseca
A paz, tão apresentada em centenas de textos bíblicos, é a antítese do que muitos pregam hoje e do que algumas séries também retratam. (Foto: Shutterstock)

Ela bateu todos os recordes. Em 28 dias, mais de 111 milhões de lares consumiram seus episódios. Isso fez dela a série mais assistida da história da Netflix. Como só se fala nisso no streaming-space, trata de um assunto que nos leva a refletir. Estou falando de Round 6, uma k-série sul-coreana que transformou jogos infantis na luta pela sobrevivência. Sim, dos 456 participantes concorrendo ao prêmio de 200 milhões de reais (atualizado), nesta história sinistra, quem perde paga com a própria vida. E haja sangue cenográfico espirrando na tela!
Batatinha-frita 1, 2, 3...
Confesso que não assisti a toda a série. As cenas violentas, tentando fazer sinfonia de um massacre em cores vibrantes, afastaram meu interesse por este espetáculo do avesso. É um fenômeno que usa agressividade social como matéria-prima. Por isso, sinceramente, e sem fazer publicidade, desacredito merecer o tempo de quem tem mais para pensar, sonhar e testemunhar. Até porque para falar de um crocodilo não é preciso entrar no tanque com ele. E muitos já tratam do conteúdo desta série por diferentes ângulos.
No entanto, com tantos maratonistas-usuários no percurso do entretenimento digital, vale uma sinopse conceitual (sem spoiler) de Round 6. Aqui vai: é uma crítica pesadíssima ao descaso pela valorização humana em que a rivalidade gananciosa se deforma na luta mais sombria pela existência, além de destacar a desigualdade como combustível desumanizador carregado de orgulho, egoísmo e descaso com as “criaturas feitas à imagem de Deus” (Gênesis 1:26-28).
Nada novo debaixo do céu, concorda?
A verdade é que todo este conteúdo pode ser resumido numa única expressão: a escassez da paz. É isso! Por séculos e séculos, nossa sociedade adoecida continua refém da profecia pós-edênica “maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida” (Gênesis 3:17). Desde lá, o homem nunca mais teve plenitude de calma e sossego. Rastejamos em um cotidiano desidratado de tranquilidade solidária capaz de violentar a perfeição que o Criador carinhosamente repassou à sua obra-prima na criação. É a economia do desamor. Onde se gasta tempo fugindo da morte, tão inevitável quanto cada vez mais próxima.
Pessimismo? Apenas realismo saltando da tela para o nosso desjejum diário. “Os dias em que vivemos são solenes e importantes. O Espírito de Deus está, gradual, mas seguramente, sendo retirado da Terra. Pragas e juízos já estão caindo sobre os que desprezam a graça de Deus. As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são assombrosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância”[1].
Na escassa felicidade garimpada por nós – sobreviventes – sobram tristes exemplos de solidão, vazio sem fim e agressividade tingindo nossas memórias de sangue de verdade. Além disso, a pandemia que nos distanciou, contribuiu ainda mais para o isolamento existencial de nossa raça decaída. Com o otimismo rarefeito, a Bíblia é super atual: “sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está sob o poder do Maligno” (1 João 5:19). Este é o absolutismo do inimigo. Por isso, não escapo de uma citação de Manuel Castells, em seu livro Redes de Indignação e Esperança, quando afirma que “um mundo não violento não pode ser criado pela violência, muito menos pela violência revolucionária”[2]. Isso é forte e necessário! A não-violência é a verdadeira arma de combate ao totalitarismo opressor da significância.
Paz
Ultrapassando 400 citações bíblicas mencionando diretamente a importância da paz, necessitamos falar, pensar e mostrar este atributo do cristão em tempos de ausência. “O mesmo Senhor da paz vos dê sempre paz de toda maneira” (2 Tessalonicenses 3:16). Conseguiremos ser pacificadores genuínos?
“Na sociedade do desempenho é preciso poder fechar os olhos – ou o sujeito do desempenho se despedaça sob a coação de sempre ter de produzir mais desempenho”.[3] Será possível fechar os olhos em tempos de obsessão extrema na competição pelo pódio exclusivo? Faz-se necessária a reversão transformadora que só Deus é capaz de fazer.
“Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo!” (João 14:27). Esse é o Round 7 de quem vai além da escassez da paz. Sem esperar o próximo, seja o pavio do bem detonando a revolução da serenidade, da plenitude, da solidariedade. Lembre-se de que só os pioneiros marcam as horas cheias! Que o melhor que está por vir comece desde já. Afinal, uma geração que consome violência de sobra precisa urgentemente rever seus conceitos. Há esperança antiavareza para o prêmio do verdadeiro sucesso. Que sucesso? “Sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança – é a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3:24).
Entenda de uma vez que pacificadores são herdeiros do Reino, arautos do bem e “filhos de Deus” (Mateus 5:9). Promova a série profética de um Deus que está para voltar, maratonando na comunhão com Ele. O melhor está para vir e não haverá escassez de nada mais.

Trump diz não ver problema em envio de tropas de paz europeias para a Ucrânia e afirma que 'Putin aceitará'

Presidente dos EUA recebe o francês Emmanuel Macron na casa Branca nesta segunda-feira (24) para discutir a guerra no Leste Europeu.
Donald Trump recebe o presidente da França, Emmanuel Macron, na Casa Branca, em 24 de fevereiro de 2025 — Foto: Brian Snyder/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (24) não ver problema em um eventual envio de tropas europeias de paz para a Ucrânia.
Trump, que disse já ter conversado por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ainda que "Putin aceitará" a permanência dessas tropas em território ucraniano. O presidente americano deu as declarações ao lado do francês Emmanuel Macron, a quem recebeu para uma reunião na Casa Branca.

Ao longo da guerra da Ucrânia, que completou três anos nesta segunda, Putin disse diversas vezes que consideraria a presença de tropas do Ocidente na Ucrânia como uma declaração de guerra direta.
Neste caso, no entanto, as tropas europeias não lutariam ao lado de soldados de Kiev, mas seriam enviadas para manter a paz no país após um eventual fim da guerra. A intenção de não colocar soldados europeus no front, mas apenas como garantia para o encerramento dos combates, foi confirmada por Macron.
A declaração de Trump é feita dias após o presidente americano ter direcionado declarações ríspidas ao líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. Na última quarta (19), Trump chamou Zelensky de "comediante modestamente bem-sucedido" e "ditador", além de fazer ameaças diretas.
Dois dias depois, ele afirmou que a presença de Zelensky na mesa de negociações não era muito importante: "Ele está lá há três anos. Ele faz com que seja muito difícil fechar acordos", afirmou, em uma entrevista.
Zelensky, por sua vez, acusou Trump de exigir US$ 500 bilhões em riquezas da Ucrânia em troca de apoio dos Estados Unidos. O presidente ucraniano afirmou ainda que não poderia vender o próprio país.
Representantes dos EUA e da Rússia chegaram a se reunir na Arábia Saudita para negociar o fim do conflito sem a presença de nenhuma autoridade ucraniana.

Reunião de emergência
No último dia 17, líderes europeus já haviam afirmado estar prontos para enviar tropas de paz para a Ucrânia após a assinatura de um acordo de paz entre Moscou e Kiev. O continente demonstrou preocupação com a aproximação entre Donald Trump e Vladimir Putin.
Os europeus defenderam aumentar o gasto militar para se proteger da ameaça expansionista da Rússia, após uma reunião de emergência realizada em Paris.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse estar "pronto e disposto" a enviar tropas britânicas para a Ucrânia como parte de um possível acordo de paz.
O presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu os aliados europeus na Otan (aliança militar ocidental criada na Guerra Fria para frear a União Soviética) e na Ucrânia no início do mês passada quando anunciou que havia mantido uma ligação com Vladimir Putin sem consultá-los e que iniciaria um processo de paz.
No domingo (23), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse estar disposto deixar o governo de seu país em troca de um fim da guerra na Ucrânia.
Zelensky também condicionou uma eventual saída do cargo à entrada da Ucrânia na Otan. Disse ainda que está disposto a uma saída imediata do cargo e que "não planejo estar no poder por décadas".

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Como manter relações saudáveis em um mundo doente

Autocuidado, empatia e aceitação são pilares para o bom convívio com outras pessoasPor
 Por Karyne Correia | Brasil
O ser humano é sociável por natureza, e precisa conhecer os fundamentos para construir boas relações (Foto: Shutterstock)
Todos os dias, nos consultórios de Psicologia, ouvimos relatos de problemas nas relações interpessoais. As queixas vêm de casais, pais e filhos, pessoas vivendo em vínculos abusivos, entre outros casos. Mesmo aqueles problemas que não são relacionais, quase sempre derivam destes. E, na maior parte das vezes, a busca por ajuda acontece quando já há uma crise estabelecida. A verdade é que as pessoas estão doentes e adoecendo outras.

Criados para nos relacionarmos

Nós, humanos, somos serem relacionais. Fomos criados para interagir com outras pessoas. Diferentemente das tartarugas marinhas, por exemplo, cujos filhotes nascem sozinhos e precisam lidar por conta própria com as adversidades para sobreviver e prosperar, o bebê humano depende de cuidado e afeto, e é por meio dos relacionamentos que ele constrói sua personalidade, senso de identidade, crenças, valores e caráter.
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Um cérebro projetado para regular as emoções

Temos a necessidade de nos relacionarmos intimamente com pessoas, compartilhando sentimentos e pensamentos. Precisamos sentir que temos alguém com quem contar. Também carecemos de sentir-nos parte de um grupo, de algo maior que nós mesmos.

Nosso bem-estar é afetado por nossas relações. Se estas não são boas, sofremos emocional e até fisicamente. Pesquisadores verificaram que interações sociais pobres ou extremamente limitadas têm um efeito na mortalidade humana que se compara ao de fumar, e duas vezes maior que o da obesidade [1].

Estabelecendo relações saudáveis

Para nos relacionarmos bem com os outros, precisamos, primeiramente, nos relacionar bem conosco. Uma visão equilibrada e respeitosa sobre quem somos nos possibilita enxergar as demais pessoas da mesma forma. Mas se nossa autoestima está baixa, temos a tendência de considerar os outros como mais importantes que nós e entrar em relações abusivas.

A construção de bons vínculos também requer que sejamos capazes de ver o mundo sob a perspectiva dos outros. Ao passo que temos a nossa própria forma de pensar e interpretar as coisas, as demais pessoas têm a delas, e isso não significa, necessariamente, que elas estão erradas. Qualquer coisa pode ser vista por diversos ângulos. Ao exercitarmos o olhar empático, nos conectamos mais intensamente às pessoas e melhor compreendemos sua forma de sentir e agir.

Algumas pessoas entendem empatia como “sentir o que o outro sente”. Isto é impossível. Cada experiência é única. A empatia nos permite identificar-nos emocionalmente com o outro, não porque compartilhamos o que está sentindo, mas porque nos esforçamos para ver as coisas como vê o outro e compreender as suas emoções.

Também é preciso exercitar a aceitação. As pessoas não são, necessariamente, como gostaríamos que fossem. E elas têm o direito de serem assim. Aceitar não é concordar, mas permitir e respeitar, ao invés de resistir e tentar moldar.

Se tivermos um olhar equilibrado e respeitoso sobre nós mesmos, nos dispusermos a enxergar sob a perspectiva do outro, formos empáticos e exercitarmos a aceitação, construiremos relações saudáveis e saberemos deixar aquelas que são danosas.

Para finalizar, gostaria de acrescentar algo prático que tem um potencial imenso de melhorar nossas relações. O livro Mente, Caráter e Personalidade, volume 1, página 209, diz: "Amor igual ao de Cristo atribui a mais favorável das intenções aos motivos e atos dos outros. Não expõe desnecessariamente suas faltas; não ouve com avidez relatórios desfavoráveis, mas antes procura trazer à mente as boas qualidades dos outros". Por melhores que sejam nossos relacionamentos, eles não são perfeitos. Exercitar um amor semelhante ao de Cristo, que busca enxergar no outro o que há de melhor, nos ajuda a viver o melhor das nossas relações.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Zenon Lopez Huanca

O que vemos hoje nos Estados com o forte movimento religioso que apoia Donald Trump não tem precedentes recentes na história do país, pelo menos não desde a época de Ellen White. Embora tenha havido momentos em que a religião influenciou a política, como durante a administração Ronald Reagan, o nível de envolvimento directo e de fusão aberta entre religião e política é hoje algo muito mais pronunciado e preocupante do ponto de vista profético.

Durante o mandato de Reagan, houve uma forte aliança com a chamada “Maioria Moral”, um movimento evangélico conservador que procurava influenciar as políticas do país, mas as circunstâncias eram diferentes. Reagan falava abertamente dos valores cristãos, mas a Igreja ainda não tinha o nível de influência que vemos hoje, onde os líderes religiosos têm acesso directo ao poder e procuram moldar a legislação de acordo com as suas crenças.

O atual movimento de apoio a Trump vai além da simples influência política; tornou-se uma causa quase messiânica, onde muitos o veem como um líder escolhido por Deus para restaurar a “grandeza espiritual” da nação. Isto levou a uma mistura perigosa de nacionalismo cristão, onde a identidade religiosa se entrelaça com a política de uma forma que lembra a profecia do Apocalipse sobre a imagem da besta – uma união entre a Igreja e o Estado que imporá normas religiosas pela força.

Ellen White advertiu que seria a apostasia nas igrejas que procuraria o apoio do governo civil, e hoje vemos quantas denominações estão dispostas a comprometer princípios a fim de obter influência política. Este é um sinal claro de que o caminho está preparado para a implementação de leis que, sob o pretexto de restaurar a moralidade, acabarão por impor falsos sistemas de culto, como a observância do domingo.

Como observadores da profecia, isto chama-nos a estarmos mais alertas do que nunca, a permanecermos fiéis aos princípios bíblicos e a partilharmos amorosamente a mensagem do terceiro anjo, convidando as pessoas a reconhecerem a verdade antes que seja tarde demais.

Apocalipse 13:11-17 – A imagem da besta

“Então vi outra besta saindo da terra; e ele tinha dois chifres como os de um cordeiro, mas falava como um dragão.” (v.11)

Esta profecia descreve os Estados Unidos (a besta que surge da terra) que, embora partindo de princípios de liberdade (“como um cordeiro”), acabará por falar “como um dragão”, isto é, exercerá a coerção. A formação da “imagem da besta” implica que este poder adotará características do papado, buscando a união da Igreja e do Estado para impor leis religiosas, como a observância do domingo.

2 Tessalonicenses 2:3-4 – A apostasia e o homem do pecado

“Não deixe ninguém te enganar de forma alguma; Porque isso não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se exalta contra tudo o que se chama Deus ou que é objeto de adoração...”

Paulo adverte que antes da segunda vinda de Cristo haverá uma grande apostasia dentro do Cristianismo, preparando o caminho para um poder que usurpará o lugar de Deus na terra. Esta apostasia manifesta-se quando as igrejas abandonam a verdade bíblica e procuram o apoio do poder civil para impor as suas crenças.

A Bíblia avisa-nos que nos últimos tempos haverá uma coligação entre religião e política que tentará impor a adoração falsa. A crescente influência dos movimentos religiosos na política americana hoje é um sinal claro de que estas profecias estão a ser cumpridas. Deus nos chama para sermos vigilantes, para nos apegarmos à Sua Palavra e para proclamarmos amorosamente a mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14, alertando o mundo sobre o perigo de adorar a besta e a sua imagem.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

A crise política no Brasil e a Igreja

Qual o papel dos cristãos e da Igreja Adventista diante da crise política? Um artigo para pensar.
           Por Rafael Rossi

Posso ser interpretado como parcial em minhas considerações, mas entendo que no momento em que estamos vemos a política brasileira sofrendo com desajustes, a economia ruindo, desemprego aumentando, polarização de opiniões, nomeações duvidosas, embate entre o executivo, legislativo e o judiciário, escutas telefônicas vazadas, noticiários tratando o tempo todo com previsões de mais caos ou até a conclusão do processo de impedimento em andamento contra a presidente de Brasil. Diante disso, é preciso uma leitura com o olhar reflexivo da Igreja sob a perspectiva da Bíblia.

Hoje, quando entrei no táxi, rumo ao aeroporto, o motorista logo me perguntou: o que está achando de tudo o que está acontecendo no Brasil? Comecei a lhe falar e a viagem foi pouca para concluir o assunto. As pessoas não sabem onde se segurar. A imprensa que noticia é também acusada de fabricar informações, de ser tendenciosa. Outros afirmam categoricamente que estamos diante de um golpe. Mas, por outro lado, o que hoje é golpe para a situação já foi solução quando eles eram a oposição.
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A complexidade do momento é muito delicada de ser tratada. Há muita emoção e paixão rondando os temas políticos e sociais do Brasil. Essa realidade não é novidade nos tempos bíblicos. Ocorreram no passado crises como as que estamos vivendo nos reinos de Israel e Judá, que na verdade eram um só povo, mas que se dividiram a tal ponto de cada um ter o seu rei pela crise enfrentada.

Mesmo com dois governantes, os problemas não foram resolvidos e cada tentativa de unificar a nação parecia complicar ainda mais a situação. O caos acompanhou o povo por causa da insistência em abandonar a vontade de Deus e seguir por suas próprias convicções.

E nós, cristãos?

Que Deus e Seus princípios estão fora do modo de operação da política no geral, ninguém duvida. Agora, o que podemos nós cristãos fazer?

Quando Jesus tratou sobre ser o sal da terra e a luz do mundo, entendo que Ele se referiu a toda e qualquer situação. Os cristãos devem fazer a diferença onde estão e é nesse momento que entendo que a Igreja precisa fazer a diferença na sociedade.

Não estou dizendo que a Igreja deve tomar partido e se envolver politicamente nas discussões, mas há algumas ações importantes que envolvem cada pessoa para fazer a diferença e ser o que Cristo espera que sejamos. Dentro de cada esfera de ação, a igreja deve aproveitar a instabilidade para oferecer a estabilidade, o caminho da não perspectiva futura para a esperança é a nossa bandeira.

Há solução segura quando princípios revelados na Bíblia são colocados em prática é isso requer que primeiramente sejam reafirmamos os princípios de liberdade religiosa e de expressão. Os cristãos devem chamar as pessoas para promoverem ativamente esses princípios de liberdade e serem livre para defender que a política é também um campo que deve ter espaço para Deus.

Com isso, quero reafirmar a separação entre Estado e Religião, devendo o Estado permanecer neutro e não hostil quanto às religiões, reconhecendo que estas contribuem positivamente na sociedade, garantindo nos termos da Lei a liberdade religiosa de todos e a proteção do fato religioso dando espaço para a Igreja manifestar o seu ponto de vista.

Como cidadãos, os cristãos não podem se afastar das questões que envolvem a vida das pessoas, mas por outro lado também não devem comprometer a religião ou as bases da fé com causas políticas. É uma relação limitada, mas existente.

Os cristãos devem instar os governante para que fiquem atentos e proporcionem um ambiente positivo para a vida das pessoas. Devem também encorajar os que supervisionam os processos constitucional e legislativo para oferecerem proteção às pessoas e que não se beneficie um grupo em particular em detrimento de outros.

Em cada região ou situação, existem formas concretas de se envolver na defesa de uma sociedade mais justa e assim garantir que tal defesa seja sensível tanto ao contexto quanto à situação. Visitar as autoridades políticas e colocar a Igreja como parceira de projetos sociais que influenciarão a vida das pessoas, que estejam dentro dos princípios da Igreja, também são uma causa legítima.

Uma sociedade mais justa se faz com a participação de todos e a Igreja Adventista do Sétimo Dia entende o seu papel nessa construção provendo educação e orientações sobre vida saudável e família que são fundamentais para um país equilibrado e próspero. Esses conceitos precisam ser apresentados às pessoas e aqui está mais uma importante tarefa que depende de cada um.

Cada cristão deve orar também pelos seus governantes. Em Romanos 13:1, a Bíblia diz que nenhuma autoridade se fez sem que Deus permitisse. As crises são sempre oportunidades de reavaliar os rumos que estão sendo dados. Por isso, como cristãos, devemos lutar por uma sociedade melhor, mas sem o uso da violência. Sempre!

A presença dos cristãos na construção da sociedade deve ser sempre diferente pela perspectiva adotada. Por exemplo, na época de Jesus, também havia problemas. A solução está em uma natureza transformada. "Não pelas decisões dos tribunais e conselhos, nem pelas assembleias legislativas, nem pelo patrocínio dos grandes do mundo, há de estabelecer-se o reino de Cristo, mas pela implantação de Sua natureza na humanidade, mediante o operar do Espírito Santo". O Desejado de todas as nações, página 358, Ellen White.

O conselho bíblico é sempre oportuno: "Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros...". (2 Crônicas 20:20). Somente no reino eterno e perfeito, preparado para os fiéis, tudo seja justo. O convite do Senhor é para todos.

Quem somos quando ninguém vê

O verdadeiro caráter se revela longe dos holofotes e dos olhares.
Por Rafael Rossi
Sem Deus não há ética que se sustente por muito tempo. (Foto: Shutterstock)

A greve das mulheres que paralisou a Polícia Militar do Espírito Santo mostrou ao país uma série de imagens que me deixaram perplexo. Foram alguns dias de pânico e pessoas assustadas. Os índices de criminalidade subiram rapidamente, revelando que, se não há um sistema de vigilância e punição vigente, as pessoas são capazes de agir de maneira totalmente egoísta e inconsequente.

Os que estão envolvidos na criminalidade sentiram-se livres para as contravenções sem se preocupar com a punição. Por outro lado, essas mesmas circunstâncias revelaram um outro lado, tão triste quanto; pessoas que não eram envolvidas com a criminalidade viram nos saques em massa uma oportunidade para furtar e levar vantagem da situação.

Eu já escrevi sobre essa ideia de sempre buscar tirar vantagens em situações, que você pode ler aqui:Crise política no Brasil e a Igreja

Nesse artigo, vou me concentrar em outros argumentos que estão relacionados à ética cristã.

Esse caso me faz voltar a memória para os meus tempos de estudante. Um dia, no meio do jantar na instituição onde eu estudava, a luz acabou. Depois dos gritos, alguém atirou um pedaço de pão para qualquer lado. O que foi atingido jogou em outro e assim, em poucos segundos armou-se uma pequena guerra no refeitório. Não demorou muito e a luz voltou. O chão estava sujo, o pessoal ria do acontecido. O preceptor aproveitou a oportunidade, ligou o microfone e os alto-falantes e disse uma simples e direta frase: “Lembrem-se sempre que o verdadeiro caráter de uma pessoa se revela no escuro”.

O que você faz quando ninguém vê? Como reage depois que faz algo errado? Arrepende-se quando descobre que foi descoberto? Sente remorso, mas procura justificativas para explicar o que fez?

No auge dos saques no estado do Espírito Santo, algumas matérias chamavam a atenção para esse aspecto. Objetos foram devolvidos à polícia antes mesmo de qualquer investigação. O confronto consigo mesmo, ou até mesmo por pessoas do círculo familiar, fez alguns refletirem no que haviam feito e, na tentativa de reparar, foram espontaneamente corrigir o desvio de rota.

Prontamente, alguns usaram a seguinte frase para explicar: “A ocasião faz o ladrão”. Será que podemos tomar essa frase por base e dizer que, no fundo, todos faríamos a mesma coisa se tivéssemos as mesmas oportunidades? Quando somos confrontados com casos de corrupção, vale a mesma reflexão: se você lá estivesse, com as mesmas oportunidades e privilégios, faria igual aos acusados de corrupção?

Por outro lado, alguns argumentam que a ocasião não faz o ladrão, ela apenas o revela. O que sabemos é que, sem os limites impostos pela organização da sociedade, as coisas seriam e estariam muito piores do que estão. E o problema vai além do que vemos.

Gosto da seguinte definição: Ética são normas de comportamento que adotamos para lidar com pessoas e situações que não amamos. Quando há amor envolvido, não é necessária a ética, porque ela flui naturalmente. Quando não há amor envolvido, a ética estabelece os padrões comportamentais esperados.

E isso faz sentido. Entre aquelas pessoas que entraram nas lojas para saquear o que vissem pela frente, não havia amor. Se a loja fosse do seu respectivo pai, mãe, filho, esposa, etc., provavelmente tal pessoa não estaria lá para roubar. E nessa perspectiva não precisamos falar de ética porque, quem ama de verdade é, consequentemente, ético.

Mas, quando não há ética e/ou amor, o comportamento de manada explica porque pessoas que nunca se envolveram em ações semelhantes estavam lá tentando se dar bem às custas de alguém com cujo ressarcimento do prejuízo elas não haviam se preocupado.

Não sou desiludido com a humanidade, pois creio em ideias sublimes e profundas ensinadas por Jesus, que são como um antídoto, estando na base ética do cristianismo: amor. João escreveu: “Aquele que não ama, não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 João 4:8). O amor é a consequência natural do cristão que está em conexão com Deus e, consequentemente, podemos dizer que todo cristão genuíno será ético, porque ama.

O contraponto disso é o estado dos seres humanos nos últimos dias da história. Paulo descreve a situação em 2 Timóteo 3:1-5, com vários adjetivos negativos como: caluniadores, blasfemos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, e por aí vai.

É verdade que a presença do mal não é uma característica única dos últimos dias. No entanto, a progressiva depravação moral da humanidade atesta a total incapacidade humana de se salvar, e as imagens dos saques são mais uma clara evidência disso.

Em contradição às afirmações amenas que declaram que o ser humano está ficando cada vez melhor, a Bíblia deixa bem claro que os homens “irão de mal a pior”. Sem Deus não há ética que se sustente por muito tempo. Essa é a ética que os cristãos precisam demonstrar em todas as esferas da vida, porque o verdadeiro caráter se revela quando ninguém vê, ou melhor, quando nenhum ser humano vê, porque Deus sempre, a tudo, está vendo.

“Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros” 2 Crônicas 20:20.

Posse de Donald Trump: veja repercussão entre líderes internacionais

Republicano assume segundo mandato como 47º residente dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20).
Por Redação g1
20/01/2025 15h39
Trump toma posse nos EUA — Foto: Chip Somodevilla/Pool via REUTERS

A cerimônia de posse de Donald Trump, nesta segunda-feira (20), como 47º presidente dos Estados Unidos repercutiu entre líderes internacionais.

Trump foi empossado após o juramento no Capitólio, a sede do Congresso americano. Antes, ele havia se encontrado com Joe Biden, que, em cerimônia na rotunda do Capitólio, passou o comando da Casa Branca ao republicano.

Veja, abaixo, o que disseram autoridades sobre a posse:

Vladimir Putin

Em vídeo divulgado horas antes da posse de Trump, o presidente da Rússia declarou, em vídeo transmitido pela TV do país:

"Nós tomamos conhecimento da declaração do recém-eleito presidente dos Estados Unidos e de membros de equipe sobre o desejo de restaurar contatos diretos com a Rússia, que não foram interrompidos por nós, mas pela administração que agora se encerra. Também ouvimos a declaração dele sobre a necessidade de fazer tudo que for possível para evitar a Terceira Guerra Mundial. Certamente, acolhemos essa atitude e parabenizamos o presidente eleito dos Estados Unidos por sua posse."

"Nós nunca recusamos o diálogo, sempre estivemos prontos para manter uma atitude de cooperação com qualquer administração americana. Eu disse isso em inúmeras ocasiões. Prevemos que o diálogo será construído em uma base igual e mutuamente respeitosa, levando em conta o papel significativo desempenhado por nossos países em uma série de questões-chave na agenda mundial, incluindo o fortalecimento da estabilidade estratégica e da segurança."

"Também estamos abertos ao diálogo com a nova administração dos Estados Unidos sobre o conflito ucraniano. O mais importante, aqui, é abordar as causas raízes da crise, sobre as quais conversamos muitas vezes."

Volodymyr Zelensky

Na rede social X, o presidente da Ucrânia, destacou a oportunidade de alcançar uma paz justa no país, que enfrenta uma invasão russa quase há três anos, ao parabenizar Donald Trump pela sua posse.

"O presidente Trump é sempre decisivo, e a política de paz por meio da força que ele anunciou oferece uma oportunidade de fortalecer a liderança americana e alcançar uma paz duradoura e justa, que é a principal prioridade. A Ucrânia vê o cultivo de laços estreitos com a administração Trump como um objetivo chave e tem feito investidas ao Partido Republicano após a vitória de Trump nas eleições dos EUA em novembro".

Zelensky afirmou ainda que a Ucrânia aguarda "uma cooperação ativa e mutuamente benéfica com a administração Trump".

"Somos mais fortes juntos e podemos oferecer maior segurança, estabilidade e crescimento econômico para o mundo e para nossas duas nações", disse.
Presidente ucraniano publica mensagem parabenizando Trump pela posse — Foto: Reprodução/X
Lula
O presidente brasileiro cumprimentou Trump pela posse e ressaltou que as relações históricas entre os dois países marcadas por respeito e amizade.

"Em nome do governo brasileiro, cumprimento o presidente Donald Trump pela sua posse. As relações entre o Brasil e os EUA são marcadas por uma trajetória de cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica.


Lula complementou: "nossos países nutrem fortes laços em diversas áreas, como o comércio, a ciência, a educação e a cultura. Estou certo de que podemos seguir avançando nessas e outras parcerias. Desejo ao presidente Trump um mandato exitoso, que contribua para a prosperidade e o bem-estar do povo dos Estados Unidos e um mundo mais justo e pacífico."
Presidente Lula publica mensagem no X sobre a posse de Trump — Foto: Reprodução/X
Justin Trudeau

O primeiro-ministro do Canadá, que anunciou a renúncia ao cargo em 6 de janeiro, publicou mensagem no X, destacando a parceria econômica entre os dois países ao parabenizar Trump. O novo presidente americano, semanas antes da posse, sugeriu anexar o Canadá, que se tornaria o 51º estado norte-americano.


"Parabéns, presidente Trump. O Canadá e os EUA têm a parceria econômica mais bem-sucedida do mundo. Temos a oportunidade de trabalhar juntos novamente — para criar mais empregos e prosperidade para ambas as nações."
Primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, manda parabéns a Trump — Foto: Reprodução/X

Keir Starmer

O primeiro-ministro britânico publicou um vídeo no X em que destaca o "relacionamento especial" entre o Reino Unido e os Estados Unidos e parabeniza Trump pela posse.
Primeiro-ministro britânico publica mensagem a Trump no X — Foto: Reprodução/X

Round 6 – a escassez da paz

Por que é importante que os cristãos falem mais sobre paz em tempos de tanta violência e descaso à dignidade humana? Especialmente a paz que...