segunda-feira, 12 de maio de 2025

O novo papa e as profecias do Apocalipse

Como entender corretamente o que ocorrerá, à luz da Bíblia, e ter segurança nos planos divinos
Compreender cenários proféticos - e o papel do papado - exige um atento estudo do texto bíblico (Foto: Shutterstoc
O falecimento do cardeal Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, ocorrido neste 21 de abril, naturalmente alimenta especulações proféticas. Em círculos cristãos, sobretudo entre estudiosos das profecias de Daniel e de Apocalipse, muitos questionam se um evento dessa dimensão estaria relacionado ao cumprimento de sinais do fim.

Historicamente, o papado demonstra continuidade institucional desde muito antes de 1929. Limitar a contagem de pontífices ao século XX ignora períodos chaves da formação do poder político-religioso de Roma, como o declínio do Império Romano e o surgimento da instituição papal como autoridade central no Ocidente. Portanto, ao abordar o falecimento do papa Francisco, deve-se ter em vista um processo histórico em curso, não um “salto profético” isolado.

Na teologia católica, afirma-se que a primazia do bispo de Roma remonta ao apóstolo Pedro, considerado o “primeiro papa”. A análise puramente bíblica, porém, não sustenta que Jesus tenha delegado a Pedro (e a sucessores) um governo universal incontestável sobre toda a cristandade. A famosa declaração “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18) deve ser entendida como referência à confissão de Pedro de que Jesus é o Messias, e não como a entronização de um líder infalível e supremo.

Com o passar dos séculos, entretanto, a Igreja de Roma acumulou poderes temporais e espirituais, reconhecidos em diversos concílios, sobretudo em meio ao vácuo político deixado pela queda do Império Romano. Em vários momentos, a ênfase na tradição gerou atrito com cristãos que defendem a centralidade das Escrituras (Sola Scriptura). A Reforma Protestante e o movimento adventista, por exemplo, buscaram devolver à Bíblia a posição de principal e infalível padrão de fé e prática.
Clareza profética

Quando um pontífice falece e começa o conclave para escolher seu sucessor, é comum que cristãos de diferentes denominações perguntem se ali estaria se cumprindo alguma fase final das profecias de Daniel e Apocalipse. Vale lembrar, porém, que apontar cada novo papa como o “último” costuma resultar em previsões com datas marcadas e depois desacreditadas. O que a profecia realmente questiona não é um indivíduo específico, mas o sistema que ele representa. Aquele que, ao longo da história, reivindica autoridade acima das Escrituras, em contraste com o ideal protestante e bíblico de que a Palavra de Deus é a regra suprema da fé.

Apocalipse 17 retrata uma figura feminina, a “grande prostituta”, sentada sobre uma besta escarlate, símbolo de um poder religioso apóstata, em oposição à “mulher pura” de Apocalipse 12, que representa o povo fiel de Deus. Na literatura bíblica, a mulher pura é a noiva de Cristo, ou seja, a verdadeira Igreja, enquanto a prostituta representa um sistema que abandonou a fidelidade ao Evangelho. É exatamente essa “Babilônia mística”, com suas doutrinas falsas, seu sincretismo e sua influência política, que o livro de Apocalipse denuncia como “caiu, caiu” (Apocalipse 14:8; 18:2).

O capítulo 17 introduz imagens fortes, como a “grande prostituta”, que embriaga as nações com o “vinho” de suas falsas doutrinas, seduzindo multidões que se deixam levar por uma religiosidade separada das Escrituras. Esse vinho se refere a ensinos como a substituição do batismo por imersão pelo batismo por aspersão, a ideia de uma alma imortal que vive consciente após a morte, a mudança do sábado bíblico para o domingo e a compreensão de um inferno em tormento eterno. Todos esses pontos, ao longo da história, foram gradualmente se firmando no imaginário cristão pela tradição, porém não encontram sólido respaldo bíblico quando analisados integralmente.

A profecia descreve também três poderes se unindo para reunir o mundo na batalha do Armagedom: o Dragão (Satanás e as religiões não cristãs ou seculares que se opõem à Bíblia), a Besta do Mar (identificada como o papado medieval que reviveu após sua “ferida” histórica) e a Besta da Terra ou Falso Profeta (protestantismo apostatado que corrobora práticas e ensinos divorciados da Palavra de Deus). Esses enganos demoníacos, segundo Apocalipse 16:13-16, culminariam num grande confronto, em que sinais e prodígios sobrenaturais, tanto em religiões não cristãs quanto dentro do cristianismo, procurariam legitimar práticas contrárias à vontade divina.

A palavra de ordem de Deus, em meio a essa confusão religiosa, é clara: “Sai dela, povo meu” (Apocalipse 18:4). Assim como uma criança que, em plena madrugada, corre para o quarto dos pais em busca de proteção, precisamos encontrar abrigo seguro na Palavra de Deus diante das trevas espirituais que se intensificam. Babilônia representa todo sistema que se afasta do testemunho bíblico e do caráter divino revelado nos Dez Mandamentos. Deus, porém, tem filhos sinceros espalhados em diferentes denominações e crenças (Apocalipse 18:4-5). Seu chamado amoroso não é para permanecermos em tais erros, mas para sairmos e abraçarmos plenamente a verdade.
Olhar voltado às Escrituras

O cristão que estuda a Bíblia é convidado a evitar sensacionalismos sobre contagens papais e interpretações estritamente cronológicas de Apocalipse 17, para não perder de vista o verdadeiro significado profético. Em vez disso, precisa reconhecer o papel histórico e sociopolítico do papado, sem ignorar as controvérsias decorrentes de exaltar tradições acima das Escrituras. A tentação de impor moralidade por meio de leis ou convenções político-religiosas não se coaduna com o espírito do Evangelho, pois o chamado divino é à conversão pessoal e à obediência voluntária, não à coerção política.

Ao mesmo tempo, esse compromisso com a Palavra implica acatar todo o Decálogo, inclusive o quarto mandamento sobre o sábado do sétimo dia, muitas vezes esquecido ou substituído por tradição humana. Equilibrar graça e lei é fundamental. Deus, em Sua bondade, oferece perdão e restauração, mas convida Seu povo a um estilo de vida coerente com Seus princípios. Se a Bíblia, e não a tradição, é o critério supremo, é preciso submeter cada doutrina ou milagre ao crivo das Escrituras (Isaías 8:20).

É imprescindível reiterar que o desenrolar final dos acontecimentos não depende de um único pontífice, mas do conjunto de poderes religiosos e políticos que se erguerão para desafiar a soberania divina. Por isso, a Igreja Adventista do Sétimo Dia convoca todos a voltarem-se para o “Assim diz o Senhor”, confiando na graça redentora de Cristo e sendo fortalecidos para obedecer a toda a vontade de Deus. Essa obediência, longe de ser legalismo, expressa amor e gratidão ao Criador e Redentor.

Seja qual for a mudança no cenário geopolítico e eclesiástico, incluindo a morte de figuras notórias ou a eleição de novos líderes, as orientações bíblicas permanecem firmes: “Falem e ajam como quem vai ser julgado pela lei da liberdade” (Tiago 2:12). Em Apocalipse, encontramos também um grito divino que rompe a escuridão: “Sai dela, povo meu” (Apocalipse 18:4). No plano espiritual, Cristo vem até nós, dizendo: “É hora de partir, venha, pois o lar seguro é por aqui.”

Li um poema intitulado Come Along Daddy (Venha Comigo, Papai), que descreve, de maneira comovente, a urgência desse chamado. Nele, uma menina de nome Sally sacrifica a própria vida ao tentar incessantemente conduzir o pai bêbado para fora da escuridão. Numa noite fria, ela o chama mais uma vez: “Vamos, papai, nossa casa é por aqui!” mas, já enfraquecida pela enfermidade que tinha, acaba caindo na neve antes de alcançar a segurança e morre.

Somente na manhã seguinte, o pai, agora sóbrio, se depara com a cena que escancara a gravidade de seu erro. Sally arriscou tudo nesse apelo, do mesmo modo que Deus nos convida a abandonar a “Babilônia” das falsas doutrinas e da religiosidade vazia, lembrando-nos de que, ao fim, só haverá dois grupos: os que persistem no engano e aqueles que, pela graça de Cristo, atendem ao chamado divino.

Portanto, diante de qualquer incerteza, seja na sucessão papal ou nas mudanças políticas e religiosas do mundo, a posição cristã mais segura é agarrar-se à revelação bíblica e ao convite de Deus. É tempo de levantar a voz, de proclamar a verdade presente e de viver em fidelidade ao Senhor que, em sua infinita misericórdia, chama cada filho a sair das trevas e da confusão espiritual, conduzindo-nos à luz de Sua Palavra, na esperança do reino eterno que Ele prometeu estabelecer quando voltar.

Alguns recorrem à chamada “teoria dos sete papas”, iniciada em 1929, sugerindo que cada pontífice teria um papel cronológico específico em Apocalipse 17. Contudo, a interpretação bíblica e profética aponta que esse capítulo não delimita um número fixo de papas a partir do Tratado de Latrão (1929), mas, sim, descreve poderes e reinos que atravessam séculos. A Palavra de Deus ultrapassa qualquer tentativa de atribuir datas exatas para o fim do mundo ou de encaixar cada papa em supostas listas definidas.

Delivery, carros elétricos, energia limpa, mineração: veja onde a China pretende investir R$ 27 bilhões no Brasil

Investimentos foram anunciados por Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, após encontro entre empresários dos dois países em Pequim.

Antes de chegar à China, a comitiva brasileira visitou a Rússia, onde Lula se reuniu com o presidente Vladimir Putin e pediu um cessar-fogo na Ucrânia.

Segundo a Apex, os investimentos da China incluem:

R$ 6 bilhões da GAC, uma das maiores montadoras chinesas, para "expansão de suas operações" no Brasil;
R$ 5 bilhões da Meituan, plataforma chinesa de delivery que quer atuar no Brasil com o app "Keeta" e prevê gerar até 4 mil empregos diretos e 100 mil indiretos;
R$ 3 bilhões da estatal chinesa de energia nuclear CGN para construir um "hub" de energia renovável (eólica e solar) no Piauí;
até R$ 5 bilhões da Envision para construir um parque industrial "net-zero" (neutro em emissões de carbono), com foco em SAF (Combustível Sustentável de Aviação), hidrogênio verde e amônia verde. O primeiro da América Latina, segundo a Apex;
R$ 3,2 bilhões da rede de bebidas e sorvetes Mixue, que deve começar a operar no Brasil e espera gerar 25 mil empregos até 2030;
R$ 2,4 bilhões do grupo minerador Baiyin Nonferrous, que anunciou a compra da mina de cobre Serrote, em Alagoas.
a empresa DiDi, que opera no Brasil por meio da empresa de transporte 99, pretende expandir a operação no setor de delivery e pretende construir 10 mil pontos públicos de recarga para veículos elétricos;
a Longsys deve aportar R$ 650 milhões para ampliar a capacidade produtiva de fábricas de semicondutores em São Paulo e Amazonas;
a brasileira Nortec Química anunciou parceria com a Acebright, Aurisco e Goto Biopharm para construção de plataforma industrial de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) no Brasil, no valor de R$ 350 milhões;
a Apex também fechou parcerias para a promoção do café brasileiro com a Lickin Coffe, do cinema do Brasil com a Huaxia Film, e de produtos nacionais no varejo chinês com a Hotmaxx.

Lula viajou ao país acompanhado de 11 ministros e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de parlamentares, outras autoridades e cerca de 200 empresários. Nesta terça (13), Lula deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.

"Na última década, a China saltou da 14ª para a 5ª posição no ranking de investimento direto no Brasil. Trata-se do principal investidor asiático em nosso país, com estoque de mais de US$ 54 bilhões", citou Lula após evento com empresários na China.

E para além da questão comercial, falou também em "elevar o intercâmbio de turistas e ampliar as conexões aéreas entre os países".

"A China tem sido tratada, muitas vezes, como se fosse uma inimiga do comércio mundial quando, na verdade, a China está se comportando como um exemplo de país que está tentando fazer negócios com os países que foram esquecidos nos últimos 30 anos por muitos outros países. É importante a gente lembrar", continuou.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita aos carros da GWM. — Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência da República
Ampliação do comércio

A viagem de Lula à China foi pensada para fortalecer a negociação comercial entre os países. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e o governo brasileiro avalia que há espaço para ampliar as exportações para o país asiático.

A avaliação tem relação direta com a guerra comercial entre os Estados Unidos e os chineses. Ministros e empresários acreditam que o Brasil pode surgir como "alternativa" para parte dos produtos americanos importados pela China.
A ApexBrasil mapeou 400 oportunidades para ampliação dos negócios entre Brasil e China. As possibilidades estão espalhadas em uma série de setores, com especial destaque para o agronegócio.
A agenda dos empresários brasileiros na China prevê eventos voltados ao agro. Em um deles, associações vão inaugurar um escritório, em Pequim, para facilitar negociações para a exportação de carnes do Brasil ao mercado chinês.
Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que também integra a comitiva de Lula a Pequim, deve participar de encontros com autoridades. A pasta afirma que um dos objetivos da visita é a conclusão de um acordo para reduzir burocracias no registro de produtos biotecnológicos.
Ao longo da viagem de Lula à China, há expectativa de que os governos chinês e brasileiro assinem uma série de acordos bilaterais.
Parte dos anúncios ocorrerá após encontro com Xi Jinping, na terça-feira. Será a terceira vez que o petista e o líder chinês se encontram desde que o presidente brasileiro voltou ao Planalto em 2023.
O cronograma da viagem prevê, ainda, a participação do presidente brasileiro em uma reunião com representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

terça-feira, 22 de abril de 2025

A portas fechadas, funcionários do Vaticano iniciam despedida 'silenciosa' do papa Francisco

Corpo do pontífice está na capela da Casa Santa Marta, onde apenas funcionários da Igreja Católica tem acesso. Visitas públicas começarão na quarta-feira (23), na Basílica de São Pedro.

Funcionários do Vaticano iniciaram as despedidas ao papa Francisco a portas fechadas, nesta terça-feira (22). Trabalhadores e membros do clero estão autorizados a passar pela capela da Casa Santa Marta, onde está o corpo do pontífice.

Francisco morreu na segunda-feira (21), aos 88 anos. O papa foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), seguido de um quadro de insuficiência cardíaca.

Dignitários e funcionários da Cidade do Vaticano são os primeiros a se despedir do papa. Isso inclui desde religiosos — como freiras, bispos e funcionários da cúpula — até jardineiros, bombeiros e médicos que trabalham para a Santa Sé.

Para a despedida, os funcionários precisam ir até a Casa Santa Marta, onde o papa morava, e aguardar em um saguão. Depois, eles são levados até a capela, onde dois guardas suíços fazem a escolta do corpo de Francisco.

O acesso é feito aos poucos, em pequenos grupos. Testemunhas ouvidas pela agência France Presse (AFP) disseram que todo o processo acontece em silêncio. Alguns funcionários se emocionam, enquanto outros fazem orações silenciosas em pé, ajoelhados ou sentados em um banco.

"Há um ambiente de acolhimento e de oração, mas para nós que o acompanhamos, parece irreal", disse à AFP uma leiga brasileira, que faz parte de um dicastério de Comunicação. Ela pediu para não ser identificada.

"Vivi sua eleição, acompanhei todo o seu pontificado, então não poderia deixar de estar aqui hoje, em Santa Marta, que é sua casa e também um pouco nossa", acrescentou. A mulher afirmou ainda que vive o momento "com muita gratidão".

Uma freira polonesa, que trabalha no hospital Umberto I, em Roma, disse que a pequena homenagem lhe trouxe "muita paz".

"Eu queria vir aqui sobretudo para agradecê-lo por tudo o que ele fez pela Igreja", afirmou, emocionada.

Além de funcionários, algumas autoridades também foram autorizadas a entrar na capela. Entre elas está o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, e o presidente da Itália, Sergio Mattarella.

Papa do povo
Com seu estilo humilde, o papa Francisco almoçava diariamente em um refeitório da Casa Santa Marta ao lado de funcionários e visitantes. Ele sempre cumprimentava quem passava pelo local.

"Sinto que é a família do papa, estas pessoas de Santa Marta e do Vaticano, que vieram homenageá-lo com muita gentileza", disse um membro de um dicastério, que foi à capela onde está o corpo de Francisco.

O homem também se lembrou de uma missa que o papa celebrou com funcionários do Vaticano.

"O que me impressionou foi que o papa se sentou em um dos bancos entre os fiéis. Encontrei esta proximidade do papa com seus primeiros colaboradores".

Fiéis de todo o mundo também poderão se despedir do papa em um velório aberto ao público. As visitas ao corpo serão realizadas de quarta-feira (23) até sexta-feira (25), na Basílica de São Pedro.

O funeral oficial será realizado no sábado (26), com a presença de chefes de Estado e monarcas.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Round 6 – a escassez da paz

Por que é importante que os cristãos falem mais sobre paz em tempos de tanta violência e descaso à dignidade humana? Especialmente a paz que vem de Deus.
Por Odailson Fonseca
A paz, tão apresentada em centenas de textos bíblicos, é a antítese do que muitos pregam hoje e do que algumas séries também retratam. (Foto: Shutterstock)

Ela bateu todos os recordes. Em 28 dias, mais de 111 milhões de lares consumiram seus episódios. Isso fez dela a série mais assistida da história da Netflix. Como só se fala nisso no streaming-space, trata de um assunto que nos leva a refletir. Estou falando de Round 6, uma k-série sul-coreana que transformou jogos infantis na luta pela sobrevivência. Sim, dos 456 participantes concorrendo ao prêmio de 200 milhões de reais (atualizado), nesta história sinistra, quem perde paga com a própria vida. E haja sangue cenográfico espirrando na tela!
Batatinha-frita 1, 2, 3...
Confesso que não assisti a toda a série. As cenas violentas, tentando fazer sinfonia de um massacre em cores vibrantes, afastaram meu interesse por este espetáculo do avesso. É um fenômeno que usa agressividade social como matéria-prima. Por isso, sinceramente, e sem fazer publicidade, desacredito merecer o tempo de quem tem mais para pensar, sonhar e testemunhar. Até porque para falar de um crocodilo não é preciso entrar no tanque com ele. E muitos já tratam do conteúdo desta série por diferentes ângulos.
No entanto, com tantos maratonistas-usuários no percurso do entretenimento digital, vale uma sinopse conceitual (sem spoiler) de Round 6. Aqui vai: é uma crítica pesadíssima ao descaso pela valorização humana em que a rivalidade gananciosa se deforma na luta mais sombria pela existência, além de destacar a desigualdade como combustível desumanizador carregado de orgulho, egoísmo e descaso com as “criaturas feitas à imagem de Deus” (Gênesis 1:26-28).
Nada novo debaixo do céu, concorda?
A verdade é que todo este conteúdo pode ser resumido numa única expressão: a escassez da paz. É isso! Por séculos e séculos, nossa sociedade adoecida continua refém da profecia pós-edênica “maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida” (Gênesis 3:17). Desde lá, o homem nunca mais teve plenitude de calma e sossego. Rastejamos em um cotidiano desidratado de tranquilidade solidária capaz de violentar a perfeição que o Criador carinhosamente repassou à sua obra-prima na criação. É a economia do desamor. Onde se gasta tempo fugindo da morte, tão inevitável quanto cada vez mais próxima.
Pessimismo? Apenas realismo saltando da tela para o nosso desjejum diário. “Os dias em que vivemos são solenes e importantes. O Espírito de Deus está, gradual, mas seguramente, sendo retirado da Terra. Pragas e juízos já estão caindo sobre os que desprezam a graça de Deus. As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são assombrosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância”[1].
Na escassa felicidade garimpada por nós – sobreviventes – sobram tristes exemplos de solidão, vazio sem fim e agressividade tingindo nossas memórias de sangue de verdade. Além disso, a pandemia que nos distanciou, contribuiu ainda mais para o isolamento existencial de nossa raça decaída. Com o otimismo rarefeito, a Bíblia é super atual: “sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está sob o poder do Maligno” (1 João 5:19). Este é o absolutismo do inimigo. Por isso, não escapo de uma citação de Manuel Castells, em seu livro Redes de Indignação e Esperança, quando afirma que “um mundo não violento não pode ser criado pela violência, muito menos pela violência revolucionária”[2]. Isso é forte e necessário! A não-violência é a verdadeira arma de combate ao totalitarismo opressor da significância.
Paz
Ultrapassando 400 citações bíblicas mencionando diretamente a importância da paz, necessitamos falar, pensar e mostrar este atributo do cristão em tempos de ausência. “O mesmo Senhor da paz vos dê sempre paz de toda maneira” (2 Tessalonicenses 3:16). Conseguiremos ser pacificadores genuínos?
“Na sociedade do desempenho é preciso poder fechar os olhos – ou o sujeito do desempenho se despedaça sob a coação de sempre ter de produzir mais desempenho”.[3] Será possível fechar os olhos em tempos de obsessão extrema na competição pelo pódio exclusivo? Faz-se necessária a reversão transformadora que só Deus é capaz de fazer.
“Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo!” (João 14:27). Esse é o Round 7 de quem vai além da escassez da paz. Sem esperar o próximo, seja o pavio do bem detonando a revolução da serenidade, da plenitude, da solidariedade. Lembre-se de que só os pioneiros marcam as horas cheias! Que o melhor que está por vir comece desde já. Afinal, uma geração que consome violência de sobra precisa urgentemente rever seus conceitos. Há esperança antiavareza para o prêmio do verdadeiro sucesso. Que sucesso? “Sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança – é a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3:24).
Entenda de uma vez que pacificadores são herdeiros do Reino, arautos do bem e “filhos de Deus” (Mateus 5:9). Promova a série profética de um Deus que está para voltar, maratonando na comunhão com Ele. O melhor está para vir e não haverá escassez de nada mais.

Trump diz não ver problema em envio de tropas de paz europeias para a Ucrânia e afirma que 'Putin aceitará'

Presidente dos EUA recebe o francês Emmanuel Macron na casa Branca nesta segunda-feira (24) para discutir a guerra no Leste Europeu.
Donald Trump recebe o presidente da França, Emmanuel Macron, na Casa Branca, em 24 de fevereiro de 2025 — Foto: Brian Snyder/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (24) não ver problema em um eventual envio de tropas europeias de paz para a Ucrânia.
Trump, que disse já ter conversado por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ainda que "Putin aceitará" a permanência dessas tropas em território ucraniano. O presidente americano deu as declarações ao lado do francês Emmanuel Macron, a quem recebeu para uma reunião na Casa Branca.

Ao longo da guerra da Ucrânia, que completou três anos nesta segunda, Putin disse diversas vezes que consideraria a presença de tropas do Ocidente na Ucrânia como uma declaração de guerra direta.
Neste caso, no entanto, as tropas europeias não lutariam ao lado de soldados de Kiev, mas seriam enviadas para manter a paz no país após um eventual fim da guerra. A intenção de não colocar soldados europeus no front, mas apenas como garantia para o encerramento dos combates, foi confirmada por Macron.
A declaração de Trump é feita dias após o presidente americano ter direcionado declarações ríspidas ao líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. Na última quarta (19), Trump chamou Zelensky de "comediante modestamente bem-sucedido" e "ditador", além de fazer ameaças diretas.
Dois dias depois, ele afirmou que a presença de Zelensky na mesa de negociações não era muito importante: "Ele está lá há três anos. Ele faz com que seja muito difícil fechar acordos", afirmou, em uma entrevista.
Zelensky, por sua vez, acusou Trump de exigir US$ 500 bilhões em riquezas da Ucrânia em troca de apoio dos Estados Unidos. O presidente ucraniano afirmou ainda que não poderia vender o próprio país.
Representantes dos EUA e da Rússia chegaram a se reunir na Arábia Saudita para negociar o fim do conflito sem a presença de nenhuma autoridade ucraniana.

Reunião de emergência
No último dia 17, líderes europeus já haviam afirmado estar prontos para enviar tropas de paz para a Ucrânia após a assinatura de um acordo de paz entre Moscou e Kiev. O continente demonstrou preocupação com a aproximação entre Donald Trump e Vladimir Putin.
Os europeus defenderam aumentar o gasto militar para se proteger da ameaça expansionista da Rússia, após uma reunião de emergência realizada em Paris.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse estar "pronto e disposto" a enviar tropas britânicas para a Ucrânia como parte de um possível acordo de paz.
O presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu os aliados europeus na Otan (aliança militar ocidental criada na Guerra Fria para frear a União Soviética) e na Ucrânia no início do mês passada quando anunciou que havia mantido uma ligação com Vladimir Putin sem consultá-los e que iniciaria um processo de paz.
No domingo (23), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse estar disposto deixar o governo de seu país em troca de um fim da guerra na Ucrânia.
Zelensky também condicionou uma eventual saída do cargo à entrada da Ucrânia na Otan. Disse ainda que está disposto a uma saída imediata do cargo e que "não planejo estar no poder por décadas".

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Como manter relações saudáveis em um mundo doente

Autocuidado, empatia e aceitação são pilares para o bom convívio com outras pessoasPor
 Por Karyne Correia | Brasil
O ser humano é sociável por natureza, e precisa conhecer os fundamentos para construir boas relações (Foto: Shutterstock)
Todos os dias, nos consultórios de Psicologia, ouvimos relatos de problemas nas relações interpessoais. As queixas vêm de casais, pais e filhos, pessoas vivendo em vínculos abusivos, entre outros casos. Mesmo aqueles problemas que não são relacionais, quase sempre derivam destes. E, na maior parte das vezes, a busca por ajuda acontece quando já há uma crise estabelecida. A verdade é que as pessoas estão doentes e adoecendo outras.

Criados para nos relacionarmos

Nós, humanos, somos serem relacionais. Fomos criados para interagir com outras pessoas. Diferentemente das tartarugas marinhas, por exemplo, cujos filhotes nascem sozinhos e precisam lidar por conta própria com as adversidades para sobreviver e prosperar, o bebê humano depende de cuidado e afeto, e é por meio dos relacionamentos que ele constrói sua personalidade, senso de identidade, crenças, valores e caráter.
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Um cérebro projetado para regular as emoções

Temos a necessidade de nos relacionarmos intimamente com pessoas, compartilhando sentimentos e pensamentos. Precisamos sentir que temos alguém com quem contar. Também carecemos de sentir-nos parte de um grupo, de algo maior que nós mesmos.

Nosso bem-estar é afetado por nossas relações. Se estas não são boas, sofremos emocional e até fisicamente. Pesquisadores verificaram que interações sociais pobres ou extremamente limitadas têm um efeito na mortalidade humana que se compara ao de fumar, e duas vezes maior que o da obesidade [1].

Estabelecendo relações saudáveis

Para nos relacionarmos bem com os outros, precisamos, primeiramente, nos relacionar bem conosco. Uma visão equilibrada e respeitosa sobre quem somos nos possibilita enxergar as demais pessoas da mesma forma. Mas se nossa autoestima está baixa, temos a tendência de considerar os outros como mais importantes que nós e entrar em relações abusivas.

A construção de bons vínculos também requer que sejamos capazes de ver o mundo sob a perspectiva dos outros. Ao passo que temos a nossa própria forma de pensar e interpretar as coisas, as demais pessoas têm a delas, e isso não significa, necessariamente, que elas estão erradas. Qualquer coisa pode ser vista por diversos ângulos. Ao exercitarmos o olhar empático, nos conectamos mais intensamente às pessoas e melhor compreendemos sua forma de sentir e agir.

Algumas pessoas entendem empatia como “sentir o que o outro sente”. Isto é impossível. Cada experiência é única. A empatia nos permite identificar-nos emocionalmente com o outro, não porque compartilhamos o que está sentindo, mas porque nos esforçamos para ver as coisas como vê o outro e compreender as suas emoções.

Também é preciso exercitar a aceitação. As pessoas não são, necessariamente, como gostaríamos que fossem. E elas têm o direito de serem assim. Aceitar não é concordar, mas permitir e respeitar, ao invés de resistir e tentar moldar.

Se tivermos um olhar equilibrado e respeitoso sobre nós mesmos, nos dispusermos a enxergar sob a perspectiva do outro, formos empáticos e exercitarmos a aceitação, construiremos relações saudáveis e saberemos deixar aquelas que são danosas.

Para finalizar, gostaria de acrescentar algo prático que tem um potencial imenso de melhorar nossas relações. O livro Mente, Caráter e Personalidade, volume 1, página 209, diz: "Amor igual ao de Cristo atribui a mais favorável das intenções aos motivos e atos dos outros. Não expõe desnecessariamente suas faltas; não ouve com avidez relatórios desfavoráveis, mas antes procura trazer à mente as boas qualidades dos outros". Por melhores que sejam nossos relacionamentos, eles não são perfeitos. Exercitar um amor semelhante ao de Cristo, que busca enxergar no outro o que há de melhor, nos ajuda a viver o melhor das nossas relações.

O novo papa e as profecias do Apocalipse

Como entender corretamente o que ocorrerá, à luz da Bíblia, e ter segurança nos planos divinos Compreender cenários proféticos - e o papel d...