segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Lição 4 18 a 24 de janeiro Intervenção Radical

Prévia da semana: Orgulho O orgulho tem sido promovido como algo positivo no mundo secular, desde que seja apresentado de maneira socialmente aceitável. Mesmo no meio cristão, onde alguns pecados são tolerados e vistos como sem importância, muitos abrigam o orgulho no coração devido à sua natureza sutil. É claro que devemos reprovar e não tolerar esse pecado em nossa vida, porque ele pode desencadear o egoísmo, a arrogância, a soberba e tudo mais que desagrada a Deus. Acontece que, às vezes, reprovamos nos outros os traços de orgulho que existem em nós mesmos. Detestamos nos outros as características que nós possuímos. A história da queda e humilhação pública de Nabucodonosor por causa do seu orgulho serve de advertência especial a todos nós que estamos vivendo no fim dos tempos. O orgulho é um pecado que precisamos diariamente pedir que Deus elimine de nossa vida. Esse traço negativo de caráter pode causar a queda de muitos cristãos que estão se preparando para a volta de Jesus. A história da soberba e ruína do grande e poderoso rei de Babilônia, descrita por Daniel, é um alerta para nós durante nossa caminhada cristã.
Leitura adicional: Daniel 4

Domingo, 19 de janeiro

Copie Daniel 4 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente Daniel 4:19-27. Você também pode reescrever as passagens com suas palavras ou fazer um esboço do capítulo.

_____________________________Mãos à Bíblia


1. Leia Daniel 3:1-7. O que provavelmente tenha motivado o rei a fazer essa estátua?
Cerca de vinte anos podem ter decorrido entre o sonho relatado no capítulo 2 e a construção da estátua. No entanto, parece que o rei não mais podia se esquecer do sonho e do fato de que Babilônia estava condenada a ser substituída por outros poderes. Essa atitude de orgulho nos lembra os construtores da Torre de Babel, que, em sua arrogância, tentaram desafiar o próprio Deus. Não menos arrogante foi Nabucodonosor nessa ocasião. Ele havia realizado muitas coisas como governante de Babilônia e não podia viver com a ideia de que seu reino, por fim, passaria.

O ser humano pecaminoso resiste em reconhecer o fato de que suas realizações materiais e intelectuais são vaidade e estão condenadas ao desaparecimento. Às vezes, podemos agir como pequenos “Nabucodonosores”, ao darmos demasiada atenção às nossas realizações e nos esquecermos de como elas são insignificantes diante da eternidade.

Segunda-feira, 20 de janeiro
A cura

O capítulo 4 do livro de Daniel é o testemunho pessoal de um rei que se tornou orgulhoso e foi humilhado pelo Rei do Universo. Nabucodonosor teve um novo sonho, mas dessa vez não se esqueceu dele. O sonho, interpretado por Daniel, foi uma advertência para que o rei se humilhasse, caso contrário, ele iria viver como um animal selvagem por sete anos. Durante algum tempo, Nabucodonosor deu ouvidos à advertência. Mas é difícil abandonar velhos hábitos. Certa vez, enquanto ele estava se vangloriando orgulhosamente de seus feitos, ouviu-se uma voz vinda do Céu e o rei imediatamente se tornou insano. Durante sete anos ele ficou reduzido à condição de um animal. Depois desse tempo de humilhação e reflexão, ele reconheceu o Deus do Céu e se converteu.

Essa foi uma intervenção divina radical. Foram necessários sete anos vivendo como um animal selvagem para que Nabucodonosor caísse em si. O orgulho do grande monarca babilônico precisava ser quebrado antes que ele pudesse sentir a necessidade de Deus em sua vida. C. S. Lewis declarou: “É por causa do orgulho que o diabo se tornou o que é. O orgulho […] é o estado mental mais oposto a Deus que existe” (Cristianismo Puro e Simples, São Paulo: SP, Thomas Nelson, 2017, p. 162). Agostinho disse: “Foi o orgulho que transformou anjos em demônios, mas é a humildade que faz dos homens, anjos”. A natureza drástica da intervenção de Deus para livrar Nabucodonosor do orgulho revela quão profundamente arraigado esse pecado pode estar em nós.

O pecado é normalmente visto em termos de categorias, que vão desde uma mentira “branca” até os pecados hediondos de um matador em série. O orgulho, talvez, na visão humanista, não figuraria na lista dos dez piores pecados. Mas, na lista de Deus, o orgulho é o pecado número um. Provérbios 6:16-19 diz: “Há seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que Ele detesta: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos.”

O testemunho de Nabucodonosor ecoa como advertência ao povo de Deus sobre o pecado do orgulho. Ele nos mostra a dramática intervenção divina para curar o orgulho de um monarca.

Mãos à Bíblia
2. Leia Daniel 3:8-15 e Apocalipse 13:11-18. Quais paralelos podemos ver entre o que aconteceu no tempo de Daniel e o que acontecerá no futuro?

Pense Nisto
- Você já passou por alguma experiência em que sentiu que Deus quis ensiná-lo a ser humilde? Como você se sentiu? - A história ocorrida com Nabucodonosor ajuda você na luta para se tornar mais humilde?

Mãos à obra
- Volte ao texto que você copiou e estude as passagens. - Faça um círculo em torno das palavras/frases/ideias repetidas - Sublinhe palavras/frases que você achou importantes - Desenhe flechas ligando palavras/frases a outras palavras/frases que estão associadas ou relacionadas - Escolha um verso favorito do texto-chave desta semana. Escreva-o para ajudar na memorização.

Terça-feira, 21 de janeiro
Examinando Daniel 4
Que doença mental teria acometido Nabucodonosor durante sete anos? “Os psiquiatras modernos têm diagnosticado o comportamento de Nabucodonosor como uma variante de paranoia e esquizofrenia. Gregory Zilboorg, historiador da psiquiatria, relata diversos casos semelhantes entre o 3º e o 7º século a.C. […] Em anos recentes, diversos casos foram encontrados nos hospitais de Paris e Bordeaux.

“Os sintomas são sempre os mesmos. O paciente imagina que se transformou em um lobo (licantropia), um boi (boantropia) ou outro animal (cão, leopardo, cobra, crocodilo), e comporta-se como tal nos mínimos detalhes. A ilusão do paciente é tão perfeita que afeta até seu modo de ver a si mesmo. Uma mulher de 49 anos estava convencida de que sua cabeça era de lobo, com focinho e dentes caninos. E, quando abria a boca para falar, ela rosnava e uivava como um animal” (Jacques Doukhan, Segredos de Daniel, p. 70).

“O cabelo do orgulhoso rei cresceu e se emaranhou como as penas eriçadas de um urubu, e suas unhas se assemelhavam às garras sujas de uma ave de rapina. Com os olhos arregalados e grunhindo, ele arrancava a grama e, enchendo a boca com ela, ruminava-a como um boi” (Leslie Hardinge, Jesus is My Judge, p. 58).

Como conciliar a natureza amorosa de Deus com Seu ato de ter transformado o rei de Babilônia em um animal durante sete anos?

Sete anos vivendo como se fosse um animal selvagem parece algo muito cruel. Dentro do cristianismo existem denominações que defendem o conceito de que Deus não disciplina ninguém. Esse conceito é falso. Ele reduz o amor a um mero sentimentalismo. Se procurarmos a definição de amor na Bíblia, e não na cultura popular, veremos que o amor divino consiste em uma perfeita mescla de justiça e misericórdia a partir do ponto de vista da eternidade.

A história de Nabucodonosor revela a perspectiva amorável de Deus para com todos pensando na salvação da humanidade. O desconforto temporário de Nabucodonosor, agindo como um animal durante sete anos, foi insignificante diante da perspectiva de desfrutar a eternidade. Como declarou C. S. Lewis: “Deus sussurra a nós em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas grita em nossa dor” (C. S. Lewis, The Problem of Pain, p. 91). Isso não quer dizer que toda circunstância desfavorável, provação ou calamidade seja Deus tentando chamar nossa atenção. É preciso levar em conta que temos um inimigo que é o causador primário de todos os males.

No entanto, não podemos passar por alto as lições contidas no livro de Daniel, as quais nos mostram que o objetivo divino principal é nos salvar para a eternidade. Tudo o mais é secundário. Deus está disposto a permitir um desconforto temporário, como aconteceu com Nabucodonosor, se isso servir para nos ajudar a escolher a salvação eterna com Ele.

“Se consentirmos que a mente se absorva com os interesses mundanos, o Senhor talvez nos dê esse tempo removendo nossos ídolos, sejam estes o ouro, sejam casas ou terras férteis” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje [MD 1953/1989], 14 de janeiro).

Mãos à Bíblia
3. Leia Êxodo 20:3-6 e Deuteronômio 6:4. O que nesses textos influenciou a posição tomada pelos três homens? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) O medo de que Deus os amaldiçoasse caso fizessem algo errado.
B. ( ) O mandamento de adorar unicamente o Deus Criador.

Seguindo as instruções dadas pelo rei, todas as pessoas, ao som dos instrumentos musicais, curvaram-se e adoraram a estátua de ouro. Somente Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ousaram desobedecer ao rei. Imediatamente, alguns babilônios levaram a questão à atenção do monarca. Os acusadores buscaram enfurecê-lo, dizendo que: (1) tinha sido o próprio rei que havia colocado aqueles três jovens para administrar a província de Babilônia; (2) que os homens judeus não serviam aos deuses do rei; e que (3) eles não adoravam a imagem de ouro que Nabucodonosor havia estabelecido (Dn 3:12). Mas apesar da fúria do rei contra eles, dotados de coragem sobrenatural, os jovens lhe responderam: “Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste”
(Dn 3:17, 18).

Pense Nisto
- Observando o texto bíblico que você copiou e marcou, que ideia principal você destacaria? - Quais perguntas surgem em sua mente? - Você chegou a alguma conclusão? - Deus tem usado algum método radical com você?

Quarta-feira, 22 de janeiro

Descubra a relação das passagens abaixo com o texto bíblico-chave (Daniel 4) da lição desta semana:

Provérbios 8:13
Provérbios 11:2
Provérbios 13:10
Provérbios 16:18, 19
Provérbios 18:12
Jeremias 9:23
Isaías 14:12-14
Ezequiel 28:11-16
Tiago 4:6, 10
Filipenses 2:3
Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com Daniel 4?

Mãos à Bíblia
4. Leia Daniel 3:19-27. O que aconteceu? Quem era a outra pessoa na fornalha?
Nabucodonosor ficou perplexo ao perceber a presença de uma quarta pessoa dentro da fornalha, “um filho dos deuses” (Dn 3:25).
O rei não conseguiu dizer muito mais, porém sabemos quem era aquele quarto personagem. Ele havia aparecido a Abraão antes da destruição de Sodoma e Gomorra, lutado com Jacó ao lado do vau de Jaboque e Se revelado a Moisés em uma sarça ardente. Era Jesus Cristo em uma forma pré-encarnada vindo mostrar que Deus permanece com Seu povo em suas provações.

Quinta-feira, 23 de janeiro
O que for preciso
A dramática intervenção do Senhor para salvar Nabucodonosor revela Seu amor inigualável pelos pecadores. Foi necessário viver sete anos como um animal selvagem para que o orgulhoso monarca se humilhasse diante do Criador do Universo! Na vida cristã, talvez, a oração mais radical que possamos fazer é: “Senhor, salva-me, não importa o que for preciso para isso”. Essa oração radical permite que Deus aja em nossa vida.

Como cristãos, o senso da dependência divina pode parecer a coisa mais impotente, porém é o que devemos buscar para nos tornarmos vencedores. Às vezes, a pior coisa que já nos aconteceu é, na verdade, a melhor.

Em 30 de julho de 1967 a jovem Joni Eareckson Tada mergulhou em um lugar raso na Baía Chesapeake. Ela quebrou o pescoço na região da cervical e ficou tetraplégica. Passou todo o restante de sua vida confinada a uma cadeira de rodas. Joni escreveu um livro. Nele, ela disse: “De certa forma, eu desejaria poder levar para o Céu minha velha e gasta cadeira de rodas. Gostaria de apontar para o assento vazio e dizer: ‘Senhor, durante décadas estive paralisada nesta cadeira.’ […] Naquele momento, com meu corpo forte e glorificado, talvez eu me assentasse nela, passasse a mão nos braços da cadeira, olhasse para Jesus e acrescentasse: ‘Quanto mais fraca eu me sentia nessa cadeira, mais me apoiava em Ti’” (Joni Eareckson Tada, Heaven: Your Real Home, p. 184).

Refletir sobre nossa salvação, a partir de uma perspectiva eterna, confere às provações presentes uma perspectiva diferente, especialmente se essas dificuldades nos ajudam a depender mais do Senhor.
Mãos à Bíblia

5. O que Hebreus 11 nos ensina sobre fé?

Algumas pessoas têm uma percepção quantitativa da fé; elas medem sua fé pelas respostas que parecem receber de Deus. Essa compreensão da fé torna-se perigosa porque tenta manipular Deus e não considera Sua soberania e sabedoria.

A verdadeira fé é medida pela qualidade de nosso relacionamento com o Senhor e sua resultante confiança absoluta Nele. A fé autêntica não busca dobrar a vontade de Deus para que ela se conforme à nossa vontade; antes, a fé rende nossa vontade à de Deus.

Pense Nisto
- O que Daniel 4 revela sobre Jesus? - Você passou a ver Jesus sob nova perspectiva depois desta lição? - Como você reage ao ver Cristo dessa forma?

Sexta-feira, 24 de janeiro
A verdadeira grandeza
"Num momento, a inteligência que Deus lhe tinha dado foi tirada. O discernimento que o rei julgava perfeito e a sabedoria da qual ele se orgulhava foram removidos, e o governante que até então tinha sido tão poderoso ficou louco. Sua mão não conseguiu mais empunhar o cetro. As mensagens de advertência tinham sido desprezadas. Então, destituído do poder que seu Criador lhe havia dado, e expulso dentre os homens, Nabucodonosor ‘passou a comer capim como os bois. Seu corpo molhou-se com o orvalho do céu, até que os seus cabelos e pêlos cresceram como as penas de uma águia, e as suas unhas como as garras de uma ave’ (Dn 4:33).

“Durante sete anos, Nabucodonosor foi motivo de espanto a todos os seus súditos e foi humilhado diante de todo o mundo. Por fim, sua razão foi restaurada e, levantando os olhos em humildade para o Deus do Céu, reconheceu a mão divina em seu castigo. Numa proclamação pública, admitiu sua culpa e a grande misericórdia de Deus em sua restauração. ‘Ao fim daqueles dias’, ele disse, ‘eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. Todos os moradores da Terra são por Ele reputados em nada; e, segundo a Sua vontade, Ele opera com o exército do Céu e os moradores da Terra; não há quem Lhe possa deter a mão, nem Lhe dizer: Que fazes?

“‘Tão logo me tornou a vir o entendimento, também, para a dignidade do meu reino, tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; fui restabelecido no meu reino, e a mim se me ajuntou extraordinária grandeza’ (Dn 4:34-36, ARA).

“Aquele que tinha sido um rei orgulhoso se tornou um humilde filho de Deus. O governante tirânico e opressor converteu-se num rei sábio e cheio de compaixão. Aquele que tinha desafiado o Deus do Céu e blasfemado Dele passou a reconhecer o poder do Altíssimo, e procurou fervorosamente promover o temor a Jeová e a felicidade de seus súditos. Sob a repreensão Daquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, Nabucodonosor tinha afinal aprendido a lição que todos os reis precisam aprender – que a verdadeira grandeza consiste na verdadeira bondade. Ele reconheceu Jeová como o Deus vivo, dizendo: ‘Agora eu, Nabucodonosor, louvo e exalto e glorifico o Rei dos céus, porque tudo o que ele faz é certo, e todos os seus caminhos são justos. E ele tem poder para humilhar aqueles que vivem com arrogância’ (Dn 4:37).

“O propósito de Deus de que o maior reino do mundo mostrasse Seu louvor estava então cumprido. Essa declaração pública, em que Nabucodonosor reconhecia a misericórdia, bondade e autoridade de Deus, foi o último ato de sua vida registrado na história sagrada” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 520, 521).

DISCUSSÃO
Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais. Perguntas sugestivas para ser discutidas:
Qual foi a última vez em que Deus procurou chamar sua atenção? Você viu isso como algo bom ou algo ruim?
Em sua opinião, qual é a relação entre amor e disciplina?
Podem os pais fazer alguma coisa para o bem de um filho, em que ele, em seu ponto de vista, pode considerar ruim?
Quais são algumas das coisas que os pais fazem e que, em longo prazo, são para o bem do filho?
Por que você acha que Deus classifica o orgulho como o primeiro na lista das coisas que Ele abomina em Provérbios 6:16-19?
Por que é difícil sentir nossa necessidade e dependência de Deus?

Pense Nisto
- Depois do estudo de Daniel 4, nesta semana, quais aplicações você pode fazer em sua vida? - Quais práticas você pensa adotar em sua vida pública e social?

Cristãos em Crise de Identidade Minha cruzada em busca de sentido pessoal no Cristianismo

você já se sentiu desanimado com a fé? Talvez questionando o sentido de toda sua prática cristã? Já refletiu sobre a relevância de ir aos cultos, servir em um cargo na igreja, seguir um determinado estilo de vida e não viu um propósito mais profundo nisso tudo? Eu já. Constantemente sou flagrado nessa situação.



Esse texto não tem a pretensão de ser nenhuma verdade última ou palavra final sobre esse tema. Na verdade não tenho essa intenção em nenhum dos meus textos. Todos eles são um parte da minha pouca experiência ao lidar com determinados dilemas da vida. Portanto a minha perspectiva exposta aqui pode não se encaixar ao problema que o leitor está passando, mas mesmo assim eu o convido a ler esse relato e extrair aquilo que pode ser bom para você. Este texto também não é sobre apologética, portanto não irei fazer nenhuma defesa do cristianismo aqui, mas relatar a minha crise de identidade como cristão.

Por volta dos meus 20 anos passei a questionar a sentido da fé em minha vida. Não foi a veracidade e sim motivo da fé que estava em questão. Estava muito certo quanto ao que eu cria. A pergunta que eu me fazia (e faço até hoje) é: “para que me serve isso?” Estes questionamentos não vieram de fora, de influências da faculdade ou amizades incrédulas. Essas perguntas vieram de dentro de mim. Eu não estava apostatando da fé, pelo contrário, era membro ativo da igreja, professor da escola sabatina, pregador ocasional e leitor ávido dos Testemunhos de Ellen White. Me lembro bem de um dia em que eu estava em casa passando pelo corredor e parei na porta do meu quarto e vi minha estante de livros, cuja maioria eram livros religiosos. “E se tudo isso não passar de balela?”, veio a minha cabeça. “Não pode ser, já gastei muito dinheiro nisso.” Embora possa parecer engraçado a primeira vista, esse pensamento me fez refletir sobre o meu real motivo de ser cristão.

Será que ler todos esses livros era só pra me envaidecer de conhecimento? Será que minha constância na igreja era só manter um contato social? Será que ser professor de escola sabatina não era só para que as pessoas me vissem como alguém que entende alguma coisa da Bíblia? Esses pensamentos realmente me fizeram repensar minha imagem como cristão diante de Deus, das pessoas e de mim mesmo. Por vezes eu pensava na situação hipotética: “Se um dia eu descobrir que tudo pelo qual vivi é uma mentira, de que valeu minha vida?”

Ao compartilhar essa questão com algumas pessoas, as respostam eram quase um uníssono ecoando as seguintes respostas:
Ser cristão promove desenvolvimento pessoal
Ser cristão me faz agir em favor das pessoas, fazendo o bem através de ações de caridade seja material ou espiritual
Ser cristão, especialmente adventista, traz benefícios a saúde se observarmos as recomendações quanto a alimentação e estilo de vida propostas pela igreja

Se bem que nenhum dos itens acima é falso, eu não via a necessidade de ser cristão, ainda mais adventista, para obter todos esses benefícios. Há muitas outras alternativas se é só isso que alguém procura. Se eu quero me desenvolver como pessoa posso procurar um psicólogo. O que não falta nesse mundo é ONG se eu quiser fazer caridade. E quanto a saúde nem se fala, pois vivemos na época a qual alimentação e exercício físico têm sido aspectos protagonistas de nossa sociedade. No entanto, se eu e você temos tantas outras opções para atender essas necessidades, por que nós escolhemos estar na igreja? Essas questões me levaram a uma crise de minha identidade cristã que me conduziam lentamente a apatia e um senso de perda de tempo. “Para que serve o cristianismo?”, era a pergunta que frequentemente me corroía.

Afim de entender melhor o assunto, decidir empreender uma verdadeira cruzada para solucionar essa crise existencial. Descobri que o Cristianismo, embora promova ao adepto todos esses benefícios já citados, não se trata de uma mera proposta de estilo de vida. Cristianismo é uma cosmovisão, uma “lente” pela qual enxergamos e interpretamos a realidade a nossa volta. Essa cosmovisão está fundamentada na pessoa de Jesus Cristo. Principalmente sobre Sua identidade como Deus e Criador. É sobre Sua encarnação e obra na Terra, suas palavras e suas promessas para essa vida e para o porvir. O fato de que Ele assegurou Sua ressurreição antes mesmo de morrer é a maior evidência de sua divindade. Cristianismo só pode valer a pena se Jesus for realmente Deus. Só assim a vida cristã pode fazer sentido.

Esse tema da ressurreição é sem dúvida um dos mais recorrentes em todo Novo Testamento. Este era o mote principal da pregação dos apóstolos. A pregação de Cristo aos judeus e gentios através dos discípulos ganhava credibilidade quando esses testemunhavam sobre a ressurreição. Ela era como um atestado de verdade em favor de Jesus. Esse foi o principal argumento de Pedro em seu memorável discurso na festa do Pentecostes, em Atos 2. O fato de que Jesus, que os judeus haviam matado, foi ressuscitado e assunto ao Céu por Deus, estava vivo hoje, confrontava frontalmente tudo aquilo que acreditavam e pelo qual viviam até agora.

O texto diz que os ouvintes, ao ouvirem o testemunho de Pedro, “compungiram-se em seu coração” (At. 2:37). A palavra grega katanyssoo, traduzida pelo verbo compungir, significa literalmente “perfurar completamente” é frequentemente usada no sentido figurado para ilustrar uma agitação violenta, ferir profundamente até o âmago [1]. A ideia transmitida é de que os ouvintes foram fatalmente atingidos em suas convicções, causando grande perplexidade e inquietação da consciência. Se Jesus está vivo, Ele é realmente quem Ele dizia ser. Suas palavras muito desprezadas eram verdadeiras. Suas advertências e mandamentos eram dignos de atenção e obediência. Consequentemente, a estrutura fundamental de sentido da sua vida, o tradicionalismo judaico, desmoronou e os deixou em total desalento e desorientação. Conscientes da verdade nesse momento, uma atitude precisava ser tomada quanto ao rumo que suas vidas deveriam tomar a partir dessa nova relevação de Deus. Esse sentimento é percebido nas palavras da multidão em Atos 2:37: “O que faremos?”. Essa simples frase mostra o impacto drástico de uma convicção na vida de uma pessoa: o poder de mudar o rumo de uma existência.

Ao tratar do tema da ressurreição, Paulo é incisivo quando diz “Se Cristo não ressuscitou, logo vã é nossa pregação e também é vã nossa fé.” (I Coríntios 15:17). Algo vão é algo que é vem da vaidade e portanto é vazio, desnecessário e sem sentido [1,2]. Se Cristo não ressuscitou o Cristianismo não tem sentido, nossa fé é dispensável, logo o sentimento de apatia que frequentemente nos ataca é justificado. Mas se ele for verdadeiro, o mesmo espírito dos ouvintes no Pentecostes se manisfesta.

Fé é algo muito sério. Pessoas matam e morrem em nome da fé professada. Uma vida inteira é decidida pelas convicções de uma pessoa. Todas as nossas escolhas diárias são dirigidas por nossas crenças. Agora imagine que Jesus não ressuscitou. Toda fé cristã se torna uma grande perda de tempo. Uma vida cristã vira sinônimo de uma vida desperdiçada. Se Cristo não está vivo, você na verdade perdeu sua vida. Você está morto.

Embora Cristo esteja vivo à destra de Deus, para muitos cristãos Ele permanece morto. Ele está morto porque Sua influência não é sentida na vida diária, o contato com Ele é negligenciado e Sua presença não é desejada tanto quanto outras coisas da vida. No entanto, a maioria de nós, apesar dessa circunstância, continua a frequentar a igreja, muitas vezes assumindo cargos de liderança e responsabilidade, tomando parte no serviço, mas cada vez mais estando desprovidos de um senso verdadeiro de propósito. Inconscientemente, estamos condicionando a salvação de nossa alma a assiduidade aos cultos, aos cargos assumidos, ao nome escrito no livro da igreja e muitas vezes não sabemos nem o porquê de estarmos praticando tudo isso. Na primeira hesitação da mente em busca por significador, toda a prática cristã começa a perder o significado porque Cristo está morto na alma. E se Ele está morto, você também está.

Frequentemente não nos apercebemos desse “estado de morte” em nós, então ele começa a crescer e se desenvolver qual uma gangrena da alma culminando, na maioria das vezes, na incredulidade e apostasia. Como podemos escapar dessa circunstância? Como já falei no começo do texto, pretendo compartilhar a minha experiência com esse problema e não dar a fórmula mágica que irá resolver seus problemas que podem ser muito mais complexos do uma apatia espiritual. Vou elencar algumas atitudes que tomei para poder sair desse estado

1 — Confesse seu estado a Deus em oração

E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade. (Mc 9:24)

Durante minha fase de crise, essa foi minha constante oração ajoelhado no chão do meu quarto.

“Tu orarás a Ele, e Ele te ouvirá.” (Jó 22:27).Precisamos compreender que Deus não se fatiga de nos ouvir, ainda mais quando a alma está ferida (Jo 6:37, Mt 11:28).

2 — Conheça quem é Jesus
Refletir sobre cada fato de Sua vida, especialmente sobre a cruz, o custo dela e a sua importância para nós, desenvolveu em mim um amor pelo Filho de Deus que jamais tinha sentido antes.

Se o Cristianismo centra-se na figura de Jesus, não há como ser cristão sem conhecê-Lo. Entender quem Jesus É e a Sua mensagem é fundamental para que nossa mente possa permanecer firme frente as tentações da vida secular pós-moderna. Mergulhe profundamente na vida de Jesus. Esquadrinhe a pessoa dEle.

“E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, (…),para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição(…)” (Fp 3:8, 10)

3 — Entenda o que você professa crer
Passei então a me cercar de literatura para entender racionalmente qual era a proposta do cristianismo (e do adventismo, no meu caso) para que eu pudesse de fato pisar com segurança no terreno que estava entrando, conhecer o verdadeiro objeto da minha fé.

Convicções e crenças afetam profundamente nossa maneira de viver. Se uma pretensa convicção não influencia a vida, é porque ela ainda não foi de todo admitida pela razão. Essa não admissão pode ser tanto pela falta de evidências ou argumentos suportem a crença em questão, ou pela negligência indolente em relação a mesma. Você só descobrirá o sentido (o falta dele) de suas crenças se investigá-las a fundo nas Escrituras. Para que haja progresso na experiência cristã é necessária um contínua busca pela verdade. Se você se considera nulo de conhecimento, não se envergonhe. Comece pelo começo e prossiga, ainda que lentamente, no estudo da Bíblia.

Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. (Hb 2:1)

4 — Não guarde esqueletos no armário
Não deixe questões mal resolvidas quanto a sua fé. Se essas forem negligenciadas, “jogadas para baixo do tapete”, elas vão fermentar em sua mente a ponto estourar em incredulidade. Questões como inerrância da Bíblia, Inferno Eterno, a bondade de Deus e o problema do mal, criação x evolução, são alguns exemplos daquilo angustia a mente de muitos cristãos que fazem “vista grossa” a esses assuntos. Procure livros confiáveis, sermões no teológicos no YouTube e converse com seu pastor sobre os assuntos que afligem e comprometem sua relação com Deus.

5 — Tenha amigos tementes a Deus próximos de você
Tive amigos (aliás, tenho até hoje) em que podia realmente abrir meu coração sem medo de julgamentos. Orávamos e estudávamos a Bíblia em grupo com um entusiasmo que era compartilhado por todos. Em nossos encontros, era comum que em momentos aleatórios alguém começasse a cantar algum hino e todos seguíamos em coro. Muita alegria e descontração caracterizavam nossas reuniões. Sentia realmente a amizade de Cristo no meio de todos eles.

À esquerda: meu antigo quarteto acapela 3MA. À direita: um encontro com uma parte dos meus amigos da IASD Parangaba em Fortaleza. Muitos desse tempo não se encontram nas fotos, mas a amizade de todos foi muito importante nesse momento de amadurecimento. (Acervo pessoal)

Paulo tinha amigos que o confortavam em seus momentos de dor e angústia. Lutero era constantemente apoiado por Felipe Melâncton. Jesus ordena aos 70 discípulos irem aos pares em missão. Em momentos de crise de fé, um bom amigo cristão pode realmente ajudar a sair dessa situação. Procure alguém que seja temente a Deus e o anime biblicamente na fé com as promessas de Deus e não com jargões vazios do meio gospel. Alguém que esteja disposto a orar por você e com você. Um amigo que quer compartilhar a volta de Cristo. Desfrutar desse companheirismo na jornada cristã é um privilégio que podemos ter para experimentar que realmente é “melhor serem dois do que um” (Ec 4:9).

Conclusão
Se somos propensos a questionar a realidade material/social ao nosso redor, mais ainda seremos quanto a espiritual, que não enxergamos. Entretanto questionar o sentido das coisas é sadio e produz amadurecimento. Se eu não tivesse sido “espetado” por essa crise talvez estaria morto por dentro agora, mas Jesus veio para me dar vida em abundância (Jo 10:10). O convite de viver em novidade de vida é real. Podemos todos os dias escapar da eterna mesmice da vida e da experiencia religiosa quando buscamos o sentido dessa em nossa vida. Cada novo aspecto descoberto mostra novas possibilidades para nossa existência até o dia do Senhor. Que Deus o ajude em sua busca, lembrando sempre que:

Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.

Jeremias 29:13

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Lição 3 11 a 17 de janeiro Do mistério à revelação

Sábado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR: “Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque Dele é a sabedoria e o poder” (Dn 2:20).
LEITURAS DA SEMANA: Dn 2:1-49; At 17:28; Sl 138; Jo 15:5; Dt 32:4; 1Pe 2:4
Nas águas que cercam a Groenlândia há icebergs de muitos tamanhos. Às vezes, os pequenos blocos de gelo se movem em uma direção, enquanto suas contrapartes imensas flutuam para outra. Os ventos da superfície conduzem os pequenos blocos, enquanto as enormes massas de gelo são levadas pelas correntes oceânicas profundas. Considerar a ascensão e a queda das nações ao longo da História é como explicar os ventos da superfície e as correntes oceânicas. Os ventos representam tudo que é mutável e imprevisível, assim como a vontade humana. Porém, outra força ainda mais poderosa e muito semelhante às correntes oceânicas atua simultaneamente com essas rajadas e ventanias. É a ação segura dos propósitos sábios e soberanos de Deus. Como disse Ellen G. White: “Como as estrelas no vasto circuito de sua indicada órbita, os desígnios de Deus não conhecem adiantamento nem tardança” (O Desejado de Todas as Nações, p. 32). Embora a ascensão e a queda de nações, ideologias e partidos políticos pareçam acontecer apenas a critério do capricho humano, ­Daniel 2 mostra que o Deus do Céu é quem realmente conduz a História humana para seu grande final.
Dez Dias de Oração e Resgate: utilize o relatório atualizado da secretaria da igreja para organizar a visitação às pessoas que precisam ser resgatadas. Mobilize as Unidades de Ação e os Pequenos Grupos.
Domingo, 12 de janeiro
A imanência de Deus
1. Leia Daniel 2:1-16. Qual foi a crise que os hebreus enfrentaram por causa do sonho que o Senhor deu ao rei?
Os sonhos eram levados a sério no mundo antigo. Quando um sonho parecia um mau presságio, muitas vezes ele indicava um desastre iminente. Assim, é compreensível que Nabucodonosor ficasse tão ansioso com um sonho do qual, para tornar as coisas ainda mais agourentas, ele não conseguia mais se lembrar. Sábios babilônios acreditavam que os deuses pudessem revelar a interpretação dos sonhos, mas, no caso desse sonho, não havia nada que os especialistas pudessem fazer porque o rei havia se esquecido do sonho. Se o conteúdo do sonho lhes fosse transmitido, eles encontrariam uma interpretação que agradasse ao rei. Entretanto, naquela situação sem precedentes, quando os especialistas foram incapazes de dizer ao rei do que o sonho se tratava, eles foram forçados a admitir que ninguém havia que pudesse “revelar diante do rei” o seu sonho e a sua interpretação, “senão os deuses, e estes não moram com os homens” (Dn 2:11).
Frustrado, o rei ordenou que os sábios de Babilônia fossem mortos. Tal atrocidade não era desconhecida no mundo antigo. Fontes históricas atestam que, por causa de uma conspiração, Dario I mandou executar todos os magos, e Xerxes ordenou que fossem mortos os engenheiros que tinham construído uma ponte que acabou desmoronando. Quando Nabucodonosor publicou seu decreto, Daniel e seus companheiros haviam acabado de concluir o treinamento e tinham sido admitidos no círculo de especialistas do rei. Por isso, o decreto de morte se aplicava também a eles. Na realidade, o idioma original sugere que o assassinato teria começado imediatamente, e Daniel e seus amigos seriam executados em seguida. Mas Daniel, “avisada e prudentemente” (Dn 2:14), abordou Arioque, o homem encarregado de efetuar as execuções. Por fim, Daniel pediu tempo ao rei para decifrar o mistério. Curiosamente, embora o rei tivesse acusado os magos de tentar “ganhar tempo”, ele prontamente atendeu ao pedido de Daniel. Aquele jovem hebreu certamente concordava com a afirmação dos magos de que nenhum ser humano podia resolver aquele mistério, mas o servo do Senhor também conhecia o Deus que podia revelar tanto o conteúdo quanto a interpretação do sonho.
Os teólogos falam sobre a “imanência” de Deus. Embora distinto da criação, Ele pode estar próximo dela. O sonho que o Senhor deu a Nabucodonosor seria uma prova de que Ele é muito imanente em relação aos seres humanos? (Veja também At 17:28).
Segunda-feira, 13 de janeiro
A oração
Daniel imediatamente reuniu seus três amigos para uma sessão de oração, explicando que eles seriam executados se Deus não revelasse o sonho. Sempre que enfrentamos um grande problema, também devemos reconhecer que o Senhor é grande o bastante para resolver até mesmo os desafios mais insolúveis.
2. Leia Daniel 2:17-23. Quais foram os dois tipos de oração feitos pelo profeta?___________________________________________________________________________________
Dois tipos de oração são mencionados nesse capítulo. O primeiro é uma petição de Daniel a Deus para que Ele revelasse o conteúdo do sonho e sua interpretação (Dn 2:17-19). As palavras dessa oração não são conhecidas, mas a Bíblia declara que o profeta e seus amigos pediram “misericórdia ao Deus do Céu sobre o mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia” (Dn 2:18). Enquanto oravam, Deus respondeu à petição e revelou o conteúdo e a interpretação do sonho. Podemos ter certeza de que, sempre que pedirmos “misericórdia ao Deus do Céu”, nossas orações também serão ouvidas, mesmo que não seja de maneira tão dramática como vimos nessa passagem bíblica, pois o Deus de Daniel também é o nosso Senhor.
Em resposta ao fato de que o Criador atendeu sua petição, o servo de Deus e seus amigos irromperam em uma oração de gratidão e louvor. Eles louvaram a Deus porque Ele é a fonte da sabedoria e está no controle da natureza e da história política. Há aqui uma lição importante para nós. Ao orarmos e pedirmos tantas coisas a Deus, quantas vezes louvamos e agradecemos porque Ele respondeu às nossas orações? A experiência de Jesus com os dez leprosos apresenta uma ilustração apropriada da ingratidão humana. Dos dez que haviam sido curados, apenas um retornou “para dar glória a Deus” (Lc 17:18). A resposta de Daniel não apenas nos lembra da importância do agradecimento e do louvor, mas também revela o caráter do Deus a quem oramos. Quando rogamos ao Senhor, podemos crer que Ele fará o que é melhor para nós; portanto, devemos sempre ­louvá-Lo e agradecer-Lhe.
Leia o Salmo 138. Como essa oração de ação de graças pode ajudá-lo a ser grato a Deus, independentemente das circunstâncias em que você se encontra?

Terça-feira, 14 de janeiro
A estátua: parte 1
3. O que foi dito em Daniel 2:24-30? Por que é tão importante que sempre nos lembremos dessas palavras? (Veja também Jo 15:5)
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Em resposta à oração, Deus revelou o conteúdo do sonho e sua interpretação. E Daniel não hesitou em contar ao rei que a solução para o mistério veio do Deus do Céu. Além disso, antes de relatar o conteúdo do sonho e sua interpretação, ele mencionou os pensamentos e preocupações não expressos do rei quando este ficou sem dormir em sua cama. Essa informação circunstancial enfatizou ainda mais a credibilidade da mensagem, pois esse conteúdo era conhecido apenas pelo rei e foi revelado a Daniel mediante um poder sobrenatural. No entanto, ao relatar o conteúdo do sonho, o jovem hebreu arriscou desencadear outra crise, pois o sonho não era necessariamente uma boa notícia para Nabucodonosor.
4. Leia Daniel 2:31-49. De acordo com o sonho, qual era o destino do reino de Nabucodonosor? Assinale a alternativa correta:
A.(  ) Ser substituído pela prata, representação do Império Medo-Persa.
B.(  ) Ser substituído pelo ferro, representação do Império Romano.
O sonho consistia em uma estátua majestosa, com sua cabeça “de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze; as pernas, de ferro, os pés, em parte de ferro, em parte, de barro” (Dn 2:32, 33). Por fim, uma pedra “feriu a estátua nos pés” (Dn 2:34), e toda a estrutura foi destruída e espalhada como palha ao vento. Daniel explicou que os diferentes metais representavam sucessivos reinos que substituiriam um ao outro ao longo da História. Para Nabucodonosor, a mensagem era clara: Babilônia, com todo o seu poder e glória, seria substituída por outro reino, que seria seguido por outros até que um reino de natureza completamente diferente os substituiria: o reino eterno de Deus, que durará para sempre.
Observe como as coisas humanas são fugazes e temporárias. O que esse fato nos ensina sobre a grande esperança que temos somente em Jesus (veja Jo 6:54; 2Co 4:18)?
Quarta-feira, 15 de janeiro
A estátua: parte 2

5. Leia novamente o sonho e sua interpretação (Dn 2:31-49). O que isso nos ensina sobre a presciência de Deus acerca da História do mundo?
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A profecia expressa pelo sonho de Nabucodonosor apresenta um esboço profético geral e funciona como o parâmetro para abordar as profecias mais detalhadas de Daniel 7, 8 e 11. Além disso, Daniel 2 não é uma profecia condicional, mas uma profecia apocalíptica: uma predição definitiva do que Deus anteviu e realizaria no futuro.

1. A cabeça de ouro representa Babilônia (626–539 a.C.). De fato, nenhum outro metal poderia representar melhor o poder e a riqueza do Império Babilônico do que o ouro. A Bíblia a chama de “a cidade dourada” (Is 14:4, ARC) e “um copo de ouro na mão do SENHOR” (Jr 51:7; compare com Ap 18:16). Heródoto, antigo historiador, relatou que uma abundância de ouro embelezava a cidade.

2. O peito e os braços de prata representam a Média-Pérsia (539–331 a.C.). Como a prata é menos valiosa que o ouro, o Império Medo-Persa nunca alcançou o esplendor do Império Babilônico. Além disso, a prata era também um símbolo apropriado para os persas porque eles a usavam em seu sistema de tributação.

3. O ventre e os quadris de bronze simbolizam a Grécia (331–168 a.C.). Ezequiel 27:13 descreve os gregos negociando objetos de bronze. Os soldados gregos eram conhecidos por sua armadura de bronze. Seus capacetes, escudos e machados de batalha eram feitos desse metal. Heródoto afirmou que Psamético I, do Egito, viu nos invasores piratas gregos o cumprimento de um oráculo que prenunciava “homens de bronze vindos do mar”.

4. As pernas de ferro representam apropriadamente Roma (168 a.C.– 476 d.C.). Como Daniel explicou, o ferro representava o poder esmagador do Império Romano, que durou mais do que qualquer um dos reinos anteriores. O ferro era um metal perfeito para representar o império.

5. Os pés em parte de ferro e em parte de barro representam uma Europa dividida (476 d.C.–Segunda vinda de Cristo). A mistura do ferro com o barro apresenta uma imagem adequada do que ocorreu após a desintegração do Império Romano. Embora muitas tentativas tenham sido feitas para unificar a Europa, desde alianças matrimoniais entre as casas reais até a atual União Europeia, a divisão e a desunião prevaleceram e, de acordo com a profecia, permanecerão assim até que Deus estabeleça o reino eterno.
Quinta-feira, 16 de janeiro
A pedra
6. Leia Daniel 2:34, 35, 44, 45. O que esses versos revelam sobre o destino final de nosso mundo? Assinale a alternativa correta:
A.(  ) O reino de Deus substituirá todos os outros e será eterno.

B.(  ) Haverá outro império que substituirá o reino de Deus.

foco do sonho está no que acontecerá nos “últimos dias” (Dn 2:28). Por mais poderosos e ricos que tenham sido, os reinos de metal (e barro) nada mais são que um prelúdio do estabelecimento do reino representado pela pedra. Enquanto, até certo ponto, os metais e o barro podem ser produtos de manufatura humana, a pedra do sonho não é tocada por mãos humanas. Em outras palavras, embora cada um dos reinos anteriores deva chegar ao fim, o reino representado pela pedra durará para sempre. A metáfora da rocha, portanto, muitas vezes simboliza Deus (por exemplo, Dt 32:4; 1Sm 2:2; Sl 18:31), e a pedra também pode ser uma representação do Messias (Sl 118:22; 1Pe 2:4, 7). Sendo assim, nada é mais apropriado do que a figura de uma pedra para simbolizar o estabelecimento do reino eterno de Deus.
Alguns defendem que o reino representado pela pedra foi estabelecido durante o ministério terrestre de Jesus e que a propagação do evangelho é um indício de que o reino de Deus tomou conta do mundo inteiro. No entanto, o reino da pedra passará a existir somente depois que os quatro principais reinos caírem, e a história humana chegar aos dias dos reinos divididos, representados pelos pés e dedos da estátua. Esse fato descarta o cumprimento durante o primeiro século, pois o ministério terrestre de Jesus ocorreu durante o domínio do Império Romano, o quarto reino.
Mas a pedra deu lugar a uma montanha. Isto é, “a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a Terra” (Dn 2:35). Uma montanha como essa evoca o Monte Sião, o lugar em que ficava o templo, a representação concreta do reino terrestre de Deus nos tempos do Antigo Testamento. Curiosamente, a pedra cortada do monte se torna uma montanha, que segundo o texto já existe e provavelmente aponta para a Sião celestial, o santuário celestial, de onde Cristo virá para estabelecer Seu reino eterno. Esse reino encontrará seu cumprimento final na Jerusalém que descerá do Céu (Ap 21:1-22:5).
Primeiro Deus - Peça a Deus que o ajude a ser atencioso e cortês durante esse dia


Até agora verificamos que as informações de Daniel 2 sobre todos os reinos estão corretas. Por que, então, é tão lógico e sábio confiar em sua profecia sobre a vinda do reino final e eterno de Deus? Por que é tão insensato não acreditar na profecia?
Sexta-feira, 17 de janeiro
Estudo adicional
É instrutivo ver que a estátua de Daniel 2 era feita de ouro e prata, metais relacionados ao poder econômico. Ela também era feita de bronze e ferro, usados para ferramentas e armas, e de barro, usado no mundo antigo para fins literários e domésticos. Assim, a estátua apresenta uma descrição vívida da humanidade e de suas realizações. De modo apropriado, as distintas partes anatômicas da estátua expressam a sucessão de reinos mundiais e a desunião final que prevalecerá nos últimos dias da História. Porém, a pedra foi descrita como algo realizado “sem auxílio de mãos” (Dn 2:45), um poderoso lembrete do fim sobrenatural que virá a este mundo transitório e a todas as suas realizações.
Embora, “a olho nu, a história humana possa parecer uma caótica interação entre forças contrárias [...], Daniel nos assegurou que, por trás de tudo isso, está Deus, observando de cima e agindo no meio delas para realizar o que Ele entende ser o melhor” (William H. Shea, Daniel: A Reader’s Guide, Nampa, ID: Pacific Press, 2005, p. 98).
Perguntas para discussão
1. Como é bom saber que, em meio a todo o caos e sofrimento deste mundo caído, Deus está no controle e concluirá todas as coisas de maneira gloriosa! Até lá, qual é a nossa função em buscar fazer o bem para aliviar as aflições que existem ao nosso redor?
2. Por que Daniel e os cativos trabalharam de modo tão próximo e leal a um líder pagão que causou tanto dano ao povo de Israel?
3. Alguns argumentam que a pedra cortada sem auxílio de mãos se refere à propagação do evangelho. Esse é um equívoco por várias razões, entre as quais a afirmação de que a pedra esmagaria os reinos anteriores, e o vento os levaria, e deles não se veriam mais vestígios (Dn 2:35). Isso não ocorreu após a cruz. Além disso, algumas tentativas de identificar o reino da pedra com a igreja deixam de observar que esse reino substitui as outras formas de domínio humano. É um reino que abrange todo o mundo. Por isso, somente a segunda vinda de Jesus cumprirá o clímax dessa profecia. Por que, então, a volta de Cristo é a única interpretação sensata para a ação da pedra no fim dos tempos?

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

lição da escola sabatina-De Jerusalém a Babilônia


Sábado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR: “Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos” (Dn 1:17).
LEITURAS DA SEMANA: 2Rs 21:10-16; Dn 1; Gl 2:19, 20; Mt 16:24-26; 2Co 4:17; Tg 1:5

A Bíblia não se esquiva de mostrar as fraquezas da humanidade caída. De Gênesis 3 em diante, a pecaminosidade humana e seus tristes resultados são revelados com destaque. Ao mesmo tempo, também vemos casos de pessoas que demonstraram grande fidelidade a Deus, mesmo quando confrontadas com incentivos poderosos para serem qualquer coisa, menos fiéis. E alguns dos exemplos mais intensos dessa fidelidade se encontram no livro de Daniel.
Entretanto, ao estudarmos esse livro, tenhamos em mente que o verdadeiro herói da narrativa é Deus. Estamos tão acostumados com histórias que enfatizam a fidelidade de Daniel e de seus amigos que podemos nos esquecer de exaltar a fidelidade Daquele que guiou e sustentou aqueles quatro jovens ao enfrentarem o poder e a sedução do Império Babilônico. Ser fiel já é um grande desafio em nosso país e em nossa localidade, quanto mais quando enfrentamos a pressão de um país, cultura e religião estrangeiros. Mas os protagonistas humanos enfrentam os desafios porque, como o apóstolo Paulo, eles sabem em quem têm crido (2Tm 1:12) e confiam Nele.

Dez Dias de Oração e Resgate: Deus chama cada igreja para um desafio em 2020 – batizar no mínimo um ex-adventista no sábado, dia 15/2, no programa especial do Reencontro, no fim dos Dez Dias de Oração. Você aceita essa missão?
Domingo, 05 de janeiro                                                               
A soberania de Deus

À primeira vista, o livro de Daniel começa com um sombrio tom de derrota. Judá havia se rendido a Nabucodonosor e os utensílios do templo tinham sido levados de Jerusalém para a terra de Sinar. A palavra Sinar aparece na Bíblia em Gênesis 11:2 como sendo a localização da Torre de Babel. Sinar é um indício nefasto, pois faz alusão a um projeto firmado em aberta rebeldia para com Deus. Porém, embora os construtores de Babel tivessem fracassado na tentativa de alcançar o céu, as aparências exteriores sugeriram que Nabucodonosor e seus deuses, localizados na terra de Sinar, tinham dominado o Deus da aliança de Israel.

No entanto, as frases iniciais do livro de Daniel deixam claro que a derrota de Jerusalém não foi creditada ao poder superior do rei babilônico; em vez disso, ocorreu porque “O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá” (Dn 1:2). Muito antes, Deus havia anunciado que, se o Seu povo O esquecesse e quebrasse a aliança, Ele os enviaria como cativos para uma terra estrangeira. Portanto, Daniel sabia que, por trás e além do poder militar de Babilônia, o Deus do Céu estava comandando a marcha da História. Essa visão clara da soberania de Deus sustentou os jovens hebreus e lhes deu força e coragem para enfrentar a tentação e a pressão do Império Babilônico.
1. Leia 2 Reis 21:10-16; 24:18-20 e Jeremias 3:13. Por que Deus entregou Judá e Jerusalém nas mãos dos babilônios? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Porque Judá e Jerusalém fizeram o que era mau perante o Senhor.
B. ( ) Por causa do poder irresistível de Babilônia.
Ao enfrentarmos os desafios do século 21, precisamos retomar a percepção de Deus tão vividamente refletida no livro de Daniel. De acordo com o profeta, o Senhor a quem servimos não apenas dirige as forças da História por Sua soberania, mas também intervém misericordiosamente na vida de Seu povo para conceder-lhe auxílio crucial em tempos de necessidade. E, como veremos mais adiante, Deus fará por Seu povo no tempo do fim o que fez pelos cativos hebreus, independentemente dos vários ataques a eles e à sua fé.


P Primeiro Deus - Os recursos que Deus lhe deu estão sendo usados para promover o Reino de Deus na Terra?
Quais desafios você enfrenta, de fontes externas, de dentro da igreja ou de seus defeitos de caráter? Como você pode se apoiar no pode rimeiro Deus - Os recursos que Deus lhe deu estão sendo usados para promover o Reino de Deus na Terra?

Quais desafios você enfrenta, de fontes externas, de dentro da igreja ou de seus defeitos de caráter? Como você pode se apoiar no poder de Deus para vencer o que está diante de você?


Segunda-feira, 06 de janeiro
Fé sob pressão
2. Leia Daniel 1. Os jovens hebreus foram pressionados a se enquadrarem a quais aspectos da cultura de Babilônia?
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Quando chegaram a Babilônia, aqueles quatro jovens tiveram que enfrentar um perigoso desafio à sua fé e às suas convicções: eles foram selecionados para receber treinamento especial para servir ao rei. Os antigos reis costumavam recrutar alguns de seus melhores cativos para servir no palácio real e, assim, transferir sua lealdade ao rei e aos deuses do império que os haviam capturado. De fato, todo o processo pretendia efetuar algum tipo de conversão e doutrinação que resultasse em uma mudança de visão de mundo. Como parte desse processo, os cativos hebreus tiveram seus nomes alterados. Um novo nome sinalizava uma mudança de propriedade e uma mudança de destino. Portanto, ao renomear os cativos, os babilônios pretendiam exercer autoridade sobre eles e forçá-los a assimilar os valores e a cultura da Babilônia. Seus nomes originais, que apontavam para o Deus de Israel, foram substituídos por nomes que honravam as divindades estrangeiras. Além disso, o rei determinou que os rapazes comessem da comida de sua mesa. Comer da comida do rei tinha profundas implicações na Antiguidade. Significava completa lealdade ao rei e refletia dependência dele. E, como a comida era geralmente oferecida ao deus ou aos deuses do império, comer também tinha um profundo sentido religioso. Evidentemente, isso significava aceitar o sistema de adoração do rei e participar dele.

Portanto, Daniel e seus companheiros se encontravam em circunstâncias desafiadoras. Para que eles permanecessem fiéis a Deus e sobrevivessem ao poder opressor do sistema imperial era necessário nada menos que um milagre. Para complicar ainda mais, a cidade de Babilônia também se mantinha como uma expressão monumental da realização humana. A beleza arquitetônica dos templos babilônicos, os jardins suspensos e o rio Eufrates, serpenteando pela cidade, transmitiam uma imagem de poder e glória insuperáveis. Assim, Daniel e seus amigos receberam uma oportunidade de promoção e a chance de desfrutar dos benefícios e prosperidade desse sistema. Eles poderiam deixar de ser cativos hebreus e se tornarem oficiais reais. Transigiriam eles em seus princípios para trilhar o caminho fácil para a glória?
De que maneira esses rapazes poderiam ter racionalizado a decisão de transigir com suas convicções? Você enfrenta desafios semelhantes, ainda que sejam mais sutis?
Terça-feira, 07 de janeiro
Firme decisão
3. Em Daniel 1:7-20, vemos dois fatores em ação: o livre-arbítrio de ­Daniel e a intervenção de Deus. Além disso, que princípio importante aparece no texto?
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Parece que os quatro cativos hebreus não se opuseram aos nomes babilônicos que lhes foram dados. Muito provavelmente, não havia nada que pudessem fazer quanto a isso, além de usar seus nomes hebraicos entre si. Mas em relação à comida e ao vinho da mesa do rei, certamente eles tinham o poder de decidir consumi-los ou não. Portanto, a livre escolha dos quatro homens foi muito importante naquele momento.
No entanto, se um oficial podia alterar seus nomes, ele também poderia alterar o cardápio. Há duas razões prováveis pelas quais os quatro não quiseram comer da mesa do rei.
Primeiramente, as refeições da mesa do rei poderiam conter carnes imundas (Lv 11). Em segundo lugar, a comida era oferecida primeiramente à imagem do deus [babilônio] e depois enviada ao rei para seu consumo. Portanto, quando Daniel, sem recorrer ao subterfúgio ou ao engano, deixou claro que seu pedido tinha uma motivação religiosa, ou seja, a comida no palácio contaminaria a ele e a seus amigos (Dn 1:8), ele estava sendo muito corajoso.
Quando analisamos a interação entre Daniel e o oficial babilônio, alguns pontos importantes se destacam. Primeiro, Daniel parecia entender bem a difícil posição do oficial. Por isso, ele propôs um teste. Dez dias para o consumo das refeições alternativas deviam ser suficientes para demonstrar os benefícios da dieta e, assim, acabar com os medos do oficial. Segundo, a certeza de Daniel de que o resultado seria muito positivo em tão pouco tempo originava-se de sua confiança absoluta em Deus. Terceiro, a escolha de uma dieta à base de vegetais e água aponta para a comida que Deus havia concedido à humanidade na criação (veja Gn 1:29), um fato que pode também ter influenciado a escolha de Daniel. Afinal, qual dieta poderia ser melhor do que a que Deus nos deu originalmente?
Por que a livre escolha de Daniel foi tão importante a ponto de abrir o caminho para que Deus agisse (veja Dn 1:9)? Quais lições podemos extrair desse relato sobre a importância de nossas decisões? Como nossa confiança em Deus deve impactar nossas escolhas?
Quarta-feira, 08 de janeiro
Imaculado e sábio

Daniel e seus companheiros foram escolhidos para o serviço real porque se encaixavam no perfil estabelecido por Nabucodonosor. De acordo com o rei, os oficiais do palácio deviam ser “sem nenhum defeito” e de “boa aparência” (Dn 1:4). Curiosamente, os sacrifícios e as pessoas que serviam no santuário não deviam ter “defeito” (Lv 21:16-24; 22:17-25). O rei da Babilônia parecia se comparar ao Deus de Israel na medida em que ele exigia qualificações semelhantes para aqueles que serviam em seu palácio. Por outro lado, essas qualificações podem sugerir casualmente que Daniel e seus compatriotas teriam sido sacrifícios vivos para o Senhor ao enfrentarem os desafios do Império Babilônico.
4. Leia Gálatas 2:19, 20, Mateus 16:24-26 e 2 Coríntios 4:17. De acordo com esses versos, como podemos permanecer fiéis em meio às tentações que enfrentamos? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Confiando em nós mesmos e em nossa capacidade.
B. ( ) Negando a nós mesmos e perseverando na fé.
Deus honrou a lealdade dos quatro cativos hebreus e, ao final dos dez dias, eles pareciam mais saudáveis e mais nutridos do que os outros que comeram da mesa real. Assim, Deus concedeu aos Seus quatro servos “o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria”, e somente a Daniel o Senhor “deu inteligência de todas as visões e sonhos” (Dn 1:17). Esse dom desempenhou uma função significativa no ministério profético de Daniel.
Assim como Deus honrou a fé de seus servos na corte de Babilônia, Ele nos dá sabedoria ao enfrentarmos os desafios do mundo. A partir da experiência de Daniel e de seus companheiros, percebemos que é realmente possível permanecer incontaminados dos elementos corruptores da nossa sociedade. Também aprendemos que não precisamos nos isolar da sociedade e de sua vida cultural para servir a Deus. Daniel e seus companheiros não apenas viveram em meio a uma cultura fundamentada em mentiras, erros e mitos, mas foram instruídos nessas mentiras, erros e mitos. Contudo, eles permaneceram fiéis.
Não importa onde vivamos, enfrentamos o desafio de permanecer fiéis ao que acreditamos em meio a influências culturais e sociais contrárias a essa crença. Identifique as influências negativas em sua cultura. Você está resistindo a essas influências?

Quinta-feira, 09 de janeiro
A prova final
5. Leia Daniel 1:17-21. Qual foi o segredo para o sucesso dos quatro jovens? (Veja também Jó 38:36; Pv 2:6; Tg 1:5).
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Depois de três anos de treinamento na “Universidade da Babilônia”, os quatro hebreus foram levados perante o rei para a prova final. Eles não eram apenas mais saudáveis do que os outros alunos, mas também os superaram em conhecimento e sabedoria. Os quatro foram imediatamente contratados para servir ao rei. Não devemos nos esquecer de que esse conhecimento e sabedoria evidentemente incluíam muito paganismo. No entanto, eles aprenderam mesmo assim, e aprenderam muito bem, ainda que não acreditassem nessas coisas.
Nabucodonosor pode ter pensado que esse sucesso estivesse relacionado com a dieta do palácio e ao programa de treinamento ao qual os quatro alunos haviam sido submetidos. No entanto, Daniel e seus companheiros sabiam (e a narrativa mostra isso claramente) que seu desempenho superior não foi devido ao sistema babilônico. Tudo tinha vindo de Deus. Que exemplo poderoso do que o Senhor pode fazer por aqueles que confiam Nele! Não devemos temer o poder opressor da mídia, dos governos e de outras instituições que ameaçam destruir nossa identidade como filhos de Deus. Quando colocamos nossa confiança em Deus, podemos ter a certeza de que Ele pode nos sustentar em momentos difíceis e nos preservar contra todas as adversidades. O segredo é fazermos escolhas certas quando confrontados com desafios à nossa fé.
Observando Daniel 1, aprendemos algumas lições muito importantes sobre Deus: (1) Ele está no controle da História. (2) O Senhor concede sabedoria para que possamos nos orientar no ambiente hostil de nossa cultura e sociedade. (3) Ele honra os que confiam Nele mediante a convicção interior e o estilo de vida.
O capítulo conclui indicando que “Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro” (Dn 1:21). A menção a Ciro nesse verso é significativa: ela apresenta um vislumbre de esperança em meio a uma experiência de exílio. Ciro foi o escolhido por Deus para libertar Seu povo e permitir que ele voltasse para Jerusalém. Embora o capítulo comece com a derrota e o exílio, ele conclui com um vislumbre de esperança e uma volta ao lar. Este é o nosso Deus: nos momentos mais difíceis da nossa vida, Ele sempre abre uma janela de esperança para que vejamos a glória e a alegria que estão além do sofrimento e da dor.
Primeiro Deus - Desconfie sempre do seu poder e capacidade. Isso fará você confiar cada vez mais em Cristo.

Sexta-feira, 10 de janeiro
Estudo adicional
“Daniel e seus companheiros, em Babilônia, foram aparentemente mais favorecidos pelas circunstâncias em sua juventude do que José, nos primeiros anos de sua vida no Egito; no entanto, estiveram sujeitos a provas de caráter quase tão severas como as dele. Vindo de seu lar hebreu, de relativa simplicidade, esses jovens da linhagem real foram transportados à mais magnificente das cidades, para a corte de seu maior rei, e separados, a fim de ser instruídos para o serviço especial do palácio. As tentações que os cercavam naquela corte corrupta e luxuosa eram fortes. O fato de que eles, os adoradores de Jeová, eram cativos em Babilônia, de que os utensílios da casa de Deus tinham sido postos no templo dos deuses daquela cidade e de que o próprio rei de Israel era prisioneiro nas mãos dos babilônios era orgulhosamente mencionado pelos vitoriosos como evidência de que sua religião e seus costumes eram superiores aos dos hebreus. Sob tais circunstâncias, e por meio das próprias humilhações ocasionadas pelo afastamento de Israel dos mandamentos de Deus, Ele apresentou a Babilônia evidências de Sua supremacia, da santidade de Suas ordens e do resultado certo da obediência. E esse testemunho Ele deu, como unicamente poderia ter dado, por meio daqueles que ainda mantinham firme sua fidelidade” (Ellen G. White, Educação, p. 54).
Perguntas para discussão
1. Fale sobre os desafios culturais e sociais que você enfrenta como cristão em sua sociedade. Quais são eles e como a Igreja pode oferecer uma resposta a esses desafios?
2. Para Daniel e seus amigos, teria sido fácil transigir quanto à sua fé; afinal, os babilônios tinham derrotado a nação judaica. O que mais era necessário para “provar” que os “deuses” babilônicos eram superiores ao Deus de Israel, e que, portanto, Daniel e seus companheiros precisavam aceitar esse fato? Nesse caso, a quais verdades bíblicas importantes eles podem ter se apegado a fim de encontrar apoio nesse período? (Jr 5:19; 7:22-34.) Por que é importante conhecer a Bíblia e entender a verdade presente?
3. Por que a fidelidade é tão importante, não apenas para nós, mas para aqueles a quem ela serve de testemunho do caráter do Senhor, a quem procuramos servir?

Respostas e atividades da semana: 1. A. 2. Os quatro hebreus foram pressionados a comer as finas iguarias do rei para que ficassem, segundo a visão do rei, inteligentes para servir em seu palácio. Eles rejeitaram as iguarias e pediram, em seu lugar, legumes e água. 3. Daniel e seus três amigos decidiram, naquilo que lhes cabia, tomar uma posição ao lado de Deus. Quanto aos seus novos nomes, não puderam fazer nada; porém, em relação à comida do rei, optaram pelos preceitos divinos. O Senhor interveio, mostrando a Aspenaz o efeito da decisão deles. 4. B. 5. O segredo foi a sabedoria concedida por Deus e a obediência ao Senhor.

MENTE SAUDÁVEL, Os cuidados para se ter uma vida mentalmente saudável.

                             Não ignore uma nova vida


Nenhuma mudança ocorrerá se você não se dispuser a isso e criar estratégias para que tudo seja diferente (Foto: Shutterstock)

Está na moda falar sobre ser a melhor versão de si mesmo. Também estão na moda os discursos motivacionais, as teorias sobre comportamento humano… Nem a física quântica escapa. Desde que o mundo é mundo, o ser humano sente a necessidade de ser melhor, de mudar.

No entanto, nunca tivemos tanta gente emocionalmente doente. E ao mesmo tempo, nunca tivemos tantos vendedores de soluções para problemas de ordem emocional. A conta parece não fechar. E não fecha mesmo! A felicidade e a realização pessoal continuam anexadas ao futuro. A gratidão foi colocada dentro de um pote e não foi cultivada no coração. A liberdade de expressão e o direito de falar o que se pensa se tornaram uma espécie de autorização para o comportamento rude. As relações continuam descartáveis.
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Eu não sou pessimista. Pelo contrário: acredito na mudança, em vida nova, em superação. Trabalho diariamente com pessoas que me procuram exatamente porque desejam viver essas coisas todas. Por isso recomendo aos meus pacientes o pote da gratidão, faço palestras motivacionais. E quero que você entenda que o problema não está em tudo o que falei no parágrafo anterior.
Uma vida velha disfarçada de nova

A questão é que é possível continuar vivendo a velha vida disfarçada de nova vida. É o que acontece com a questão espiritual, não é mesmo? Quantas vezes, ao longo de nossa jornada espiritual, nos vemos em uma “nova vida em Cristo” que, na verdade, é apenas uma velha vida disfarçada de vida cristã? O mesmo se dá em outras áreas.

Quando você assume uma nova postura a nível de discurso, mas não a faz em relação à conduta, isso é viver uma velha vida disfarçada de nova. É possível pregar o amor sem amar; postar textão sobre não se importar com o que as pessoas dizem enquanto por dentro não consegue ouvir uma crítica; defender causas nobres sem viver de acordo com elas.

O fim de ano é um período propício para se estabelecer metas, admitir novos discursos, mas é preciso avançar para muito além disso. Infelizmente, muitas decisões nunca se realizam. O que fazer, então?
Viva mudanças reais

O primeiro passo para deixar a antiga vida e iniciar uma nova é entender o que mantém a antiga ativa. Que crenças você possui que sustentam sua forma de pensar e agir? Que tipo de situações favorecem os velhos hábitos?

Após ter entendido isso, é hora de elaborar uma estratégia para superá-la. Crenças limitantes (de incapacidade, não merecimento e vulnerabilidade, por exemplo) podem ser tratadas em terapia. Algumas situações que estimulam os velhos hábitos podem ser evitadas. A rotina pode ser modificada.

Ao se permitir trabalhar crenças, alterar pensamentos e experimentar uma conduta nova, amplia-se o repertório mental e comportamental. Essa ainda não é a nova vida, mas o ensaio dela. A nova vida vem com a persistência, a constância, com o amadurecimento de uma nova mentalidade acompanhada de uma nova conduta.

É muito mais trabalhoso empenhar-se em um processo real de mudança do que se deixar levar pelos modismos. Sem perceber, podemos ignorar as oportunidades diárias que temos para mudar o rumo de nossa jornada. Podemos aderir a um discurso novo, moderno, supostamente inteligente, e nem perceber que o muito falar pode esconder poucas ações. Por isso, é preciso buscar a nova vida que é produzida por mudanças substanciais naquilo que há de mais profundo em nós.

Mais um ciclo está terminando e muitos planos serão feitos para o seguinte. Mas, a menos que haja uma mentalidade nova, haverá apenas a velha vida para ser vivida.

Diante disso, desejo que “não vos conformeis com este século, mas transformais-vos pela renovação da vossa mente […]” (Romanos 12:2).

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