SÁBADO A TARDE – 22 DE SETEMBRO 2018 – Ano Bíblico: Obadias, Jonas
VERSO PARA MEMORIZAR
“Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César” (At 27:24).
LEITURA DA SEMANA
At 27;At 28; Rm 1:18-20
Há muito tempo Paulo desejava visitar Roma, mas sua prisão em Jerusalém mudou tudo. Ao ceder à pressão legalista dos líderes da igreja de Jerusalém, ele acabou ficando sob custódia romana por quase cinco anos, incluindo o tempo gasto na viagem de navio para a Itália. Essa mudança representou um forte revés para seus planos missionários.
Apesar disso, o próprio Jesus prometeu que o apóstolo ainda testemunharia Dele em Roma (At 23:11). Mesmo quando falhamos com o Senhor, Ele ainda pode nos dar outra chance, embora nem sempre nos poupe das consequências de nossas ações. Paulo não apenas foi levado a Roma como prisioneiro, mas também não há evidência bíblica de que ele tenha ido à Espanha, como esperava fazer (Rm 15:24). Depois de ser libertado do que é conhecido como “o primeiro encarceramento romano”, Paulo foi novamente detido, dessa vez para sofrer o martírio (2Tm 4:6-8) sob a ordem de Nero, em 67 d.C.
Paulo foi a Roma. E, enquanto aguardava em prisão domiciliar para ser julgado perante o imperador, apesar de suas algemas (Ef 6:20; Fp 1:13), ele pregava sem impedimento a quem quer que fosse até ele (At 28:30, 31), inclusive para figuras importantes da casa de César (Fp 4:22).
DOMINGO, 23 DE AGOSTO 2018 – NAVEGANDO PARA ROMA – Ano Bíblico: Mq 1–4
Após ficar preso em Cesareia por cerca de dois anos (At 24:27), Paulo foi enviado a Roma. A julgar pela primeira pessoa do plural e a riqueza de detalhes usados para descrever a longa e turbulenta viagem marítima para a Itália (At 27:1–28:16), Lucas acompanhava o apóstolo, assim como outro cristão chamado Aristarco (At 27:2). Outro personagem importante na história foi o centurião romano, Júlio, responsável também por outros prisioneiros (At 27:1).
Eles partiram no final do verão. O Dia do Jejum (At 27:9) se refere ao Dia da Expiação, na segunda metade de outubro. Por causa das condições climáticas do inverno, normalmente se evitava viajar pelo Mediterrâneo entre novembro e março. Dessa vez, no entanto, eles enfrentaram dificuldades desde o início, e somente depois de muita demora chegaram à pequena baía de Bons Portos, na ilha de Creta (At 27:8).
1. Leia Atos 27:9-12. Enquanto estavam em Bons Portos, como Paulo interveio na história e como sua intervenção foi recebida?
As advertências de Paulo foram ignoradas, e eles decidiram navegar mais 65 quilômetros para o oeste, até o porto de Fenice onde poderiam passar o inverno com segurança. Infelizmente, com uma súbita mudança climática, eles pegaram uma tempestade tão violenta que a tripulação não teve outra opção senão deixar o navio ser conduzido pelo vento na direção sudoeste, para longe da terra. Logo eles começaram a lançar a carga ao mar e até mesmo alguns equipamentos do navio em uma frenética tentativa de aliviar o peso, visto que ele já começava a ser inundado pelas águas. A situação era dramática. Depois de vários dias sem a luz do sol, pouca visibilidade, chuva pesada e ventos fortes, sem saber onde estavam e em completo esgotamento, eles finalmente perderam “toda a esperança de salvamento” (At 27:20, NVI).
2. De acordo com Atos 27:21-26, qual foi a segunda intervenção de Paulo na história?
Em palavras proféticas, Paulo relatou à tripulação uma mensagem que tinha acabado de receber de Deus. Não havia motivo para se desesperarem nem perderem a esperança. Ainda haveria perigo e perda, mas todos sobreviveriam.
Por que um servo do Senhor como Paulo teve que sofrer? O que aprendemos com isso?
SEGUNDA-FEIRA, 24 DE SETEMBRO 2018 – O NAUFRÁGIO – Ano Bíblico: Mq 5–7
Em sua segunda intervenção na história, Paulo assegurou a todos os que estavam a bordo – 276 pessoas no total (At 27:37) – que, apesar de que nem tudo sairia bem, não haveria mortes; somente o navio afundaria (At 27:22). Quatorze dias depois, as palavras do apóstolo se cumpriram. Ainda sob a terrível tempestade e com o navio completamente à deriva, os marinheiros sentiram que estavam próximos da terra firme, possivelmente porque podiam ouvir o barulho da rebentação das ondas (At 27:27). Depois de sondarem a profundidade por diversas vezes, e temendo que o navio se chocasse contra as rochas ao longo da costa, eles lançaram quatro âncoras da popa para reduzir a velocidade do navio; enquanto isso, pediam desesperadamente aos seus deuses que o dia logo amanhecesse (At 27:28, 29).
3.Leia Atos 27:30-44. Quais lições podemos aprender com essa história?
No início da viagem, o centurião tratou Paulo de modo favorável, mas ele não tinha motivos para confiar no julgamento náutico do apóstolo. Após duas semanas, no entanto, as coisas mudaram. Paulo já havia ganhado o respeito do centurião, com sua intervenção profética sobre o naufrágio (At 27:21-26) que se aproximava de seu cumprimento.
Paulo exortou todos a bordo a se alimentarem, caso contrário não teriam forças para nadar e chegar à terra firme. A Providência divina não nos isenta de fazer o que normalmente seria nosso dever. “Ao longo dessa narrativa, mantém-se um equilíbrio entre a garantia de Deus quanto à segurança daqueles homens e os esforços deles para assegurar que isso acontecesse” (David J. Williams, Acts. Grand Rapids, MI: Baker Books, 1990, p. 438).
Com a aproximação da manhã, os marinheiros avistaram a terra – uma baía onde decidiram encalhar o navio. No entanto, o navio nunca chegou à praia. Em vez disso, atingiu um banco de areia e acabou se rompendo pela força das ondas. O plano dos soldados de matar os prisioneiros para evitar que fugissem foi interrompido pelo centurião, principalmente por causa de Paulo. No fim, ninguém perdeu a vida, exatamente como Deus havia prometido.
5. De acordo com Atos 28:17-22, o que Paulo fez assim que se estabeleceu?
Embora Paulo não pudesse ir à sinagoga, a sinagoga podia vir até ele. Portanto, logo após sua chegada, e seguindo a política de ir primeiramente aos judeus (Rm 1:16), ele convocou os líderes judaicos locais para declarar sua inocência e explicar, como o fizera anteriormente, que ele não havia sido preso por nenhuma outra razão senão pela esperança de Israel (At 23:6; 24:15; 26:6-8). Sua intenção não era tanto se defender, mas criar uma atmosfera de confiança que lhe permitisse pregar o evangelho, mostrando como a ressurreição de Jesus era o cumprimento da antiga esperança de Israel. Surpresos por não terem recebido nenhuma informação de Jerusalém sobre Paulo, os judeus decidiram ouvi-lo.
6.Leia Atos 28:24-31. Qual foi o objetivo de Paulo ao citar Isaías nesse contexto?
A citação de Isaías 6:9 e 10 descreve o que acontece quando as pessoas se recusam a aceitar a mensagem divina. Embora alguns judeus tivessem crido, outros não o fizeram; e, por causa da confusão que se formou, o apóstolo não teve escolha senão, mais uma vez, voltar-se para os gentios (At 13:46, 47; At 18:6).
Paulo teve que esperar dois anos para ser julgado pelo imperador. Enquanto isso, embora restrito à sua prisão domiciliar, ele pôde compartilhar o evangelho sem restrição com aqueles que vinham até ele. A última cena de Atos enfatiza a vitória do evangelho, pois nenhuma força judaica nem romana conseguiu interromper seu progresso.
Não está claro por que Lucas conclui seu livro nesse ponto, pois há evidências de que, por causa da fragilidade do caso contra Paulo, ele foi posto em liberdade, realizou outra viagem missionária e foi novamente levado para Roma e executado (2Tm 4:6-8). Tendo em vista o propósito literário de Lucas, talvez o fato de que o evangelho havia sido pregado até mesmo na distante cidade de Roma indicava que ele já havia alcançado os “confins da Terra” (At 1:8).
“A paciência e o bom ânimo de Paulo durante sua longa e injusta prisão, bem como sua coragem e fé, eram um constante sermão. Seu espírito, tão diferente do espírito do mundo, dava testemunho de que um poder mais alto que o da Terra habitava com ele. E, por seu exemplo, os cristãos foram impelidos a defender com mais energia a causa do evangelho no trabalho público do qual Paulo havia sido afastado. Dessa maneira, as algemas do apóstolo tiveram tal influência que, quando seu poder e utilidade pareciam aniquilados e, ao que tudo indicava, bem pouco poderia fazer, ele alcançou para Cristo frutos em campos dos quais parecia inteiramente excluído” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 464).
Do ponto de vista da missão da igreja, no entanto, pode-se dizer que o livro de Atos (ou a história da propagação do evangelho) ainda não foi concluído, e é aqui que cada um de nós entra em cena. Muitos outros capítulos emocionantes e dramáticos já foram escritos ao longo dos séculos, às vezes com o próprio sangue das fiéis testemunhas de Deus. Agora é nossa vez de acrescentar mais um capítulo – talvez o último – e concluir a missão que Jesus deixou aos discípulos, e “então, virá o fim” (Mt 24:14).
Perguntas para discussão
1. Como os outros foram influenciados pela fé revelada por Paulo na viagem a Roma?
2. Paulo nunca desistiu de sua fé nem de sua missão. Em Roma, apesar de sua liberdade limitada, ele continuou pregando. O que podemos fazer quando somos tentados a desistir de pregar o evangelho a alguém?
3. Leia Romanos 1:14, 15. Por que Paulo sentia a obrigação de pregar o evangelho? Nossa obrigação é menor que a dele? Considere esta afirmação: “Salvar pessoas deve ser a obra vitalícia de todo aquele que professa seguir a Cristo. Somos devedores ao mundo pela graça que nos foi dada por Deus” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 53).
4. O texto de Isaías 6:9 e 10 pode ser aplicado a nós? Recebemos a verdade, mas se endurecermos o coração a ela, ou mesmo a aspectos que entrem em conflito com nossos desejos, que perigo enfrentaremos?
5. Imagine que você fosse o soldado acorrentado a Paulo. O que acha que ele viu no homem a quem estava tão intimamente ligado?