terça-feira, 23 de julho de 2019
Misericórdia e justiça em Salmos e Provérbios Lição 4 20 a 26 de julho
Sabado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR: “Defendei o pobre e o órfão; fazei justiça ao aflito e necessitado. Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios” (Sl 82:3, 4; ARC).
LEITURAS DA SEMANA: Sl 9:7-9, 13-20; 82; 101; 146; Pv 10:4; 13:23, 25; 30:7-9
Os livros de Salmos e Provérbios descrevem a experiência com Deus nas coisas comuns da vida, não apenas em momentos de adoração ou em outras atividades religiosas. Enquanto o livro de Provérbios oferece uma gama de conselhos da sabedoria prática, desde relacionamentos e família a negócios e governo, os Salmos são uma coletânea de cânticos que compreende uma variedade de emoções e experiências espirituais, desde lamentos e louvores exultantes e tudo o mais. Sabemos que nossa fé deve fazer a diferença em todos os aspectos e experiências da nossa vida, pois Deus tem especial interesse em cada um deles.
Entretanto, toda reflexão sobre a vida neste mundo decaído dificilmente ignora a injustiça que tanto permeia a condição humana. Na verdade, ela é repetidamente descrita como algo com que nosso Senhor Se importa e procura aliviar. Ele é a esperança dos desesperados.
Embora possamos tocar apenas brevemente no que esses livros declaram sobre o assunto, talvez esta lição possa inspirá-lo a ser mais proativo em atender às necessidades dos pobres, oprimidos e negligenciados. Que o estudo resulte na sua decisão de responder a esse chamado de Deus!
Domingo, 21 de julho
Salmos: cânticos de esperança para os oprimidos
Como já observamos, Deus vê e ouve pessoas em aflição e dificuldade. Na maioria das vezes, nos Salmos, vemos o clamor de pessoas que confiavam em Deus, mas não viam a justiça sendo feita. As afirmações sobre a bondade, a justiça e o poder de Deus pareciam sufocadas diante da injustiça e opressão vivenciadas e observadas pelas vozes desses cânticos.
No entanto, esses são os hinos dos que ainda estavam cantando. Nem sua vida nem sua fé haviam se extinguido. Ainda havia esperança; e a urgência era que Deus agisse antes que fosse tarde demais, antes que o mal triunfasse, antes que os oprimidos fossem destruídos pelo peso do mal trazido contra eles. Dessa maneira, os escritores dos Salmos tentaram preencher a lacuna entre as declarações de sua fé e as provações e tragédias da vida.
1. Leia o Salmo 9:7-9, 13-20. Com base no texto, você imagina as circunstâncias em que Davi estava? Pode sentir a tensão entre sua fé na bondade de Deus e sua experiência? Como fica sua fé em meio às provações?
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Ao longo dos Salmos, a repetida resposta a essa tensão é a esperança e a promessa do bom e justo juízo de Deus. O mal e a injustiça parecem triunfar por enquanto, mas Deus julgará os malfeitores e os injustos. Eles serão punidos, enquanto os que eles feriram e oprimiram serão restaurados e renovados.
Na obra Lendo os Salmos, C. S. Lewis descreveu sua surpresa inicial com o entusiasmo e o anseio pelo juízo de Deus expressados repetidamente nos Salmos. Observando que muitos leitores da Bíblia hoje consideram o juízo como algo a ser temido, ele considerou a perspectiva judaica original e escreveu: “Centenas e milhares de pessoas que foram despojadas de tudo o que possuíam e que tinham o direito inteiramente ao seu lado seriam, por fim, ouvidas. É claro que elas não temiam o juízo. Sabiam que seu caso era inquestionável – desde que conseguissem ser ouvidas. Quando Deus viesse, sua causa, por fim, seria julgada” (C. S. Lewis, Lendo os Salmos [Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2015], p. 19).
Nos Salmos, vemos esperança para os oprimidos, mesmo agora, em meio a seus sofrimentos e decepções.
Quais razões temos para considerar a ideia de juízo uma coisa positiva e não algo a ser temido?
Segunda-feira, 22 de julho
“Faça alguma coisa, Deus!”
2. Leia o Salmo 82. Qual é a mensagem desse cântico para nós? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Podemos ser parciais no julgamento, pois todos são diferentes.
B. ( ) Devemos julgar com justiça, defendendo os pobres e aflitos.
Apesar da organização e dos estatutos de sociedade dados por Deus à nação israelita, em vários momentos de sua história o povo não conseguiu cumprir esse plano. Muito facilmente Israel se tornou como as nações ao seu redor, vivenciando em um modelo de injustiça e opressão. Líderes e juízes cuidavam apenas de si mesmos, e o favor deles podia ser comprado com suborno. Sem os tribunais para proteger o povo, as pessoas comuns e os pobres, em especial, estavam sujeitos à exploração.
O Salmo 82 é uma resposta a essa situação. Ele descreve a função de Deus como Juiz supremo e retrata uma cena em que o Senhor julga os líderes e até mesmo os juízes do povo. Esse salmo enfatiza que aqueles que preenchem tais funções na sociedade “são apontados para agir como juízes sob Sua administração” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 198). Eles mantêm sua posição e conduzem seu trabalho como representantes e subordinados de Deus. Na visão do salmista, a justiça de Deus é um modelo de como deveria funcionar a justiça terrestre, e a sua percepção apresenta a medida com a qual serão julgados essa justiça ou injustiça e aqueles que a dispensam.
O salmo termina com um pedido específico para que Deus aja (Sl 82:8), intervenha e interrompa a injustiça tão predominante na nação. Como muitos salmos, essa poesia dá voz aos que não têm voz, aos oprimidos cujas vozes foram silenciadas pelos sistemas injustos em que eles viviam e trabalhavam.
O Salmo 82 faz uma apelação a Deus em Sua posição de Juiz supremo e soberano Governante do Universo. Não existe tribunal nem autoridade superior para os quais tal apelação possa ser feita. Existe a segurança de que mesmo que os tribunais terrestres não ouçam os clamores dos pobres e oprimidos, ainda há uma inegável oportunidade de pedir ajuda.
Em certos momentos da vida podemos nos ver como vítimas da injustiça, mas em outros podemos cometê-la. No Salmo 82, encontramos discernimento e sabedoria, quer sejamos os oprimidos ou os opressores. Deus também Se preocupa com os juízes injustos, descrevendo-os como Seus filhos, e deseja que eles escolham viver melhor (veja Sl 82:6). Portanto, há esperança até para os que estão do lado dos opressores, se eles permitirem que Deus os transforme.
Terça-feira, 23 de julho
Promessas de um rei
3. Leia o Salmo 101. Embora escrito para líderes, qual conselho importante podemos extrair para nós, seja qual for nossa posição na vida? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. ( ) Devemos buscar justiça apenas para nós mesmos.
B. ( ) Precisamos promover a justiça em todos os aspectos e para todas as pessoas.
O Salmo 101 é um texto para líderes. Acredita-se que esses versos foram compostos por Davi nos seus primeiros dias como rei de Israel. Eles podem até ter sido adaptados de votos que ele fez no momento de sua coroação. Em sua experiência como guerreiro de Saul e depois sendo fugitivo dele, Davi testemunhou por si mesmo como um rei que “perde a cabeça” pode prejudicar a nação e a própria família. Davi decidiu que ele seria um líder diferente.
Poucos de nós somos líderes políticos ou de uma nação, mas temos funções em que temos a oportunidade de influenciar e encorajar os outros. Essas atribuições podem ser em nossa vida profissional, no envolvimento comunitário, na família ou na igreja. Como Ellen G. White comentou sobre um desses contextos de liderança, “os votos de Davi, registrados no Salmo 101, devem ser os de todos sobre quem repousam as responsabilidades de zelar pelas influências do lar” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 119).
Quando tivermos oportunidade, devemos estar preparados para sugerir e defender esses princípios aos que ocupam posições de liderança. E todos nós, em nossa liderança e esferas de influência, temos a oportunidade de aplicar os princípios de liderança de Davi a fim de que sejamos uma bênção para os outros.
O ponto de partida para Davi foi honrar a Deus por Sua misericórdia e justiça (Sl 101:1), que se tornaram o fundamento de tudo o que Davi buscou defender em sua liderança. Ele buscou aprender e praticar essas características em sua vida e obra. Para fazer isso, ele teve que resistir às tentações de praticar delitos, corrupção e desonestidade, os quais são armadilhas especiais aos que estão em posições de liderança.
Sabendo da importância dos bons conselheiros para ajudá-lo a fazer o que era correto, Davi prometeu buscar pessoas confiáveis e nomear oficiais honestos. Justiça e misericórdia deveriam marcar sua liderança, mesmo entre os que trabalhavam com ele.
Quarta-feira, 24 de julho
Andando com o Senhor
Ao nos aproximarmos do fim do livro de Salmos, as exclamações de louvor parecem aumentar cada vez mais. Os cinco últimos Salmos começam com a ordem simples e direta: “Louvai ao Senhor!”; porém, o primeiro deles, o Salmo 146, tem como a principal razão para esse louvor um foco especial no interesse de Deus pelos pobres e oprimidos.
4. Leia o Salmo 146. Qual é a mensagem dele para nós? O que Deus estava dizendo, especialmente nos versos 5 a 9?
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Com a mesma certeza de que Deus é o Criador deste mundo (veja Sl 146:6), esse Salmo descreve Sua obra contínua como juiz, provedor, libertador, curador, auxiliador e defensor. Esses atributos têm seu foco em pessoas que necessitam especificamente desse tipo de ajuda. É uma visão inspiradora do que Deus faz e busca fazer em nossa vida, em nossa comunidade e em nosso mundo.
Às vezes pensamos no cuidado para com os necessitados como algo que devemos fazer porque Deus mandou. Mas o Salmo 146 declara que Deus já cuida deles – e somos convidados a nos unir a Ele. Quando trabalhamos contra a pobreza, a opressão e a doença estamos verdadeiramente trabalhando com Deus dentro dos Seus propósitos. Que maior privilégio pode haver do que participar com o Senhor do cumprimento de algo tão inspirador quanto o Salmo 146?
No entanto, também existem benefícios para nós. Muitas vezes, os cristãos falam de sua busca por Deus e do seu desejo de ter um relacionamento mais próximo com Ele. Contudo, o Salmo 146:7-9 e muitos outros na Bíblia indicam que uma forma de encontrar Deus é participar do que Ele faz. Portanto, se Ele trabalha para erguer os pobres, doentes e oprimidos, como o Salmo 146 declara, também deveríamos trabalhar com Ele. “Cristo veio a este mundo para andar e trabalhar entre os pobres e sofredores. Eles receberam a maior parte da Sua atenção. E hoje, na pessoa de Seus filhos, Ele visita os pobres e os necessitados, aliviando os angustiados e sofredores. [...]
“Eliminando-se o sofrimento e a necessidade não teríamos nenhuma forma de compreender a misericórdia e o amor de Deus, não conheceríamos o compassivo e complacente Pai celestial. Jamais o evangelho assume uma expressão maior de graça do que quando é levado às regiões mais desfavorecidas e necessitadas” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 226).
Quinta-feira, 25 de julho
Provérbios: misericórdia para com os necessitados
Como uma coleção de ditados de sabedoria, o livro de Provérbios trata de uma diversificada série de assuntos e experiências da vida. Entre eles estão reflexões sobre a pobreza, riqueza, contentamento, justiça e injustiça – e, às vezes, sob diferentes ângulos. A vida nem sempre é simples e fácil, e Provérbios nos alerta para as diferentes circunstâncias e escolhas que influenciam a maneira de viver, mesmo entre os que são fiéis a Deus.
5. Leia e compare Provérbios 10:4; 13:23, 25; 14:31; 15:15, 16; 19:15, 17; 30:7-9. De acordo com esses textos, o que é relevante em relação às questões de riqueza, pobreza e ajuda aos necessitados?
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Provérbios enfatiza a preocupação e atenção que Deus tem para com os pobres e vulneráveis. Às vezes, as pessoas são pobres devido às circunstâncias, más escolhas ou exploração, mas sejam quais forem as causas de sua situação, o Senhor ainda é descrito como seu Criador (Pv 22:2) e Defensor (Pv 22:22, 23). Não devemos oprimir nem nos aproveitar dessas pessoas, quaisquer que sejam seus erros.
Embora Provérbios apresente uma vida melhor por meio da escolha da sabedoria e da obediência a Deus, as riquezas nem sempre são resultado da bênção do Senhor. A fidelidade a Deus é sempre vista como mais importante e, em última análise, mais recompensadora do que o ganho material: “Melhor é o pouco, havendo justiça, do que grandes rendimentos com injustiça” (Pv 16:8).
Outra questão em Provérbios é a honestidade e o tratamento justo nos negócios, no governo e na administração da justiça (veja Pv 14:5, 25; 16:11-13; 17:15; 20:23; 21:28; 28:14-16). A mensagem de Provérbios não se concentra apenas na vida dos indivíduos, mas também apresenta uma visão de como a sociedade deve funcionar para o benefício de todos, especialmente para aqueles que precisam de proteção. Somos lembrados novamente de que, em seu melhor desempenho, aqueles que governam e lideram o fazem com a ajuda de Deus (veja Pv 8:15, 16) e devem agir como agentes de Sua graça, tendo compaixão dos necessitados.
É fácil sentir pena de quem está em má situação. Como, porém, podemos transformar esse sentimento em ação?
Sexta-feira, 26 de julho
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 746-755 (“Os Últimos Anos de Davi”). Consulte a obra Lendo os Salmos, p. 17-26 (“O ‘Juízo’ no Livro de Salmos”), de C. S. Lewis.
“Os salmos de Davi passam por uma série completa de experiências, desde as profundezas da culpabilidade consciente e condenação própria até a fé mais sublime e a mais exaltada comunhão com Deus. O registro de sua vida declara que o pecado pode apenas trazer ignomínia e desgraças, mas mostra que o amor e a misericórdia de Deus podem alcançar as maiores profundidades, e que a fé erguerá a pessoa arrependida para que participe da adoção de filhos de Deus. De todas as declarações que Sua Palavra contém, isto é um dos mais fortes testemunhos da fidelidade, da justiça e da misericórdia de Deus em Sua aliança” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 754).
Pense na sabedoria no livro de Provérbios: “Tais são princípios que dizem respeito ao bem-estar da sociedade e das associações tanto seculares como religiosas. São estes princípios que dão segurança à propriedade e à vida. Tudo que contribui para que a confiança e a cooperação sejam possíveis, o mundo deve à lei de Deus, conforme se acha em Sua Palavra e ainda se encontra delineada, em traços muitas vezes obscuros e quase obliterados, no coração dos homens” (Ellen G. White, Educação, p. 137).
Perguntas para discussão
1. Em quais aspectos você se considera um líder e alguém numa posição de influência? Como você pode ser um agente de justiça nesses aspectos?
2. Pense na cultura e nas estruturas sociais em que você vive. O que está ao seu alcance fazer pelos necessitados?
3. Como os princípios de justiça e equidade fortalecem a sociedade?
4. Embora o livro de Provérbios se concentre na sabedoria para se ter uma vida feliz e próspera, o que ele revela sobre Deus?
Resumo: Salmos e Provérbios enfatizam os desafios de viver fielmente em meio às experiências e provações. Eles apresentam a visão de Deus para sociedade e Sua preocupação para com os pobres e oprimidos. Ele protege os que são, muitas vezes, ignorados ou explorados. E se Deus age assim, nós devemos agir assim também.
Respostas e atividades da semana:
1. Pergunte aos alunos: Quais situações da vida de Davi se encaixam na descrição desses textos?
2. B.
3. F; V.
4. Além de nos criar, o Senhor nos defende, nos ajuda e cuida de nós. Devemos fazer o mesmo aos necessitados.
5. O preguiçoso vive na pobreza, mas o diligente acaba enriquecendo. Não é bom ser muito pobre nem ser muito rico, pois na pobreza podemos acabar roubando e pecando contra Deus, e na riqueza podemos negligenciá-Lo. Deus recompensa aquele que se compadece do pobre. Se insultamos o pobre, insultamos a Deus; se honramos os pobres, honramos a Deus.
sexta-feira, 12 de julho de 2019
Lição 3: Sábado: um dia de liberdade
Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Terceiro Trimestre de 2019
Tema geral do trimestre: “Meus pequeninos irmãos”: servindo aos necessitados
Lição 3: Sábado: um dia de liberdade
Semana: 16 a 19 de julho
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular, sênior, no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí – RS)
Este comentário complementa o estudo da lição original
www.cristoembrevevira.com – marks@unijui.edu.br – Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para memorizar: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marc. 2:27).
Introdução de sábado à tarde
O último ato da criação foi o ser humano: primeiro o homem e por fim, a mulher. Quanto mais para o final da criação, mais significativo era o que DEUS criou. Após criar o casal, DEUS não criou mais nada, mas estabeleceu o sábado e concluiu a semana de sete dias. Esse é um dos motivos do sábado ter sido estabelecido por causa do homem, pois o gênero humano já existia. Isso foi providenciado imediatamente após toda a criação.
Vejamos algo interessante. Quando o homem e a mulher foram criados, a natureza já estava pronta para recebê-los. O sol, a lua, as estrelas, a natureza em geral, tudo perfeito. Faltava criar os gerentes da natureza, os que iriam dominar sobre aquilo que já estava pronto. Após a criação do casal, DEUS estabeleceu o sábado como uma espécie de coroação da criação. De fato, o sábado é o memorial da criação; é para que deixemos nossas atividades seculares e descansemos com DEUS, tenhamos uma intimidade mais próxima Dele, e também entre nós. O principal motivo do sábado ser dado ao homem, por causa do homem, é que ele se lembre do Criador.
Mas há outros motivos do sábado ser estabelecido para nós. Vejamos mais alguns motivos, e certamente existem outros mais.
- É um dia de descanso, hoje, nesse ambiente de pecado, descanso da exaustão da trabalheira para sobrevivermos nesse mundo.
- É um dia de relacionamento mais intenso com DEUS e com os membros da família e outras pessoas.
- É um dia para irmos à igreja e comungarmos juntos.
- É um dia para passeios em meio à natureza e reflexão sobre as belezas que ainda são disponíveis nesse mundo degradado.
- É um dia para visitas aos doentes e pessoas de outras necessidades, bem como pessoas que não tenham necessidade alguma. Faz bem visitar e sermos visitados.
- É um dia especial para ajudar a quem precisa de algum conselho ou de um incentivo espiritual ou de outra natureza. É um dia para se fazer o bem.
- É também um dia para socorrer aqueles atingidos por algum desastre, incêndio ou outra calamidade. Nesses casos se coloca o descanso de lado e se deve, como bom seguidor de JESUS, trabalhar duro para socorrer as vítimas.
- Ou seja, o sábado não é um dia para não fazer nada e dormir até enjoar, perdendo o sono à noite.
- O sábado é um dia para se cultivar a alegria e felicidade, para se ler a Bíblia mais que noutros dias e para se voltar aos assuntos espirituais.
- O sábado é um dia diferente, que quebra a monotonia da semana, muda a rotina, torna a vida em algo mais emocionante e esperançosa.
Então, com todos esses motivos do sábado para nós, não teria ele sido criado para o benefício do ser humano? Ele foi pensado por DEUS para que os homens e mulheres se servissem dele de uma maneira diferente do que fazem nos outros dias da semana. Ele faz bem à saúde, ao intelecto, ao relacionamento, à família e à sociedade, faz bem à paz e à prosperidade. Mas satanás é astuto e bem esperto. Ele está utilizando os objetivos do sábado, mas que são intransferíveis para o domingo, para procurar tornar o mundo num lugar melhor, quase perfeito. Isso está na Agenda 2030, mas esse primeiro dia da semana não pode substituir o sábado como estabelecido por causa do homem. Esse foi o primeiro dia da criação, nem sequer ainda havia criação no início desse dia, muito menos havia ser humano. Esse é o dia mais deslocado para ser escolhido por causa do homem.
- Primeiro dia: Maná suficiente
A história do maná é muito rica, serve para nos ensinar muitas coisas sobre DEUS e sobre os benefícios de se obedecer a Ele. Vamos refletir imaginando-nos pertencendo àquele povo saindo do Egito. Por isso usaremos o verbo no modo adequado. Éramos uma multidão de pessoas, em torno de dois milhões ao todo. Trabalhávamos todos os dias, não tínhamos o sábado livre e para as nossas adorações, só fora de hora. Não tínhamos líderes espirituais, mal lembrávamos que tínhamos um DEUS, aliás, parece que não tínhamos DEUS algum, pois éramos escravos há muito tempo. Nos sentíamos abandonados. Os egípcios tinham muitos deuses, e tudo parecia ser favorável a eles. Eles veneravam seus deuses todos os dias com muitos rituais, frequentemente públicos, com longas solenidades. Quando um faraó falecia, era um mês de solenidades, e nós tínhamos que ajudar nos trabalhos pesados.
Construímos para eles cidades, trabalhávamos no campo, cortávamos pedras e as preparávamos, tudo trabalho pesado. Muitos de nós morriam no trabalho e eram descartados como valendo nada. Éramos um enorme bando de pessoas sem organização alguma, sem um culto, e aparentemente sem um DEUS para recorrer. Mas alguns de nós lembraram que tínhamos, sim, um DEUS. Sabiam da existência de nosso pai Israel, falecido há muito, e falaram sobre seu filho José. Devíamos recorrer ao DEUS deles? Foi o que fizemos, mas, por um tempo parecia que nada mudava. Um dia apareceu um homem, chamado Moisés, que disse ter recebido uma visão que o DEUS de Jacó (Israel) o enviara para liderar a saída do povo de Israel para Canaã, a terra prometida. A respeito disso alguns de nós sabiam alguma coisa, mas grande parte não creu na conversa desse que parecia ser um forasteiro oportunista.
O nosso DEUS Se manifestou, ficou furioso com faraó, e enviou dez pragas que nos fizeram perceber que o nosso DEUS, que era um só, ria-Se dos deuses deles, que nada podiam fazer. Muitos de nós ficaram encorajados, mas alguns nem mesmo assim criam na libertação. Mas enfim, fomos libertos do poder do Egito, e veio uma grande prova do poder de nosso DEUS: passamos a seco por dentro do Mar Vermelho. O exército do Egito veio atrás, mas foi engolido pelas águas, enquanto nós, o mar nos protegeu.
Logo mais, sem ter onde arranjar alimento, muitos de nós resolveram criticar Moisés, mas DEUS mandou o maná, alimento muito gostoso, doce, saudável, completo, simples de usar, que pode ser ingerido ao natural ou em receitas, variando o seu gosto. Aliás, há um lugar na África onde desde a Segunda Guerra Mundial até hoje cai maná, veja aqui. Por esse maná DEUS buscou nos ensinar algo que havíamos esquecido nos tempos de escravidão. Pois é isso mesmo, Ele estava reeducando escravos, pessoas rudes, que só sabiam odiar.
Com o maná Ele nos ensinou que deveríamos confiar em DEUS, pois não havia nenhuma necessidade de colher mais que a dose para aquele dia. Quem duvidou, e resolveu colher bastante para não faltar (no Egito, quando dava, pegávamos mais para ter depois), mas bichava e cheirava mal, com toxinas. E para o sábado a ordem de DEUS era, nas sextas-feiras de madrugada, colher em dobro. Outra vez alguns duvidaram e não colheram em dobro. Fizeram pior ainda, sábado pela manhã saíram a colher maná, mas não encontraram. DEUS estava querendo restabelecer a santificação do sábado entre Seu povo, pois durante a escravidão esse conceito praticamente havia desaparecido.
O que DEUS estava querendo nos ensinar?
- Que nós tínhamos um DEUS.
- Que podíamos confiar inteiramente Nele.
- Que jamais morreríamos de fome ou de sede, nem nossas roupas faltariam.
- Que Ele era capaz de nos defender dos inimigos não importando o poder deles.
- Que Ele nos amava, na verdade foi quem nos formou a partir de Abraão e Sara.
- Que Ele nos levaria a uma terra muito fértil, rica e promissora, e que receberíamos muitas cidades já construídas por nações que não mereciam mais existir pela loucura de sua maldade.
- DEUS nos queria transforma numa nação poderosa, próspera e líder no mundo, que atraísse a todos para o DEUS poderoso que ela obedecia.
DEUS estava restaurando aquele enorme bando insubordinado, indisciplinado, só conhecedor de trabalho forçado e difícil de fazer em um povo ordeiro, que só sabia receber ordens mal-humoradas e difíceis de obedecer em um povo bem estruturado, que tivesse como princípio não mais o ódio da escravidão, mas o amor da liberdade.
Pelo maná, e do modo como ele era fornecido, DEUS estava ensinando que era confiável e que podia ser obedecido sem medo de não corresponder, pois estava dizendo que era puro amor. Naquele enorme deserto muitos faleceram, mas nenhum morreu de fome, e nenhum teria falecido se tivesse simplesmente obedecido.
- Segunda: Duas razões para o sábado
Há muitas razões para o sábado, mas hoje estudaremos duas delas: esse dia nos remete a DEUS como Criador e DEUS como Redentor. Criados fomos na primeira semana deste mundo; redimidos, bem, isso aconteceu já várias vezes: Israel liberto da escravidão do Egito; liberto várias vezes da opressão de nações vizinhas; liberto do exílio babilônico; JESUS que morreu na cruz pela humanidade; e a segunda vinda de JESUS. Pessoalmente todos nós podemos experimentar a libertação do jugo do pecado em nossa vida. Isso tudo tem a ver com o sábado.
Pois bem, o que a libertação tem, de fato, a ver com o sábado? Lembremo-nos que os israelitas saíram da terra da escravidão no dia de sábado, esse foi o dia da libertação. Na sexta-feira eles haviam comemorado a primeira páscoa, quando o anjo poupou os primogênitos israelitas, mas matou todos os primogênitos egípcios, inclusive o filho mais velho do faraó.
A Bíblia afirma que DEUS libertou Seu povo do Egito de modo maravilhoso. “Agora, pois, pergunta aos tempos passados, que te precederam desde o dia em que Deus criou o homem sobre a Terra, desde uma extremidade do céu até a outra, se sucedeu jamais coisa tamanha como esta, ou se ouviu coisa como esta?… Ou se um deus intentou ir tomar para si um povo do meio de outro povo com provas, com sinais, e com milagres, e com peleja, e com mão poderosa, e com braço estendido, e com grandes espantos, segundo a tudo quanto o Senhor vosso Deus vos fez no Egito aos vossos olhos?” (Deut. 4:32-34). O grandioso livramento do povo de Israel da escravidão e opressão egípcias é apenas um vislumbre do poder de Cristo revelado na libertação do homem do jugo e da escravidão do pecado. Em ambos se vê a manifestação do poder criador.
Já no Éden, quando não houve libertação pois não havia escravidão, mas houve a comemoração do primeiro dia de vida no paraíso, DEUS estava com o casal. No dia da saída do Egito, DEUS Se manifestou sobremaneira entre Seu povo, estava lá com eles. O sábado é o dia para nos lembrarmos de DEUS, seja como Criador, seja como Redentor. O DEUS é o mesmo, o poder e o amor é um só.
“No sábado pensamos sobre a Sua bondade. Temos-Lhe contemplado o trabalho da criação como sendo uma evidência de Seu poder na redenção. Nosso coração está pleno de gratidão pelo Seu grande amor” (Conselhos Sobre Mordomia, 80). “Assim lhes direis: Os deuses que não fizeram os céus e a Terra desaparecerão da Terra e de debaixo destes céus…. Não é semelhante a estes Aquele que é a porção de Jacó; porque Ele é o Criador de todas as coisas e Israel é a tribo da Sua herança; Senhor dos Exércitos é o Seu nome” (Jer. 10:11-16). Ver Jer. 14:22; Atos 17:22-29; Apoc. 14:6-10. O mesmo DEUS que nos criou é também aquele que nos está redimindo. “Mas agora, assim diz o Senhor, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque Eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és Meu” (Isa. 43:1).
“A redenção é simplesmente a nova criação, e o Criador é o Redentor. O Chefe da criação original é o Chefe da nova criação. A criação original foi efetuada por intermédio de Cristo, pelo poder da Palavra; a nova criação, ou redenção, é operada precisamente da mesma maneira” (fonte).
- Terça: Um dia de igualdade
Há um trecho no mandamento sobre o sábado que diz: “não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas” (Êxodo 20:10). Em partes, que diz esse trecho?
- Que no sábado não se deve exercer nenhum trabalho secular ou que sirva para o nosso sustento, absolutamente nada, coisas como trabalho profissional, provimento para a casa, viagens que não sejam estritamente necessárias e somente para a obra do Senhor (ainda essas, se puderem ser evitadas, devem ser evitadas), tratar de negócios, etc.
- Nós mesmos não devemos fazer obra alguma. Isso já dizia na parte anterior quando determinava “não farás nenhuma obra”, mas reforça dizendo ainda “nem tu”. Ou seja, parece que fala a alguém que deve ser exemplo a outros. Por ilustração, pastores, anciãos, pais de família e outros líderes são representantes desse “nem tu”. Se alguém olha para você como referência, você está sob essa ênfase do “não farás” e “nem tu”. Essas pessoas são referência. Ainda me dói muito quando via, no tempo em que viajava, chegar à casa de um pastor e ele me receber na rodoviária ou aeroporto e depois passar no supermercado, tempo adentrado nas horas do sábado, e voltarem ao carro com dois ou três carrinhos cheios de coisas. Chegando ao apartamento, uma mesa na sala cheia de roupa por passar e me perguntarem: vai querer que passe o seu terno? Tenha dó, não é? O que o mandamento diz? “não farás nenhuma obra, nem tu…”
- Daí a ordem parte para a família, “nem teu filho, nem tua filha” é óbvio que “nem tu, nem teu filho, nem tua filha”, isso acaba incluindo a esposa. Essa é a turma mais próxima do líder do lar, do líder da igreja, da empresa, etc. Se quem está ensinando a bíblia aos demais, mas nem a sua família segue esses ensinamentos, algo aí vai muito errado. Como os demais, da lista do mandamento, iriam obedecer?
- Então vem os empregados, ou como se diz hoje, os colaboradores. Diz assim: “nem o teu servo, nem a tua serva”, porque por eles JESUS também morreu e os quer salvar, portanto, precisam ter condições de santificar o sábado e obedecer aos mandamentos. Se eles também devem guardar o sábado, eles também devem ser amados pelo seu patrão. Aliás, que coisa seria essa do patrão ter o direito de se salvar, mas os empregados não? Que DEUS seria esse? O patrão e a sua família se perderão se impedirem a salvação daqueles que são assalariados para o seu trabalho.
- Mas o mandamento, isso é impressionante, não para por aí. Diz mais e isso precisamos adequar aos nossos dias. Proíbe ainda que trabalhem: “nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.” Ou seja, todos os seres que são capazes de exercer trabalho para você, seja animal, seja alguém não da tua fé, seja por exemplo um estrangeiro, não deve trabalhar nesse dia. O que se aprende daqui? Onde você for autoridade, ali não se trabalha no dia de sábado, não importa quem seja. Atualmente se poderia dizer que nem mesmo alguma máquina automática fique trabalhando no dia de sábado produzindo alguma coisa para ganhar dinheiro com isso.
A duas coisas devemos prestar atenção nesse trecho do mandamento. Devem descansar todos, seja o patrão, seja o último dos empregados. E em segundo lugar, mas não menos importante, onde estiver a tua autoridade você é o responsável pela santificação do sábado, e isso abrange até os animais de trabalho, hoje inclusive máquinas. Não que máquinas devam descansar, mas as que produzem riqueza não devem fazer isso. Não é só não trabalhar no sábado e descansar, é também não enriquecer nesse dia. As máquinas não precisam descansar, lógico, mas também não devem produzir, pois seu produto, ou seu trabalho, enriquecerá alguém. Por exemplo, uma empresa que vende produtos on line, não deve estar disponível no sábado, ou uma máquina automática de vender sucos, mesmo que saudáveis. E o que for ser vivo que sirva para trabalhar, além de não realizar obra, deve, além disso, também descansar.
- Quarta: Um dia de cura
O sábado foi feito por causa do homem, não por causa de DEUS, nem por causa dos anjos (aqui na Terra) e também não em razão da natureza. DEUS, se fez o sábado por causa do homem (ser humano, homem e mulher), então isto é um presente ao ser humano. É para o seu benefício, e o benefício inclui fazer o bem uns aos outros. Devemos fazer o bem todos os dias, mas no dia de sábado isso é uma forte ênfase.
JESUS , por exemplo, curava todos os dias da semana, e não se importava em curar também no sábado, porque isso se pode fazer nesse dia. Melhor, isso se deve fazer nesse dia. Ele que é o Autor do sábado pois foi Ele quem criou todas as coisas aqui numa semana, fazia o bem no sábado e não disse que se pode fazer o bem no sábado, mas que se deve fazer isso. Veja o relato de Mateus 12: 11 a 13. “Ao que Jesus lhes propôs: ‘Qual de vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair em um buraco, não fará todo o esforço para retirá-la de lá? Assim sendo, quanto mais vale uma pessoa do que uma ovelha! Por isso, é lícito fazer o bem no sábado’. Então, dirigiu-se ao homem e disse: ‘Estende a tua mão’. Ele a estendeu e ela foi restaurada, ficando sã como a outra.”
Noutra ocasião, num sábado, JESUS ensinava numa sinagoga. Deu-se a seguinte situação: “… havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. E os escribas e fariseus observavam-No, se o curaria no sábado, para acharem de que O acusar. Mas Ele bem conhecia os seus pensamentos; e disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te, e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé. Então Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E, olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra” (Lucas 6:6-10).
JESUS bem poderia ter evitado essa cura dizendo ao homem: ‘venha aqui nalgum outro dia e serás curado.” Assim Ele evitaria uma enorme polêmica, como hoje muitos procuram fazer. Mas isso sim, seria um testemunho errado. Ele, sendo o “Senhor do sábado” (Lucas 6:5) obedecia o quarto mandamento assim como demonstrava como deveria ser essa obediência. Os falsos mestres Ele enfrentou cara a cara e os derrotava cada vez, menos no dia de Sua crucifixão, pois se fizesse isso nesse dia, abortaria a Sua missão. Foi nessa única vez que Ele Se calou. Em todas as outras vezes Ele era bem incisivo sobre a distinção da verdade em relação ao erro. Nós hoje, muitas vezes somos apaziguadores quando deveríamos ser testemunhas verdadeiras, essa é uma das razões de ainda sermos Laudiceia.
Os judeus, um século e meio antes de JESUS, no tempo dos Macabeus, elaboraram uma longa lista de tradições do que se podia e o que não se podia fazer no sábado (Mateus 15: 2 a 6, Marcos 7: 3-13). Eles eram fanáticos quanto à santificação do sábado, nós hoje somos liberais, bem ao contrário. As duas situações estão erradas, JESUS combateu aquele fanatismo assim como combate hoje, por meio de EGW, o liberalismo sabático. Só um exemplo: nossos cultos de pôr do sol, via de regra não são no pôr do sol, mas bem depois, isso nas casas dos irmãos, de muitos obreiros e pastores. Eu vi isso diversas vezes.
O autor da lição não se refere a isso, mas é evidente que precisamos de uma reforma na santificação do sábado.
- Quinta: Descanso sabático para a terra
DEUS tomou explícitas providências quanto a recuperação da terra, ao tratamento dos pobres e dos estrangeiros. “Toda respiga dos campos, pomares e vinhas, pertencia aos pobres. “Quando no teu campo segares a tua sega”, disse Moisés, “e esqueceres um molho no campo, não tornarás a tomá-lo. … Quando sacudires a tua oliveira, não tornarás atrás de ti a sacudir os ramos. … Quando vindimares a tua vinha, não tornarás atrás de ti a rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será. E lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito.” Deut. 24:19-22; Lev. 19:9 e 10.
“Cada sétimo ano eram tomadas providências especiais em favor dos pobres. O ano sabático, como era chamado, começava no fim da ceifa. Na ocasião da sementeira, que se seguia à colheita, o povo não devia semear; não deviam podar a vinha na primavera; e não deviam estar na expectativa quer de ceifa quer de vindima. Daquilo que a terra produzisse espontaneamente, podiam comer enquanto novo; mas não deviam armazenar qualquer porção do mesmo em seus depósitos. A produção deste ano devia estar franqueada ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, e mesmo aos animais do campo. Êxo. 23:10 e 11; Lev. 25:5.
“Mas, se a terra produzia comumente apenas o bastante para suprir as necessidades do povo, como deveriam subsistir durante o ano em que nada colhessem? Para tal fim a promessa de Deus oferecia amplas provisões. “Mandarei Minha bênção sobre vós no sexto ano”, disse Ele, “para que dê fruto por três anos. E no oitavo ano semeareis, e comereis da colheita velha até ao ano nono; até que venha a sua novidade comereis a velha.” Lev. 25:21 e 22.
“A observância do ano sabático devia ser um benefício tanto para a terra como para o povo. O solo, ficando sem ser cultivado durante um ano, produzia mais abundantemente depois. O povo estava livre dos trabalhos apertados do campo; e, conquanto houvesse vários ramos de trabalhos que podiam ser efetuados durante este tempo, todos podiam se dedicar a maior lazer, o qual oferecia oportunidade para a restauração de suas capacidades físicas para os esforços dos anos seguintes. Tinham mais tempo para a meditação e oração, para se familiarizarem com os ensinos e mandados do Senhor, e para a instrução de sua casa.
“No ano sabático, os escravos hebreus deviam ser postos em liberdade, e não deviam ser despedidos de mãos vazias. A instrução do Senhor foi: “Quando o despedires de ti forro, não o despedirás vazio. Liberalmente o fornecerás do teu rebanho, e da tua eira e do teu lagar; daquilo com que o Senhor teu Deus te tiver abençoado lhe darás.” Deut. 15:13 e 14” (Patriarcas e Profetas, 531 e 532).
Ainda hoje (fonte) os judeus observam o descanso sabático da terra, que se chama Shemitá, com as mesmas normas levíticas instituídas por Moisés. Eles têm alguns cuidados mínimos, como irrigar a terra para que plantas não morram, fazer poupança nos anos anteriores, etc. Existe um fundo internacional para amparar os agricultores que observam o descanso sabático da terra.
Após sete anos sabáticos, isto resultava no ano 49, vinha o ano jubileu, que era o ano 50. Nesse ano eram devolvidas as terras e tudo mais que já estudamos no dia 11 de julho. Depois, toda a série recomeçava outra vez.
- Resumo e aplicação – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
- Tema transversal
Se o sábado foi feito por causa do homem, e isso foi JESUS quem disse, então fazer alguma coisa que alivie a dor, sofrimento, melhore o estado de saúde ou cure uma doença, é algo que está em harmonia com o mandamento do sábado. Contraditório seria dizer que o sábado foi feito por causa do homem, mas não se pode fazer o bem ao ser humano nesse dia.
- Aplicação contextual e problematização
O sábado deve ser um dia de alegria, de bênçãos, e isso se deve estender aos necessitados de toda ordem. Desde uma palavra de conforto até uma atividade cansativa em favor de alguém que necessite, isso deve ser feito em qualquer dia, e se a necessidade acontecer no sábado, em razão da natureza do mandamento, não se pode deixar para depois.
- Informe profético de fatos recentes
Há uma crise da justiça internacional na atualidade
O mundo necessita de uma ética universal participada, uma percepção que se encontra abalada pela violência terrorista que é coberta pela fé dos agentes de estarem a aceitar o sacrifício dos atentados, em que também morrem, pela convicção da salvação. Leia sobre isso, aqui.
Agenda 2030
“Esta Agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade. Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
“Todos os países e todas as partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, implementarão este plano. Estamos decididos a libertar a raça humana da tirania da pobreza e da penúria e a curar e proteger o nosso planeta. Estamos determinados a tomar as medidas ousadas e transformadoras que são urgentemente necessárias para direcionar o mundo para um caminho sustentável e resiliente. Ao embarcarmos nesta jornada coletiva, comprometemo-nos que ninguém seja deixado para trás.
“Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas que estamos anunciando demonstram a escala e a ambição desta nova Agenda universal. Eles se constroem sobre o legado dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e concluirão o que estes não conseguiram alcançar. Eles buscam concretizar os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas. Eles são integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.” O assunto é profeticamente importante. Leia um artigo sobre isso, aqui.
Ainda, sobre esse assunto, o Governo do Paraná trabalha para acelerar a adesão de municípios, empresas e organizações não governamentais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030. Nos próximos meses entrará em operação um sistema inédito de business intelligence que vai identificar indicadores municipais para orientar os gestores na criação de políticas públicas que atendam à Agenda 2030, plano de ação proposto pela ONU com 17 objetivos e 169 metas para erradicar a pobreza. Sobre isso pode ler aqui.
Guerras e rumores de guerra – os ratos mais preparados que os humanos
“Guerras são eventos catastróficos. Em decorrência do desenvolvimento tecnológico, as mais terríveis aconteceram no século XX. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) teve tantos mortos que nunca se saberá seu número exato. Talvez 80 milhões, sendo 50 milhões civis. Entre suas muitas atrocidades se destaca a carnificina do cerco de Stalingrado. A este respeito, a escritora ucraniano-bielorussa, Svetlana Aleksiévitch anota, em A guerra não tem rosto de mulher, um depoimento curioso: “Não me lembro de gatos nem de cachorros na guerra, lembro dos ratos… Nem no pior filme eu vi mostrarem como os ratos saíam da cidade antes do fogo da artilharia. Isso não foi em Stalingrado… Foi ainda perto de Viazma… De manhã, bandos de ratos andavam pela cidade em direção ao campo. Eles farejavam a morte. Eram milhares… Pretos, cinzentos… As pessoas olhavam horrorizadas para esse espetáculo sinistro e se apertavam contra as casas. E exatamente na hora em que os ratos sumiram da nossa vista começou o bombardeio. Os aviões atacaram. No lugar das casas e dos porões só restou uma areia pedregosa.” Os ratos admitiram antes dos seres humanos que a vida não era mais possível na região de Stalingrado.” (Fonte, vale ler o texto todo, por Néri Barros)
- Comentário de Ellen G. White
“Os mestres judaicos orgulhavam-se de seu conhecimento das Escrituras, e na resposta do Salvador havia indireta censura à sua ignorância das sagradas letras. “Nunca lestes”, disse Ele, “o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, … os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes?” Luc. 6:3 e 4. “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Mar. 2:27 e 28. “Não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo.” “O Filho do homem até do sábado é Senhor. Mat. 12:5 e 6.
“Se era lícito a Davi satisfazer a fome comendo do pão que fora separado para um fim santo, então era lícito aos discípulos prover a sua necessidade colhendo umas espigas nas sagradas horas do sábado. Ademais, os sacerdotes no templo realizavam maior trabalho no sábado que em outros dias. O mesmo trabalho, feito em negócios seculares, seria pecado, mas a obra dos sacerdotes era realizada no serviço de Deus. Estavam praticando os ritos que apontavam ao poder redentor de Cristo, e seu trabalho achava-se em harmonia com o desígnio do sábado. Agora, porém, viera o próprio Cristo. Os discípulos, fazendo a obra de Cristo, estavam empenhados no serviço de Deus, e o que era necessário à realização dessa obra, era direito fazer no dia de sábado” (O Desejado de Todas as Nações, 285).
- Conclusão
“As solicitações para com Deus são ainda maiores no sábado do que nos outros dias. Seu povo deixa então a ocupação ordinária, e passa mais tempo em meditação e culto. Pedem-Lhe mais favores no sábado, que noutros dias. Exigem-Lhe a atenção de modo especial. Anelam Suas mais preciosas bênçãos. Deus não espera que o sábado passe para lhes conceder esses pedidos. A obra no Céu não cessa nunca, e o homem não deve descansar de fazer o bem. O sábado não se destina a ser um período de inútil inatividade. A lei proíbe trabalho secular no dia de repouso do Senhor; o labor que constitui o ganha-pão, deve cessar; nenhum trabalho que vise prazer ou proveito mundanos, é lícito nesse dia; mas como Deus cessou Seu labor de criar e repousou ao sábado, e o abençoou, assim deve o homem deixar as ocupações da vida diária, e devotar essas sagradas horas a um saudável repouso, ao culto e a boas obras. O ato de Cristo em curar o enfermo estava de perfeito acordo com a lei. Era uma obra que honrava o sábado” (O Desejado de Todas as Nações, 207).
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