terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Velhas promessas de ano-novo

3 minutos de leitura
Para não se frustrar novamente em 2025, você precisa aprender uma simples lição da natureza
     
   
  
Qual é sua lista de resoluções para 2025? Uma rápida passada pelo Google, um bate-papo casual com amigos ou a leitura dos principais jornais lhe darão boas sugestões. É verdade que você não pode esperar muita originalidade dessas fontes; afinal, parece que a maioria de nós deseja as mesmas coisas: emagrecer, gastar mais tempo com a família, praticar exercícios físicos, abandonar um vício, controlar as finanças, viajar e estudar.

Os cristãos costumam acrescentar a essa lista o desenvolvimento das disciplinas espirituais, como leitura da Bíblia, oração e o culto familiar. Porém, se você quer ter sucesso nas metas para o ano novo é preciso prestar atenção a uma lição simples e eficaz da natureza: bons frutos são o resultado de raízes saudáveis.

Isso é tão verdade que as resoluções tomadas sob o encanto dos fogos de artifício costumam durar pouco tempo. Segundo o psicólogo Richard Wiseman, em seu livro Quirkology: How We Discover the Big Truths in Small Things (Basic Books, 2007), uma pesquisa realizada na Inglaterra há dez anos mostrou que apenas 10% dos entrevistados tiveram êxito com suas promessas de ano-novo.

Existem muitas razões para isso. Uma delas pode ser nossa crença infantil na cantiga “adeus ano velho, feliz ano-novo!” Não me entenda mal, eu também me encanto com as celebrações de fim de ano. Porém, à parte da festa, esse “mantra” comunica um conceito equivocado: que o velho seja ruim, incompleto e descartável, enquanto o novo é desejável. É como se o “novo” mudasse tudo simplesmente por ser novo. Será? Na realidade, ano-novo significa a continuidade da vida, da velha vida. Para que isso seja diferente, é preciso haver mudança no nível das raízes. Só então poderemos experimentar vida renovada. Sorte, acaso ou destino têm pouco ou nada que ver com sucesso ou fracasso no ano-novo.

Voltando à questão das raízes, o livro bíblico dos Salmos, que tem servido de guia espiritual para milhões de pessoas há milhares de anos, não sem razão traz em sua primeira poesia esse ensino da natureza. Segundo o texto bíblico, a pessoa espiritualmente renovada é “como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera!” (Sl 1:3). Em outras palavras, as metas e resoluções dessa pessoa terão êxito. A verdade é que na espiritualidade, podemos até simular a aparência de fruta, mas apenas uma árvore com raízes saudáveis pode produzir frutas saudáveis.

Resoluções de ano-novo são importantes. Porém, mais importante é realizar e colher os resultados positivos das metas estabelecidas. Para isso, é preciso concentrar forças no que realmente produzirá os resultados que desejamos. Nessa direção, sugiro que você tome uma lista bíblica, que contempla valores relacionados ao nível das raízes da espiritualidade. Os leitores da Bíblia conhecem essa lista como “os frutos do Espírito”: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5:22, 23).

Uma paráfrase do texto bíblico parece tornar mais claro como essas virtudes poderiam compor uma boa lista de resoluções de ano-novo:


“Vamos falar da vida com Deus. O que acontece quando vivemos no caminho com Deus? Deus faz surgir dons em nós, como frutas que nascem num pomar: afeição pelos outros, uma vida cheia de exuberância, serenidade, disposição de comemorar a vida, um senso de compaixão no íntimo e a convicção de que há algo de sagrado em toda a criação e nas pessoas. Nós nos entregamos de coração a compromissos que importam, sem precisar forçar a barra, e nos tornamos capazes de organizar e direcionar sabiamente nossas habilidades” (A Mensagem).

Vejo nessa lista de valores bíblicos as “raízes” para os desejos mais comuns de ano-novo (veja o quadro abaixo). Por isso, creio que precisamos nos concentrar em desenvolver raízes saudáveis, a fim de que os frutos desejados venham naturalmente. Essa renovação espiritual começa no comprometimento sem reservas com Deus, se reflete na presença diária do Espírito na vida e resulta no desenvolvimento de um caráter semelhante ao de Jesus.

quadro-paulinho

Quem deseja colher melhores frutos em 2025 precisa se concentrar primeiramente nas raízes e o restante será consequência. Se a mudança não ocorrer nesse nível, o ano velho continuará conosco e o ano-novo não começará no dia 1º de janeiro.

Feliz ano novo!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Mensagem de ano novo - O Bom do Melhor

Conselhos para lembrar 2024 e viver 2025

Não existe ano que não acabe. Nem hoje que não vire ontem. Se o tempo só vai pra frente, pra que atrasar os ponteiros? Ou engatar marcha-ré ladeira abaixo? Entenda de uma vez, antes que seja tarde demais: olhar pra trás enxergando o que passou é ordem imediata pra se desprender – do ontem, da mágoa, do que foi. Isso mesmo! Levantar âncora, bater a poeira, virar a página e seguir em frente no roteiro da sua vida digna de um épico “feliz para sempre”. Está longe disso? Ora, então é porque não chegou ao fim. E ponto final. Ou vírgula, de uma poesia que avança recitada por Deus.

Pelo menos eu, quando penso no que larguei pra trás, fico pasmo perante tantas performances. Sobre o palco do meu ano que me equilibrei, sapateei, talvez até esperneei. Convivendo com tantos seres, alguns visíveis e muitos invisíveis, vi coisas boas e más. Conheci pessoas do bem e me chateei com os anjos do mal. E nesta dança de passos trôpegos, chamada “sobrevivência”, até acertei o ritmo das intenções heróicas, mas perdi o rebolado nas atitudes humanizadas. Pois já que tudo o que o ser humano põe o dedo vem com pecado junto, erraram muito comigo – e como! – só que eu também errei muito com outros – nem fale!

Ok, e agora? Ficar remoendo as pedras de tropeço ou mirar o horizonte de seus anseios mais nobres? Olhar pessoas ou sentir com a alma? Eu ainda acredito que aquilo que machuca o coração é o que amadurece o caráter. Não dos que usaram de má fé contra você, e sim, da sua fé superficial que se tornou abissal, profunda e grandiosa. Ou você acha que o tamanho de um grão de mostarda se conquista sem angústia, silêncio e incoerência? Nem pensar! Do lado de cá do Céu, o Getsêmani de cada um de nós sempre incluirá o beijo da traição, a solidão da madrugada e a perseguição incompreensível. Com uma diferença: o Salvador estava acima de qualquer suspeita, e nós rastejamos bem abaixo da natureza perfeita.

Portanto, julgue a si mesmo bem antes de se tornar algoz alheio. Se pegaram no seu pé, ofereça a mão. Tombou? Reinvente-se de joelhos dobrados superando a frustração da rasteira. É na luta com Deus que se ganha a batalha dos homens. Se Ele é capaz de por rédeas aos ventos regendo a força dos mares, não surpreenderá norteando sua preciosa vida? Não duvide: o melhor de tudo está sempre um pouco adiante! E no abraço dos Céus você ressurgirá das cinzas desta Terra.

Quando lembro que, tempos atrás,  perdi duas pessoa que mais amo no mundo – minha mãe e minha irmã– sinto um calafrio imediato despertando minha apatia. Reclamar do quê? Passar de raspão na terrível possibilidade de lamentar num cemitério enxuga imediatamente qualquer lágrima provocada por outros seres mais falíveis. Se Deus liberta nossa família de tragédia, de um acidente, por que eu iria me incomodar com um sapato apertado? Jamais! À sombra do muito pior, não deixarei que o melhor estrague o maravilhosamente bom. Se minha vida está sob as vistas do Senhor, valorizarei os alicerces firmes da minha felicidade ainda que a tinta do arranha-céu pareça um tanto pichada. Afinal de contas, “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o SEU propósito” (Romanos 8:28 – grifo acrescentado e importantíssimo!).

E você? Precisa se desamarrar dos outros, ignorar certas coisas, e re-iniciar seu hard-disk de boas lembranças? Não permita que a esperança seja eclipsada pela irrelevância. Aqui na minha sala, com uma princesa no colo e uma rainha nos braços, percebo a verdadeira benção do meu ano. Olhando pra cima, e até um pouco envergonhado, agradeço a Deus por me “desconsiderar algumas vezes” me considerando tanto em todas as outras. Se o que não deu certo foram apenas arranhões, o que deu certo nos átrios da providência divina foi tão incrível cujo reconhecimento não cabe nas palavras.

Obrigado, Senhor! Por sempre me amar como não faço por merecer. Por um ano infinitamente além da minha visão de aquém. E pela vida eterna que ficou ainda mais próxima após este 2024.

Em família. Que é tudo.

Pr. Odaílson Fonseca

domingo, 29 de dezembro de 2024

Alerta de pássaros, emergência e aterrissagem sem trem de pouso: os eventos que levaram ao pior desastre aéreo da Coreia do Sul; INFOGRÁFICO

Acidente com Boeing 737-800, da Jeju Air, deixou 179 mortos na noite deste sábado (28); dois tripulantes sobreviveram.


O que se sabe sobre acidente de avião na Coreia do Sul — Foto: Editoria de Arte/g1

Um acidente aéreo deixou 179 mortos na Coreia do Sul na noite deste sábado (28), horário de Brasília (DF). Segundo as autoridades locais, um avião explodiu após sair da pista e bater contra um muro no Aeroporto de Muan, no sul do país. Havia 181 pessoas a bordo; duas sobreviveram.

1. O Boeing 737-800 da Jeju Air decolou de Bangkok a 1h30, no horário local, com 181 pessoas a bordo, sendo 175 passageiros e seis tripulantes.

2. Ao se aproximar de Muan, onde deveria pousar, o avião foi visto voando baixo no entorno do aeroporto. Segundo o site de monitoramento de voos FlightRadar24, a manobra poderia indicar uma "passagem baixa", procedimento realizado quando a tripulação não tem certeza se o trem de pouso está devidamente abaixado. O objetivo é que o controle de tráfego aéreo confirme visualmente se isso aconteceu.
3. No entanto, o trem de pouso do Boeing ainda estava recolhido.
4. Às 8h54, os pilotos foram alertados pela torre de controle sobre o risco de colisão com pássaros antes de pousar.

5. Vídeos gravados momentos antes do acidente mostram um dos motores do avião pegando fogo, uma situação compatível com sucção de pássaros.

6. Às 8h59, os pilotos declararam emergência.

7. Um passageiro que estava na aeronave chegou a mandar uma mensagem de texto para a família avisando que um pássaro havia batido no avião, o que estava prejudicando o pouso.

8. Às 9h03, o Boeing aterrissou com o trem de pouso recolhido. Em alta velocidade, ele saiu da pista, bateu contra um muro do aeroporto e explodiu.
9. Dois tripulantes, um homem e uma mulher, foram resgatados com vida da cauda em chamas da aeronave. As outras 179 pessoas a bordo morreram.


Tudo sofre, tudo suporta

A frase é bíblica e se refere ao amor, mas usada fora do contexto pode acabar reforçando um transtorno emocional: a codependência.
Por Rosana Alves | Brasil     29 de dezembro de 2024
É importante aprender a diferenciar entre relacionamento saudável e dependência emocional. (Foto: Shutterstock)
Está na Bíblia: primeira carta do apóstolo Paulo aos Coríntios, capítulo 13 e versículo sete. Porém, quando lemos essa frase, popularizada em poemas e canções, não podemos confundir amor saudável com dependência de vínculo afetivo.
Há quem diga que um pouco de ciúme não faz mal. É o tipo de gente que gostaria que seu par romântico cometesse alguma loucura em nome do amor. Porém, quando sentimentos como ciúme, loucura e possessão surgem, eles costumam ser destrutivos. Aparecem camuflados de cuidado e amor incondicional, mas, aos poucos, se revelam extremamente danosos.
Dependência doentia
A dependência de vínculo ou codependência é um transtorno emocional caracterizado pela falta de habilidade de manter relacionamentos saudáveis, o que gera muita insatisfação e desconforto. Quem sofre disso acredita que a própria felicidade depende exclusivamente do outro e, por isso, age muitas vezes sem reflexão e bom senso. O codependente, por sua vez, acredita ser o responsável pela alegria ou tristeza do dependente.
Para ficar bem claro, podemos definir a dependência e a codependência como um processo de mão dupla: o dependente desenvolve uma ligação incontrolável pelo seu objeto de desejo e o codependente estabelece uma relação de sujeição ao dependente. Um reforça o comportamento inadequado do outro, criando um relacionamento doentio.
A necessidade desenfreada de estar com o outro, como única forma de ser feliz, resulta em relacionamentos não saudáveis, marcados por culpa e sofrimento. O parceiro se torna o centro da vida do dependente e todas as áreas da existência são impactadas por causa disso.
Estar com o outro, fazê-lo feliz, torna-se uma necessidade e não um prazer. E é nesse contexto que o codependente permite abusos, pois tem medo de perder o parceiro. O senso de posse, o ciúme doentio e o desejo de exclusividade são também características frequentes na dependência de vínculo. Por isso, se o relacionamento não traz alegria, mas constante sofrimento e tristeza, é preciso prestar atenção. A percepção distorcida pode chegar a tal ponto que o dependente não consegue imaginar sua vida sem seu objeto de desejo.
Esse tipo de idolatria pelo outro pode acabar levando a uma tragédia. Fico pensando em quantas garotas não estão sendo iludidas por rapazes sedutores e perigosos. E quantos garotos estão entrando em verdadeiras prisões emocionais. Vale lembrar que crimes passionais não fazem parte apenas do enredo de filmes, novelas e seriados, mas das estatísticas da vida real.
Creio que ficou claro até aqui o quão distinto é o amor verdadeiro da dependência de vínculo. O autossacrifício do amor gera crescimento, satisfação, respeito e confidencialidade. Ele não sufoca, não provoca escândalos e não rouba a alegria de viver. É sereno e refrigera a alma.
Avalie seu relacionamento
Relações tumultuadas evidenciam falta de maturidade de um dos pares ou do casal. É essa imaturidade que faz a pessoa se posicionar no centro absoluto do relacionamento ou colocar o outro nesse lugar que não pertence a nenhum dos dois. Supervalorizar-se ou idolatrar o companheiro são manifestações de infantilidade. Por isso, quero ajudar você a identificar se está num relacionamento destrutivo e lhe orientar a sair dele.
Atente para os seguintes sinais: chantagem emocional, desprezo pelo seu sentimento, brigas para impedir que você conviva com outras pessoas, manifestação exagerada/descontrolada das emoções, comportamento que se alterna entre a postura de vítima e dominador, ameaças quando se fala no fim do relacionamento e violência física e/ou verbal.
Relacionamentos assim geram desconforto e dúvidas em quem está sendo emocionalmente abusado. E acabam levando o codependente a não se sentir mais à vontade para expressar seus sentimentos ao parceiro e, às vezes, até se isolar do convívio de familiares e amigos. Nessas relações abusivas, é comum se ouvir a frase “você é meu ou minha”.
No livro Codependência Nunca Mais (Best Seller, 2013), a jornalista e escritora norte-americana Melody Beattie apresenta algumas características do codependente. Ela ficou conhecida por compartilhar sua história de superação de um casamento conturbado.
Vamos aos “sintomas”:
1.Considerar-se responsável pelos sentimentos, pensamentos, escolhas e até pelo destino do outro.
2.Sentir ansiedade, pena e culpa quando a outra pessoa tem um problema.
3.Ser compelido, quase forçado, a ajudar aquela pessoa, mesmo quando não é solicitado.
4.Ter raiva quando seu auxílio não é eficiente.
5.Culpar outras pessoas pela forma negativa como se enxerga e se sente.
Rompendo com o perigo
Veja que é possível haver codependência em outros relacionamentos que não sejam uma relação amorosa entre um homem e uma mulher. Portanto, seja qual for o tipo de relacionamento, se perceber que os prejuízos e desgastes são grandes, é necessário pensar no término dele. Nem sempre é fácil colocar um ponto final nisso, mas é possível.
Veja como proceder:
1.Termine definitivamente. Postergar ou se desligar aos poucos não funciona.
2.Mantenha distância. O contato possibilita chantagens e tentativas de reatar o relacionamento.
3.Peça ajuda. Amigos e até a polícia podem ajudar em casos de ameaça.
4.Não se culpe. Você não é a única pessoa responsável pela felicidade do outro.
5.Procure um especialista. Caso sinta necessidade, consulte um psicólogo ou terapeuta familiar.
Para você ver que não está só, já existem grupos de apoio mútuo que oferecem um programa de recuperação para codependência, nos moldes dos Alcoólicos Anônimos. Esses ambientes físicos ou virtuais são espaços para compartilhar experiências e procurar identificar e organizar os próprios sentimentos.
No Brasil, por exemplo, o codabrasil.org.br é um desses serviços gratuitos, mas existem outros em vários países. Vale ressaltar que a frequência a esses grupos não substitui o atendimento psicológico quando necessário; e que, apesar de o método desses serviços contemplar a espiritualidade, isso não implica conversão a determinada tradição religiosa.
Termino lembrando que os relacionamentos existem para proporcionar bem-estar, crescimento mútuo e proteção. Se o seu não tem sido assim, é preciso avaliar e repensar sua continuidade, evitando danos maiores. Torço por sua felicidade!

Round 6 – a escassez da paz

Por que é importante que os cristãos falem mais sobre paz em tempos de tanta violência e descaso à dignidade humana? Especialmente a paz que...