quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Lição 3 14 a 21 de outubro- A condição humana


 Sábado à tarde
Verso para memorizar: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3:23). 
Leituras da semana: Rm 1:16, 17, 22-32; 2:1-10, 17-23; 3:1, 2, 10-18, 23
No início do livro de Romanos, Paulo procurou demonstrar uma verdade crucial e fundamental para o evangelho: o triste estado da condição humana. Essa verdade existe porque, desde a queda, todos foram contaminados pelo pecado. Ele está ligado aos nossos genes assim como a cor de nossos olhos.
Martinho Lutero, em seu comentário sobre o livro de Romanos, escreveu o seguinte: “A expressão ‘todos estão debaixo do pecado’ deve ser tomada em um sentido espiritual; ou seja, não como o homem se enxerga nem como os outros o enxergam, mas como ele permanece diante de Deus. Todos estão debaixo do pecado, os transgressores manifestos aos olhos dos homens, bem como os que parecem justos aos seus próprios olhos e diante dos outros. Muitos que realizam boas obras exteriormente o fazem por medo do castigo, por amor ao ganho, pela glória, ou pelo prazer em determinado objetivo, mas não por um espírito voluntário e pronto. Assim, o homem se exercita continuamente na prática das boas obras exteriores, mas interiormente está totalmente imerso em desejos pecaminosos e paixões malignas, que se opõem às boas obras” (Martinho Lutero, Commentary on Romans [Comentário Sobre Romanos], p. 69).

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Domingo, 15 de outubro
O poder de Deus
1. “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1:16, 17). Qual é o significado desse texto? Você já experimentou as promessas e a esperança encontradas nessa passagem?
Várias palavras-chave ocorrem nessa passagem:
1. Evangelho. Essa palavra é a tradução de um termo grego que significa literalmente “boa mensagem” ou “boa notícia”. Sozinha, ela pode se referir a qualquer boa mensagem, mas como está modificada nessa passagem pelas palavras “de Cristo”, significa “a boa notícia sobre o Messias” (Cristo é a transliteração da palavra grega que significa “Messias”). A boa notícia é que o Messias veio, e as pessoas podem ser salvas pela fé nEle. É em Jesus e em Sua perfeita justiça – não em nós mesmos, nem na lei de Deus – que se pode encontrar a salvação.
2. Justiça. Essa palavra se refere à qualidade de ser justo para com Deus. O livro de Romanos revela um significado específico para ela, que iremos expor à medida que prosseguirmos com o estudo do livro. Devemos ressaltar que, em Romanos 1:17,
a palavra é qualificada pela expressão “de Deus”. É a justiça que vem de Deus, que o próprio Senhor apresentou. Como veremos, essa é a única justiça boa o suficiente para nos conduzir à promessa da vida eterna.
3. . As palavras traduzidas como “crê” e “fé” nessa passagem são as formas verbais e substantivadas dos termos gregos pisteuo (crer) e pistis (crença ou fé), que vêm da palavra peithó (fé, fidelidade). O significado de fé relacionada à salvação será desdobrado à medida que avançarmos no estudo do livro de Romanos.

Você já lutou com a questão da certeza da salvação? Já questionou se está salvo ou não? Por quê? A insegurança pode estar fundamentada num estilo de vida que nega sua profissão de fé? Quais escolhas você deve fazer para ter as promessas e as certezas oferecidas por Jesus?  

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Segunda-feira, 16 de outubro
Todos pecaram
2. Leia Romanos 3:23. Por que é tão fácil acreditar nessa mensagem hoje? Ao mesmo tempo, por que algumas pessoas questionam a veracidade desse texto?
Surpreendentemente, algumas pessoas realmente se opõem à ideia da pecaminosidade humana, argumentando que as pessoas são basicamente boas. O problema, no entanto, decorre da falta de compreensão sobre o que é a verdadeira bondade. Uma pessoa pode se comparar à outra e se sentir bem consigo mesma. Afinal, sempre podemos encontrar alguém pior do que nós mesmos. Mas isso dificilmente nos torna bons. Quando nos comparamos a Deus, à Sua santidade e justiça, nenhum de nós sai com outra coisa senão um sentimento avassalador de aversão e repugnância de nós mesmos.
Romanos 3:23 também fala sobre “a glória de Deus”. Essa expressão tem sido interpretada de várias maneiras. Talvez a interpretação mais simples seja atribuir-lhe o significado que ela possui em 1 Coríntios 11:7: o homem “é imagem e glória de Deus” (NVI). Em grego, em certo sentido, a palavra para “glória” pode ser considerada equivalente ao termo para “imagem”. O pecado tem desfigurado a imagem de Deus no homem. Os seres humanos pecadores estão longe de refletir a imagem ou a glória de Deus.
3. Leia Romanos 3:10-18. Alguma coisa mudou hoje? Qual dessas representações melhor descreve você, ou como você seria se não fosse por Cristo em sua vida?
Por pior que sejamos, nossa situação não é irremediável. O primeiro passo é reconhecer nossa total pecaminosidade e também nossa impotência para fazer qualquer coisa a respeito dessa situação. É obra do Espírito Santo produzir essa convicção. Se o pecador não resistir a Ele, o Espírito levará o pecador a arrancar a máscara da autodefesa, pretensão e justificação própria, e se lançar sobre Cristo,
implorando Sua misericórdia: “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador” (Lc 18:13, NVI).

Como você avalia a si mesmo, seus motivos, suas ações e sentimentos? Essa experiência pode ser muito angustiante, não é mesmo? Qual é sua única esperança?  

Terça-feira, 17 de outubro
Progresso?
Na virada do século 20, as pessoas viviam com a ideia de que a humanidade estava se tornando melhor, que a moralidade aumentaria e que a ciência e a tecnologia ajudariam a inaugurar uma utopia. Acreditava-se que os seres humanos estivessem essencialmente no caminho da perfeição. Mediante o tipo certo de educação e treinamento moral, as pessoas pensavam que poderiam aperfeiçoar muito a si mesmas e a sociedade. Tudo isso deveria começar a acontecer em massa quando entrássemos no maravilhoso mundo novo do século 20.
Infelizmente, as coisas não aconteceram desse jeito, não é mesmo? O século 20 foi um dos mais violentos e bárbaros de toda a história, ironicamente, em grande parte graças aos avanços da ciência, o que tornou muito mais possível que as pessoas matassem outras numa escala com a qual os mais depravados loucos do passado só puderam sonhar.
Qual foi o problema?
4. Leia Romanos 1:22-32. De que maneira vemos as coisas que foram escritas no primeiro século se manifestando hoje no século 21? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Os pecados descritos no primeiro século não ocorrem hoje com tanta intensidade quanto ocorreram no passado.
B.( ) A lista de pecados de Romanos 1:22-32 é um retrato fidedigno da atualidade.
Podemos necessitar de fé para acreditar em muitas coisas sobre o cristianismo, entre elas a ressurreição dos mortos, a segunda vinda de Jesus, um novo céu e uma nova Terra. Mas quem precisa de fé para crer no estado decaído da humanidade? Hoje, cada um de nós está vivendo as consequências dessa condição arruinada.
5. Concentre-se especificamente em Romanos 1:22, 23. Como vemos esse princípio sendo manifestado hoje? Ao rejeitar a Deus, o que os humanos em nosso século passaram a adorar e idolatrar? E, ao fazê-lo, como se tornaram tolos?

Quarta-feira, 18 de outubro
O que os judeus e gentios têm em comum
Em Romanos 1, Paulo estava lidando especificamente com os pecados dos gentios, os pagãos que haviam perdido Deus de vista havia muito tempo e, portanto, caído nas práticas mais degradantes.
Porém, ele não deixaria também seu próprio povo, seus compatriotas, dispensados da advertência. Apesar de todas as vantagens que lhes foram dadas (Rm 3:1, 2), eles também eram pecadores, condenados pela lei de Deus e necessitavam da graça salvadora de Cristo. Nesse sentido – de serem pecadores, de terem transgredido a lei de Deus e de necessitarem da graça divina para a salvação – os judeus e os gentios eram iguais.
6. Leia Romanos 2:1-3, 17-24. Contra o que Paulo advertiu nessas passagens? Qual lição todos nós, judeus ou gentios, devemos tirar dessa advertência? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A.( ) Não devemos ser hipócritas.
B.( ) A lei moral não tem mais validade.
“Depois que o apóstolo mostrou que todos os pagãos são pecadores, de maneira especial e enfática, ele mostrou que os judeus viviam em pecado também, sobretudo porque obedeciam à lei apenas exteriormente, ou seja, de acordo com a letra e não segundo o espírito” (Martinho Lutero, Commentary on Romans [Comentário Sobre Romanos], p. 61).
Muitas vezes, é fácil ver e apontar os pecados dos outros. Quantas vezes, porém, somos culpados das mesmas coisas, ou piores ainda? O problema é que temos a tendência de ignorar nossos pecados, ou nos sentimos melhores observando quanto as pessoas são ruins comparadas a nós.
Paulo não tolerou nada disso. Ele advertiu seus compatriotas a não se apressarem a julgar os gentios, pois eles, os judeus, mesmo como povo escolhido, eram pecadores. Em alguns casos, eles eram ainda mais culpados do que os pagãos a quem estavam prontos a condenar, pois, como judeus, tinham recebido mais luz do que os gentios.
O argumento de Paulo em tudo isso é que nenhum de nós é justo, nenhum de nós satisfaz o padrão divino, ninguém é inerentemente bom nem santo. Judeus ou gentios, homens ou mulheres, ricos ou pobres, tementes a Deus ou os que O rejeitam, todos estamos condenados. E, se não fosse pela graça de Deus revelada no evangelho, não haveria esperança para nenhum de nós.

Mesmo que apenas em pensamento, você já condenou os outros pelas coisas de que você mesmo era culpado? Como você pode mudar essa atitude?  

Quinta-feira, 19 de outubro
O evangelho e o arrependimento
7. “Desprezas a riqueza da Sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Rm 2:4). Qual mensagem esse texto revela sobre a questão do arrependimento?
Devemos notar que a bondade de Deus conduz os pecadores ao arrependimento. Deus não usa coerção. Ele é infinitamente paciente e procura atrair todas as pessoas pelo Seu amor. Um arrependimento forçado destruiria todo o propósito desse ato, não é mesmo? Se Deus forçasse o arrependimento, não estariam todos salvos? Por que Ele forçaria alguns a se arrepender e outros não? A tristeza pelo pecado deve ser uma ação do livre-arbítrio, uma resposta ao mover do Espírito Santo em nossa vida. O arrependimento é um dom de Deus, mas temos que estar preparados e abertos para recebê-lo, uma escolha que só nós podemos fazer por nós mesmos.
8. De acordo com Romanos 2:5-10, o que receberão aqueles que resistem ao amor de Deus, recusam-se a se arrepender e permanecem na desobediência? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Ira, tribulação e angústia no dia do juízo.
B.( ) Perdão, pois todos serão salvos.
Em Romanos 2:5-10, e frequentemente em todo o livro de Romanos, Paulo enfatizou o lugar das boas obras. O conceito de justificação pela fé sem as obras da lei jamais deve ser interpretado como significando que as boas obras não tivessem lugar na vida do cristão. Por exemplo, em Romanos 2:7, Paulo afirmou que a salvação alcança aqueles que a buscam “perseverando em fazer o bem”. Embora o esforço humano não possa trazer a salvação, ele faz parte de toda a experiência da salvação. É difícil entender como alguém pode ler a Bíblia e sair com a ideia de que obras e atos não têm importância nenhuma! O verdadeiro arrependimento, o que vem voluntariamente do coração, sempre será seguido por uma determinação de vencer e abandonar as coisas das quais precisamos nos arrepender.

Você tem a atitude de arrependimento? Ele é sincero, ou você tende apenas a ignorar suas falhas, defeitos e pecados? Caso seja a última opção, como pode mudar? Por que deve mudar?  

Sexta-feira, 20 de outubro
Estudo adicional
A terminologia bíblica mostra, portanto, que o pecado não é uma calamidade que se abateu sobre o inconsciente ser humano, mas o resultado de uma atitude e escolha ativa da parte do ser humano. Além disso, pecado não é a ausência do bem; é “não atingir” as expectativas de Deus. É um caminho mau que o ser humano escolhe por livre e espontânea vontade. Não se trata de uma fraqueza pela qual os seres humanos não podem ser responsabilizados, pois o ser humano, na atitude ou no ato de pecar, escolhe deliberadamente um caminho de rebelião contra Deus, de transgressão contra a Sua lei, e deixa de ouvir a Palavra de Deus. Pecado é tentar ultrapassar os limites estabelecidos por Deus. Em resumo, pecado é rebelião contra Deus” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 239).
“Foi-me apresentado terrível quadro da condição do mundo. […] Jamais o vício ergueu a cabeça disforme com tal ousadia como o faz agora. O povo parece estar entorpecido, e os amantes da virtude e da verdadeira piedade se acham quase desanimados por sua ousadia, força e predominância. A abundante iniquidade não se limita apenas aos incrédulos e zombadores. Quem dera que assim fosse! Mas não é. Muitos homens e mulheres que professam a religião de Cristo são culpados. Mesmo alguns que professam estar esperando Seu aparecimento não estão mais preparados para esse acontecimento do que o próprio Satanás” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 346).
Perguntas para discussão
1. O que você diria àqueles que insistem em dizer que a humanidade está melhorando? Quais são os argumentos contra essa ideia?
2. Com base na citação de Ellen G. White acima, por que você não deve se desesperar, mas continuar reivindicando as promessas do perdão e da purificação? Satanás quer que você diga: “Não adianta. Sou corrupto. Jamais serei salvo, então é melhor desistir”. Mas Jesus lhe diz: Eu não “te condeno; vai e não peques mais” (Jo 8:11). A quem você dará ouvidos?
3. Por que é importante compreender o pecado e a depravação humana? O que ocorre quando perdemos de vista essa triste realidade? Um falso entendimento da nossa condição pode nos levar a quais erros?
4. Pense no número incontável de protestantes que escolheram morrer em vez de abandonar a fé. Somos fortes para morrer pela nossa fé?
Respostas e atividades da semana: 1. Reflexão pessoal. 2. Divida a classe em dois grupos e promova um debate sobre o tema da universalidade do pecado. Após alguns minutos, peça a um representante de cada grupo que exponha as conclusões do grupo. 3. Reflexão pessoal. 4. B. 5. Atualmente, algumas religiões pregam, no lugar de Deus, a adoração a imagens feitas por homens. O Senhor é desonrado, e os adoradores tornam-se tolos, pois esses ídolos não falam, não respondem e não podem fazer nada. 6. A. 7. Pergunte aos alunos quem é o responsável por promover o arrependimento em nós. 8. A.

Resumo da Lição 3
A condição humana
TEXTO-CHAVE: Romanos 3:23
O ALUNO DEVERÁ
Saber: Que os seres humanos caíram num poço de pecado e morte do qual não conseguem se libertar.
Sentir: A condição de impotência e nutrir a certeza de que Deus não o abandonou.
Fazer: Rejeitar as noções de virtude e progresso humanos que impedem as pessoas de sentir a necessidade de Cristo.
ESBOÇO
I. Saber: Consciência do problema
A. Por que o pecado deveria ser compreendido como um problema universal e permanente, e não como um acidente ocasional e localizado?
B. Com as variadas propostas de cura para os males da humanidade (educacional, política, social, etc.), por que devemos focalizar a solução no que Deus tem realizado por meio de Cristo?
II. Sentir: Enfrentar o problema
A. Quais mentiras culturais nos mantêm insensíveis quanto à realidade do nosso pecado e da nossa necessidade de Deus?
B. Visto que a percepção da nossa pecaminosidade pode ser uma experiência autodestrutiva, como podemos remodelar esse conceito como um primeiro passo em direção a Cristo?
III. Fazer: Combater a negação do problema
A. Como você responderia à declaração de que a humanidade não é tão má (portanto, não precisa de um Salvador), tendo em vista a existência de pessoas amáveis e amorosas que não possuem ligação com o cristianismo?
B. A distinção entre a vida interior e as ações exteriores ajuda a responder à pergunta anterior? Explique.
RESUMO: Os seres humanos terão dificuldade para compreender e apreciar o glorioso evangelho da salvação divina se negarem ou subestimarem a realidade de sua condição pecaminosa coletiva.

Ciclo do aprendizado

Motivação
Focalizando as Escrituras: Romanos 2
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Quando uma comunidade específica é abençoada ou privilegiada por Deus, o reconhecimento que essa comunidade tem de seu próprio pecado pode ficar comprometido. Os pecados daqueles que não pertencem à comunidade são ampliados e os pecados dos que pertencem à comunidade são minimizados ou negados. A consciência da necessidade de Cristo é perniciosamente substituída pela presunção e hipocrisia.
Para o professor: O objetivo da lição é impedir que a igreja caia na mesma armadilha em que caiu o interlocutor de Paulo em Romanos 2. Adotar padrão duplo em relação ao pecado implica em desastre teológico e missional. De modo amável, incentive os alunos a reconhecer que essa sutil dimensão do pecado é algo que se aplica a cada um de nós. Reforce as fortes denúncias de Paulo (Rm 2:1-5, 23, 24) para enfatizar que essa questão não é insignificante e que o testemunho da igreja e o caráter de Deus estão em jogo (Rm 2:24).
Discussão inicial: Maximizar o pecado dos outros e minimizar o nosso tem se tornado quase uma segunda natureza. Tome como exemplo um motorista no trânsito: algumas vezes, as palavras e a ira que reprimimos quando outros motoristas erram são muito embaraçosos. No entanto, quando cometemos os mesmos erros, apenas nos desculpamos como se não fosse nada e sussurramos: “Ops”, “lamento por isso”. Foi esse padrão duplo que Paulo expôs em Romanos 2, e é esse mesmo padrão que precisa ser exposto em nossa vida, a fim de que tenhamos consciência de nossas falhas.
Perguntas para discussão
1. Aplicar o problema do pecado apenas aos não cristãos faz com que empreguemos mal o evangelho? Comente.
2. Ter um padrão duplo em termos de pecado e julgamento anula o nosso testemunho ao mundo?
Compreensão
Para o professor: Romanos 2 é um capítulo bastante negligenciado, inserido entre a repetida frase protestante de que “o justo viverá por fé” (Rm 1:17) e as incontestáveis gemas teológicas de Romanos 3–8. Os eruditos têm discutido como Romanos 2 se encaixa na estrutura do livro. Essa confusão dá ampla margem para reflexão. Encoraje a classe a explorar um território inexplorado. Chame a atenção para a maneira pela qual o comportamento específico esboçado em Romanos 2 demonstra que (1) o pecado é um problema universal e (2) a desobediência abordada está enraizada numa presunção pecaminosa acerca da graça de Deus.

Comentário bíblico

I. Juízes sob julgamento
(Recapitule com a classe Rm 1:28-30; 2:1-11.)
Depois de apresentar um discurso acerca do comportamento pecaminoso (Rm 1:23-31), foi preciso acrescentar uma denúncia. Não apenas esses pecados eram praticados descaradamente, mas os pecadores aprovavam plenamente os que cometiam tais pecados (Rm 1:32). Não há alegações de inocência nem ignorância nesse caso, mas ousada rebelião.
Um tanto inesperado, Paulo reverteu a situação contra a pessoa que estava julgando esses pecados. Ele utilizou o artifício retórico diatribe (crítica severa), num diálogo com um parceiro imaginário para tornar claro seu ponto de vista. Esse parceiro, ao contrário daqueles que aprovavam o flagrante pecado, condenou toda essa perversidade (Rm 2:1). Há apenas um problema. Esse “justo” juiz praticava os mesmos pecados que condenava, e com esse discernimento profundo, Paulo conseguiu colocar todo o mundo no mesmo dilema (Rm 3:9), para que pudesse aplicar a solução do evangelho indiscriminadamente a todas as pessoas. Os judeus, representados pelo crítico parceiro do diálogo (Rm 2:17), e os gentios, com a longa lista de pecados deles, agora estavam no mesmo patamar diante do justo juízo de Deus (Rm 2:3, 5, 16; 3:19).
No entanto, uma questão instigante se levanta: Como uma população que possui conhecimento religioso suficiente para condenar os pecados do mundo pensa que se “livrará do juízo de Deus” (Rm 2:3) enquanto comete os mesmos pecados? Essa questão será respondida em conexão com a próxima seção do comentário.
Pense nisto: Como a abordagem de Paulo para colocar a humanidade “debaixo do pecado” (Rm 3:9) deve mudar para sempre nosso modo de lidar com os pecados dos outros? Quais qualidades de caráter precisam ser cultivadas quando abordamos os pecados que vemos ao redor? Essas qualidades podem nos ajudar a lidar com
os nossos próprios pecados?
II. Falsa segurança
(Recapitule com a classe Rm 2:17-29; 3:1.)
Romanos 1 e 2 são apresentados de modo a colocar judeus e gentios debaixo do pecado, de forma que o evangelho do capítulo 3 seja aplicado de maneira universal. Essa abordagem também é enfatizada no segundo capítulo. No entanto, Romanos 2 também descreve uma versão da falsa segurança que invoca a graça de Deus. Essa falsa segurança destrói a sincera obediência a Deus, ao passo que também coloca a si mesma em lugar da verdadeira “graça [de Deus], mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:24).
Para responder à pergunta formulada acima, vamos repeti-la: O interlocutor de Paulo pensava que ele e os que ele representa escaparão do juízo de Deus? A resposta é uma interpretação teológica do caráter de Deus como bondoso, longânimo e paciente para com eles (não gentios) a fim de minimizar o juízo para eles (não gentios). Leia Romanos 2:5. Paulo corrigiu essa adaptação indevida dos nobres atributos de Deus ao enfatizar que (1) essas qualidades de caráter pretendem conduzir ao arrependimento e (2) Deus “retribuirá a cada um segundo o seu procedimento” (Rm 2:6). Em outras palavras, Deus é surdo à exaltação de Sua graça quando é usada como desculpa para a desobediência ou como um ostensivo passe livre no juízo, independentemente do comportamento.
Esse fluxo de pensamento também está em paralelo com a última metade de Romanos 2. Há pelo menos dez afirmações mencionando que eles eram especialmente privilegiados. Por exemplo, essas afirmações incluem chamar a si mesmo de judeu, gloriar-se em Deus, ser guia dos cegos, etc. (Rm 2:17-21). Acrescente à lista o sinal da aliança – a circuncisão (Rm 2:25) e a entrega dos oráculos de Deus (Rm 3:2; é aceitável que ser judeu é uma vantagem em “todos os aspectos” (Rm 3:2). No entanto, a confiança de Israel nos atos da eleição de Deus e nos privilégios que acompanham a aliança enquanto eles transgridem essa lei/aliança “desonra a Deus” e motiva os gentios a blasfemarem contra Ele (Rm 2:23, 24).
Paulo corrigiu o padrão duplo invocando um conceito que tem sido uma dor de cabeça perene para os eruditos. Ele declarou no meio do capítulo que “os simples ouvidores da lei [referência a judeus somente] não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei [judeus e gentios] hão de ser justificados” (Rm 2:13). Se Deus não agisse assim, o resultado favorável no juízo seria garantido apenas para judeus, porque nenhum gentio poderia reclamar as bênçãos religiosas e éticas (por exemplo, ouvir a lei) derramadas sobre Israel. No entanto, segundo Paulo, esse tipo de resultado não acontecerá. Deus não tem favoritos, porque Ele não faz “acepção de pessoas” (Rm 2:11).
Todas essas vantagens de ser o povo especial da aliança com Deus pouco vale quando a lei é quebrada. A circuncisão pode ser revertida (Rm 2:25) e a identidade de um judeu, ameaçada (Rm 2:28).
Em suma, a graça de Deus para com Israel, infeliz e desnecessariamente, resultou em presunçosa cegueira em relação ao seu próprio pecado e hipocrisia, especialmente a respeito dos gentios. Paulo, uma espécie de João Batista depois da cruz, enfatizou esse argumento para abrir caminho para a vinda do evangelho de Deus em Cristo nos capítulos seguintes, um evangelho para judeus e gentios, e para todos nós.
Pergunta para discussão: Quais são as falsas proteções teológicas que os cristãos conservam e que estão criando um obstáculo ao pleno ministério do evangelho?
Aplicação
Para o professor: “Graça barata”, hipocrisia e descaso para com o cumprimento da lei são problemas monumentais enfrentados pela igreja cristã. Ironicamente, em geral, o livro de Romanos é usado para sustentar esse sentimento antinomiano (contrário à lei). Encoraje a classe a considerar os símbolos de status atuais (adesão religiosa, superioridade étnica, etc.) que podem nos impedir de compreender que todos nós somos pecadores desesperados que precisamos de Deus.
Pergunta para reflexão
Como reconhecer que nossa igreja tem sido especialmente abençoada por Deus, sem cair no mesmo complexo de superioridade que atingiu o judaísmo primitivo?
Criatividade e atividades práticas
Para o professor: Contraste a facilidade que temos para ver os pecados dos outros (Rm 1:18-32) e a dificuldade para perceber os próprios pecados (Rm 2:1, 21-24). O objetivo é que a classe reflita e se humilhe diante de Deus. Como líder da classe, tome a iniciativa e compartilhe sua experiência primeiro. Depois, dê oportunidade aos alunos para que falem.
Atividades
1. Peça que algum aluno conte como Deus revelou que ele tinha algum tipo de preconceito e como Ele o libertou.
2. Frequentemente os adventistas do sétimo dia são rotulados como legalistas por causa da dedicação à lei e ao sábado. Motive a classe a utilizar Romanos 2 para mostrar a hipocrisia de alegarmos o status de salvos enquanto transgredimos a lei de Deus.
Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?






 

sábado, 7 de outubro de 2017

Lição 2 -07 a 14 de outubro - O conflito



Sábado à tarde
Verso para memorizar: “A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17). 
Leituras da semana: Hb 8:6; Mt 19:17; Ap 12:17; Lv 23; At 15:1-29; Gl 1:1-12
A igreja primitiva era composta principalmente de judeus que jamais pensaram que, ao aceitar Jesus, o Messias de origem judaica, estavam se afastando da fé de seus pais ou das promessas da aliança que Deus havia feito ao Seu povo. Como podemos verificar, eles estavam certos. A questão para os primeiros cristãos judeus não era se seus compatriotas tinham que se tornar cristãos para aceitar Jesus. A questão para muitos deles era se os gentios tinham que se tornar judeus antes que pudessem aceitar a Cristo.
Somente mais tarde, no concílio de Jerusalém, houve uma resposta sólida. Eles tomaram a decisão de não incomodar os gentios com uma série de regulamentos e leis. Ou seja, os gentios não precisavam se tornar judeus antes de aceitar a Cristo.
Contudo, apesar da decisão, alguns mestres continuaram a atormentar as igrejas, insistindo com os gentios convertidos à fé que era preciso obedecer essas regras e leis, inclusive a circuncisão (não exatamente um procedimento que tornaria atrativa para um adulto a adesão ao cristianismo). Isto é, eles pensavam que, a fim de participar das promessas da aliança, esses gentios tinham que obedecer a muitas regras e regulamentos considerados indispensáveis para os israelitas.
Quais foram as questões, e como elas foram resolvidas?

A partir de hoje, 7 de outubro, será lançado o Mutirão de Natal em todo o Brasil. Não perca a oportunidade de se envolver. Torne sua igreja mais humana. 
Domingo, 08 de outubro
Uma aliança superior
1. De acordo com Hebreus 8:6, o que são as “promessas superiores” e a aliança superior? Por que o ministério de Jesus é mais excelente?
Talvez a maior diferença entre a religião do Antigo Testamento e a do Novo seja o fato de que a era do Novo Testamento teve início com a vinda do Messias, Jesus de Nazaré. Ele foi enviado por Deus para ser o Salvador. Os seres humanos não poderiam ignorá-Lo e esperar ser salvos. Somente pela expiação que Ele proveu, os pecados da humanidade poderiam ser perdoados. Unicamente pela imputação de Sua vida perfeita poderiam permanecer diante de Deus sem condenação. Em outras palavras, a salvação era por meio da justiça de Jesus, e nada mais.
Os santos do Antigo Testamento aguardavam com expectativa as bênçãos da era messiânica e a promessa de salvação. Na época do Novo Testamento, as pessoas foram confrontadas com a seguinte pergunta: “Vocês aceitam Jesus de Nazaré a quem Deus enviou como Messias, seu Salvador?” Se acreditassem nEle, isto é, se O aceitassem como Redentor, o que Ele realmente era, e se entregassem a Ele, seriam salvas por meio da justiça que Ele lhes oferecia gratuitamente.
Entretanto, os requisitos morais permanecem inalterados no Novo Testamento, pois foram fundamentados no caráter de Deus e de Cristo. A obediência à lei moral de Deus faz parte tanto da nova aliança como fez parte da antiga.
2. Leia Mateus 19:17, Apocalipse 12:17, 14:12 e Tiago 2:10, 11. O que esses textos revelam sobre a lei moral no Novo Testamento? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Ela continua valendo, pois é atemporal.
B.( ) Ela não é mencionada no Novo Testamento, pois perdeu a validade.
Ao mesmo tempo, foi interrompido todo o conjunto de leis rituais e cerimoniais distintamente israelitas, que estavam claramente ligadas à antiga aliança, e que apontavam para Jesus e para Sua morte e ministério como Sumo Sacerdote. Teve início uma nova ordem com base em “promessas superiores”.
Um dos principais objetivos de Paulo no livro de Romanos foi ajudar os judeus e gentios a compreender o que estava envolvido nessa transição do judaísmo para o cristianismo. Levaria tempo para fazer essa transição. Muitos judeus que tinham aceitado Jesus ainda não estavam preparados para as grandes mudanças que estavam por vi
Quais são suas promessas bíblicas favoritas? Você costuma reivindicá-las? As escolhas que você tem feito podem atrapalhar o cumprimento dessas promessas em sua vida?  
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Segunda-feira, 09 de outubro
Leis e regulamentos judaicos
3. Se o tempo permitir, folheie o livro de Levítico (veja, por exemplo, os capítulos 12, 16 e 23). Quais pensamentos vêm à sua mente ao ler essas regras, regulamentos e rituais? Por que muitos deles seriam quase impossíveis de seguir nos tempos do Novo Testamento?
É conveniente classificar as leis do Antigo Testamento em várias categorias: (1) lei moral, (2) leis cerimoniais, (3) leis civis, (4) estatutos e juízos e (5) leis de saúde.
Essa classificação é, em parte, artificial. Na realidade, algumas dessas categorias estão inter-relacionadas e há uma considerável coincidência entre elas. Os antigos não as consideravam separadas nem distintas.
A lei moral é resumida pelos Dez Mandamentos (Êx 20:1-17). Ela é uma síntese dos requisitos morais da humanidade. Esses dez preceitos são exemplificados e aplicados em vários estatutos e juízos nos primeiros cinco livros da Bíblia. Esses exemplos mostram o que significava guardar a lei de Deus em diversas situações.
As leis civis estão relacionadas à lei moral, pois também são fundamentadas nela. Elas definem a relação do cidadão com as autoridades civis e com outros cidadãos. Indicam as penalidades para diversas infrações.
As leis cerimoniais regulamentavam o ritual do santuário, descrevendo as várias ofertas e responsabilidades de cada cidadão. Os dias de festa são especificados e sua observância, definida.
As leis de saúde se sobrepõem às outras leis. As diversas leis relacionadas à impureza definem a impureza cerimonial, mas ainda vão além disso, incluindo princípios de higiene e saúde. As leis sobre carnes puras e impuras estão fundamentadas em considerações físicas.
Embora os judeus provavelmente pensassem, de modo geral, em todas essas leis como um único pacote, pelo fato de que todas vieram de Deus, eles devem ter feito certas distinções mentalmente. Os Dez Mandamentos haviam sido pronunciados por Deus diretamente ao povo. Isso os colocava à parte, tornando-os especialmente importantes. As outras leis tinham sido transmitidas por meio de Moisés. O ritual do santuário só poderia ser cumprido enquanto houvesse um santuário em funcionamento.
As leis civis, pelo menos em grande parte, não podiam mais ser impostas depois que os judeus perderam sua independência e passaram a estar sob o domínio civil de outra nação. Muitos preceitos cerimoniais já não podiam ser observados depois da destruição do templo. Além disso, depois que o Messias veio, muitos tipos tinham encontrado seus antítipos, e não tinham mais validade.

Terça-feira, 10 de outubro
Conforme o costume de Moisés
4. De acordo com Atos 15:1, o que causava dissensão? Por que alguns acreditavam que isso não era apenas para a nação judaica? Veja Gênesis 17:10 e assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A.( ) As ofertas de sacrifício, que simbolizavam a salvação.
B.( ) A circuncisão, que fazia parte da aliança feita com Abraão.
Enquanto os apóstolos se uniam aos ministros e membros leigos em Antioquia num esforço intenso para ganhar muitas pessoas para Cristo, certos cristãos judeus da Judeia, “da seita dos fariseus” (At 15:5), conseguiram introduzir uma questão que logo levou a um conflito generalizado na igreja e deixou os cristãos gentios consternados. Com grande convicção, esses mestres defendiam que, para ser salvo, era preciso ser circuncidado e guardar toda a lei cerimonial. Os judeus, afinal de contas, sempre se orgulharam de suas cerimônias divinamente estabelecidas. Além disso, muitos dos que tinham sido convertidos à fé de Cristo ainda sentiam que, uma vez que Deus havia claramente delineado o modo hebraico de adoração, era improvável que Ele autorizasse uma alteração em qualquer uma de suas especificações. Eles insistiam que as leis e cerimônias judaicas deveriam ser incorporadas aos ritos da religião cristã. Demoraram para compreender que todas as ofertas de sacrifício haviam prefigurado a morte do Filho de Deus, na qual o tipo encontrou o antítipo, e que, depois dela, os ritos e cerimônias da dispensação mosaica não eram mais obrigatórios.
5. Leia Atos 15:2-12. Como esse debate foi resolvido?
“Embora buscando de Deus a orientação direta, [Paulo] estava sempre pronto a reconhecer a autoridade conferida ao corpo de crentes unidos como igreja. Sentia a necessidade de se aconselhar; e, quando surgiam assuntos de importância, alegrava-se em poder apresentá-los perante a igreja, e em unir-se com os irmãos para buscar de Deus sabedoria para fazer decisões acertadas” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 200).
Paulo, que muitas vezes falou sobre seu chamado profético e de como Jesus lhe deu sua missão, estava muito disposto a trabalhar com o corpo maior da igreja. Ou seja, qualquer que fosse sua vocação, ele percebeu que fazia parte da igreja como um todo e que precisava trabalhar com ela o máximo possível.

Qual é sua atitude em relação à liderança da igreja? Você é cooperativo? Por que a cooperação é tão importante? Como a igreja poderia funcionar se todos fizessem apenas o que desejam, independentemente do corpo maior?  

Quarta-feira, 11 de outubro
Os cristãos gentios
6. Leia Atos 15:5-29. Qual decisão foi tomada no concílio e qual foi o seu raciocínio?
A decisão foi contrária à opinião dos judaizantes. Essas pessoas insistiam que os gentios convertidos fossem circuncidados e guardassem toda a lei cerimonial, e que “as leis e cerimônias judaicas deviam ser incorporadas aos ritos da religião cristã” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 189).
É interessante notar, em Atos 15:10, a maneira pela qual Pedro descreveu essas leis antigas como um “jugo” que eles eram incapazes de suportar. O Senhor, que instituiu essas leis, faria delas um jugo sobre Seu povo? Parece ser pouco provável. Em vez disso, ao longo dos anos, alguns líderes, mediante suas tradições orais, tinham transformado em fardos muitas leis destinadas a ser bênçãos. O concílio procurou poupar os gentios desses fardos.
Além disso, não houve referência nem debate que pudesse sugerir que os gentios não precisavam obedecer aos Dez Mandamentos. Afinal, poderíamos imaginar o concílio dizendo-lhes que não comessem sangue, mas que era aceitável ignorar os mandamentos contra o adultério, assassinato e coisas do gênero?
7. Quais regras específicas foram impostas aos cristãos gentios (At 15:20, 29)? Por quê? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Eles não deviam congregar com os judeus, pois tinham costumes muito diferentes. Por isso, deviam viver separados.
B.( ) Deviam se abster de comidas oferecidas aos ídolos, da imoralidade sexual e da carne e sangue de animais estrangulados, pois essas coisas eram ofensivas aos judeus.
Embora os cristãos judeus não devessem impor suas regras e tradições aos gentios, o concílio queria se certificar de que os gentios não fariam coisas consideradas ofensivas aos judeus que estavam unidos a eles em Jesus. Portanto, os apóstolos e anciãos concordaram em instruir os gentios por carta a se abster das carnes oferecidas aos ídolos, da fornicação, das carnes de animais estrangulados e do sangue. Alguns dizem que, uma vez que a guarda do sábado não foi mencionada especificamente, ela não deve ter sido indicada aos gentios. É evidente que os mandamentos contra a mentira e o assassinato também não foram especificamente mencionados, de modo que essa argumentação não significa nada.

De certa maneira, estamos colocando sobre as pessoas cargas desnecessárias, mais provenientes da tradição do que da ordem divina? Comente com a classe.  

Quinta-feira, 12 de outubro
Paulo e os gálatas
Por mais claro que o concílio tivesse sido, havia aqueles que procuravam seguir seu próprio caminho e que continuavam a defender que os gentios mantivessem as tradições e leis judaicas. Para Paulo, isso se tornou um assunto muito sério. Os falsos ensinos de alguns judeus não eram simplesmente um desprezo de questões sutis da fé, mas tinham se tornado uma negação do próprio evangelho de Cristo.
8. Leia Gálatas 1:1-12. Paulo via com seriedade a questão que estava enfrentando na Galácia? O que isso revela sobre a importância dessa controvérsia?
Como foi dito antes, a situação na Galácia, em grande medida, motivou o conteúdo da carta à igreja de Roma. Na Epístola aos Romanos, Paulo desenvolveu ainda mais o tema da Epístola aos Gálatas. Alguns cristãos judeus estavam afirmando que a lei que Deus lhes havia transmitido por intermédio de Moisés era importante e deveria ser observada pelos gentios convertidos. Paulo estava tentando mostrar o verdadeiro lugar e a verdadeira função da lei. Ele não queria que essas pessoas ganhassem apoio em Roma como tinham feito na Galácia.
É uma simplicidade exagerada perguntar se Paulo estava se referindo às leis cerimoniais ou morais em Gálatas e Romanos. Historicamente, a discussão era se os gentios convertidos deveriam ou não ser obrigados a ser circuncidados e guardar a lei de Moisés. O concílio de Jerusalém já havia decidido essa questão, mas alguns se recusaram a seguir sua decisão.
Alguns “descobrem”, nas cartas de Paulo aos Gálatas e aos Romanos, evidências de que a lei moral, os Dez Mandamentos (ou, na verdade, apenas o quarto mandamento), não é mais obrigatória aos cristãos. No entanto, eles não compreendem o sentido das cartas, nem o contexto histórico e os assuntos que Paulo estava abordando. Paulo, como veremos, enfatizou que a salvação era somente pela fé e não pela guarda da lei, nem mesmo da lei moral. No entanto, isso não é o mesmo que dizer que a lei moral não deve ser obedecida. A obediência aos Dez Mandamentos nunca entrou em discussão; aqueles que a tornam um problema estão interpretando nos textos um problema contemporâneo, com o qual Paulo não estava lidando.

Qual é sua resposta aos que afirmam que o sábado já não é obrigatório para os cristãos? Como você pode apresentar a verdade do sábado de uma forma que não comprometa a integridade do evangelho?  

Sexta-feira, 13 de outubro
Estudo adicional
Leia, de Ellen G. White, “Judeus e Gentios”, p. 188-192, 194-197; “Apostasia na Galácia”, p. 383-388, em Atos dos Apóstolos; “Israel Recebe a Lei”, p. 310-312; “A Lei e as Alianças”, p. 370-373, em Patriarcas e Profetas; “O Povo Escolhido”, p. 27-30, em O Desejado de Todas as Nações.
Sem dúvida, nossa igreja tem enfrentado momentos de conflito e dissensão. Mas isso não é novidade. Satanás sempre esteve em guerra contra a igreja. Mesmo no início do cristianismo, surgiram dissensões e conflitos nas fileiras dos cristãos. E havia um conflito que, se não fosse resolvido, poderia ter destruído a igreja logo em seu surgimento.
“Por meio da influência de falsos ensinadores que tinham se levantado entre os crentes em Jerusalém, a divisão, a heresia e o sensualismo estavam rapidamente ganhando terreno entre os crentes na Galácia. Esses falsos ensinadores estavam misturando tradições judaicas com as verdades do evangelho. Desconsiderando a decisão do concílio geral em Jerusalém, impuseram aos crentes gentios a observância da lei cerimonial” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 383).
Perguntas para discussão
1. Sua igreja está colocando sobre os outros fardos desnecessários? Ou estamos em perigo de ir para o outro extremo? Isto é, como reconhecer se nos tornamos muito frouxos em nosso estilo de vida e padrões a ponto de não refletirmos nosso alto chamado em Cristo?
2. Quais são alguns argumentos que as pessoas usam para afirmar que os Dez Mandamentos não são mais obrigatórios para os cristãos? Como respondemos a essas alegações? Por que, na verdade, esses argumentos são tão equivocados?
3. Leia Gálatas 1:1-12. Note como Paulo foi intransigente, dogmático e fervoroso em relação à sua compreensão do evangelho. O que isso revela sobre a necessidade de permanecer absolutamente inabalável em certas crenças, especialmente em uma era pluralista e relativista? Quais ensinamentos precisam ser mantidos?
4. Quais questões provocaram a Reforma Protestante? Quais diferenças básicas não foram resolvidas?
Respostas e atividades da semana: 1. Trace com os alunos um paralelo entre as duas alianças e suas respectivas promessas. 2. A. 3. Peça a dois alunos que compartilhem seus pensamentos sobre como seria viver dentro das regras e rituais judaicos hoje. 4. B. 5. Peça que um dos alunos leia o texto em voz alta. Enquanto isso, os demais alunos devem ouvir com atenção. Depois, pergunte à classe como a questão de Atos 15 foi resolvida. 6.  Peça aos alunos que formem duplas. Um deve ficar responsável por informar a decisão do concílio, e o outro por desenvolver o raciocínio que levou a essa decisão. 7. B. 8. Peça aos alunos que compartilhem suas respostas.