quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Zenon Lopez Huanca

O que vemos hoje nos Estados com o forte movimento religioso que apoia Donald Trump não tem precedentes recentes na história do país, pelo menos não desde a época de Ellen White. Embora tenha havido momentos em que a religião influenciou a política, como durante a administração Ronald Reagan, o nível de envolvimento directo e de fusão aberta entre religião e política é hoje algo muito mais pronunciado e preocupante do ponto de vista profético.

Durante o mandato de Reagan, houve uma forte aliança com a chamada “Maioria Moral”, um movimento evangélico conservador que procurava influenciar as políticas do país, mas as circunstâncias eram diferentes. Reagan falava abertamente dos valores cristãos, mas a Igreja ainda não tinha o nível de influência que vemos hoje, onde os líderes religiosos têm acesso directo ao poder e procuram moldar a legislação de acordo com as suas crenças.

O atual movimento de apoio a Trump vai além da simples influência política; tornou-se uma causa quase messiânica, onde muitos o veem como um líder escolhido por Deus para restaurar a “grandeza espiritual” da nação. Isto levou a uma mistura perigosa de nacionalismo cristão, onde a identidade religiosa se entrelaça com a política de uma forma que lembra a profecia do Apocalipse sobre a imagem da besta – uma união entre a Igreja e o Estado que imporá normas religiosas pela força.

Ellen White advertiu que seria a apostasia nas igrejas que procuraria o apoio do governo civil, e hoje vemos quantas denominações estão dispostas a comprometer princípios a fim de obter influência política. Este é um sinal claro de que o caminho está preparado para a implementação de leis que, sob o pretexto de restaurar a moralidade, acabarão por impor falsos sistemas de culto, como a observância do domingo.

Como observadores da profecia, isto chama-nos a estarmos mais alertas do que nunca, a permanecermos fiéis aos princípios bíblicos e a partilharmos amorosamente a mensagem do terceiro anjo, convidando as pessoas a reconhecerem a verdade antes que seja tarde demais.

Apocalipse 13:11-17 – A imagem da besta

“Então vi outra besta saindo da terra; e ele tinha dois chifres como os de um cordeiro, mas falava como um dragão.” (v.11)

Esta profecia descreve os Estados Unidos (a besta que surge da terra) que, embora partindo de princípios de liberdade (“como um cordeiro”), acabará por falar “como um dragão”, isto é, exercerá a coerção. A formação da “imagem da besta” implica que este poder adotará características do papado, buscando a união da Igreja e do Estado para impor leis religiosas, como a observância do domingo.

2 Tessalonicenses 2:3-4 – A apostasia e o homem do pecado

“Não deixe ninguém te enganar de forma alguma; Porque isso não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se exalta contra tudo o que se chama Deus ou que é objeto de adoração...”

Paulo adverte que antes da segunda vinda de Cristo haverá uma grande apostasia dentro do Cristianismo, preparando o caminho para um poder que usurpará o lugar de Deus na terra. Esta apostasia manifesta-se quando as igrejas abandonam a verdade bíblica e procuram o apoio do poder civil para impor as suas crenças.

A Bíblia avisa-nos que nos últimos tempos haverá uma coligação entre religião e política que tentará impor a adoração falsa. A crescente influência dos movimentos religiosos na política americana hoje é um sinal claro de que estas profecias estão a ser cumpridas. Deus nos chama para sermos vigilantes, para nos apegarmos à Sua Palavra e para proclamarmos amorosamente a mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14, alertando o mundo sobre o perigo de adorar a besta e a sua imagem.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

A crise política no Brasil e a Igreja

Qual o papel dos cristãos e da Igreja Adventista diante da crise política? Um artigo para pensar.
           Por Rafael Rossi

Posso ser interpretado como parcial em minhas considerações, mas entendo que no momento em que estamos vemos a política brasileira sofrendo com desajustes, a economia ruindo, desemprego aumentando, polarização de opiniões, nomeações duvidosas, embate entre o executivo, legislativo e o judiciário, escutas telefônicas vazadas, noticiários tratando o tempo todo com previsões de mais caos ou até a conclusão do processo de impedimento em andamento contra a presidente de Brasil. Diante disso, é preciso uma leitura com o olhar reflexivo da Igreja sob a perspectiva da Bíblia.

Hoje, quando entrei no táxi, rumo ao aeroporto, o motorista logo me perguntou: o que está achando de tudo o que está acontecendo no Brasil? Comecei a lhe falar e a viagem foi pouca para concluir o assunto. As pessoas não sabem onde se segurar. A imprensa que noticia é também acusada de fabricar informações, de ser tendenciosa. Outros afirmam categoricamente que estamos diante de um golpe. Mas, por outro lado, o que hoje é golpe para a situação já foi solução quando eles eram a oposição.
Leia também:
Reflexões sobre eleição de Trump e eventos finais

A complexidade do momento é muito delicada de ser tratada. Há muita emoção e paixão rondando os temas políticos e sociais do Brasil. Essa realidade não é novidade nos tempos bíblicos. Ocorreram no passado crises como as que estamos vivendo nos reinos de Israel e Judá, que na verdade eram um só povo, mas que se dividiram a tal ponto de cada um ter o seu rei pela crise enfrentada.

Mesmo com dois governantes, os problemas não foram resolvidos e cada tentativa de unificar a nação parecia complicar ainda mais a situação. O caos acompanhou o povo por causa da insistência em abandonar a vontade de Deus e seguir por suas próprias convicções.

E nós, cristãos?

Que Deus e Seus princípios estão fora do modo de operação da política no geral, ninguém duvida. Agora, o que podemos nós cristãos fazer?

Quando Jesus tratou sobre ser o sal da terra e a luz do mundo, entendo que Ele se referiu a toda e qualquer situação. Os cristãos devem fazer a diferença onde estão e é nesse momento que entendo que a Igreja precisa fazer a diferença na sociedade.

Não estou dizendo que a Igreja deve tomar partido e se envolver politicamente nas discussões, mas há algumas ações importantes que envolvem cada pessoa para fazer a diferença e ser o que Cristo espera que sejamos. Dentro de cada esfera de ação, a igreja deve aproveitar a instabilidade para oferecer a estabilidade, o caminho da não perspectiva futura para a esperança é a nossa bandeira.

Há solução segura quando princípios revelados na Bíblia são colocados em prática é isso requer que primeiramente sejam reafirmamos os princípios de liberdade religiosa e de expressão. Os cristãos devem chamar as pessoas para promoverem ativamente esses princípios de liberdade e serem livre para defender que a política é também um campo que deve ter espaço para Deus.

Com isso, quero reafirmar a separação entre Estado e Religião, devendo o Estado permanecer neutro e não hostil quanto às religiões, reconhecendo que estas contribuem positivamente na sociedade, garantindo nos termos da Lei a liberdade religiosa de todos e a proteção do fato religioso dando espaço para a Igreja manifestar o seu ponto de vista.

Como cidadãos, os cristãos não podem se afastar das questões que envolvem a vida das pessoas, mas por outro lado também não devem comprometer a religião ou as bases da fé com causas políticas. É uma relação limitada, mas existente.

Os cristãos devem instar os governante para que fiquem atentos e proporcionem um ambiente positivo para a vida das pessoas. Devem também encorajar os que supervisionam os processos constitucional e legislativo para oferecerem proteção às pessoas e que não se beneficie um grupo em particular em detrimento de outros.

Em cada região ou situação, existem formas concretas de se envolver na defesa de uma sociedade mais justa e assim garantir que tal defesa seja sensível tanto ao contexto quanto à situação. Visitar as autoridades políticas e colocar a Igreja como parceira de projetos sociais que influenciarão a vida das pessoas, que estejam dentro dos princípios da Igreja, também são uma causa legítima.

Uma sociedade mais justa se faz com a participação de todos e a Igreja Adventista do Sétimo Dia entende o seu papel nessa construção provendo educação e orientações sobre vida saudável e família que são fundamentais para um país equilibrado e próspero. Esses conceitos precisam ser apresentados às pessoas e aqui está mais uma importante tarefa que depende de cada um.

Cada cristão deve orar também pelos seus governantes. Em Romanos 13:1, a Bíblia diz que nenhuma autoridade se fez sem que Deus permitisse. As crises são sempre oportunidades de reavaliar os rumos que estão sendo dados. Por isso, como cristãos, devemos lutar por uma sociedade melhor, mas sem o uso da violência. Sempre!

A presença dos cristãos na construção da sociedade deve ser sempre diferente pela perspectiva adotada. Por exemplo, na época de Jesus, também havia problemas. A solução está em uma natureza transformada. "Não pelas decisões dos tribunais e conselhos, nem pelas assembleias legislativas, nem pelo patrocínio dos grandes do mundo, há de estabelecer-se o reino de Cristo, mas pela implantação de Sua natureza na humanidade, mediante o operar do Espírito Santo". O Desejado de todas as nações, página 358, Ellen White.

O conselho bíblico é sempre oportuno: "Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros...". (2 Crônicas 20:20). Somente no reino eterno e perfeito, preparado para os fiéis, tudo seja justo. O convite do Senhor é para todos.

Quem somos quando ninguém vê

O verdadeiro caráter se revela longe dos holofotes e dos olhares.
Por Rafael Rossi
Sem Deus não há ética que se sustente por muito tempo. (Foto: Shutterstock)

A greve das mulheres que paralisou a Polícia Militar do Espírito Santo mostrou ao país uma série de imagens que me deixaram perplexo. Foram alguns dias de pânico e pessoas assustadas. Os índices de criminalidade subiram rapidamente, revelando que, se não há um sistema de vigilância e punição vigente, as pessoas são capazes de agir de maneira totalmente egoísta e inconsequente.

Os que estão envolvidos na criminalidade sentiram-se livres para as contravenções sem se preocupar com a punição. Por outro lado, essas mesmas circunstâncias revelaram um outro lado, tão triste quanto; pessoas que não eram envolvidas com a criminalidade viram nos saques em massa uma oportunidade para furtar e levar vantagem da situação.

Eu já escrevi sobre essa ideia de sempre buscar tirar vantagens em situações, que você pode ler aqui:Crise política no Brasil e a Igreja

Nesse artigo, vou me concentrar em outros argumentos que estão relacionados à ética cristã.

Esse caso me faz voltar a memória para os meus tempos de estudante. Um dia, no meio do jantar na instituição onde eu estudava, a luz acabou. Depois dos gritos, alguém atirou um pedaço de pão para qualquer lado. O que foi atingido jogou em outro e assim, em poucos segundos armou-se uma pequena guerra no refeitório. Não demorou muito e a luz voltou. O chão estava sujo, o pessoal ria do acontecido. O preceptor aproveitou a oportunidade, ligou o microfone e os alto-falantes e disse uma simples e direta frase: “Lembrem-se sempre que o verdadeiro caráter de uma pessoa se revela no escuro”.

O que você faz quando ninguém vê? Como reage depois que faz algo errado? Arrepende-se quando descobre que foi descoberto? Sente remorso, mas procura justificativas para explicar o que fez?

No auge dos saques no estado do Espírito Santo, algumas matérias chamavam a atenção para esse aspecto. Objetos foram devolvidos à polícia antes mesmo de qualquer investigação. O confronto consigo mesmo, ou até mesmo por pessoas do círculo familiar, fez alguns refletirem no que haviam feito e, na tentativa de reparar, foram espontaneamente corrigir o desvio de rota.

Prontamente, alguns usaram a seguinte frase para explicar: “A ocasião faz o ladrão”. Será que podemos tomar essa frase por base e dizer que, no fundo, todos faríamos a mesma coisa se tivéssemos as mesmas oportunidades? Quando somos confrontados com casos de corrupção, vale a mesma reflexão: se você lá estivesse, com as mesmas oportunidades e privilégios, faria igual aos acusados de corrupção?

Por outro lado, alguns argumentam que a ocasião não faz o ladrão, ela apenas o revela. O que sabemos é que, sem os limites impostos pela organização da sociedade, as coisas seriam e estariam muito piores do que estão. E o problema vai além do que vemos.

Gosto da seguinte definição: Ética são normas de comportamento que adotamos para lidar com pessoas e situações que não amamos. Quando há amor envolvido, não é necessária a ética, porque ela flui naturalmente. Quando não há amor envolvido, a ética estabelece os padrões comportamentais esperados.

E isso faz sentido. Entre aquelas pessoas que entraram nas lojas para saquear o que vissem pela frente, não havia amor. Se a loja fosse do seu respectivo pai, mãe, filho, esposa, etc., provavelmente tal pessoa não estaria lá para roubar. E nessa perspectiva não precisamos falar de ética porque, quem ama de verdade é, consequentemente, ético.

Mas, quando não há ética e/ou amor, o comportamento de manada explica porque pessoas que nunca se envolveram em ações semelhantes estavam lá tentando se dar bem às custas de alguém com cujo ressarcimento do prejuízo elas não haviam se preocupado.

Não sou desiludido com a humanidade, pois creio em ideias sublimes e profundas ensinadas por Jesus, que são como um antídoto, estando na base ética do cristianismo: amor. João escreveu: “Aquele que não ama, não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 João 4:8). O amor é a consequência natural do cristão que está em conexão com Deus e, consequentemente, podemos dizer que todo cristão genuíno será ético, porque ama.

O contraponto disso é o estado dos seres humanos nos últimos dias da história. Paulo descreve a situação em 2 Timóteo 3:1-5, com vários adjetivos negativos como: caluniadores, blasfemos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, e por aí vai.

É verdade que a presença do mal não é uma característica única dos últimos dias. No entanto, a progressiva depravação moral da humanidade atesta a total incapacidade humana de se salvar, e as imagens dos saques são mais uma clara evidência disso.

Em contradição às afirmações amenas que declaram que o ser humano está ficando cada vez melhor, a Bíblia deixa bem claro que os homens “irão de mal a pior”. Sem Deus não há ética que se sustente por muito tempo. Essa é a ética que os cristãos precisam demonstrar em todas as esferas da vida, porque o verdadeiro caráter se revela quando ninguém vê, ou melhor, quando nenhum ser humano vê, porque Deus sempre, a tudo, está vendo.

“Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros” 2 Crônicas 20:20.

Posse de Donald Trump: veja repercussão entre líderes internacionais

Republicano assume segundo mandato como 47º residente dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20).
Por Redação g1
20/01/2025 15h39
Trump toma posse nos EUA — Foto: Chip Somodevilla/Pool via REUTERS

A cerimônia de posse de Donald Trump, nesta segunda-feira (20), como 47º presidente dos Estados Unidos repercutiu entre líderes internacionais.

Trump foi empossado após o juramento no Capitólio, a sede do Congresso americano. Antes, ele havia se encontrado com Joe Biden, que, em cerimônia na rotunda do Capitólio, passou o comando da Casa Branca ao republicano.

Veja, abaixo, o que disseram autoridades sobre a posse:

Vladimir Putin

Em vídeo divulgado horas antes da posse de Trump, o presidente da Rússia declarou, em vídeo transmitido pela TV do país:

"Nós tomamos conhecimento da declaração do recém-eleito presidente dos Estados Unidos e de membros de equipe sobre o desejo de restaurar contatos diretos com a Rússia, que não foram interrompidos por nós, mas pela administração que agora se encerra. Também ouvimos a declaração dele sobre a necessidade de fazer tudo que for possível para evitar a Terceira Guerra Mundial. Certamente, acolhemos essa atitude e parabenizamos o presidente eleito dos Estados Unidos por sua posse."

"Nós nunca recusamos o diálogo, sempre estivemos prontos para manter uma atitude de cooperação com qualquer administração americana. Eu disse isso em inúmeras ocasiões. Prevemos que o diálogo será construído em uma base igual e mutuamente respeitosa, levando em conta o papel significativo desempenhado por nossos países em uma série de questões-chave na agenda mundial, incluindo o fortalecimento da estabilidade estratégica e da segurança."

"Também estamos abertos ao diálogo com a nova administração dos Estados Unidos sobre o conflito ucraniano. O mais importante, aqui, é abordar as causas raízes da crise, sobre as quais conversamos muitas vezes."

Volodymyr Zelensky

Na rede social X, o presidente da Ucrânia, destacou a oportunidade de alcançar uma paz justa no país, que enfrenta uma invasão russa quase há três anos, ao parabenizar Donald Trump pela sua posse.

"O presidente Trump é sempre decisivo, e a política de paz por meio da força que ele anunciou oferece uma oportunidade de fortalecer a liderança americana e alcançar uma paz duradoura e justa, que é a principal prioridade. A Ucrânia vê o cultivo de laços estreitos com a administração Trump como um objetivo chave e tem feito investidas ao Partido Republicano após a vitória de Trump nas eleições dos EUA em novembro".

Zelensky afirmou ainda que a Ucrânia aguarda "uma cooperação ativa e mutuamente benéfica com a administração Trump".

"Somos mais fortes juntos e podemos oferecer maior segurança, estabilidade e crescimento econômico para o mundo e para nossas duas nações", disse.
Presidente ucraniano publica mensagem parabenizando Trump pela posse — Foto: Reprodução/X
Lula
O presidente brasileiro cumprimentou Trump pela posse e ressaltou que as relações históricas entre os dois países marcadas por respeito e amizade.

"Em nome do governo brasileiro, cumprimento o presidente Donald Trump pela sua posse. As relações entre o Brasil e os EUA são marcadas por uma trajetória de cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica.


Lula complementou: "nossos países nutrem fortes laços em diversas áreas, como o comércio, a ciência, a educação e a cultura. Estou certo de que podemos seguir avançando nessas e outras parcerias. Desejo ao presidente Trump um mandato exitoso, que contribua para a prosperidade e o bem-estar do povo dos Estados Unidos e um mundo mais justo e pacífico."
Presidente Lula publica mensagem no X sobre a posse de Trump — Foto: Reprodução/X
Justin Trudeau

O primeiro-ministro do Canadá, que anunciou a renúncia ao cargo em 6 de janeiro, publicou mensagem no X, destacando a parceria econômica entre os dois países ao parabenizar Trump. O novo presidente americano, semanas antes da posse, sugeriu anexar o Canadá, que se tornaria o 51º estado norte-americano.


"Parabéns, presidente Trump. O Canadá e os EUA têm a parceria econômica mais bem-sucedida do mundo. Temos a oportunidade de trabalhar juntos novamente — para criar mais empregos e prosperidade para ambas as nações."
Primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, manda parabéns a Trump — Foto: Reprodução/X

Keir Starmer

O primeiro-ministro britânico publicou um vídeo no X em que destaca o "relacionamento especial" entre o Reino Unido e os Estados Unidos e parabeniza Trump pela posse.
Primeiro-ministro britânico publica mensagem a Trump no X — Foto: Reprodução/X

Pr. Arilton Oliveira e Pr. Luiz Gonçalves de volta para Novo tempo?

domingo, 19 de janeiro de 2025

‘Salve o TikTok’, diz Trump após aplicativo sair do ar nos EUA

Plataforma ficou indisponível por causa de uma lei que suspende sua operação no país a partir deste domingo. Presidente eleito dos EUA disse, no sábado, que pretende adiar a proibição do aplicativo.

 

Donald Trump — Foto: Getty Images via BBC
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou a mensagem “salve o TikTok” na manhã deste domingo (19), horas depois de o aplicativo parar de funcionar no país com a entrada em vigor de uma lei federal que suspende a operação da plataforma.

Segundo a agência Associated Press, milhões de americanos não conseguem mais assistir a vídeos na rede. Em notificações enviadas aos usuários, o TikTok avisou que ficaria temporariamente indisponível e afirmou que Trump trabalhará com a empresa para que o app volte ao ar.

O presidente eleito, por sua vez, postou neste domingo em sua rede Truth Social uma mensagem de apoio ao app, um dia antes de tomar posse para seu novo governo.

No sábado (18), Trump sinalizou que pretende adiar, por três meses, a proibição do aplicativo no país.

"A extensão de 90 dias [de prazo] é algo que provavelmente será feita, porque é apropriada", disse Trump em entrevista à NBC. "Se eu decidir por isso, farei o anúncio na segunda-feira", completou.

Além de sair do ar, o TikTok, controlado pela empresa chinesa ByteDance, também foi removido no sábado à noite de lojas como a Play Store, do Google, e a App Store, da Apple. O apagão começou poucas horas antes da lei entrar em vigor.

Outros aplicativos desenvolvidos pela ByteDance também saíram do ar. Dentre eles está o CapCut e o Lemon8.
Mensagem da rede social TikTok aos usuários nos EUA — Foto: Reuters
O g1 traz um resumo com as principais informações sobre o caso. Veja abaixo.

Por que os EUA baniram o TikTok?

O governo dos EUA alega que o TikTok coleta dados confidenciais de americanos e que isso representa um risco à segurança nacional. O argumento motivou a elaboração da legislação que baniria o aplicativo no paíos caso ele não fosse vendido.

Os EUA temem que a China possa usar as informações de mais de 170 milhões de usuários americanos da plataforma para atividades de espionagem. A ByteDance, dona do TikTok, por sua vez, sempre negou a acusação.

O que diz a lei sancionada em 2024?

A lei, que foi aprovada pelo Congresso e sancionada por Joe Biden em abril de 2024, deu até domingo (19) para que o app chinês encontrasse um comprador para sua operação nos EUA.

Como ele não foi cumprido, o app foi banido no país, o que inclui a remoção das lojas de aplicativos e o bloqueio de atualizações.

Ainda segundo a lei, serviços de hospedagem dos EUA também serão impedidos de trabalharem com o TikTok. As empresas que desrespeitarem a legislação estão sujeitas a multas de até US$ 5 mil para cada usuário que acessar o app – o TikTok tem 170 milhões de usuários nos Estados Unidos.

Qual foi a decisão da Suprema Corte?

Na sexta-feira, a Suprema Corte decidiu por unanimidade que a lei é válida e não viola a Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão. O TikTok havia recorrido ao tribunal contestando a legislação.

O que a Casa Branca diz?


A Casa Branca avisou na sexta que a decisão sobre a implementação da lei ficará a cargo de Donald Trump. Questionado por repórteres em Washington no mesmo dia, Biden confirmou que é o presidente eleito quem decidirá sobre o tema.

Milhares de deslocados voltam para casa em Gaza após início da trégua; libertação dos primeiros reféns deve começar em breve

                                                                                                      
Pessoas andam por escombros na Faixa de Gaza (Foto: Dawoud Abu Alkas/Reuters)
Milhares de deslocados voltam para casa
Milhares de pessoas deslocadas na Faixa de Gaza, carregando barracas, roupas e pertences, começaram sua jornada para casa, depois que o cessar-fogo entre o Hamas e Israel entrou em vigor.

Jornalistas da AFP viram palestinos a pé, em caminhões e em carroças puxadas por burros voltando para casa através do devastado território palestino, especialmente em áreas no norte.
Palestinos comemoram início do cessar-fogo na Faixa de Gaza, em 19 de janeiro de 2025 (Foto: REUTERS/Mahmoud Issa)
Começa o cessar-fogo
O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas entrou em vigor após um atraso de quase três horas, neste domingo (19). O início da trégua foi adiado após o grupo terrorista demorar para divulgar a lista das primeiras reféns que seriam libertadas. Leia a reportagem.
Após atraso, cessar-fogo entre Israel e Hamas entra em vigor
Início da trégua foi atrasado em quase três horas após terroristas demorarem para divulgar lista de reféns que serão libertadas. Primeira fase do acordo deve durar seis semanas.

O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas entrou em vigor após um atraso de quase três horas, neste domingo (19). O início da trégua foi adiado após o grupo terrorista demorar para divulgar a lista das primeiras reféns que serão libertadas.

Mais cedo, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgou um comunicado afirmando que o acordo não entraria em vigor até que o Hamas divulgasse a lista.
Em seguida, o grupo terrorista declarou que não havia enviado os nomes ao governo de Israel por "razões técnicas".

O cessar-fogo deveria ter entrado em vigor às 8h30 pelo horário local (3h30 em Brasília). Com o atraso, as Forças de Defesa de Israel bombardearam algumas regiões de Gaza em uma operação aérea.

Duas horas depois, o Hamas divulgou os nomes de três mulheres reféns que serão libertadas neste domingo. Veja a seguir:

Romi Gonen, 24 anos: ela foi sequestrada em uma emboscada enquanto tentava deixar o festival Supernova.
Emily Damari, 28 anos: a jovem possui nacionalidade britânica-israelense e foi sequestrada no Kibutz Kfar Aza, no sul de Israel.
Doron Steinbrecher, 31 anos: enfermeira veterinária que também morava em Kfar Aza e foi rendida dentro do próprio apartamento.

Após receber a lista, o governo de Israel anunciou que o cessar-fogo começaria às 11h15, pelo horário local (6h15, em Brasília). Os detalhes dos nomes foram checados, e as famílias das reféns foram comunicadas.

Segundo o governo israelense, o resgate das vítimas acontecerá às 16h, pelo horário local (11h, em Brasília). Outros quatro reféns devem ser libertados pelos terroristas nos próximos sete dias.

O tratado, anunciado nos últimos dias, será implementado em três etapas. Nesta primeira fase, 33 reféns serão libertados gradualmente pelo Hamas. Em troca, as tropas de Israel irão recuar na Faixa de Gaza. Além disso, prisioneiros palestinos também serão soltos.

Esta é a segunda vez que Israel e Hamas terão uma trégua, desde outubro de 2023. A primeira pausa no conflito aconteceu no fim de novembro daquele ano e durou apenas uma semana.

Em Gaza, pessoas foram às ruas para comemorar o cessar-fogo.

O acordo

Israel e Hamas chegaram a um acordo que pode colocar um fim definitivo na guerra após mais de seis meses de negociações. As conversas foram mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito. Confira a seguir o que prevê o texto.

🔵 1ª etapa: cessar-fogo e liberação de reféns

Neste domingo (19):

O cessar-fogo deveria começar às 8h30 no horário local (3h30 no de Brasília), mas atrasou após o Hamas não divulgar quais reféns seriam libertados.
A partir das 16h no horário local (11h de Brasília), o Hamas deve entregar reféns israelenses – são três mulheres vivas. O local não foi informado, mas Israel preparou locais para recebê-los em três cidades ao longo da fronteira com Gaza: Erez, Re'im e Kerem Shalom.
Na sequência, Israel entregará 95 prisioneiros palestinos. A lista não inclui nenhuma liderança do Hamas ou de outros grupos terroristas. Muitos são mulheres, crianças e outras pessoas que foram detidas recentemente e não foram julgadas.

Ao longo da primeira semana

No dia 25 de janeiro, Hamas entrega mais 5 mulheres israelenses vivas.
No mesmo dia, Israel, em troca, entrega até 250 palestinos (entre 30 e 50 para cada refém).
Os moradores do norte de Gaza poderão retornar a seus locais de origem, mas sem portar armas.
Tropas israelenses se retirarão do corredor Netzarim, a via principal de Gaza.
A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, voltará gradualmente a operar, permitindo a passagem de pessoas doentes para tratamento fora do enclave.
Será permitido o aumento da entrada de ajuda humanitária a Gaza. A expectativa é que 600 caminhões possam entrar por dia, o triplo do máximo atingido durante o conflito.

Nas semanas seguintes

Ocorrem liberações periódicas pelos dois lados, até um total de 33 reféns israelenses — vivos ou mortos — e quase 2 mil palestinos (1.167 detidos em Gaza desde o início da guerra e 737 remanescentes detidos antes de 8 de outubro de 2023).

🔵 2ª etapa: liberação de mais reféns, fim das hostilidades e saída de Gaza
A expectativa é que os demais reféns israelenses vivos — em geral, soldados e civis jovens do sexo masculino —, e os corpos dos que morreram sejam devolvidos. Segundo o jornal israelense Haaretz, são 98 pessoas, 36 delas, mortas.
Em troca, Israel deve sair completamente da Faixa de Gaza, permanecendo ao longo da fronteira para proteger as cidades e vilarejos fronteiriços de Israel.
🔵 3ª etapa: reconstrução de Gaza e devolução de corpos


Negociações sobre a reconstrução de Gaza, que poderia levar anos. Há, porém, um debate sobre quem governaria a região: Israel não aceita que seja o Hamas, que hoje controla o enclave.
Devolução de todos os demais corpos de reféns.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Netanyahu diz que não vai aprovar cessar-fogo enquanto Hamas não recue de exigências de última hora; grupo diz respeitar acordo

Netanyahu acusou Hamas de causar 'crise de última hora' no acordo, mas não deu mais detalhes. Acordo de trégua prevê libertação de reféns em poder do Hamas e a retirada das tropas de Israel de Gaza.

Benjamin Netanyahu em 2 de setembro de 2024 — Foto: Ohad Zwigenberg / Pool / AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou nesta quinta-feira (16) o Hamas de mudar termos do cessar-fogo na Faixa de Gaza e disse que o grupo terrorista causou uma "crise de última hora" no acordo.

Netanyahu afirmou que, por conta disso, não vai reunir seu gabinete para aprovar o cessar-fogo enquanto o Hamas não recue.

"O Hamas voltou atrás em partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel numa tentativa de extorquir concessões de última hora", afirmou comunicado do gabinete do premiê.

O premiê israelense tinha previsto fazer uma reunião com seu Conselho de Ministros nesta quinta-feira para aprovar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Ainda não se sabe se o impasse com o Hamas atrasará a implementação do cessar-fogo, prevista para domingo (19).
Netanyahu não especificou quais foram os pontos que, segundo ele, o grupo terrorista disse que não vai mais cumprir. Membros do Hamas negaram o recuo e afirmaram às agências de notícias Reuters e Associated Press nesta quinta que o grupo está respeitando os termos do acordo anunciado pelos mediadores.
Catar e Estados Unidos anunciaram na tarde de quarta-feira o acordo, que prevê a libertação de dezenas de reféns e a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza. Os dois países, junto com o Egito, mediaram as negociações que se arrastaram por meses. Leia mais detalhes sobre os termos do cessar-fogo abaixo.

Tecnicamente, o aceite do acordo por Israel não é oficial até que seja aprovada pelo gabinete de segurança e pelo governo do país. Israel afirma que alguns detalhes do documento ainda precisam ser finalizados.

O conflito na Faixa de Gaza começou quando terroristas do Hamas fizeram uma invasão inesperada ao sul de Israel, matando mais de 1.200 pessoas e sequestrando mais de 200. No mesmo dia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas, que governava a Faixa de Gaza.

Gaza é um território palestino reivindicado para a criação de um Estado próprio, junto com a Cisjordânia. Desde 2007, quando foram realizadas eleições locais, o braço político do Hamas governava o território, mas os israelenses controlavam os pontos de entrada e saída, todos em fronteiras com Israel e com o Egito

O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas entrará em vigor a partir de domingo (19). O tratado será implementado em fases, que ainda dependem de negociações. Enquanto isso, o governo de Israel deve votar o texto do acordo nesta quinta-feira (16).

Em linhas gerais, o acordo prevê o fim definitivo do conflito e a libertação de todos os reféns que ainda estão sob o poder do Hamas. Cerca de 100 pessoas que foram sequestradas pelo grupo terrorista em Israel, em outubro de 2023, continuam na Faixa de Gaza.

A primeira fase do acordo, que já está negociada, durará seis semanas e prevê a libertação de 33 reféns. Eles serão liberados aos poucos. Durante este período, Israel se compromete a retirar parte das tropas da Faixa de Gaza e a soltar prisioneiros palestinos.

A segunda fase do cessar-fogo começará a ser negociada a partir do início de fevereiro, enquanto a primeira etapa ainda estiver em vigor. A partir daí, Israel e Hamas tratarão da libertação dos demais reféns que estão com o grupo terrorista, incluindo os corpos daqueles que morreram.

Já a terceira e última fase também depende de negociações. Segundo o plano, nesta etapa serão acordados a reconstrução de Gaza e quem governará o território palestino.

Se tudo ocorrer dentro dos conformes, a implementação da última fase representaria um fim definitivo na guerra. Veja outros detalhes do acordo mais abaixo.

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman, pediu para que Israel e Hamas se comprometam a cumprir com o plano acordado.

Já o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ressaltou a importância da entrada de ajuda humanitária para os civis palestinos que estão em Gaza e lembrou das famílias israelenses vítimas do terrorismo.

"Mesmo enquanto celebramos esta notícia, lembramos todas as famílias cujos entes queridos foram mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro, e as muitas pessoas inocentes que perderam a vida na guerra que se seguiu. Já passou da hora de os combates terminarem e de o trabalho de construir a paz e a segurança começar", disse em comunicado.

O governo de Israel afirmou que alguns detalhes do acordo ainda precisam ser afinados. Segundo a Reuters, a expectativa é que a maioria dos ministros israelenses vote a favor do texto, abrindo caminho para a implementação do tratado a partir de domingo.

Ao longo de mais de um ano de guerra, bombardeios de Israel e incursões terrestres reduziram grandes áreas da Faixa de Gaza — principalmente no norte — a escombros e causaram uma crise humanitária na população de 2,3 milhões de habitantes.

Veja os termos do acordo

           Israel x Hamas: foto mostra edifícios em ruínas no norte de Gaza, em 13 de janeiro de 2025. — Foto: Reuters/Amir
         Cohen

Confira, em detalhes, como será o acordo de cessar-fogo em Gaza.

🔵 1º etapa, que durará seis semanas: o cessar-fogo prevê que 33 reféns sob o poder do Hamas sejam libertados. Entre eles estão mulheres, crianças e homens acima dos 50 anos. Além disso:


Israel vai retirar aos poucos as tropas da Faixa de Gaza.
600 caminhões com ajuda humanitária vão entrar todos os dias no território palestino.
Israel vai soltar 30 prisioneiros palestinos para cada refém civil libertado, além de 50 prisioneiros palestinos para cada militar israelense libertado.
A expectativa é que Israel solte cerca de mil prisioneiros nesta primeira etapa. As prioridades são mulheres e crianças.
Israel diminuará sua presença no corredor da Filadélfia – uma faixa de território ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.
A implementação do acordo será garantida pelo Catar, Egito e Estados Unidos.

🔵 2º etapa, que ainda será negociada: conclusão da libertação dos reféns sob o poder do Hamas, incluindo a devolução dos corpos daqueles que morreram. Além disso:

Em troca, Israel libertará mais prisioneiros e detidos palestinos, incluindo 30 que cumprem sentenças de prisão perpétua.
Integrantes do Hamas que participaram do ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel não serão libertados.
Forças de Israel serão totalmente retiradas da Faixa de Gaza.
Cessar-fogo passa a ser permanente.

🔵 3º etapa, que ainda será negociada: consiste nas negociações sobre a reconstrução de Gaza, que levaria ao fim da guerra. Porém, ainda existe um debate sobre quem comandará a região. Não há garantias de que o encerramento do conflito aconteça de fato.

Quem governará Gaza?

23 de abril - Pessoas correm para apanhar pacotes de ajuda humanitária lançados sobre o norte da Faixa de Gaza em meio ao conflito em andamento no território palestino entre Israel e o grupo militante Hamas — Foto: Omar Al-Qattaa/AFP

Quem administrará Gaza após a guerra é uma incógnita nas negociações. Ao que tudo indica, essa questão foi deixada de fora da proposta atual pela complexidade e probabilidade de atrasar um acordo limitado.

A comunidade internacional insiste que Gaza deve ser administrada pelos palestinos, mas esforços para encontrar alternativas entre líderes da sociedade civil ou clãs locais têm sido amplamente infrutíferos.

No entanto, houve discussões entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos sobre uma administração provisória para governar Gaza até que uma Autoridade Palestina reformada possa assumir o controle.

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

O que esperar do mundo em 2025, segundo seis correspondentes da BBC

Donald Trump, com suas posturas polarizadoras, promete ser uma figura central em 2025

Em 2025, os vencedores das eleições de 2024 pelo mundo terão a responsabilidade de colocar em prática suas promessas de campanha. Entre os principais líderes, está o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, ao longo de sua trajetória, se posicionou de forma crítica em relação ao status quo, tanto internamente quanto no cenário internacional.
O mundo também começa o ano envolto em conflitos no Oriente Médio, na Ucrânia e no Sudão, deixando no ar a pergunta: será que veremos algum avanço em direção à paz?

Além das questões geopolíticas, há um tema urgente que afeta a todos: as mudanças climáticas.

Em edição especial do podcast The Global Story (em inglês), correspondentes da BBC em diversos países compartilham suas previsões para o ano de 2025.

A seguir, veja as previsões sobre o que podemos esperar nos próximos 12 meses.

Um novo mandato de Trump

Muito do que acontecerá em 2025 será determinado pelas ações de Donald Trump, que retorna à Casa Branca para um segundo mandato. Ele prometeu uma grande reformulação no governo, além de enfrentar duas grandes guerras e uma possível guerra comercial, caso cumpra suas ameaças sobre tarifas.
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Anthony Zurcher, correspondente sênior da BBC para a América do Norte, destaca que, pelas primeiras nomeações de Trump, seu foco estará nas questões que dominaram sua campanha: restringir a imigração e combater déficits comerciais, utilizando tarifas como ferramenta para fortalecer economicamente os Estados Unidos.

Nomes como Stephen Miller, conhecido por sua postura anti-imigração, foram novamente chamados para a Casa Branca. Além disso, Tom Homan, que liderou a política de separação de famílias na fronteira durante o primeiro mandato de Trump, ocupa agora um cargo estratégico na área de imigração.

Na economia, escolhas como a de Scott Bessent, indicado como secretário do Tesouro, seguem uma linha mais tradicional, enquanto Peter Navarro (conselheiro de Comércio e Indústria), defensor do uso de tarifas, deve desempenhar um papel crucial.

Outras indicações incluem figuras como Tulsi Gabbard, diretora de Inteligência Nacional e crítica de políticas intervencionistas, e Robert F. Kennedy Jr., nomeado secretário de Saúde e conhecido por sua oposição às grandes farmacêuticas.

"A administração Trump parece se cercar de pessoas que foram críticos do governo atual, com a intenção clara de reconstruí-lo desde suas fundações. A forma como essas escolhas impactarão o cenário político e econômico dos Estados Unidos, e até mesmo do mundo, será um dos principais fatores a moldar 2025", analisou Zurcher no programa.

Zurcher aponta também que lições foram aprendidas no primeiro mandato, quando faltou preparação e Trump precisou contar com republicanos mais tradicionais, gerando conflitos. Desta vez, ele está cercado por aliados leais que compartilham sua visão de populismo conservador.

Há também uma estratégia para evitar obstáculos legais e burocráticos, com planos claros para começar a implementar já nos primeiros dias de governo

O que esperar da política externa de Trump
Em 2016, acreditava-se que Trump transformaria as relações entre EUA e Rússia, mas o primeiro mandato trouxe mais sanções e relações tensas

Na política externa, Trump prometeu "acabar com as guerras".

"Os Estados Unidos têm sido o maior apoiador da Ucrânia desde a invasão russa em 2022. Trump, no entanto, tem demonstrado simpatia por Vladimir Putin e uma abordagem mais cética em relação ao apoio contínuo à Ucrânia. Ele prioriza o fim das hostilidades, mesmo que isso signifique concessões desfavoráveis para a Ucrânia", diz o correspondente.

"No Congresso, os republicanos também estão mais céticos quanto ao apoio à Ucrânia, o que pode mudar drasticamente a posição americana no conflito. Isso forçará a Ucrânia a buscar formas de encerrar a guerra em termos menos ideais."

Segundo Steve Rosenberg, editor da BBC na Rússia, para o país de Putin, as expectativas são mais baixas desta vez. Em 2016, acreditava-se que Trump transformaria as relações entre EUA e Rússia, mas o primeiro mandato trouxe mais sanções e relações tensas. Agora, com Trump menos limitado politicamente, há esperanças de que ele implemente políticas mais favoráveis a Moscou.

Putin, no entanto, continuará buscando vantagens, como manter territórios ucranianos ocupados e garantir que a Ucrânia não se junte à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Internamente, o Kremlin tentará apresentar qualquer acordo como uma vitória para a Rússia, mesmo com sinais de cansaço da população após três anos de guerra.
Guerra comercial com a China?

E na China, segundo Laura Bicker, correspondente da BBC em Pequim, o país está se preparando para uma possível nova guerra comercial.

Embora isso preocupe o país, os chineses diversificaram sua economia desde a primeira guerra comercial, fortalecendo laços com países como Brasil, Índia e Austrália.

A China também busca consolidar sua influência global, investindo em infraestrutura em países da África, América do Sul e Sudeste Asiático.

Apesar de ser vista como parte de um "eixo de poder" com Rússia, Irã e Coreia do Norte, a China deseja projetar uma imagem de liderança global independente, contrastando com os EUA.

Bicker aponta que, olhando de fora, países como Rússia e China, que querem ver a União Europeia e a Europa mais amplamente — e, de forma geral, o Ocidente – mais divididos, fraturados e enfraquecidos, não estão exatamente desapontados com o que estão vendo.

Eles observam a evolução na Alemanha, na França, e o impacto que isso tem na UE e na liderança dentro da Otan. Eles também olham para o retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro e as divisões que isso pode causar no Ocidente.

"A turbulência na Europa não afeta diretamente o que Donald Trump pensa. Ele não é um fã da União Europeia — isso ele já deixou bem claro. Ele é fã, segundo suas próprias palavras, de tarifas. Trump diz que tarifas são 'a palavra mais bonita do dicionário' no que lhe concerne."

"Donald Trump, como sabemos, não acredita em situações de "ganha-ganha", onde ambas as partes na negociação ou no debate, por assim dizer, possam vencer. Ele acredita que há apenas um vencedor, e ele quer que seja ele. Ele quer que sejam os Estados Unidos. Ele vê a Europa de duas maneiras que o irritam profundamente."

Sobre gastos com defesa, Donald Trump não está sozinho entre os presidentes dos EUA nesse ponto — sente que a Europa, por muito tempo, tem sido dependente dos Estados Unidos, especialmente dentro da aliança militar da Otan.

"Ele acredita que os países europeus não gastam o suficiente com sua própria defesa, confiando demais na força militar dos EUA."

Trump acredita que a Europa deveria aumentar seus gastos com defesa e depender menos dos EUA

Na prática, explica, vemos isso na Ucrânia. São 50 países que têm doado ajuda à Ucrânia, militar e de outros tipos. Quando analisamos a ajuda militar, os EUA são, de longe, o maior doador, contribuindo com mais de 50%.

Trump diz: "Pessoal, isso não é justo. Esta é uma guerra que está acontecendo na Europa. Vocês não podem esperar que façamos tudo isso."

O segundo ponto que o irrita, explica a correspondente, é o comércio.

Trump não gosta de déficits comerciais. Ao observar a UE — e também o Reino Unido —, os EUA são o maior parceiro comercial. Quando se trata da UE, há um déficit comercial: a UE exporta mais para os Estados Unidos do que importa deles. Durante seu primeiro mandato, Trump ficou furioso com isso, fez várias ameaças e impôs tarifas em setores como o do aço.

Desta vez, ele diz que quer impor tarifas abrangentes, de 20% sobre todas as importações, e possivelmente mais altas para setores como veículos elétricos. Isso preocupa muito a Alemanha, cuja economia já é frágil e depende bastante da indústria automobilística. Isso gerou uma espécie de pânico na Europa.

No comércio, a Europa tenta mostrar disposição em comprar mais gás natural liquefeito (GNL) e equipamentos militares dos EUA, à medida que aumenta seus gastos com defesa.

"Além disso, a Europa busca intermediários que possam dialogar com Trump e criar uma ponte entre Europa e Estados Unidos. Mas esses intermediários não virão da França ou da Alemanha neste momento."

O conflito entre Israel e Hamas, que continua a afetar a região, tem gerado uma série de questões complexas, com os reféns sendo uma das principais preocupações.

Durante a guerra, a principal dúvida era sobre quantos reféns ainda estavam vivos, se poderiam fornecer provas de vida e como as trocas de prisioneiros entre Israel e Hamas aconteceriam. Em meio a essas incertezas, as exigências de Israel, como a presença militar na Faixa de Gaza, permanecem no centro das discussões.

Apesar disso, há uma esperança de que 2025 seja o ano em que finalmente um acordo seja alcançado, trazendo os reféns de volta para casa e encerrando o sofrimento das famílias e a agonia dos palestinos em Gaza.
Ações militares de Israel em Gaza e em outras partes do Oriente Médio devem continuar com apoio dos EUA sob Trump

Apoio a Israel

Em relação à sustentabilidade militar de Israel em 2025, a situação parece ser de continuidade. Israel já demonstrou sua disposição em agir de acordo com seus interesses, realizando ações militares no Líbano, Síria e Iêmen.

Com a política externa de Israel claramente definida e assertiva, é provável que esses ataques se mantenham, caso os interesses israelenses sejam ameaçados.

O governo de Israel, especialmente sob a liderança de Benjamin Netanyahu, tem sido fortalecido, com o apoio dos Estados Unidos, que, sob a presidência de Donald Trump, provavelmente continuará a apoiar as ações israelenses, especialmente em relação à expansão dos assentamentos na Cisjordânia e nas Colinas de Golã.

Com a volta de Trump à Casa Branca em 2025, a política de apoio incondicional a Israel deve continuar, especialmente com a nomeação de uma equipe que compartilha da visão de extrema-direita de Netanyahu.

A construção de assentamentos na Cisjordânia deve ser incentivada, com discursos sobre a colonização de Gaza surgindo no horizonte. Para Israel, 2025 pode ser um ano decisivo para o cumprimento de seus objetivos políticos e territoriais.

"Israel deixou absolutamente claro que agirá em seu próprio interesse, seja isso significando a invasão terrestre de 2024, os ataques no coração de Beirute. Isso significa atacar os houthis do Iêmen, de onde quer que eles estejam atacando alvos israelenses. Significa entrar na Síria, mesmo enquanto a Síria celebra o fim de meio século ou mais do regime repressivo da família Assad, um momento muito sensível também", diz Lyse Doucet, correspondente-chefe internacional da BBC.

Lyse Doucet lembra que Israel realizou centenas de ataques a mísseis e invadiu o território sírio, ocupando a zona de segurança desmilitarizada, apesar dos apelos das Nações Unidas e de outros países para recuar.

"Então, 2024 foi um ano em que todas as linhas vermelhas foram cruzadas e Israel estabeleceu sua própria linha vermelha, que não permitirá nenhuma ameaça à sua soberania. E então acho que isso continuará, e ficou claro que continuará atacando no Líbano se sentir que seus interesses estão ameaçados novamente. Este é um Israel muito fortalecido e muito assertivo, colocando Israel em primeiro lugar."

A queda de Assad e o futuro no Oriente Médio

Em 2024, um dos momentos mais surpreendentes do cenário internacional foi a queda da dinastia Assad na Síria.

Apesar dos desafios, o povo sírio parece seguir em frente com um otimismo cauteloso. Embora ainda não esteja claro quem é o governante de fato, com Ahmed al-Shara assumindo a liderança sob o nome de guerra de Abu Mohammed al-Jilani, ele ainda não expandiu seu governo para incluir outros grupos fora do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), com o qual ele tem forte vínculo.

Isso cria incertezas sobre o futuro da administração síria, especialmente porque Shara e seu grupo continuam buscando a remoção das sanções internacionais, o que é essencial para a recuperação do país. Até que isso aconteça, a Síria, com 90% de sua população abaixo da linha da pobreza, permanecerá em crise, sem acesso a recursos básicos.

Enquanto isso, outros países como Catar, Egito e Arábia Saudita têm desempenhado papéis importantes como mediadores no Oriente Médio. O Catar, por exemplo, se considera uma potência mediadora e mantém relações com diversos grupos, como o Talebã e o Hamas, além de manter uma forte aliança com os Estados Unidos.

O Egito, com seu interesse direto na estabilidade de Gaza, também se envolve, buscando equilibrar suas relações com os EUA e lidar com questões internas, como o combate ao extremismo islâmico. Esses países continuarão, sem dúvida, a moldar a dinâmica regional em 2025, em um contexto onde a diplomacia será essencial para os interesses de todas as partes.
Futuro da Síria após queda de regime de Bashar al-Assad ainda é incerto

Os maiores conflitos na Africa

Na África do Sul, em 2024, vimos o Congresso Nacional Africano (CNA) perder o controle total na África do Sul, após 30 anos no poder. Além disso, a crise humanitária alimentada pela guerra civil no Sudão continua a se intensificar.

Em maio, o país viu a formação de um governo de unidade nacional, após a queda do CNA nas eleições.

Alan Kasujja, apresentador do podcast Africa Daily da BBC, explica que as expectativas para o CNA não eram altas. "Sabíamos que o CNA estava lutando em várias frentes. Perderam muitos assentos importantes e as pessoas esperavam que enfrentassem dificuldades para formar o governo", afirmou.

O que ninguém previu foi o resultado de 40% dos votos, que foi um grande choque para muitos. Com isso, o CNA teve que se unir ao Partido da Aliança Democrática (AD), com quem teve desentendimentos nos últimos 30 anos. Kasujja observou que muitos estavam surpresos com o sucesso inicial da aliança. "Muitas pessoas com quem conversei estão agradavelmente surpresas. Está funcionando, de certa forma", afirmou.

No entanto, a aliança enfrenta desafios, especialmente em questões políticas como a educação. "O africâner deve continuar sendo uma língua de instrução? A AD acha que sim, enquanto o CNA se opõe a isso", explicou Alan Kasujja.

Apesar das divergências, os dois partidos estão colaborando em várias áreas. "Ambos são partidos centristas, o CNA sendo centro-esquerda e a AD centro-direita, o que facilitou essa colaboração", acrescentou. A expectativa é que a aliança continue funcionando em 2025.
Lança da Nação, em língua zulu uMkhonto weSizwe (MK), foi criado como o braço armado do Congresso Nacional Africano (ANC) em 1961

Sobre o Sudão, o apresentador relembrou que a situação do país frequentemente é citada como uma "guerra esquecida".

"É impossível falar sobre a África sem mencionar a crise humanitária no Sudão", disse. "É horrível o que está acontecendo lá."

Mais de 11 milhões de pessoas foram deslocadas, muitos refugiados se encontram no Egito e Uganda, e a situação parece longe de melhorar.

A crise sudanesa continua a ser um dos maiores desafios da região, com poucas perspectivas de resolução, enquanto milhões de pessoas continuam a sofrer as consequências do conflito.

Em agosto, houve tentativas de negociações. Mas as pessoas simplesmente não compareceram. Alguns analistas acreditam que 2025 pode ser ainda mais difícil para o Sudão.

Atualmente, há uma pequena abertura, com caminhões sendo autorizados a entregar alimentos em algumas regiões.

Os aeroportos voltaram a operar em algumas partes do país, no norte, permitindo o fluxo de ajuda humanitária. Mas, de modo geral, enquanto a guerra não parar, muitos problemas continuarão afetando o Sudão.
Soldados do exército sudanês patrulham uma área no norte de Cartum em 3 de novembro de 2024

A África agora é o continente mais jovem do mundo, e em 2024 vimos uma série de protestos no Quênia e na Nigéria, principalmente por parte de millennials e da Geração Z por conta da falta de oportunidades.

"Ninguém esperava que o problema no Quênia persistisse até agora. Começou com a introdução de uma proposta de lei fiscal pelo governo. Muitos jovens se opuseram, pois sentiram que o governo de William Ruto já estava sobrecarregando a população com impostos. E as pessoas estão lutando."

"Existe, de fato, um grande problema com o custo de vida no mundo inteiro, não só na África, mas em todo lugar. Esses países têm enfrentado dificuldades. Quando você vê que os jovens são a maioria, não têm empregos e a classe política está ostentando sem se preocupar com a situação da maioria, isso sempre vai gerar problemas", diz Kasujja.

Ele explica que jovens de todas as classes sociais se uniram, protestando contra o governo.

"Agora, se não nos levantarmos contra o governo, os problemas que herdaremos serão muito maiores do que os que vemos atualmente", diz , mencionando também que a mesma situação se repete na Nigéria.

"Isso vai continuar em todo o continente, a menos que os governos mostrem algum nível de resposta à situação dos jovens. Tivemos ministros no Quênia exibindo seus cintos e relógios caros na televisão, e os jovens pensaram: 'Por que você está usando um relógio de 50 mil dólares enquanto mal consigo pagar comida?'"

Kasujja aponta sobre os avanços no combate ao HIV na África Subsaariana, um dos lugares mais afetados pela doença. O novo medicamento para prevenção e tratamento do HIV, que seria administrado apenas duas vezes por ano, está causando grande expectativa.

"Para nós, isso é algo muito pessoal. Sou da época em que o HIV era visto como uma sentença de morte. Quando você ouve que há um medicamento que pode mudar isso, é um marco."
O clima

Na sequência, o editor de clima da BBC, Justin Rowlatt, fala sobre os desafios e esperanças em relação às metas climáticas globais.

Ele comenta que, embora as emissões de gases de efeito estufa ainda não tenham atingido seu pico, há uma chance de que isso aconteça em 2025.

"Este é um momento civilizacional. Nossa economia sempre foi baseada em combustíveis fósseis. Se conseguirmos atingir o pico das emissões e começar a reduzi-las, isso será um grande avanço para a sociedade."

Sobre a China, Rowlatt destaca que, apesar de ser o maior emissor do mundo, também é líder mundial em energia verde, com grandes investimentos em energia renovável. A expectativa é que esses investimentos possam ajudar a diminuir as emissões de carbono do país, o que teria um grande impacto global.

No entanto, a chegada de Donald Trump à presidência dos EUA novamente levanta preocupações sobre o futuro das políticas climáticas.

"Trump sempre foi cético sobre as mudanças climáticas, e sua postura em relação à energia verde não é clara. Ele tem dito que vai reverter muitas das políticas do governo Biden, o que pode atrasar a transição energética", afirma.

O ano de 2025 será crucial para o futuro do clima. "Os países têm até fevereiro para apresentar seus compromissos nacionais de redução de emissões. Esperamos que sejam ambiciosos, pois isso determinará a trajetória dos próximos anos", conclui Rowlatt.

Ele também menciona as esperanças em torno de eventos climáticos importantes em 2025, como a COP 30 no Brasil, que poderá ser decisiva para o futuro do planeta.

"Esperamos que, durante a COP 30, os países realmente se comprometam a cortar suas emissões de carbono de maneira ambiciosa", afirma."Será um ano muito importante para as questões climáticas, e estamos todos atentos ao que acontecerá."






Planejamento financeiro

2 minutos de leitura
Especialista oferece dicas de como manter o orçamento saudável


Mais de 70 milhões de brasileiros encerraram 2024 em situação de inadimplência, um dado que ressalta a importância da educação financeira. Para ajudar indivíduos e famílias a equilibrar o orçamento e glorificar a Deus nessa área da vida, a igreja na América do Sul promoverá neste ano o livro Embaixadores do Reino (CPB, 2024), de Camila Russo. Entrevistada desta edição, a autora é planejadora financeira, graduada em Administração de Empresas, possui mestrado em Finanças e atuou durante 13 anos no setor bancário.

Quais hábitos podem ajudar a alcançar uma boa organização financeira?

O primeiro passo é ter clareza sobre sua situação financeira, registrando todas as entradas e saídas de dinheiro. Além disso, é fundamental adotar o hábito de gastar menos do que se ganha, investir a diferença, planejar cada compra com antecedência e evitar dívidas.

Como elaborar um orçamento saudável para 2025?

Um orçamento saudável possui duas características principais: saldo positivo, que significa gastar menos do que se ganha, e sustentação, que envolve respeitar os limites da sua realidade particular. A maioria das pessoas não tem recursos suficientes para realizar tudo o que deseja. Por isso, ao planejar as finanças para o novo ano, é essencial estabelecer prioridades. Em um orçamento familiar, o diálogo é indispensável. Definir objetivos e acordos em conjunto ajuda a conscientizar cada membro da família, promovendo o comprometimento necessário para juntos alcançarem o equilíbrio financeiro.

Quais estratégias podem ser adotadas para se libertar das dívidas?

Contraímos dívidas quando gastamos mais do que ganhamos. Se não enfrentarmos a causa desse problema, permaneceremos presos em um ciclo de sair de uma dívida para entrar em outra. Para romper esse padrão, comece eliminando todos os gastos supérfluos e, se necessário, reduza também os essenciais, encarando esse sacrifício como temporário até equilibrar as finanças. Identifique bens de valor que possam ser vendidos e use o dinheiro para abater as dívidas. Além disso, considere realizar trabalhos extras para aumentar a renda e acelerar a amortização. Por fim, negocie com os credores, buscando descontos ou condições de parcelamento mais adequadas, e mantenha o foco até quitar todas as dívidas.

Nossas finanças são um reflexo das escolhas que fazemos?

Tipo de moradia, meio de transporte, escola em que os filhos estudam… Cada escolha que fazemos impacta diretamente o nosso custo de vida. O ideal é que ele seja compatível com a nossa renda. Se essa compatibilidade não existir, será necessário recorrer a dívidas para sustentá-la. Além disso, as finanças podem ser afetadas por imprevistos, como um vazamento repentino que precisa ser consertado às pressas. Por isso, é fundamental manter sempre uma reserva financeira, a fim de estar preparado para imprevistos como esses e evitar ser pego de surpresa.

Que papel a Bíblia atribui à administração de recursos? De que forma esses princípios podem promover o equilíbrio financeiro?

Pela Bíblia, compreendemos que nós somos mordomos dos recursos que Deus nos confiou. Hoje em dia, fala-se muito sobre liberdade e independência financeira, que são objetivos elevados. No entanto, a Bíblia nos apresenta um alvo ainda mais sublime: ser rico para com Deus. Ter dinheiro é uma bênção, desde que o utilizemos para servir aos interesses do Senhor. Caso contrário, seremos miseráveis e infelizes, mesmo que tenhamos muito dinheiro.

(Entrevista publicada na Revista Adventista de janeiro/2025)

Round 6 – a escassez da paz

Por que é importante que os cristãos falem mais sobre paz em tempos de tanta violência e descaso à dignidade humana? Especialmente a paz que...