quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Zenon Lopez Huanca

O que vemos hoje nos Estados com o forte movimento religioso que apoia Donald Trump não tem precedentes recentes na história do país, pelo menos não desde a época de Ellen White. Embora tenha havido momentos em que a religião influenciou a política, como durante a administração Ronald Reagan, o nível de envolvimento directo e de fusão aberta entre religião e política é hoje algo muito mais pronunciado e preocupante do ponto de vista profético.

Durante o mandato de Reagan, houve uma forte aliança com a chamada “Maioria Moral”, um movimento evangélico conservador que procurava influenciar as políticas do país, mas as circunstâncias eram diferentes. Reagan falava abertamente dos valores cristãos, mas a Igreja ainda não tinha o nível de influência que vemos hoje, onde os líderes religiosos têm acesso directo ao poder e procuram moldar a legislação de acordo com as suas crenças.

O atual movimento de apoio a Trump vai além da simples influência política; tornou-se uma causa quase messiânica, onde muitos o veem como um líder escolhido por Deus para restaurar a “grandeza espiritual” da nação. Isto levou a uma mistura perigosa de nacionalismo cristão, onde a identidade religiosa se entrelaça com a política de uma forma que lembra a profecia do Apocalipse sobre a imagem da besta – uma união entre a Igreja e o Estado que imporá normas religiosas pela força.

Ellen White advertiu que seria a apostasia nas igrejas que procuraria o apoio do governo civil, e hoje vemos quantas denominações estão dispostas a comprometer princípios a fim de obter influência política. Este é um sinal claro de que o caminho está preparado para a implementação de leis que, sob o pretexto de restaurar a moralidade, acabarão por impor falsos sistemas de culto, como a observância do domingo.

Como observadores da profecia, isto chama-nos a estarmos mais alertas do que nunca, a permanecermos fiéis aos princípios bíblicos e a partilharmos amorosamente a mensagem do terceiro anjo, convidando as pessoas a reconhecerem a verdade antes que seja tarde demais.

Apocalipse 13:11-17 – A imagem da besta

“Então vi outra besta saindo da terra; e ele tinha dois chifres como os de um cordeiro, mas falava como um dragão.” (v.11)

Esta profecia descreve os Estados Unidos (a besta que surge da terra) que, embora partindo de princípios de liberdade (“como um cordeiro”), acabará por falar “como um dragão”, isto é, exercerá a coerção. A formação da “imagem da besta” implica que este poder adotará características do papado, buscando a união da Igreja e do Estado para impor leis religiosas, como a observância do domingo.

2 Tessalonicenses 2:3-4 – A apostasia e o homem do pecado

“Não deixe ninguém te enganar de forma alguma; Porque isso não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se exalta contra tudo o que se chama Deus ou que é objeto de adoração...”

Paulo adverte que antes da segunda vinda de Cristo haverá uma grande apostasia dentro do Cristianismo, preparando o caminho para um poder que usurpará o lugar de Deus na terra. Esta apostasia manifesta-se quando as igrejas abandonam a verdade bíblica e procuram o apoio do poder civil para impor as suas crenças.

A Bíblia avisa-nos que nos últimos tempos haverá uma coligação entre religião e política que tentará impor a adoração falsa. A crescente influência dos movimentos religiosos na política americana hoje é um sinal claro de que estas profecias estão a ser cumpridas. Deus nos chama para sermos vigilantes, para nos apegarmos à Sua Palavra e para proclamarmos amorosamente a mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14, alertando o mundo sobre o perigo de adorar a besta e a sua imagem.

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