terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Vitória no deserto: 30 de janeiro a 6 de fevereiro


SÁBADO À TARDE (Ano Bíblico: Êx 37, 38)

VERSO PARA MEMORIZAR“O Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19:10).
Leituras da semana: Mt 1:20-23; Jo 9:39; Mt 3:7-12; 4:1-10; Dt 34:1-4; Ap 21:10.
“Quando Satanás ouviu que existiria inimizade entre ele e a mulher, e entre sua semente e a semente dela, compreendeu que sua obra de degenerar a natureza humana seria interrompida. […] Contudo, quando o plano da salvação foi mais amplamente manifestado, Satanás se regozijou com seus anjos de que, tendo ocasionado a queda do homem, faria baixar o Filho de Deus de Sua exaltada posição. Declarou que até ali seus planos haviam sido muito bem-sucedidos na Terra e que, quando Cristo tomasse sobre Si a natureza humana, Ele também poderia ser vencido, e dessa maneira poderia ser impedida a redenção da humanidade caída” (EllenG. White, Patriarcas e Profetas, p. 66).

Nesta semana, ao examinar as tentações no deserto, poderemos ver na Bíblia, talvez de modo tão claro como nunca vimos antes, o grande conflito entre Cristo e Satanás, travado abertamente entre eles. Satanás havia afirmado que o mundo era dele, mas Cristo veio para reconquistá-lo. O plano da salvação era fundamental para que Ele reconquistasse o mundo. Tendo falhado em matar Jesus após Seu nascimento, Satanás tentou outro meio para sabotar a redenção da humanidade. É o desenrolar disso que vemos nas tentações no deserto.
A igreja tem diversos ministérios para alcançar pessoas (Escola Sabatina; clubes de Aventureiros, Desbravadores e Jovens; classes bíblicas e Ação Solidária Adventista). O que você pode fazer por meio desses ministérios?
DOMINGO - Emanuel veio para salvar (Ano Bíblico: Êx 39, 40)
1.Leia Mateus 1:20-23. Qual é o significado do nome dado a Jesus: Emanuel?
Por que Jesus veio à Terra para estar “conosco”?
Primeiro, Ele veio para restaurar o domínio que Adão havia perdido (Rm 5:12, 15). Captamos um vislumbre do aspecto majestoso de Jesus (Seu domínio) quando Ele inspirou multidões (cinco mil pessoas desejaram torná-Lo rei) e quando as crianças Lhe cantaram hosanas (uma forma de louvor dirigido a alguém que salvaria o povo de seus inimigos). Também vemos Seus poderes sobre a criação, como Sua habilidade de restaurar seres humanos prejudicados e torná-los novamente seres completos (por exemplo, o homem que nasceu cego e a mulher que teve um fluxo de sangue por 12 anos), e Seu poder sobre a natureza, como na ocasião em que Ele acalmou a tempestade e disse ao vento e às ondas que se aquietassem.
Segundo, Ele veio para trazer juízo e destruir as obras do diabo (Jo 9:39;1Jo 3:8). Quantas vezes ficamos imaginando por que o mal prospera? Jesus Se referiu à injustiça e nos assegurou que o fim está à vista. Jesus foi reconhecido pelos demônios como Alguém que tinha poder sobre eles. Frequentemente eles gritavam revelando Sua verdadeira identidade, às vezes antes que Jesus estivesse disposto a revelá-la. Ele deu paz aos possessos por demônios e os restaurou à sanidade, quando outras pessoas fugiriam deles com medo.
Em terceiro lugar, Jesus veio ao mundo para buscar e salvar os perdidos (Lc 19:10) e para tirar seus pecados (Jo 1:29). Ele Se tornou semelhante a nós para que pudesse ser fiel Sumo Sacerdote e, assim, restituir-nos para Deus (Hb 2:17). “Resolver o problema do pecado, salvar os seres humanos do pecado, conceder a eles graça, perdão, justificação, glorificação: tudo isso, desde o início, era o propósito da única aliança, e esse propósito foi cumprido então em Jesus Cristo” (N. T. Wright, Justification: God’s Plan and Paul’s Vision [Justificação: o plano de Deus e a visão de Paulo]. InterVarsity Press, 25/09/2009, edição Kindle; localizadores 1462-1463).
Finalmente, Jesus veio para mostrar como Deus é; para revelar a nós, e ao Universo expectante, qual é Seu verdadeiro caráter (Jo 14:9).
De que forma essas razões para a vinda de Cristo podem e devem melhorar sua vida e sua experiência com o Senhor?
SEGUNDA - O batismo de Jesus (Ano Bíblico: Lv 1–4)
O aparecimento de João Batista deve ter causado alvoroço por toda a região. Ali estava alguém que se parecia com o profeta Elias (Mt 3:4; 2Rs 1:8). Ele foi a primeira voz profética que o povo ouviu depois de 400 anos. Deus nunca antes havia ficado em silêncio por tanto tempo. Então Ele estava falando com o povo uma vez mais. Obviamente algo significativo estava para acontecer.
2.Leia Mateus 3:7-12. Por que à sua apresentação do Messias João Batista ligaria temas de juízo, como a ira vindoura (v. 7), o machado posto à raiz das árvores (v. 10), a limpeza completa da eira (v. 12) e a queima da palha em fogo inextinguível (v. 12)?
As pessoas achavam que estavam vivendo nos últimos dias. Viram João vir do deserto e incentivá-las a passar pelo batismo nas águas do Jordão. Isso tinha um pouco de semelhança com um novo êxodo, e era necessário que elas se molhassem (em vez de atravessar o leito seco de um rio) a fim de ser purificadas e estar prontas para a nova terra prometida, sendo que o próprio Messias as levaria à vitória sobre os romanos e, depois, à inauguração do reino eterno de Deus do qual os profetas haviam falado. Pelo menos isso era o que muitas pessoas achavam.
Mas João Batista e Jesus não estavam liderando um movimento político; era um evento salvífico. A explicação dada por Lucas para o que João estava fazendo é uma citação de Isaías, que descreve a maneira pela qual Deus prepararia uma estrada para que os exilados voltassem à terra prometida (Lc 3:3-6). Jeremias explica a razão pela qual se devia preparar essa estrada especial: para que ela fosse acessível aos mais vulneráveis da sociedade, isto é, cegos, coxos, grávidas, mães com bebês, e para que todos os outros que desejassem voltar à terra prometida conseguissem fazê-lo (Jr 31:7-9). Não é de admirar que as pessoas fossem em grande número a João. Foi acesa no coração delas a esperança de que também poderiam estar prontas para o grande dia de Deus, que logo chegaria.
Porém, esse dia veio de uma forma que a maioria delas não esperava, não porque não tivessem sido informadas a respeito disso, mas porque não compreenderam o significado das Escrituras (Lc 24:25-27).
Pessoas fiéis tinham concepções profundamente errôneas a respeito da natureza da primeira vinda do Senhor. Como os fiéis dos últimos dias podem evitar as concepções errôneas a respeito da natureza de Sua segunda vinda?
TERÇA - Transformar pedras em pães (Ano Bíblico: Lv 5–7)
3. Leia Mateus 4:1-3. O que aconteceu e por quê? Como vemos o grande conflito se desenrolando ali?
“Quando Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, foi guiado pelo Espírito de Deus. Não convidou a tentação. Foi para o deserto para estar sozinho, a fim de considerar Sua missão e obra. Por jejum e oração devia Se fortalecer para a vereda sangrenta que iria trilhar. Mas Satanás sabia que Jesus tinha ido para o deserto, e julgou que essa fosse a melhor ocasião para se aproximar dEle” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 114).
Há paralelos dramáticos entre o relato das tentações de Jesus e a experiência dos israelitas em suas peregrinações durante o êxodo. Depois de passar pelas águas, Jesus foi para o deserto, onde não comeu nada e foi provado durante 40 dias. Da mesma forma, os israelitas passaram pelas águas (o Mar Vermelho), entraram no deserto onde não tinham pão e permaneceram ali durante 40 anos. Note como isso é descrito em Deuteronômio 8:2, 3: “E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os Seus mandamentos ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome”.
O relato dos evangelhos diz que, após 40 dias, Jesus teve fome (Mt 4:2). Então apareceu alguém com um conselho “útil”, mais ou menos como os consoladores de Jó. Essa não foi a primeira vez que Satanás foi mostrado como tendo vindo “ajudar” alguém em crise. O capítulo 3 de Zacarias registra a história do sumo sacerdote Josué na época da reconstrução de Jerusalém, após o exílio babilônico. Enquanto ele estava diante de Deus em visão, alguém apareceu à sua direita. Quem ficava à direita era sempre o amigo de maior confiança, para proteger e guardar a pessoa contra qualquer suposto agressor. Mas o homem de confiança que estava à direita em Zacarias 3 não era outro senão o “acusador”, fingindo ser um amigo de confiança.
A mesma coisa aconteceu com Jesus no deserto. Aquele que veio para “ajudar” revelou quem era quando disse: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (Mt 4:3). Um anjo do Senhor não teria dúvidas sobre a divindade de Cristo.
Note, novamente, como a resposta de Jesus (Mt 4:4) é uma citação ligada ao êxodo. “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem” (Dt 8:3).
Por mais importante que seja não cair em tentação, não seria mais importante que você tivesse a certeza de que, mesmo sem perceber, não está levando outros à tentação?
QUARTA - Outra tentação (Ano Bíblico: Lv 8–10)

A primeira tentação é semelhante ao êxodo, mas tem suas raízes na queda. Colocando como prioridade a fidelidade a Deus em vez da condescendência com o apetite, Jesus recuperou o terreno que Adão perdeu junto à árvore do conhecimento. Contudo, para transpor completamente o abismo ao qual a raça humana tinha descido desde o tempo de Adão, Jesus teve que Se sujeitar a mais duas tentações.
De acordo com Mateus, na segunda tentação Satanás levou Jesus ao ponto mais alto do templo, provavelmente o canto sudeste, que dava para um despenhadeiro. Novamente veio a declaração provocante: “Se Tu és o Filho de Deus”, o que mostrou que o tentador não era amigo de Jesus coisa nenhuma.
4. O que Satanás estava tentando sugerir ali? Se Jesus tivesse pulado, isso provaria alguma coisa? Mt 4:5-7
Jesus não estava interessado em uma encenação teatral barata. Sua fé em Deus era genuína; não era algo planejado para impressionar a outros. A completa confiança de Jesus em Seu Pai se manifestou no ato de deixar o Céu e Se tornar humano, sofrendo o ultraje, a difamação, a humilhação pública e a injustiça de Sua morte (Fp 2:5-8). Esse era Seu destino, e Cristo estava plenamente preparado para ele. Sua missão era recuperar o mundo que Adão e seus descendentes haviam perdido. Em Jesus deviam ser cumpridas todas as promessas da aliança, e o mundo teria uma oportunidade de salvação.

Novamente Jesus respondeu com a expressão “Está escrito”, citando Deuteronômio e ligando Sua experiência ao êxodo: “Não tentarás o Senhor, teu Deus, como O tentaste em Massá” (Dt 6:16). Massá foi o local em que os israelitas se queixaram amargamente da falta de água, e Moisés feriu a rocha para obtê-la. Ao avaliar aquela experiência, Moisés declarou que as pessoas “tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós ou não?” (Êx 17:7). Obviamente, Jesus tinha sabedoria e não caiu no engano, embora dessa vez o diabo tivesse lançado de volta para Ele a expressão “Está escrito” (Mt 4:4, 6).
Nem sempre é fácil ver a linha divisória entre confiar nos milagres de Deus e ser presunçosos a respeito do que esperamos do Senhor quando oramos. Como você aprendeu a distinguir uma coisa da outra?

QUINTA - Adoração ao diabo (Ano Bíblico: Lv 11, 12)

Na versão de Mateus, enquanto a primeira tentação se concentrou no apetite e a segunda na manipulação de Deus, a terceira foi um desafio direto ao próprio Cristo, à Sua realeza e à Sua missão suprema na Terra.
5.Leia Mateus 4:8-10, Deuteronômio 34:1-4 e Apocalipse 21:10. Qual é o significado do “monte muito alto” ao qual Satanás levou Jesus?
A julgar pela maneira com a qual a Bíblia usa o tema de subir ao topo de uma montanha muito alta para contemplar nações, vemos que a viagem de Jesus não foi um passeio turístico. Há uma visão profética ligada a esse cenário. Do topo de uma montanha, Moisés viu a terra prometida como ela viria ser, e João viu a futura Nova Jerusalém. Da mesma forma, Jesus viu mais do que simplesmente os países do antigo mundo romano. Note que Satanás exibiu tudo em seu melhor aspecto. Ele mostrou as riquezas e o glamour, não o crime, o sofrimento e a injustiça.
Satanás disse, então: “Tudo isto Te darei se, prostrado, me adorares” (Mt 4:9). Da mesma forma que enganou Adão e Eva para que desejassem se tornar como Deus, sendo que eles já possuíam a Sua imagem, Satanás fingiu que era Deus, que era o dono exclusivo das nações do mundo e que, em troca de uma pequena homenagem, podia facilmente dar tudo aquilo para Jesus (ver Lc 4:6; comparar com Sl 2:7, 8).
Esse teste se concentrou na lealdade. A quem devia a humanidade dedicar sua suprema lealdade? No Éden, quando Adão e Eva se sujeitaram à serpente, na verdade, estavam dedicando a Satanás sua primeira lealdade, e essa infecção se espalhou intensamente para cada geração sucessiva. Sem a intervenção divina direta, o grande conflito teria sido decidido em favor de Satanás. A humanidade, e talvez até a vida na Terra, não poderiam ter continuado. Os riscos chegaram a esse ponto.
Note que Jesus, como José com a esposa de Potifar, não permitiu que o mal ficasse perto dEle. Jesus ordenou que Satanás se retirasse. Visto que José não podia fazer isso, retirou-se da cena em que havia potencial maligno (Gn 39:11, 12). Essa lição simples se aplica também a nós.
Nas três tentações, Jesus usou a Bíblia como defesa. O que isso significa para nós, na prática? Quando enfrentamos a tentação, como usar a Bíblia para obter as mesmas vitórias?
SEXTA - Estudo adicional (Ano Bíblico: Êx 34-36)
Embora ao longo dos séculos sejam encontrados escritores que tocaram no tema do grande conflito, e ainda que alguns evangélicos hoje estejam examinando essa ideia com mais atenção, ninguém tem uma visão de mundo concentrada no grande conflito e desenvolvida com tanta profundidade como a igreja adventista do sétimo dia. Um conflito literal, físico, moral e es-piritual entre Cristo e Satanás é, de fato, a marca registrada do pensamento adventista. E não é de admirar. Ao longo de toda a Bíblia há o que um escritor evangélico chamou de “tema da guerra cósmica”, e às vezes, como na lição desta semana sobre a tentação no deserto, o tema aparece de maneira muito nítida e aberta. A ideia de uma guerra entre o bem e o mal pode ser vista mesmo fora de um contexto distintamente religioso. O poeta T. S. Eliot escreveu: “O mundo gira e o mundo muda,/Mas uma coisa não muda./Em todos os meus anos, uma coisa não muda, […]/A perpétua luta entre o bem e o mal” (The Complete Poems and Plays, 1909-1950 [Poemas e peças completas, 1909-1950]. Nova York: Harcourt Brace & Company, 1952; p. 98). O ateu alemão Friedrich Nietzsche escreveu: “Vamos concluir. Os dois valores contrapostos, “bom e mau”, “bem e mal”, travaram na Terra uma luta terrível, milenar” (On the Genealogy of Morals and Ecce Homo [Genealogia da Moral e Ecce Homo]. Vantage Books Edition: Random House, Inc., 1967, p. 52; Genealogia da
moral: uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 1998; p. 43).
Perguntas para discussão
1.Qual é o limite entre a presunção e a confiança nas promessas de Deus quanto aos milagres? Como saber a diferença?
2.A tentação vem de muitas formas, tamanhos, cores e modos, tudo cuidadosamente planejado para alcançar cada um de nós. Algumas coisas que tentam uma pessoa não tentam outra. Além dos pecados óbvios, de que maneira mais sutil podemos ser tentados?
3.Como captar o conceito impressionante de que o próprio Deus enfrentou terríveis tentações em nosso favor? Ao considerar essa verdade, o que mais importa?
Respostas sugestivas: 1. Deus Conosco. 2. Eles já tinham a concepção (embora distorcida) de que deveriam estar puros para entrar na terra prometida. 3. Jesus foi tentado por Satanás para Se afastar da missão, usar Seu poder para satisfazer Seu apetite, desobedecer ao Pai, duvidar de Sua divindade e Se tornar independente do Pai. Jesus venceu no mesmo ponto em que Adão e Eva foram derrotados. Por isso, nos oferece Sua vitória. 4. Usando as Escrituras, Satanás tentou Jesus a abusar do poder divino para ostentação pessoal, o que seria uma atitude presunçosa. 5. Um lugar alto ou uma visão abrangente dos reinos da Terra, que Satanás julgava dominar. Ele prometeu dar tudo a Jesus, em troca de um momento de adoração.

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