segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Trump anuncia adventista Ben Carson como secretário de Habitação





O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (5) a nomeação de Ben Carson, o neurocirurgião aposentado que disputou as primárias republicanas, como secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, ao retomar as consultas para a formação de seu gabinete.


Serenidade
Carson liderou por um breve momento a primária republicana, com uma imagem serena e de fala pausada, um contraste com a disputa vociferante que acontecia ao seu redor. Sua candidatura, que inicialmente recebeu apoio entre os cristãos conservadores, perdeu fôlego pela falta de propostas e respostas claras sobre temas importantes.




Carson, um negro conservador profundamente religioso e que teve um bom momento durante as primárias republicanas, não tem experiência em políticas de habitação, mas citou sua infância em um bairro pobre de Detroit como credencial para o posto. Primeiro afro-americano nomeado para integrar o governo de Trump, que toma posse em 20 de janeiro, Carson "tem uma mente brilhante e é apaixonado por fortalecer comunidades e famílias dentro destas comunidades", afirmou o presidente eleito em um comunicado.


O neurocirurgião aposentado, integrante da Igreja Adventista do Sétimo Dia, se apresentara como uma alternativa ao furioso Trump, pregando tolerância e compromisso. Trump o criticou sem trégua durante as primárias, ao acusar o adversário de ter um caráter "patológico". Mas Carson aderiu à campanha do magnata depois de abandonar a disputa em março, descrevendo o ex-rival como "um homem muito inteligente e profundamente interessado pelo país". Ben Carson levou Trump a um visita aos bairros marginalizados de Detroit em setembro, quando o agora presidente eleito tentava melhorar sua imagem entre os eleitores da comunidade negra. E saiu em defesa de Trump após a divulgação de um áudio de 2005 em que o republicano celebrava o fato de apalpar as mulheres.

Sonho americano 
A história de Carson, 65 anos, é o padrão do sonho americano: nasceu pobre, foi criado por uma mãe analfabeta que se casou aos 13 anos e que foi abandonada pelo marido. Estudante exemplar, ganhou bolsa da Universidade de Yale e estudou na Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan. Aos 33 anos se tornou diretor de Neurocirurgia Pediátrica da Universidade Johns Hopkins. Recebeu aclamação mundial em 1987 ao realizar a primeira operação que teve sucesso para separar siameses unidos pela cabeça. Se aposentou em 2013 e passou ser conhecido nos círculos conservadores, com o discurso de como a fé e os valores familiares o ajudaram a superar as dificuldades e a realizar seu sonho. Sempre fala sobre a responsabilidade individual, o que o levou a criticar o estado de bem-estar, que segundo ele cria uma dependência entre os mais pobres.

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