segunda-feira, 17 de julho de 2017

Lição 4 15 a 22 de julho Justificação pela fé

Sábado à tarde


Verso para memorizar: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2:20, ARC).

Leituras da semana: Gl 2:15-21; Ef 2:12; Fp 3:9; Rm 3:10-20; Gn 15:5, 6; Rm 3:8

Como vimos na semana passada, Paulo confrontou Pedro publicamente em Antioquia pela falta de coerência entre a fé que ele defendia e o comportamento que ele apresentou. Na melhor das hipóteses, a decisão de Pedro de não mais comer com antigos pagãos sugeria que eles eram cristãos de segunda categoria. As ações de Pedro davam a entender que, se eles realmente quisessem fazer parte da família de Deus e desfrutar as bênçãos provenientes da completa comunhão, deviam primeiro se submeter ao rito da circuncisão.

O que Paulo realmente disse a Pedro naquela ocasião tensa? Na lição desta semana, estudaremos o que provavelmente seja um resumo do que se passou. Essa passagem contém algumas das expressões mais compactadas no Novo Testamento, o que é extremamente importante porque, pela primeira vez, são apresentadas várias palavras e frases fundamentais, tanto para a compreensão do evangelho quanto do restante da Epístola de Paulo aos Gálatas. Essas palavras-chave incluem justificação, justiça, obras da lei, crença e a fé de Jesus, não apenas fé.
O que Paulo quis dizer com esses termos? O que eles nos ensinam sobre o plano da salvação?
 Nos meses de julho, agosto e setembro, será realizado o Projeto Maná, uma oportunidade para que todos façam a assinatura da Lição da Escola Sabatina. Participe! 
Domingo, 16 de julho


A questão da “justificação”


1. Em Gálatas 2:15, Paulo escreveu: “Nós, judeus de nascimento e não ‘gentios pecadores´” (NVI). O que ele quis dizer com essas palavras?

As palavras de Paulo devem ser entendidas no seu contexto. Na tentativa de conquistar os judeus cristãos para seu lado, Paulo começou com um raciocínio que eles aceitariam, a tradicional distinção entre judeus e gentios. Os judeus eram os eleitos de Deus, aos quais havia sido confiada Sua lei, e desfrutavam os benefícios da relação de aliança com Ele. Os gentios, no entanto, eram pecadores. A lei de Deus não restringia seu comportamento, e eles estavam fora das alianças da promessa (Ef 2:12; Rm 2:14). Embora os gentios, obviamente, fossem “pecadores”, no verso 16 Paulo advertiu os cristãos judeus de que seus privilégios espirituais não os tornavam mais aceitáveis a Deus, porque ninguém é justificado pelas “obras da lei”.

2. Paulo usou a palavra justificado quatro vezes em Gálatas 2:16, 17. O que ele queria dizer por “justificação”? Considere os seguintes textos bíblicos (Êx 23:7 e Dt 25:1) e complete as lacunas.

Justificar, para ____________________, significava __________________________ ou ______________________________ alguém; tornar alguém reto.

O verbo justificar era um termo-chave para Paulo. Das 39 vezes em que ele ocorre no Novo Testamento, 27 estão nas cartas de Paulo. Ele o usou oito vezes em Gálatas, incluindo quatro referências em Gálatas 2:16, 17. Justificação é um termo legal, usado nos tribunais. Está relacionado com o veredito que um juiz pronuncia quando uma pessoa é declarada inocente das acusações apresentadas contra ela. É o oposto de condenação. Além disso, visto que as palavras justo e reto vêm da mesma palavra grega, o fato de alguém “ser justificado” significa que ele também é considerado “reto”. Assim, justificação envolve mais do que simplesmente absolvição ou perdão. É uma declaração afirmativa de que a pessoa é reta.

Para alguns cristãos judeus, no entanto, justificação também tinha caráter relacional. Ela envolvia seu relacionamento com Deus e Sua aliança. Ser “justificado” também significava ser considerado um membro fiel da comunidade da aliança divina, a família de Abraão.
 Leia Gálatas 2:15-17. O que Paulo disse nesses versos? Como você pode aplicar essas palavras à sua experiência?
Segunda-feira, 17 de julho


Obras da lei


3. Paulo disse três vezes em Gálatas 2:16 que uma pessoa não é justificada por “obras da lei”. O que ele quis dizer com a expressão “obras da lei”? O que os seguintes textos revelam sobre essa questão? Gl 2:16, 17; 3:2, 5, 10; Rm 3:20, 28. Assinale a alternativa correta:

A.(  ) Obediência; prática da lei.

B.(  ) Obediência que dá direito à salvação.

Antes de entender a expressão “as obras da lei”, precisamos entender o que Paulo quis dizer com a palavra lei. A palavra lei (nomos, em grego) é encontrada 121 vezes nas cartas de Paulo. Ela pode se referir a uma série de coisas diferentes, inclusive a vontade de Deus para Seu povo, os primeiros cinco livros de Moisés, todo o Antigo Testamento, ou apenas um princípio geral. No entanto, a principal maneira pela qual Paulo usou a palavra se refere a toda a coleção dos mandamentos de Deus dada ao Seu povo por meio de Moisés.

A expressão “as obras da lei” provavelmente envolva, portanto, todos os requisitos encontrados nos mandamentos dados por Deus por intermédio de Moisés, sejam morais ou cerimoniais. O raciocínio de Paulo é que, não importa o quanto nos esforcemos para seguir e obedecer à lei de Deus, nossa obediência nunca será suficientemente boa para que Deus nos justifique, para que nos declare justos diante dEle. Isso porque Sua lei exige absoluta fidelidade de pensamento e ação, não apenas por algum tempo, mas o tempo todo, e não apenas a alguns de Seus mandamentos, mas a todos eles.

Embora a expressão “obras da lei” não ocorra no Antigo Testamento e não seja encontrada no Novo Testamento, exceto nos escritos de Paulo, uma impressionante confirmação de seu significado surgiu em 1947, com a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, uma coleção de textos copiados por um grupo de judeus, chamados essênios, que viveram na época de Jesus. Embora escritos em hebraico, um dos manuscritos contém essa mesma expressão. O título do manuscrito é Miqsat Ma’as Ha-Torah, que pode ser traduzido como “Importantes obras da lei”. O documento descreve uma série de questões com base na lei bíblica em relação à prevenção da contaminação das coisas santas, inclusive algumas que designavam os judeus como distintos dos gentios. No fim, o autor escreveu o seguinte: se essas “obras da lei” forem seguidas, “você será considerado justo” diante de Deus. Ao contrário de Paulo, o autor não oferece ao leitor a justiça fundamentada na fé, mas no comportamento.
 Você guarda a lei de Deus de maneira satisfatória? Você realmente sente que a obedece tão bem que pode ser justificado diante de Deus com base na guarda da lei? (Rm 3:10-20). Se não, por quê? Como sua resposta ajuda a compreender o conceito de Paulo sobre o tema?
Terça-feira, 18 de julho


A base da nossa justificação


“E ser encontrado nEle, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé” (Fp 3:9, NVI).

Os judeus cristãos não sugeriram que a fé em Cristo não fosse importante; afinal, eles tinham fé em Jesus e acreditavam nEle. Contudo, eles sentiam que a fé não era suficiente; ela devia ser complementada com a obediência, como se a obediência acrescentasse algo ao ato da justificação. No raciocínio deles, justificação era tanto pela fé quanto pelas obras. A maneira pela qual Paulo repetidamente contrastou a fé em Cristo com as obras da lei indica sua oposição a esse tipo de abordagem que incluía “ambos” os aspectos. Fé, somente a fé, é a base da justificação.

Para Paulo, igualmente, a fé não era apenas um conceito abstrato; ela estava inseparavelmente ligada a Jesus. Na verdade, a expressão traduzida duas vezes como “fé em Cristo”, em Gálatas 2:16, tem muito mais significado do que qualquer tradução pode realmente abranger. A expressão em grego é traduzida literalmente como “a fé” ou “fidelidade” de Jesus. Essa tradução literal revela o forte contraste que Paulo estabeleceu entre as obras da lei que nós fazemos e a obra de Cristo realizada em nosso favor, a obra que Ele, mediante Sua fidelidade (por isso, a “fidelidade de Jesus”), tem feito por nós.

É importante lembrar que a fé nada acrescenta à justificação, como se tivesse mérito em si mesma. A fé é, em vez disso, o meio pelo qual nos apegamos a Cristo e Sua obra em nosso favor. Não somos justificados com base em nossa fé, mas com base na fidelidade de Cristo por nós, que reivindicamos para nós por meio da fé.

Cristo fez o que todos deixaram de fazer: só Ele foi fiel a Deus em tudo que fez. Nossa esperança está na fidelidade de Cristo, não na nossa. Essa é a grande e importante verdade que, dentre outras, inflamou a Reforma Protestante, uma verdade que continua sendo tão crucial hoje quanto foi no tempo em que Martinho Lutero começou a pregá-la há séculos.

Uma primitiva tradução siríaca de Gálatas 2:16 comunica bem o pensamento de Paulo: “Portanto, sabemos que um homem não é justificado a partir das obras da lei, mas pela fé de Jesus, o Messias, e cremos nEle, em Jesus, o Messias, que por causa de Sua fé, a fé do Messias, podemos ser justificados, e não pelas obras da lei”.

4. Leia Romanos 3:22, 26; Gálatas 3:22; Efésios 3:12; e Filipenses 3:9. Qual é a única base para nossa salvação? Assinale a melhor resposta:

A.( ) Nossa obediência à lei e o sacrifício de Cristo.

B.( ) A fidelidade de Cristo por nós e Sua perfeita obediência, aceitas pela fé.
Entender esse assunto causa alguma surpresa a você? Você sente alegria ou decepção? 
Quarta-feira, 19 de julho


A obediência da fé


Paulo deixou claro que a fé é absolutamente fundamental para a vida cristã. É o meio pelo qual lançamos mão das promessas que temos em Cristo. Mas o que é fé, exatamente? O que ela envolve?

5. De acordo com Gênesis 15:5, 6; João 3:14-16; 2 Coríntios 5:14, 15 e Gálatas 5:6, qual é a origem da fé? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) A fé provém do esforço humano.

B.( ) A fé é uma resposta humana a uma iniciativa divina.

C.( ) A fé possui uma origem mística.

A genuína fé bíblica é sempre uma resposta ao Senhor. A fé não é algum tipo de sentimento ou atitude que a pessoa decide tomar, em algum momento, porque Deus exige. Ao contrário, a verdadeira fé se origina em um coração tocado por um sentimento de gratidão e amor pela bondade de Deus. Por isso, quando a Bíblia fala sobre fé, essa fé sempre provém de iniciativas que Deus tem tomado. No caso de Abraão, por exemplo, a fé foi sua resposta às promessas maravilhosas que Deus tinha feito a ele (Gn 15:5, 6). Já no Novo Testamento, Paulo disse que, em última análise, a fé está enraizada na nossa percepção do que Cristo fez por nós na cruz.

6. Se a fé é uma resposta ao Senhor, o que essa resposta deve incluir? O que podemos entender sobre a natureza da fé? Jo 8:32, 36; At 10:43; Rm 1:5, 8; 6:17; Hb 11:6; Tg 2:19

Muitas pessoas definem fé como “crença”. Essa definição é problemática, pois em grego a palavra para “fé” é simplesmente a forma substantivada do verbo “crer”. Usar uma forma para definir a outra é como dizer que “fé é ter fé”. Isso não diz nada.

Um exame cuidadoso das Escrituras revela que a fé envolve não só o conhecimento sobre Deus, mas um consentimento mental ou aceitação desse conhecimento. Essa é uma razão pela qual é tão importante ter uma imagem correta de Deus. Ideias distorcidas sobre o caráter de Deus podem tornar mais difícil o exercício da fé. Mas uma aceitação intelectual do evangelho não é suficiente, pois, nesse sentido, “até os demônios creem” (Tg 2:19). A verdadeira fé também afeta nosso modo de vida. Em Romanos 1:5, Paulo escreveu sobre a “obediência que vem pela fé” (NVI). Paulo não disse que a obediência é o mesmo que fé. Ele quis dizer que a verdadeira fé afeta toda a vida de uma pessoa, não apenas a mente. Ela envolve compromisso com nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e não apenas uma lista de regras. A fé abrange o que fazemos, nossa maneira de viver, em quem confiamos e também aquilo em que acreditamos.
Quinta-feira, 20 de julho


A fé promove o pecado?


Uma das principais acusações contra Paulo era a de que seu evangelho da justificação pela fé apenas encorajava as pessoas a pecar (Rm 3:8; 6:1). Sem dúvida, os acusadores argumentavam que, se as pessoas não têm que cumprir a lei para ser aceitas por Deus, por que deviam se preocupar com sua maneira de viver? Lutero também enfrentou acusações semelhantes.

7. De acordo com Gálatas 2:17, 18, como Paulo respondeu à acusação de que a doutrina da justificação pela fé apenas encorajava o comportamento pecaminoso? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Reconheceu que a fé estimulava o pecado, e acabou abandonando o evangelho.

B.( ) Disse que Cristo não é ministro do pecado, mas nos leva à obediência.

Paulo respondeu às acusações de seus adversários nos termos mais fortes possíveis: “De maneira nenhuma”! (ARC). Embora seja possível que uma pessoa caia em pecado após ir a Cristo, a responsabilidade certamente não seria de Cristo. Se transgredimos a lei, nós mesmos somos os transgressores.

8. Como Paulo descreveu sua união com Jesus Cristo? Como essa descrição refuta as objeções levantadas por seus adversários? Gl 2:19-21

Paulo considerou o raciocínio de seus opositores simplesmente absurdo. Aceitar Cristo pela fé não é algo trivial, não é um jogo de faz de conta celestial, em que Deus considera a pessoa como justa enquanto não há mudança real na sua maneira de viver. Ao contrário, aceitar Cristo pela fé é extremamente radical. Envolve uma completa união com Ele, uma união em Sua morte e ressurreição. Espiritualmente falando, Paulo disse que somos crucificados com Cristo, e morrem nossos velhos hábitos pecaminosos, enraizados no egoísmo (Rm 6:5-14). Fizemos uma ruptura radical com o passado. Todas as coisas são novas (2Co 5:17). Também fomos ressuscitados para uma vida nova em Cristo. O Cristo ressuscitado vive dentro de nós, tornando-nos diariamente mais e mais semelhantes a Ele mesmo.

Portanto, a fé em Cristo não é um pretexto para o pecado, mas um chamado a um relacionamento mais profundo e mais rico com Cristo do que jamais poderia ser encontrado numa religião fundamentada na lei.
Como você se relaciona com o conceito de salvação unicamente pela fé, sem as obras da lei? Você tem medo, pensando que isso pode ser uma desculpa para o pecado, ou se alegra nele? O que sua resposta diz sobre sua compreensão da salvação? 
Sexta-feira, 21 de julho


Estudo adicional


A lei de Deus tem sido considerada longamente. Ela tem sido apresentada às congregações de modo quase tão destituído do conhecimento de Jesus Cristo e de Sua relação para com a lei como ocorreu com a oferta de Caim. Foi-me mostrado que muitos se conservam longe da fé devido às ideias embaralhadas e confusas acerca da salvação, e porque os pastores têm trabalhado de maneira errônea para alcançar os corações. O ponto que durante anos tem sido recomendado com insistência à minha mente é a justiça imputada de Cristo […].

“Não há um ponto que necessite ser realçado com mais diligência, repetido com mais frequência ou estabelecido com mais firmeza na mente de todos, do que a impossibilidade de que o ser humano caído mereça alguma coisa por suas próprias e melhores boas obras. A salvação é unicamente pela fé em Jesus Cristo” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 18, 19).

“A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas ele é incapaz de a apresentar. A única maneira em que pode alcançar a justiça é pela fé. Pela fé ele pode apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a pessoa arrependida e crente, trata-a como se fosse justa, e a ama como ama Seu Filho” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 367).

Perguntas para reflexão

1. Ellen G. White disse que nenhum assunto precisa ser mais enfatizado do que a justificação pela fé. Esses comentários são aplicáveis a nós hoje? Por quê?

2. Pense na Reforma Protestante e em Lutero. Embora a época, o lugar e as circunstâncias tenham sido diferentes, por que a mensagem apresentada por Paulo foi tão crucial para libertar milhões de pessoas do cativeiro espiritual romano?

Resumo: O comportamento de Pedro em Antioquia sugeriu que os conversos do paganismo não podiam ser verdadeiros cristãos, a menos que fossem circuncidados. Paulo destacou o engano de tal pensamento. Deus não pode declarar justa nenhuma pessoa com base em seu comportamento, pois nem mesmo os melhores seres humanos são perfeitos. Somente aceitando o que Deus fez por nós em Cristo, os pecadores podem ser justificados diante dEle.

Respostas e atividades da semana: 1. Com uma semana de antecedência, peça aos alunos que estudem o contexto em que viviam os judeus, bem como os cristãos gentios antes da sua conversão. Em classe, discutam as possíveis respostas para essa pergunta. 2. Paulo – absolver – inocentar. 3. A. 4. B. 5. F; V; F. 6. Divida a classe em dois grupos e incentive-­os a refletir sobre a natureza da fé. Por fim, escolha um representante de cada grupo para que apresente a sua resposta. 7. B. 8. Peça aos alunos que relacionem a união de Paulo com Cristo com as objeções dos seus adversários. Em classe, peça que dois ou três alunos compartilhem suas respostas com o restante da classe.
Participe do projeto “Reavivados por Sua Palavra”: acesse o site http://reavivadosporsuapalavra.org/  

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