Sábado à tarde
Verso para memorizar:
“O pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6:14).
Leituras da semana:
Rm 6; 1Jo 1:8–2:1
Se as obras não podem nos salvar, por que se preocupar com elas? Por que não continuar pecando?
O capítulo 6 é a resposta de Paulo a essa importante
pergunta. O apóstolo estava tratando do que comumente se entende por
“santificação”, o processo pelo qual vencemos o pecado e refletimos cada
vez mais o caráter de Cristo. A palavra santificação, que vem do termo grego hagiasmos, aparece apenas duas vezes no livro de Romanos (nos versos 19 e 22 do capítulo 6).
Isso significa que Paulo não tinha nada a dizer sobre o que comumente se entende por santificação? De maneira nenhuma!
Na Bíblia, “santificar” significa “dedicar”, geralmente a
Deus. Portanto, “ser santificado” é muitas vezes apresentado como um ato
passado e concluído. Por exemplo, Paulo mencionou “todos os que são
santificados” (At 20:32). Os santificados, nessa definição, são os que
foram dedicados a Deus.
No entanto, esse uso bíblico de “santificar” de maneira
nenhuma nega a importante doutrina da santificação, nem o fato de que a
santificação é obra de uma vida. A Bíblia endossa firmemente essa
doutrina, mas geralmente usa outros termos para descrevê-la.
Nesta semana, contemplaremos outro aspecto da salvação
pela fé, que facilmente pode ser mal interpretado: as promessas de
vitória sobre o pecado na vida de alguém salvo por Jesus.
Domingo, 12 de novembro
Onde o pecado abundou
Em Romanos 5:20,
Paulo fez uma declaração poderosa: “Onde abundou o pecado, superabundou a
graça”. Sua mensagem é que, não importa quanto pecado haja ou quanto
seja terrível seu resultado, a graça de Deus é suficiente para lidar com
essa questão. Que esperança isso traz para cada um de nós,
especialmente quando somos tentados a sentir que nossos pecados são
muito grandes para serem perdoados! Em Romanos 5:21, Paulo mostrou que,
embora o pecado tenha levado à morte, a graça de Deus por intermédio de
Jesus venceu a morte e pode nos dar a vida eterna.
1. Leia Romanos 6:1. Qual lógica Paulo estava combatendo? Como, em Romanos 6:2-11, ele respondeu a esse tipo de pensamento?
No capítulo 6, Paulo seguiu uma linha de argumentação
interessante em relação à razão pela qual uma pessoa justificada não
deve pecar. Para começar, ele disse que não devemos pecar porque
morremos para o pecado. Em seguida, explicou o que ele quis dizer.
A imersão nas águas do batismo representa
sepultamento. O que está sepultado? O “velho homem” do pecado, isto é, o
corpo que comete pecado, a pessoa dominada pelo pecado. Por isso, o
“corpo do pecado” é destruído, de maneira que já não servimos ao pecado.
Em Romanos 6, o pecado é personificado como senhor que governa seus
servos. Uma vez que o “corpo do pecado” é destruído, cessa o domínio do
pecado sobre esse corpo. Aquele que se levanta da sepultura das águas,
ressurge como uma nova pessoa que não serve mais ao pecado. Ele agora
anda em novidade de vida.
Cristo, tendo morrido, morreu de uma vez por todas, mas
Ele agora vive eternamente. Portanto, o cristão batizado morreu para o
pecado de uma vez por todas e nunca mais deve ser dominado por ele. É
claro que, como todo cristão batizado sabe, o pecado não desaparece
automaticamente da nossa vida quando saímos das águas batismais. Não ser governado pelo pecado não é o mesmo que não ter que lutar contra ele.
“A partir disso, entendemos claramente o que significam as
palavras do apóstolo. Todas as declarações, como: (1) ‘mortos para o
pecado’, (2) ‘vivos para Deus’, etc., significam que não cedemos às
nossas paixões pecaminosas e pecados, ainda que o pecado continue em
nós. No entanto, o pecado permanece em nós até o fim da nossa vida, como
lemos em Gálatas 5:17: ‘A carne milita contra o Espírito, e o Espírito,
contra a carne, porque são opostos entre si’. Portanto, todos os
apóstolos e santos confessam que o pecado e as paixões pecaminosas
permanecem em nós até que o corpo seja transformado em cinzas, e um novo
corpo (glorificado) seja ressuscitado, livre das paixões e do pecado” (Martinho Lutero, Commentary on Romans [Comentário Sobre Romanos], p. 100).
Segunda-feira, 13 de novembro
Quando o pecado reina
2. Qual advertência encontramos em Romanos 6:12? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Não devemos cometer mais pecados, pois se o fizermos, pecaremos contra o Espírito Santo, pois fomos batizados.
B.( ) Precisamos evitar que o pecado reine em nosso corpo mortal, de modo que obedeçamos às suas paixões.
A palavra “reine” mostra que o pecado é representado nessa
passagem como um rei. O termo grego aqui traduzido como “reine”
significa, literalmente, “ser rei” ou “atuar como rei”. O pecado está
muito disposto a assumir o reinado de nosso corpo mortal e ditar nosso
comportamento.
Quando Paulo disse “não reine, portanto, o pecado”, ele
sugeriu que a pessoa justificada pode optar por impedir que o pecado se
estabeleça como rei em sua vida. É aqui que entra a ação da vontade.
“O que devem compreender é a verdadeira força da vontade.
Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de
escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. Deus deu ao homem o
poder da escolha; a ele compete exercê-lo. Vocês não podem mudar seu
coração, não podem por vocês mesmos consagrar a Deus as suas afeições;
mas podem escolher servi-Lo. Podem dar-Lhe sua vontade; Ele então
realizará em vocês o querer e o efetuar, segundo a vontade dEle. Desse
modo toda a sua natureza será levada sob o domínio do Espírito de
Cristo; suas afeições serão centralizadas nEle; seus pensamentos estarão
em harmonia com Ele” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 47).
A palavra grega traduzida como “paixões” em Romanos 6:12
significa “desejos”. Esses desejos podem ser tanto pelas coisas boas
quanto pelas ruins; quando o pecado reina, ele nos faz desejar o mal. Os
desejos são fortes e até irresistíveis se lutamos contra eles por conta
própria. O pecado é um tirano cruel que nunca está satisfeito, mas que
sempre volta para obter mais. Somente por meio da fé, somente pela
reivindicação das promessas de vitória podemos derrubar esse senhor
implacável.
Em Romanos 6:12, a palavra “portanto” é importante. Ela
retoma o que foi dito antes, especificamente o que foi dito em Romanos
6:10, 11. A pessoa batizada vive agora “para Deus”. Ou seja, o Senhor é o
centro da sua nova vida. Ela serve ao Criador, fazendo o que agrada a
Ele, portanto, não pode servir ao pecado ao mesmo tempo. Essa pessoa
está viva “para Deus, em Cristo Jesus” (Rm 6:11).
Na citação de Ellen G. White acima, o conceito de livre-arbítrio é
crucial. Como criaturas morais, devemos ter livre-arbítrio: o poder de
escolher entre o certo e o errado, o bem e o mal, Cristo e o mundo. Nas
suas últimas 24 horas, como você usou o livre-arbítrio? O que você
precisa mudar em sua vida?
Terça-feira, 14 de novembro
Não debaixo da lei, mas da graça
3. Leia Romanos 6:14. Como entender esse
texto? Ele significa que os Dez Mandamentos já não são mais
obrigatórios? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A.( ) Quem anda debaixo da graça é livre da condenação da lei do pecado, pois o pecado não mais o domina.
B.( ) Quem anda debaixo da graça pode pecar livremente, pois Jesus já pagou o preço exigido pela lei.
Romanos 6:14 é uma das principais declarações dessa carta.
Além disso, é uma das passagens frequentemente citadas quando alguém
tenta argumentar que o sétimo dia, o sábado, foi abolido.
No entanto, obviamente não é isso que o texto significa.
Como perguntamos antes, como a lei moral poderia ser eliminada e o
pecado ainda ser uma realidade? A lei moral é o que define o pecado! Se
você ler tudo o que vem antes em Romanos, mesmo no capítulo 6, será
difícil ver como, em meio a toda essa discussão sobre a realidade do
pecado, Paulo diria subitamente: “A lei moral que define o pecado, isto
é, os Dez Mandamentos, foi abolida.” Isso não faz sentido.
Paulo estava dizendo aos romanos que a pessoa que vivia
“debaixo da lei”, ou seja, debaixo da estrutura judaica posta em prática
em seu tempo, com todas as suas regras e regulamentos feitos por
homens, seria governada pelo pecado. Em contrapartida, uma pessoa que
vive debaixo da graça terá vitória sobre o pecado, porque a lei está
escrita em seu coração e essa pessoa permite que o Espírito de Deus guie
seus passos. Aceitar Jesus Cristo como o Messias, ser justificado por
Ele, ser batizado em Sua morte, ter o “velho homem” destruído, andar em
novidade de vida – são essas as coisas que destronarão o pecado de nossa
vida. Lembre-se, esse é o contexto de Romanos 6:14, o contexto da
promessa de vitória sobre o pecado.
Não devemos definir “debaixo da lei” de maneira muito
restritiva. A pessoa que supostamente vive “debaixo da graça”, mas
desobedece à lei de Deus, não encontrará graça, mas condenação. Quando a
Bíblia diz que estamos “debaixo da graça” ela quer dizer que, por meio
da graça de Deus revelada em Jesus, foi removida a condenação que a lei
inevitavelmente traz aos pecadores. Portanto, livres agora dessa
condenação da morte trazida pela lei, vivemos em “novidade de vida”, uma
vida caracterizada pelo fato de que, estando mortos para nós mesmos,
não somos mais escravos do pecado.
Você tem experimentado a nova vida em Cristo? Quais são as evidências
que revelam o que Cristo fez em você? Quais coisas você tem se recusado a
abandonar? Por que deve abandoná-las?
Quarta-feira, 15 de novembro
Pecado ou obediência?
4. Leia Romanos 6:16. Qual conceito Paulo
estava apresentando? Por que não há meio-termo em seu argumento? Qual
lição devemos extrair desse contraste muito claro?
Paulo voltou ao argumento de que a nova vida de fé não
concede liberdade para pecar. A vida de fé torna possível a vitória
sobre o pecado. Na verdade, somente pela fé podemos ter a vitória
prometida a nós.
Tendo personificado o pecado como um rei que reina sobre
seus súditos, Paulo retornou à figura do pecado como um senhor que exige
a obediência de seus servos. Ele mostrou que uma pessoa tem que
escolher entre dois senhores. Ela pode servir ao pecado, que leva à
morte, ou pode servir à justiça, que leva à vida eterna. Paulo não
deixou nenhum meio-termo nem espaço para concessões. É um ou outro, pois
no final estaremos diante da vida eterna ou da morte eterna.
5. Leia Romanos 6:17. De que maneira Paulo ampliou o que ele havia dito em Romanos 6:16?
Observe como, curiosamente, a obediência está ligada à doutrina correta. A palavra grega didach?,
traduzida como “doutrina”, significa “ensino”. Os cristãos romanos
tinham aprendido os princípios da fé cristã, que eles passaram a
obedecer. Assim, para Paulo, a doutrina correta, os ensinos corretos,
quando obedecidos “de coração”, ajudaram os romanos a se tornarem
“servos da justiça” (Rm 6:18). Às vezes ouvimos que não importa a
doutrina, desde que demonstremos amor. Essa é uma expressão muito
simplista de algo que não é tão simples assim. Como foi dito em uma
lição anterior, Paulo estava muito preocupado com a falsa doutrina à
qual a igreja da Galácia havia sucumbido. Portanto, precisamos ter
cuidado com declarações que, de alguma forma, diminuem a importância do
ensino correto.
Servos do pecado, servos da justiça: o contraste é gritante. Se pecamos
depois do batismo, isso significa que não somos verdadeiramente salvos?
Leia 1 João 1:8–2:1. Por que os seguidores de Cristo ainda estão
sujeitos a cair em pecado?
O evangelismo de colheita iniciará na próxima semana! Ajude alguém a
conhecer os milagres de Deus em sua vida. Já convidou um amigo para ir
com você cada noite?
Quinta-feira, 16 de novembro
Livres do pecado
6. Tendo em mente o que estudamos até
aqui em Romanos 6, leia Romanos 6:19-23. Resuma a essência do que Paulo
estava dizendo. Como você pode tornar real em sua vida essas verdades
cruciais? Quais questões estão em jogo nessa passagem?
As palavras de Paulo nessa passagem mostram que ele
compreendia plenamente a natureza caída da humanidade. Ele falou sobre a
“fraqueza da” nossa “carne” (Rm 6:19). Ele sabia o que a natureza
humana caída é capaz de fazer quando deixada por si só. Por isso,
novamente, ele apelou para o poder da escolha, a capacidade que temos de
escolher entregar a nós mesmos e a nossa “carne fraca” a um novo
senhor, Jesus, que nos habilitará a viver em justiça.
Muitas vezes, o texto de Romanos 6:23 é
citado para mostrar que a penalidade para o pecado, isto é, a
transgressão da lei, é a morte. Certamente, a penalidade do
pecado é a morte. Mas além de ver a morte como a penalidade do pecado,
devemos ver o pecado como Paulo o descreveu em Romanos 6 – um senhor que
domina seus servos, enganando-os ao pagar-lhes com o salário da morte.
Observe também que, em seu desenvolvimento da ilustração
dos dois senhores, Paulo chamou a atenção para o fato de que o serviço a
um mestre significa liberação do serviço ao outro. Mais uma vez vemos
claramente a escolha: um ou outro. Não há meio-termo. Ao mesmo tempo,
como todos sabemos, estar livre do domínio do pecado não significa estar
sem pecado; não significa que não lutamos e que não ocorram quedas, às
vezes. Em vez disso, significa que não somos mais dominados pelo
pecado, por mais que ele permaneça em nossa vida e por mais que tenhamos
que reivindicar diariamente as promessas de vitória sobre ele.
Essa passagem é um apelo poderoso para quem está servindo
ao pecado. Esse tirano não oferece nada além da morte como pagamento por
nossos atos vergonhosos. Portanto, uma pessoa racional deseja se
libertar desse tirano. Em contrapartida, aqueles que servem à justiça
fazem coisas retas e louváveis, não com o objetivo de ganhar a salvação,
mas como fruto de sua nova experiência. Se eles agem na tentativa de
ganhar a redenção, estão perdendo todo o sentido do evangelho, do que é a
salvação, e da razão pela qual eles precisam de Jesus.
Sua igreja está preparada para convidar e receber nossos amigos? Planeje
um jejum especial pelo grande evangelismo e pelas pessoas que estão
tomando a decisão pelo batismo.
Sexta-feira, 17 de novembro
Estudo adicional
Leia, de Ellen G. White, “Assumir a Vitória”, p. 105, 106, em Mensagens aos Jovens; “O Verdadeiro Motivo no Serviço”, p. 93-95, em O Maior Discurso de Cristo; “Apelo aos Jovens”, p. 365, em Testemunhos Para Igreja, v. 3; Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1196, 1197.
“[Jesus] não consentia com o pecado. Nem por um pensamento
cedia à tentação. O mesmo pode ocorrer conosco. A humanidade de Cristo
estava unida à divindade; Ele estava habilitado para o conflito,
mediante a presença interior do Espírito Santo. E veio para nos tornar
participantes da natureza divina. Enquanto estivermos ligados a Ele pela
fé, o pecado não terá domínio sobre nós. Deus nos toma a mão da fé e a
leva a se apoderar firmemente da divindade de Cristo, a fim de
atingirmos a perfeição de caráter” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 123).
“Quando somos batizados nos comprometemos a romper todas
as relações com Satanás e seus agentes, e entregar coração e espírito à
obra de estender o reino de Deus […]” (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1196).
“Os filhos do maligno são servos de seu senhor; de quem se
fazem servos para lhe obedecer, desse são servos (Rm 6:16), e não podem
ser servos de Deus enquanto não renunciarem ao diabo e a todas as suas
obras. Não pode ser inofensivo para os servos do Rei celestial o
envolvimento com os prazeres e diversões em que se empenham os servos de
Satanás, embora eles repitam muitas vezes que tais diversões são
inocentes. Deus tem revelado santas e sagradas verdades para separar Seu
povo dos ímpios e purificá-los para Si” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 404).
Perguntas para discussão
1. Mesmo com as promessas de vitória
sobre o pecado, todos somos pecadores e o coração humano é corrupto.
Existe contradição nisso? Explique.
2. Testemunhe na classe sobre o que Cristo fez em você, sobre as mudanças que você experimentou e sobre a nova vida que tem nEle.
3. Nossa salvação está somente no que
Cristo fez por nós. No entanto, quais são os perigos de exagerar essa
verdade, minimizando aquilo que Jesus faz em nós para nos transformar à
Sua imagem? Por que precisamos enfatizar esses dois aspectos da
salvação?
Respostas e atividades da semana: 1. Peça
aos alunos que formem duplas. Um aluno deve ficar responsável por
apresentar o raciocínio que Paulo estava combatendo na passagem bíblica.
O outro deve responder como Paulo fez isso. Por fim, pergunte aos
alunos se eles já pensaram em continuar no pecado para que a graça
“superabundasse”. 2. B. 3. V, F. 4. Escolha um aluno para responder a essa questão. Peça que ele compartilhe sua resposta com a classe. 5.
Divida a classe em dois grupos. Promova uma discussão sobre a
justificação e o processo de santificação abordados na lição. Ao fim da
discussão, peça que um representante escreva um passo a passo de como
somos salvos. 6. Peça a opinião dos alunos.
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