Sábado à tarde
Verso para memorizar:
“Logo, tem Ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem Lhe apraz” (Rm 9:18)
Leituras da semana:
Rm 9
“Como está escrito: ‘Amei
Jacó, mas rejeitei Esaú’ […]. Pois Ele diz a Moisés: ‘Terei misericórdia
[…] e terei compaixão de quem Eu quiser ter compaixão’” (Rm 9:13, 15;
NVI).
Sobre o que Paulo estava falando nessa passagem? E quanto
ao livre-arbítrio ou liberdade de escolha do ser humano, sem o qual
muito pouco do que acreditamos faz sentido? Não somos livres para
escolher Deus ou rejeitá-Lo? Ou será que esses versículos ensinam que
certas pessoas são eleitas para ser salvas e outras para se perder,
independentemente de suas próprias escolhas?
Como de costume, encontramos a resposta quando observamos o
quadro mais amplo do que Paulo estava dizendo. Em sua linha de
argumentação, o apóstolo tentava mostrar o direito divino de escolher
aqueles que Ele usaria como Seus “eleitos”. Afinal, se Deus é o
responsável máximo por evangelizar o mundo, por que Ele não pode
escolher como Seus agentes quem Ele quiser? Visto que Ele não exclui
ninguém da oportunidade de salvação, essa ação de Sua parte não é
contrária aos princípios do livre-arbítrio. Ainda mais importante, não é
contrária à grande verdade de que Cristo morreu por toda a humanidade e
Seu desejo é que todos sejam salvos.
Desde que lembremos de que Romanos 9 não trata da salvação
pessoal dos que são mencionados nesse capítulo, mas do chamado deles
para realizar determinada obra, o capítulo não apresenta dificuldades.
Domingo, 03 de dezembro
O fardo de Paulo
“Vós Me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19:6).
Deus precisava de um povo missionário
para evangelizar um mundo mergulhado no paganismo, escuridão e
idolatria. Ele escolheu os israelitas e Se revelou a eles. Seu plano era
que eles se tornassem uma nação-modelo e, assim, atraíssem outros para o
verdadeiro Deus. O propósito de Deus era que, pela revelação de Seu
caráter por meio de Israel, o mundo fosse atraído a Ele. Mediante o
ensino do serviço sacrifical, Cristo deveria ser exaltado diante das
nações, e todos os que olhassem para Ele viveriam. À medida que os
israelitas crescessem em número e suas bênçãos aumentassem, eles
deveriam ampliar suas fronteiras até que o reino de Israel envolvesse todo o mundo.
1. Leia Romanos 9:1-12. Qual é o argumento de Paulo sobre a fidelidade de Deus em meio às falhas humanas?
A linha de argumentação de Paulo revela que a promessa
feita a Israel não tinha falhado completamente. Existia um remanescente
por meio do qual Deus ainda pretendia trabalhar. A fim de validar a
ideia do remanescente, Paulo recorreu à história israelita. Ele mostrou
que Deus sempre foi seletivo: (1) o Senhor não escolheu toda a semente
de Abraão para ser Seu povo da aliança, somente a linhagem de Isaque;
(2) Ele não escolheu todos os descendentes de Isaque, somente os de
Jacó.
É igualmente importante perceber que nem herança nacional
nem descendência garantem a salvação. Você pode ser do “sangue certo”,
da família certa, até mesmo da igreja certa, e ainda assim estar
perdido, “fora” da promessa. É a fé que atua pelo amor que revela quem
são os “filhos da promessa” (Rm 9:8).
“Nem todos os de Israel são, de fato, israelitas” (Rm 9:6). O que esse
texto diz aos cristãos de hoje, que têm um papel semelhante ao dos
antigos israelitas?
No dia 16 de dezembro será o encerramento do Mutirão de Natal. Ajude sua igreja a tornar sua cidade mais humana!
Segunda-feira, 04 de dezembro
Eleitos
“Já fora dito a ela [Rebeca]: O
mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém
me aborreci de Esaú” (Rm 9:12, 13).
Conforme afirmamos na introdução desta semana, é
impossível entender corretamente Romanos 9 até que se reconheça que
Paulo não estava falando da salvação individual, mas sim de funções
específicas às quais Deus estava chamando certos indivíduos a
desempenhar. O Senhor desejava que Jacó fosse o progenitor do povo que
seria Seu agente evangelizador especial no mundo. Nada sugere, nessa
passagem, que Esaú não pudesse ser salvo. Deus queria que ele fosse
salvo tanto quanto deseja que todos os seres humanos sejam redimidos.
2. Leia Romanos 9:14, 15. Como entendemos essas palavras no contexto do que temos estudado? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Deus tinha em mente a função desempenhada por certos indivíduos.
B.( ) Deus se referia à salvação de cada ser humano.
Novamente, Paulo não estava se referindo à salvação
individual, pois nessa área Deus estende Sua misericórdia a todos, pois
Ele “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade” (1Tm 2:4). “A graça de Deus se manifestou
salvadora a todos os homens” (Tt 2:11). Mas Deus pode escolher nações
para desempenhar funções, e embora elas possam se recusar a desempenhar
essas funções, não podem impedir a escolha de Deus. Por mais que Esaú
quisesse, ele não poderia ter se tornado o progenitor do Messias nem do
povo escolhido.
No final, Esaú não foi excluído da salvação por uma
escolha arbitrária de Deus, nem por algum decreto divino. Os dons de Sua
graça mediante Cristo são gratuitos a todos. Todos fomos eleitos para a
salvação, não para a perdição (Ef 1:4, 5; 2Pe 1:10). São nossas
escolhas, não as de Deus, que nos afastam da promessa de vida eterna em
Cristo. Jesus morreu por todos os seres humanos. No entanto, Deus
estabeleceu em Sua Palavra a condição pela qual cada pessoa será eleita
para a vida eterna: a fé em Cristo, que leva o pecador justificado à
obediência.
Como se ninguém mais existisse, você foi escolhido em Cristo, antes da
fundação do mundo, para ser salvo. Essa é sua vocação e eleição,
concedidas por Deus mediante Jesus. Por que todas as outras coisas
perdem a importância em comparação com essa promessa? Por que seria a
maior tragédia deixar o pecado, o eu e a carne tirarem de você tudo o
que lhe foi prometido em Jesus?
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Terça-feira, 05 de dezembro
Mistérios
“Os Meus pensamentos não são os
vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os Meus caminhos, diz o
Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim
são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus
pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55:8, 9).
3. Leia Romanos 9:17-24. Considerando o que temos lido até agora, como devemos entender o argumento de Paulo nesse texto?
Por Sua maneira de lidar com o Egito na época do Êxodo,
Deus estava trabalhando em prol da salvação da humanidade. Ao revelar a
Si mesmo nas pragas do Egito e na libertação de Seu povo, o Senhor tinha
o propósito de mostrar aos egípcios, bem como às outras nações, que o
Deus de Israel era, de fato, a verdadeira divindade. O objetivo dessa
revelação era fazer com que os povos e as nações abandonassem seus
deuses e adorassem o Senhor.
Obviamente, Faraó já havia feito sua escolha em oposição a
Deus, de modo que, ao endurecer seu coração, Deus não o estava
excluindo da oportunidade de salvação. O “endurecimento” foi contra o
apelo de libertar Israel, não contra o apelo de Deus para que Faraó
aceitasse a salvação pessoal. Cristo morreu por Faraó assim como por
Moisés, Arão e os demais filhos de Israel.
A questão fundamental é que, como seres humanos caídos,
temos uma visão muito estreita do mundo, da realidade, de Deus e de como
Ele age. Como podemos esperar entender todos os Seus caminhos, quando o
mundo natural e tudo ao nosso redor contêm mistérios que não podemos
compreender? Afinal de contas, apenas nos últimos 171 anos os médicos
descobriram que seria uma boa ideia lavar as mãos antes de realizar uma
cirurgia! Veja quanto temos estado imersos na ignorância. E se o tempo
permitir, quem sabe quais coisas descobriremos no futuro, revelando
assim que muitas informações e verdades ainda estão longe do nosso
alcance?
Nem sempre entendemos os caminhos do Senhor, mas Jesus veio para nos
revelar o caráter de Deus (Jo 14:9). Por que é essencial pensar no
caráter de Cristo e no que Ele revelou sobre Deus e Seu amor por nós?
Conhecer o caráter de Deus nos ajuda a permanecer fiéis em meio às
provações e injustiças?
Quarta-feira, 06 de dezembro
Ammi: “Meu Povo”
Em Romanos 9:25,
Paulo citou Oseias 2:23, e, em Romanos 9:26, ele citou Oseias 1:10. O
pano de fundo é este: Deus instruiu Oseias a tomar “uma mulher de
prostituições” (Os 1:2) como uma ilustração de Seu relacionamento com
Israel, pois a nação havia buscado deuses estranhos. Os filhos que
nasceram desse casamento receberam nomes que significavam a rejeição de
Deus e o castigo do Israel idólatra. O terceiro filho foi chamado de Lo-amí (Os 1:9, ARC), cujo significado literal é “Não-Meu Povo”.
No entanto, em meio a tudo isso, Oseias predisse o dia em
que, depois de punir Seu povo, Deus restauraria sua sorte, removeria
seus falsos deuses e faria uma aliança com Israel (veja Os 2:11-19).
Então, aqueles que eram Lo-amí, “Não-Meu-Povo”, iriam se tornar Ammi,
“Meu Povo”.
Nos dias de Paulo, os “Ammi” eram os cristãos, “não só
dentre os judeus, mas também dentre os gentios” (Rm 9:24). Que
apresentação clara e poderosa do evangelho, o qual, desde o início,
destinava-se ao mundo inteiro! Não é de admirar que nós, adventistas,
tomemos parte da nossa vocação de Apocalipse 14:6: “Vi outro anjo voando
pelo meio do Céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se
assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo”.
Hoje, assim como nos dias de Paulo e nos dias do antigo Israel, as
boas-novas da salvação devem ser espalhadas por todo o mundo.
4. Leia Romanos 9:25-29.
Observe quanto Paulo citou o Antigo Testamento para defender seu
argumento sobre as coisas que estavam acontecendo em seus dias. Qual é a
mensagem básica encontrada nessa passagem? Qual esperança está sendo
oferecida a seus leitores? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para
falso:
A.( ) Os gentios se tornariam povo de Deus, assim como um remanescente de Israel.
B.( ) Os judeus seriam sempre os filhos de Deus, enquanto os gentios seriam apenas servos.
O fato de que alguns compatriotas de Paulo rejeitaram o
apelo do evangelho trouxe “grande tristeza e incessante dor” ao coração
do apóstolo (Rm 9:2). Mas pelo menos havia um remanescente. As promessas
de Deus não falham, mesmo quando o homem fracassa. Temos a esperança de
que, no fim, as promessas de Deus serão cumpridas, e se as
reivindicarmos, elas se cumprirão em nós também.
Pessoas já falharam com você? Você já falhou consigo mesmo e com os
outros? Provavelmente mais vezes do que você pode contar, certo? Quais
lições você aprendeu com essas falhas? Em quem sua confiança suprema
deve estar?
Quinta-feira, 07 de dezembro
Tropeço
5. “Que diremos, então?
Os gentios, que não buscavam justiça, a obtiveram, uma justiça que vem
da fé; mas Israel, que buscava uma lei que trouxesse justiça, não a
alcançou. Por que não? Porque não a buscava pela fé” (Rm 9:30-32, NVI).
Qual é a mensagem nessa passagem? Como aplicar seus princípios hoje?
Como evitar os mesmos erros que muitos israelitas cometeram?
Em palavras que
não podem ser mal interpretadas, Paulo explicou aos seus compatriotas
por que eles estavam perdendo algo que Deus desejava que eles tivessem, e
mais do que isso, algo que realmente buscavam, mas não estavam
alcançando.
Curiosamente, os gentios a quem Deus tinha aceitado nem
sequer estavam se esforçando para obter essa aceitação. Eles estavam
buscando seus próprios interesses e objetivos quando a mensagem do
evangelho chegou até eles. Compreendendo seu valor, eles a aceitaram.
Deus os declarou justos porque eles aceitaram Jesus Cristo como seu
Substituto. Foi uma operação de fé.
O problema dos israelitas foi que eles esbarraram na pedra
de tropeço (veja Rm 9:33). Alguns, nem todos (veja At 2:41),
recusaram-se a aceitar Jesus de Nazaré como o Messias a quem Deus tinha
enviado. Jesus não atendia às expectativas que eles tinham do Messias,
portanto, quando Cristo veio, eles viraram as costas para Ele.
Antes de terminar esse capítulo, Paulo citou outro texto
do Antigo Testamento: “Como está escrito: Eis que ponho em Sião uma
pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será
confundido” (Rm 9:33). Nessa passagem, Paulo mostrou novamente quanto a
verdadeira fé é fundamental no plano da salvação (veja também 1Pe
2:6-8). Uma rocha de escândalo? E ainda, quem cresse nEle não seria
confundido? Sim, para muitos, Jesus é uma pedra de tropeço, mas, para
aqueles que O conhecem e O amam, Ele é outra rocha, “a rocha da [nossa]
salvação” (Sl 89:26).
Você já viu Jesus como “pedra de tropeço” ou “rocha de escândalo”? O que
o levou a essa situação? Como você saiu dela? O que aprendeu para que
nunca mais se encontre nessa situação novamente?
Sexta-feira, 08 de dezembro
Estudo adicional
Leia, de Ellen G. White, “Progressos na Inglaterra”, p. 261, 262, em O Grande Conflito; “Faith and Works” [Fé e Obras], p. 530, 531, na The SDA Encyclopedia [Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia]; “Comentários de Ellen G. White”, p. 1211, 1212, no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 1.
“Há uma eleição de indivíduos e de um povo, a única
eleição encontrada na Palavra de Deus, em que um homem é escolhido para a
salvação. Muitos têm olhado para o fim, pensando terem sido certamente
eleitos para a glória celestial; mas não é essa a eleição que a Bíblia
revela. O homem é escolhido para operar a sua salvação com temor e
tremor. É escolhido para usar a armadura, para pelejar a boa peleja da
fé. É escolhido para usar os meios que Deus colocou ao seu alcance para
lutar contra todo desejo profano, enquanto Satanás executa o jogo da
vida por ele. É escolhido para vigiar em oração, para examinar as
Escrituras e evitar entrar em tentação. É eleito para ter fé
continuamente, é eleito para ser obediente a cada palavra que procede da
boca de Deus, para que não seja apenas ouvinte, mas praticante da
Palavra. Essa é a eleição bíblica” (Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 453, 454).
“Embora ‘nuvens e obscuridade [estejam]
ao redor dEle; justiça e juízo são a base de Seu trono’ (Sl 97:2).
Podemos compreender Seu trato para conosco a ponto de discernir a
misericórdia ilimitada unida ao infinito poder. Temos a possibilidade
de compreender tanto de Seus propósitos quanto somos capazes de
alcançar; para além disso podemos ainda confiar naquela mão onipotente,
naquele coração repleto de amor” (Ellen G. White, Educação, p. 169).
Perguntas para discussão
1. Certos cristãos ensinam que, mesmo antes de nascermos,
Deus escolheu alguns para ser salvos e outros para se perder. Se você
fosse predestinado à perdição, não importariam suas escolhas, você
estaria condenado (o que significa, para muitos, queimar eternamente no
inferno). Somente por meio da providência de Deus, e não por meio de
alguma escolha nossa, alguns estariam predestinados a viver sem a
possibilidade de um relacionamento salvífico com Jesus na Terra, para
serem queimados depois no fogo do inferno. O que há de errado com essa
visão?
2. Como você vê a Igreja Adventista do Sétimo Dia e sua
vocação no mundo em comparação com a função do antigo Israel? Quais são
as semelhanças e as diferenças? Estamos fazendo melhor ou pior?
Respostas e atividades da semana: 1. Escolha um aluno para responder à questão e peça que apresente sua resposta à classe. 2. A. 3.
Divida a classe em dois grupos e peça aos alunos que discutam a questão
proposta. Ao final, peça que um representante de cada grupo compartilhe
as respostas do grupo. 4. V; F. 5.
Peça aos alunos que pensem sobre suas práticas religiosas. Pergunte se
elas refletem mais a tentativa de buscar justiça pela fé ou pelas obras.
Caso seja pelas obras, pergunte como é possível desenvolver a fé para a
salvação.
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