Verso para memorizar:
Leituras da semana:
2Pe 1:19-21; 2Tm 3:16, 17; Dt 18:18; Êx 17:14; Jo 1:14; Hb 11:3, 6
Nossa maneira de ver e compreender a origem e a
natureza das Escrituras impacta grandemente a função que a Bíblia
desempenha em nossa vida e na igreja como um todo. Nossa interpretação
da Bíblia é significativamente moldada e influenciada pela compreensão
do processo de revelação e inspiração. Se desejamos entender as
Escrituras, precisamos, antes de tudo, permitir que elas determinem os
parâmetros fundamentais de como devem ser tratadas. Não podemos estudar
matemática com os métodos empíricos empregados em biologia ou
sociologia. Não podemos estudar física com as mesmas ferramentas usadas
para estudar história. Semelhantemente, as verdades espirituais da
Bíblia não serão conhecidas nem entendidas por métodos ateístas, que
abordam a Bíblia como se Deus não existisse. Em vez disso, a
interpretação das Escrituras precisa levar a sério a dimensão
divino-humana da Palavra de Deus. Portanto, para compreender as
Escrituras, é necessário que abordemos a Bíblia com fé e não com
ceticismo metodológico, muito menos com dúvida.
Nesta semana, examinaremos alguns aspectos fundamentais da
origem e natureza da Bíblia, que devem impactar nossa interpretação e
compreensão da Palavra de Deus.
A revelação divina da Bíblia
1. Leia 2 Pedro 1:19-21. Como o apóstolo expressou sua convicção sobre a origem da mensagem profética das Escrituras?
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A Bíblia não é como qualquer livro. Segundo o apóstolo
Pedro, os profetas foram movidos pelo Espírito Santo de tal maneira que o
conteúdo de sua mensagem veio de Deus. Eles não o inventaram. Em vez de
ser “fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1:16), a mensagem
profética da Bíblia é de origem divina e, portanto, verdadeira e
fidedigna. “Homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo
Espírito Santo” (2Pe 1:21). Deus atuou no processo de revelação, no qual
manifestou Sua vontade a seres humanos escolhidos.
A comunicação verbal direta entre Deus e seres humanos
específicos é um fato incontestável das Escrituras. Por isso, a Bíblia
tem autoridade divina especial, e precisamos considerar o elemento
divino ao interpretá-la. Tendo Deus como seu Autor final, os livros
bíblicos são apropriadamente chamados de “Sagradas Escrituras” (Rm 1:2;
2Tm 3:15).
Elas também foram concedidas para fins práticos. São úteis
“para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na
justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra” (2Tm 3:16, 17).
Também precisamos da ajuda do Espírito Santo para aplicar
em nossa vida o que O Senhor revelou em Sua Palavra. Por isso, o
apóstolo Pedro afirma que a interpretação da Palavra de Deus divinamente
revelada não é uma questão de opinião própria. Precisamos da própria
Bíblia e do Espírito Santo para entender corretamente o significado do
texto sagrado.
As Escrituras também declaram: “Certamente, o Senhor Deus
não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus
servos, os profetas” (Am 3:7). As palavras bíblicas para “revelação” (em
suas várias formas) expressam a ideia de que algo anteriormente oculto
foi revelado e, portanto, tornou-se conhecido e manifesto. Como seres
humanos, precisamos dessa revelação, pois somos pecaminosos, separados
de Deus por causa do pecado e, assim, dependentes Dele para conhecer Sua
vontade.
Já é difícil obedecer à Bíblia quando acreditamos em sua origem
divina. O que aconteceria se passássemos a desconfiar dela ou até mesmo
questionar sua procedência?
Tenha em mente, hoje, uma passagem
Segunda-feira, 06 de abril
Visto que Deus usa a linguagem para revelar Sua
vontade ao ser humano, a revelação divina pode ser escrita. No entanto,
como já vimos, a Bíblia é o resultado da verdade reveladora de Deus para
nós mediante a obra do Espírito Santo, que transmite e protege Sua
mensagem por meio de instrumentos humanos. Essa é a razão pela qual
podemos esperar a unidade fundamental observada em todas as Escrituras,
de Gênesis a Apocalipse (por exemplo, compare Gn 3:14, 15 com Ap 12:17).
2. Leia 2 Pedro 1:21, 2 Timóteo 3:16 e Deuteronômio
18:18. O que esses textos afirmam sobre a inspiração das Escrituras?
Assinale a alternativa correta:
A.( ) As Escrituras são fruto de pensamentos humanos sobre Deus.
B.( ) As Escrituras foram inspiradas pelo próprio Deus.
Toda a Escritura é inspirada, mesmo que
nem todas as partes sejam empolgantes a alguns leitores. No entanto,
precisamos aprender com todas as Escrituras, mesmo com aquelas partes
mais difíceis de ler e entender, ou que não são especificamente
aplicáveis hoje. A Bíblia encontra seu cumprimento em Cristo (por
exemplo, as festas hebraicas e o sistema levítico). Assim, os princípios
que fundamentam essas passagens são revelações divinas atemporais. Ao
entender a relação de todas as partes das Escrituras com Jesus, amamos
toda a Bíblia e temos interesse em todo o texto bíblico.
Além disso, nem tudo na Bíblia foi revelado de maneira
direta ou sobrenatural. Deus usou escritores bíblicos que investigaram
cuidadosamente os fatos ou usaram documentos existentes (veja Js 10:13;
Lc 1:1-3) para comunicar Sua mensagem.
Mesmo assim, toda a Escritura é inspirada (2Tm 3:16). Essa
é a razão pela qual Paulo afirmou que “tudo quanto” foi escrito, serve
para o nosso ensino, “a fim de que, pela paciência e pela consolação das
Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15:4).
“A Bíblia aponta para Deus como seu Autor; contudo foi
escrita por mãos humanas e, no variado estilo de seus diferentes livros,
apresenta as características dos diversos escritores. As verdades
reveladas são todas inspiradas por Deus (2Tm 3:16), mas estão expressas
em palavras humanas” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 7).
Há estudiosos da Bíblia que negam a autoria divina de muitas de suas
partes, a ponto de refutar ensinamentos cruciais como a criação, o êxodo
e a ressurreição. Por que é tão essencial não abrirmos essa porta?
Afinal, deveríamos julgar a Palavra de Deus?
A Palavra escrita de Deus
3. “Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas
palavras, porque, segundo o teor destas palavras, fiz aliança contigo e
com Israel” (Êx 34:27). Por que o Senhor pediu que Moisés escrevesse
essas palavras, em vez de apenas recitá-las ao povo? Qual é a vantagem
evidente da Palavra escrita?
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O Deus que fala e que criou a linguagem humana habilita
pessoas escolhidas para comunicar as verdades e os pensamentos
divinamente revelados e inspirados de maneira confiável e fidedigna. Por
isso, não é surpresa descobrir que, desde o começo, Deus ordenou aos
escritores bíblicos que escrevessem Sua instrução e revelação.
4. O que os seguintes textos ensinam sobre a revelação escrita?
Êx 17:14; 24:4 ___________________________
Js 24:26 _______________________________
Jr 30:2 ________________________________
Ap 1:11, 19; 21:5; 22:18, 19___________________
Por que Deus ordenou que Sua revelação e mensagens
inspiradas fossem escritas? A resposta evidente é: para que não as
esqueçamos tão facilmente. As palavras escritas da Bíblia são um ponto
de referência constante que nos direciona a Deus e à Sua vontade. Um
documento escrito geralmente pode ser mais bem preservado e ser muito
mais confiável do que mensagens orais, que devem ser comunicadas
repetidas vezes. A Palavra escrita, que pode ser copiada muitas vezes,
também é acessível a muito mais pessoas. É possível falar com um número
limitado de pessoas de uma só vez em um lugar, mas o que está escrito
pode ser lido por inúmeros leitores em muitas localidades e em
diferentes continentes, em diversos contextos, sendo uma bênção a várias
gerações. Na verdade, mesmo em situações em que há dificuldade de
leitura, uns podem ler o texto escrito em voz alta para os outros e
todos são profundamente abençoados.
Quarta-feira, 08 de abril
O paralelo entre Cristo e as Escrituras
5. Leia João 1:14; 2:22; 8:31, 32; 17:17. Quais
paralelos existem entre Jesus, o Verbo de Deus encarnado, e as
Escrituras, a Palavra escrita do Senhor?
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Existe um paralelo entre o Verbo de Deus, que Se tornou
carne (isto é, Jesus Cristo) e a Palavra escrita de Deus (isto é, as
Escrituras). Assim como Jesus foi concebido de maneira sobrenatural pelo
Espírito Santo, embora nascido de uma mulher, as Sagradas Escrituras
também são de origem sobrenatural, porém transmitidas mediante seres
humanos.
Cristo Se tornou homem no tempo e no espaço. Ele viveu em
um tempo e lugar específicos. No entanto, esse fato não anulou Sua
divindade nem O tornou historicamente relativo. Ele é o único Redentor
para todos, em todo o mundo, durante todo o tempo (At 4:12). Da mesma
forma, a Palavra escrita de Deus, a Bíblia, foi dada em um momento
específico e em uma cultura particular. Assim como Jesus, a Bíblia não é
condicionada pelo tempo, isto é, limitada a um tempo e local
específicos; em vez disso, ela permanece válida para todas as pessoas,
em todo o mundo.
Quando Deus Se revelou, Ele desceu ao nível humano. A
natureza humana de Jesus mostrava todos os sinais das enfermidades e os
efeitos de cerca de 4 mil anos de degeneração. No entanto, Ele foi sem
pecado. Semelhantemente, a linguagem das Escrituras é a linguagem
humana, não uma linguagem “sobre-humana perfeita” que ninguém fala nem
entende. Embora todo idioma tenha suas limitações, o Criador da
humanidade, que é o Criador da linguagem humana, é perfeitamente capaz
de comunicar Sua vontade ao ser humano de maneira confiável, sem
enganar.
Evidentemente, toda comparação tem seus limites. Jesus
Cristo e as Sagradas Escrituras não são idênticos. A Bíblia não é uma
encarnação de Deus. Deus não é um livro. Deus Se tornou humano em Jesus
Cristo. Amamos a Bíblia porque adoramos o Salvador proclamado em suas
páginas.
A Bíblia é uma união divino-humana
singular e inseparável. Sobre isso, Ellen G. White declarou: “As
Escrituras Sagradas, com verdades dadas por Deus e expressas na
linguagem da humanidade, apresentam uma união do divino com o humano.
União semelhante existiu na natureza de Cristo, que era o Filho de Deus e
Filho do Homem. Pode-se dizer da Bíblia o que foi dito sobre Cristo: ‘o
Verbo Se fez carne e habitou entre nós’” (Jo 1:14; O Grande Conflito, p. 8).
Por que as Escrituras são fundamentais à nossa fé? Sem elas, onde estaríamos?
Quinta-feira, 09 de abril
Compreendendo a Bíblia pela fé
6. Leia Hebreus 11:3, 6. Por que a fé é tão
essencial para entender Deus e Sua Palavra? Por que é impossível agradar
a Deus sem fé? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Sem fé não é possível crer em Deus nem em Sua Palavra.
B.( ) Mesmo sem fé podemos compreender profundamente o Criador.
Todo verdadeiro aprendizado acontece no
contexto da fé. É a fé implícita da criança em relação aos pais que a
habilita a aprender coisas novas. É um relacionamento de confiança que
orienta a criança a aprender os aspectos básicos e fundamentais da vida e
do amor. Portanto, o conhecimento e a compreensão surgem de um
relacionamento de amor e de confiança.
Na mesma linha, um bom músico toca bem uma música quando
ele não apenas domina as habilidades técnicas que o ajudam a tocar um
instrumento, mas quando ele demonstra amor pela música, pelo compositor e
pelo instrumento. De maneira semelhante, não entendemos a Bíblia
corretamente quando a abordamos com uma atitude de ceticismo ou dúvida
metodológica; é preciso estudá-la em espírito de amor e fé. O apóstolo
Paulo escreveu: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6).
Portanto, é indispensável abordar a Bíblia com fé, reconhecendo sua
origem sobrenatural, em vez de vê-la apenas como um livro humano.
Os Adventistas do Sétimo Dia expressam claramente essa
percepção da origem sobrenatural das Escrituras na primeira Crença
Fundamental da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que afirma: “As
Escrituras Sagradas, o Antigo e o Novo Testamentos, são a Palavra de
Deus escrita, dada por inspiração divina por intermédio de santos homens
de Deus que falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo.
Nessa Palavra, Deus transmitiu ao ser humano o conhecimento necessário
para a salvação. As Escrituras Sagradas são a infalível revelação de Sua
vontade. Constituem o padrão de caráter, a prova da experiência, o
autorizado revelador de doutrinas e o registro fidedigno dos atos de
Deus na História” (Sl 119:105; Pv 30:5, 6; Is 8:20; Jo 17:17; 1Ts 2:13;
2Tm 3:16, 17; Hb 4:12; 2Pe 1:20, 21; Nisto Cremos, 2003, p. 14).
O que as pessoas perdem em sua compreensão da Bíblia quando não
abordam as Escrituras com uma atitude de fé? Por que essa fé não é cega?
Quais boas razões temos para essa fé e por que ela ainda é uma
necessidade quando se trata das verdades da Bíblia?
Não confie em suas riquezas, mas em Deus.
Leia o documento Métodos de Estudo da Bíblia: seção 2: “Pressuposições Originadas de Afirmações das Escrituras”, parte a) “Origem”, e parte b) “Autoridade”: http://www.centrowhite.org.br/metodos-de-estudo-da-biblia.
Por mais essencial que a Bíblia seja para nossa fé, ela
sozinha não teria valor espiritual real para nós, se não fosse pela
influência do Espírito Santo em nosso coração e mente quando a lemos e
estudamos.
“Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento
necessário para a salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como
autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do
caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência
religiosa. [...] Entretanto, o fato de que Deus revelou Sua vontade aos
homens por meio de Sua Palavra não tornou desnecessária a contínua
presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o Espírito foi
prometido pelo nosso Salvador para esclarecer a Palavra a Seus servos,
iluminando e aplicando seus ensinos. E, considerando que foi o Espírito
de Deus que inspirou as Sagradas Escrituras, é impossível que o ensino
do Espírito seja contrário ao da Palavra” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 9).
Perguntas para consideração
1. Por que Deus revela a Si mesmo e a Sua vontade? Precisamos da revelação?
2. Deus Se revela de maneira mais geral por meio da
natureza, porém mais especificamente mediante sonhos (Dn 7:1), visões
(Gn 15:1), sinais (1Rs 18:24, 38) e mediante Seu Filho (Hb 1:1, 2). Deus
já Se revelou a você? Compartilhe sua experiência.
3. Alguns estudiosos da Bíblia consideram mitos alguns
ensinamentos dela. A criação, Adão e Eva literais, o Êxodo e as
histórias de Daniel são exemplos de relatos rejeitados como sendo
meramente histórias inventadas para ensinar verdades espirituais. Isso é
o que acontece quando o ser humano julga a Bíblia. Por que essa atitude
é perigosa?
4. Deus revelou Sua vontade na Bíblia. Contudo, Ele deseja
nossa ajuda para propagar a verdade e as boas-novas da salvação somente
em Jesus Cristo. Que tipo de Deus as pessoas veem em você e em seu
comportamento?
Respostas e atividades da semana: 1. Disse que a Palavra profética é confirmada, pois provém de Deus. 2. B. 3.
O que é escrito pode ser facilmente retomado; o povo poderia ler e
reler a Palavra. Já o que ouvimos pode ser facilmente esquecido. 4. A
Palavra escrita tinha o objetivo de fazer com que o povo guardasse na
memória os caminhos e a vontade do Senhor. Os servos de Deus erigiram
altares para marcar o que registraram em livros. 5. Jesus
é a verdade, e a Palavra testifica da verdade. O que Ele disse foi
confirmado nas Escrituras. Há harmonia entre ambos, os quais têm origem
sobrenatural. 6. A.