sábado, 4 de abril de 2020

Lição 2 --04 a 10 de abril --Origem e natureza da Bíblia

Sábado à tarde
Verso para memorizar:
Leituras da semana: 2Pe 1:19-21; 2Tm 3:16, 17; Dt 18:18; Êx 17:14; Jo 1:14; Hb 11:3, 6
 
Nossa maneira de ver e compreender a origem e a natureza das Escrituras impacta grandemente a função que a Bíblia desempenha em nossa vida e na igreja como um todo. Nossa interpretação da Bíblia é significativamente moldada e influenciada pela compreensão do processo de revelação e inspiração. Se desejamos entender as Escrituras, precisamos, antes de tudo, permitir que elas determinem os parâmetros fundamentais de como devem ser tratadas. Não podemos estudar matemática com os métodos empíricos empregados em biologia ou sociologia. Não podemos estudar física com as mesmas ferramentas usadas para estudar história. Semelhantemente, as verdades espirituais da Bíblia não serão conhecidas nem entendidas por métodos ateístas, que abordam a Bíblia como se Deus não existisse. Em vez disso, a interpretação das Escrituras precisa levar a sério a dimensão divino-humana da Palavra de Deus. Portanto, para compreender as Escrituras, é necessário que abordemos a Bíblia com fé e não com ceticismo metodológico, muito menos com dúvida.
Nesta semana, examinaremos alguns aspectos fundamentais da origem e natureza da Bíblia, que devem impactar nossa interpretação e compreensão da Palavra de Deus.

Domingo, 05 de abril


A revelação divina da Bíblia
1. Leia 2 Pedro 1:19-21. Como o apóstolo expressou sua convicção sobre a origem da mensagem profética das Escrituras?
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A Bíblia não é como qualquer livro. Segundo o apóstolo Pedro, os profetas foram movidos pelo Espírito Santo de tal maneira que o conteúdo de sua mensagem veio de Deus. Eles não o inventaram. Em vez de ser “fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1:16), a mensagem profética da Bíblia é de origem divina e, portanto, verdadeira e fidedigna. “Homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:21). Deus atuou no processo de revelação, no qual manifestou Sua vontade a seres humanos escolhidos.
A comunicação verbal direta entre Deus e seres humanos específicos é um fato incontestável das Escrituras. Por isso, a Bíblia tem autoridade divina especial, e precisamos considerar o elemento divino ao ­interpretá-la. Tendo Deus como seu Autor final, os livros bíblicos são apropriadamente chamados de “Sagradas Escrituras” (Rm 1:2; 2Tm 3:15).
Elas também foram concedidas para fins práticos. São úteis “para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3:16, 17).
Também precisamos da ajuda do Espírito Santo para aplicar em nossa vida o que O Senhor revelou em Sua Palavra. Por isso, o apóstolo Pedro afirma que a interpretação da Palavra de Deus divinamente revelada não é uma questão de opinião própria. Precisamos da própria Bíblia e do ­Espírito Santo para entender corretamente o significado do texto sagrado.
As Escrituras também declaram: “Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas” (Am 3:7). As palavras bíblicas para “revelação” (em suas várias formas) expressam a ideia de que algo anteriormente oculto foi revelado e, portanto, tornou-se conhecido e manifesto. Como seres humanos, precisamos dessa revelação, pois somos pecaminosos, separados de Deus por causa do pecado e, assim, dependentes Dele para conhecer Sua vontade.

Já é difícil obedecer à Bíblia quando acreditamos em sua origem divina. O que aconteceria se passássemos a desconfiar dela ou até mesmo questionar sua procedência?
Tenha em mente, hoje, uma passagem 

Segunda-feira, 06 de abril


O processo de inspiração
Visto que Deus usa a linguagem para revelar Sua vontade ao ser humano, a revelação divina pode ser escrita. No entanto, como já vimos, a Bíblia é o resultado da verdade reveladora de Deus para nós mediante a obra do Espírito Santo, que transmite e protege Sua mensagem por meio de instrumentos humanos. Essa é a razão pela qual podemos esperar a unidade fundamental observada em todas as Escrituras, de Gênesis a Apocalipse (por exemplo, compare Gn 3:14, 15 com Ap 12:17).
2. Leia 2 Pedro 1:21, 2 Timóteo 3:16 e Deuteronômio 18:18. O que esses textos afirmam sobre a inspiração das Escrituras? Assinale a alternativa correta:
A.(  ) As Escrituras são fruto de pensamentos humanos sobre Deus.
B.(  ) As Escrituras foram inspiradas pelo próprio Deus.
Toda a Escritura é inspirada, mesmo que nem todas as partes sejam empolgantes a alguns leitores. No entanto, precisamos aprender com todas as Escrituras, mesmo com aquelas partes mais difíceis de ler e entender, ou que não são especificamente aplicáveis hoje. A Bíblia encontra seu cumprimento em Cristo (por exemplo, as festas hebraicas e o sistema levítico). Assim, os princípios que fundamentam essas passagens são revelações divinas atemporais. Ao entender a relação de todas as partes das Escrituras com Jesus, amamos toda a Bíblia e temos interesse em todo o texto bíblico.
Além disso, nem tudo na Bíblia foi revelado de maneira direta ou sobrenatural. Deus usou escritores bíblicos que investigaram cuidadosamente os fatos ou usaram documentos existentes (veja Js 10:13; Lc 1:1-3) para comunicar Sua mensagem.
Mesmo assim, toda a Escritura é inspirada (2Tm 3:16). Essa é a razão pela qual Paulo afirmou que “tudo quanto” foi escrito, serve para o nosso ensino, “a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15:4).
“A Bíblia aponta para Deus como seu Autor; contudo foi escrita por mãos humanas e, no variado estilo de seus diferentes livros, apresenta as características dos diversos escritores. As verdades reveladas são todas inspiradas por Deus (2Tm 3:16), mas estão expressas em palavras humanas” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 7).

Há estudiosos da Bíblia que negam a autoria divina de muitas de suas partes, a ponto de refutar ensinamentos cruciais como a criação, o êxodo e a ressurreição. Por que é tão essencial não abrirmos essa porta? Afinal, deveríamos julgar a Palavra de Deus?

Terça-feira, 07 de abril


A Palavra escrita de Deus
3. “Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras, porque, segundo o teor destas palavras, fiz aliança contigo e com Israel” (Êx 34:27). Por que o Senhor pediu que Moisés escrevesse essas palavras, em vez de apenas recitá-las ao povo? Qual é a vantagem evidente da Palavra escrita?
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O Deus que fala e que criou a linguagem humana habilita pessoas escolhidas para comunicar as verdades e os pensamentos divinamente revelados e inspirados de maneira confiável e fidedigna. Por isso, não é surpresa descobrir que, desde o começo, Deus ordenou aos escritores bíblicos que escrevessem Sua instrução e revelação.
4. O que os seguintes textos ensinam sobre a revelação escrita?
Êx 17:14; 24:4 ___________________________
Js 24:26 _______________________________
Jr 30:2 ________________________________
Ap 1:11, 19; 21:5; 22:18, 19___________________
Por que Deus ordenou que Sua revelação e mensagens inspiradas fossem escritas? A resposta evidente é: para que não as esqueçamos tão facilmente. As palavras escritas da Bíblia são um ponto de referência constante que nos direciona a Deus e à Sua vontade. Um documento escrito geralmente pode ser mais bem preservado e ser muito mais confiável do que mensagens orais, que devem ser comunicadas repetidas vezes. A Palavra escrita, que pode ser copiada muitas vezes, também é acessível a muito mais pessoas. É possível falar com um número limitado de pessoas de uma só vez em um lugar, mas o que está escrito pode ser lido por inúmeros leitores em muitas localidades e em diferentes continentes, em diversos contextos, sendo uma bênção a várias gerações. Na verdade, mesmo em situações em que há dificuldade de leitura, uns podem ler o texto escrito em voz alta para os outros e todos são profundamente abençoados.

Quarta-feira, 08 de abril


O paralelo entre Cristo e as Escrituras
5. Leia João 1:14; 2:22; 8:31, 32; 17:17. Quais paralelos existem entre Jesus, o Verbo de Deus encarnado, e as Escrituras, a Palavra escrita do Senhor?
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Existe um paralelo entre o Verbo de Deus, que Se tornou carne (isto é, Jesus Cristo) e a Palavra escrita de Deus (isto é, as Escrituras). Assim como Jesus foi concebido de maneira sobrenatural pelo Espírito Santo, embora nascido de uma mulher, as Sagradas Escrituras também são de origem sobrenatural, porém transmitidas mediante seres humanos.
Cristo Se tornou homem no tempo e no espaço. Ele viveu em um tempo e lugar específicos. No entanto, esse fato não anulou Sua divindade nem O tornou historicamente relativo. Ele é o único Redentor para todos, em todo o mundo, durante todo o tempo (At 4:12). Da mesma forma, a Palavra escrita de Deus, a Bíblia, foi dada em um momento específico e em uma cultura particular. Assim como Jesus, a Bíblia não é condicionada pelo tempo, isto é, limitada a um tempo e local específicos; em vez disso, ela permanece válida para todas as pessoas, em todo o mundo.
Quando Deus Se revelou, Ele desceu ao nível humano. A natureza humana de Jesus mostrava todos os sinais das enfermidades e os efeitos de cerca de 4 mil anos de degeneração. No entanto, Ele foi sem pecado. Semelhantemente, a linguagem das Escrituras é a linguagem humana, não uma linguagem “sobre-humana perfeita” que ninguém fala nem entende. Embora todo idioma tenha suas limitações, o Criador da humanidade, que é o Criador da linguagem humana, é perfeitamente capaz de comunicar Sua vontade ao ser humano de maneira confiável, sem enganar.
Evidentemente, toda comparação tem seus limites. Jesus Cristo e as Sagradas Escrituras não são idênticos. A Bíblia não é uma encarnação de Deus. Deus não é um livro. Deus Se tornou humano em Jesus Cristo. Amamos a Bíblia porque adoramos o Salvador proclamado em suas páginas.
A Bíblia é uma união divino-humana singular e inseparável. Sobre isso, Ellen G. White declarou: “As Escrituras Sagradas, com verdades dadas por Deus e expressas na linguagem da humanidade, apresentam uma união do divino com o humano. União semelhante existiu na natureza de Cristo, que era o Filho de Deus e Filho do Homem. Pode-se dizer da Bíblia o que foi dito sobre Cristo: ‘o Verbo Se fez carne e habitou entre nós’” (Jo 1:14;  O Grande Conflito, p. 8).

Por que as Escrituras são fundamentais à nossa fé? Sem elas, onde estaríamos?


Quinta-feira, 09 de abril


Compreendendo a Bíblia pela fé
6. Leia Hebreus 11:3, 6. Por que a fé é tão essencial para entender Deus e Sua Palavra? Por que é impossível agradar a Deus sem fé? Assinale a alternativa correta:
A.(  ) Sem fé não é possível crer em Deus nem em Sua Palavra.
B.(  ) Mesmo sem fé podemos compreender profundamente o Criador.
Todo verdadeiro aprendizado acontece no contexto da fé. É a fé implícita da criança em relação aos pais que a habilita a aprender coisas novas. É um relacionamento de confiança que orienta a criança a aprender os aspectos básicos e fundamentais da vida e do amor. Portanto, o conhecimento e a compreensão surgem de um relacionamento de amor e de confiança.
Na mesma linha, um bom músico toca bem uma música quando ele não apenas domina as habilidades técnicas que o ajudam a tocar um instrumento, mas quando ele demonstra amor pela música, pelo compositor e pelo instrumento. De maneira semelhante, não entendemos a Bíblia corretamente quando a abordamos com uma atitude de ceticismo ou dúvida metodológica; é preciso estudá-la em espírito de amor e fé. O apóstolo Paulo escreveu: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6). Portanto, é indispensável abordar a Bíblia com fé, reconhecendo sua origem sobrenatural, em vez de vê-la apenas como um livro humano.
Os Adventistas do Sétimo Dia expressam claramente essa percepção da origem sobrenatural das Escrituras na primeira Crença Fundamental da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que afirma: “As Escrituras Sagradas, o Antigo e o Novo Testamentos, são a Palavra de Deus escrita, dada por inspiração divina por intermédio de santos homens de Deus que falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. Nessa Palavra, Deus transmitiu ao ser humano o conhecimento necessário para a salvação. As Escrituras Sagradas são a infalível revelação de Sua vontade. Constituem o padrão de caráter, a prova da experiência, o autorizado revelador de doutrinas e o registro fidedigno dos atos de Deus na História” (Sl 119:105; Pv 30:5, 6; Is 8:20; Jo 17:17; 1Ts 2:13; 2Tm 3:16, 17; Hb 4:12; 2Pe 1:20, 21; Nisto Cremos, 2003, p. 14).

O que as pessoas perdem em sua compreensão da Bíblia quando não abordam as Escrituras com uma atitude de fé? Por que essa fé não é cega? Quais boas razões temos para essa fé e por que ela ainda é uma necessidade quando se trata das verdades da Bíblia? 
Não confie em suas riquezas, mas em Deus. 

Sexta-feira, 10 de abril


Estudo adicional
Leia o documento Métodos de Estudo da Bíblia: seção 2: “Pressuposições Originadas de Afirmações das Escrituras”, parte a) “Origem”, e parte b) Autoridade: http://www.centrowhite.org.br/metodos-de-estudo-da-biblia.
Por mais essencial que a Bíblia seja para nossa fé, ela sozinha não teria valor espiritual real para nós, se não fosse pela influência do Espírito Santo em nosso coração e mente quando a lemos e estudamos.
“Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário para a salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa. [...] Entretanto, o fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de Sua Palavra não tornou desnecessária a contínua presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o Espírito foi prometido pelo nosso Salvador para esclarecer a Palavra a Seus servos, iluminando e aplicando seus ensinos. E, considerando que foi o Espírito de Deus que inspirou as Sagradas Escrituras, é impossível que o ensino do Espírito seja contrário ao da Palavra” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 9).
Perguntas para consideração
1. Por que Deus revela a Si mesmo e a Sua vontade? Precisamos da revelação?
2. Deus Se revela de maneira mais geral por meio da natureza, porém mais especificamente mediante sonhos (Dn 7:1), visões (Gn 15:1), sinais (1Rs 18:24, 38) e mediante Seu Filho (Hb 1:1, 2). Deus já Se revelou a você? Compartilhe sua experiência.
3. Alguns estudiosos da Bíblia consideram mitos alguns ensinamentos dela. A criação, Adão e Eva literais, o Êxodo e as histórias de Daniel são exemplos de relatos rejeitados como sendo meramente histórias inventadas para ensinar verdades espirituais. Isso é o que acontece quando o ser humano julga a Bíblia. Por que essa atitude é perigosa?
4. Deus revelou Sua vontade na Bíblia. Contudo, Ele deseja nossa ajuda para propagar a verdade e as boas-novas da salvação somente em Jesus Cristo. Que tipo de Deus as pessoas veem em você e em seu comportamento?
Respostas e atividades da semana: 1. Disse que a Palavra profética é confirmada, pois provém de Deus. 2. B. 3. O que é escrito pode ser facilmente retomado; o povo poderia ler e reler a Palavra. Já o que ouvimos pode ser facilmente esquecido. 4. A Palavra escrita tinha o objetivo de fazer com que o povo guardasse na memória os caminhos e a vontade do Senhor. Os servos de Deus erigiram altares para marcar o que registraram em livros. 5. Jesus é a verdade, e a Palavra testifica da verdade. O que Ele disse foi confirmado nas Escrituras. Há harmonia entre ambos, os quais têm origem sobrenatural. 6. A.



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