sexta-feira, 24 de julho de 2020

Como o coronavírus vai mudar nossas vidas: dez tendências para o mundo pós-pandemia

Consumir por consumir sai de moda, morar perto do trabalho, atuar mais no coletivo com colegas de empresas, ou vizinhos do bairro. A Covid-19 vai rever valores e mudar hábitos da sociedade.

Centro da capital de São Paulo onde o Governo do Estado prorrogou até 22 de abril a quarentena.
Centro da capital de São Paulo
mudou nossas vidas. Não estou falando aqui simplesmente da alteração da rotina nesses dias de isolamento, em que não podemos mais fazer caminhadas no Minhocão ou ir aos nossos bares e restaurantes preferidos. Sim, tudo isso mudou nosso cotidiano —e muito. Mas o meu convite para você é para pensarmos nas mudanças mais profundas, naquelas transformações que devem moldar a realidade à nossa volta e, claro, as nossas vidas depois que o novo coronavírus baixar a bola. Por isso talvez seja melhor mudar o tempo verbal da frase que abre este texto e dizer que o coronavírus vai mudar as nossas vidas. Mas como? Que cenários prováveis já começam a emergir e devem se impor no mundo pós-pandemia

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Como Portugal mantém o coronavírus mais controlado que países europeus mais ricos
Lições de Wuhan: começar uma quarentena é difícil; terminá-la, mais ainda


O mundo pós-pandemia será diferente



Entender que mundo novo é esse é importante para nos prepararmos para o que vem por aí. Porque uma coisa é certa: o mundo não será como antes, conforme nos alertou o biólogo
Átila Iamarino

“O mundo mudou, e aquele mundo (de antes do coronavírus) não existe mais. A nossa vida vai mudar muito daqui para a frente, e alguém que tenta manter o status quo de 2019 é alguém que ainda não aceitou essa nova realidade”, disse nesta
entrevista para a BBC Brasil
Átila, que é doutor em microbiologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutor pela Universidade Yale. “Mudanças que o mundo levaria décadas para passar, que a gente levaria muito tempo para implementar voluntariamente, a gente está tendo que implementar no susto, em questão de meses", diz ele.
Pandemia marca o fim do século 20

Ainda nessa linha, havia uma visão entre especialistas de que faltava um símbolo para o fim do século 20, uma época altamente marcada pela tecnologia. E esse marco é a
pandemia do coronavírus, segundo a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, professora da Universidade de São Paulo e de Princeton, nos EUA, em entrevista ao Universa. “[O historiador britânico Eric] Hobsbawm disse que o longo século 19 só terminou depois da Primeira Guerra Mundial
[1914-1918]. Nós usamos o marcador de tempo: virou o século, tudo mudou. Mas não funciona assim, a experiência humana é que constrói o tempo. Ele tem razão, o longo século 19 terminou com a Primeira Guerra, com mortes, com a experiência do luto, mas também o que significou sobre a capacidade destrutiva. Acho que essa nossa pandemia marca o final do século 20, que foi o século da tecnologia. Nós tivemos um grande desenvolvimento tecnológico, mas agora a pandemia mostra esses limites”, diz Lilia.
Coronavírus, um acelerador de futuros

Vários futuristas internacionais dizem que o coronavírus funciona como um acelerador de futuros. A pandemia antecipa mudanças que já estavam em curso, como o trabalho remoto, a educação a distância, a busca por sustentabilidade e a cobrança, por parte da sociedade, para que as
empresas sejam mais responsáveis
do ponto de vista social.

Outras mudanças estavam mais embrionárias e talvez não fossem tão perceptíveis ainda, mas agora ganham novo sentido diante da revisão de valores provocada por uma
crise sanitária sem precedentes para a nossa geração. Como exemplos, podemos citar o fortalecimento de valores como solidariedade e empatia
, assim como o questionamento do modelo de sociedade baseado no consumismo e no lucro a qualquer custo.

“A vida depois do vírus será diferente”, disse ao site
Newsday a futurista Amy Webb
, professora da Escola de Negócios da Universidade de Nova York. “Temos uma escolha a fazer: queremos confrontar crenças e fazer mudanças significativas para o futuro ou simplesmente preservar o status quo?”
Efeitos do coronavírus devem durar quase dois anos

As transformações são inúmeras e passam pela política,
economia
, modelos de negócios, relações sociais, cultura, psicologia social e a relação com a cidade e o espaço público, entre outras coisas.

O ponto de partida é ter consciência de que os efeitos da pandemia devem durar quase dois anos, pois a
Organização Mundial de Saúde calcula que sejam necessários pelo menos 18 meses para haver uma vacina contra o novo
. Isso significa que os países devem alternar períodos de abertura e isolamento durante esse período.

Diante dessa perspectiva, como ficam as atividades de lazer, cultura, gastronomia e entretenimento no centro e em toda a cidade durante esse período? O que mudará depois? São questões ainda em aberto, mas há sinais que nos permitem algumas reflexões.

Para entender essas e outras questões e identificar os prováveis cenários, procurei saber que tendências os futuristas, pesquisadores e bureaus de pesquisas nacionais e internacionais estão traçando para o mundo pós-pandêmico. A partir dessas leituras e também de um olhar para as questões que dizem respeito ao centro de São Paulo e à vida urbana em geral, fiz uma lista com algumas dessas tendências, que você pode ler a seguir.
Confira as 10 tendências para o mundo pós-pandemia

1. Revisão de crenças e valores

A crise de
saúde pública é definida por alguns pesquisadores como um reset, uma espécie de um divisor de águas capaz de provocar mudanças profundas no comportamento das pessoas. “Uma crise como essa pode mudar valores”, diz Pete Lunn, chefe da unidade de pesquisa comportamental da Trinity College Dublin, em entrevista ao Newsday
.

“As crises obrigam as comunidades a se unirem e trabalharem mais como equipes, seja nos bairros, entre funcionários de empresas, seja o que for... E isso pode afetar os valores daqueles que vivem nesse período —assim como ocorre com as gerações que viveram guerras”.

Já estamos começando a ver esses sinais no Brasil —e no centro de São Paulo, com vários exemplos de pessoas que se
unem para ajudar idosos
, por exemplo.

2. Menos é mais

A crise financeira decorrente da pandemia por si só será um motivo para que as pessoas economizem mais e revejam seus
hábitos de consumo. Como diz o Copenhagen Institute for Futures Studies
, a ideia de “menos é mais” vai guiar os consumidores daqui para frente.

Mas a falta de dinheiro no momento não será o único motivo. As pessoas devem rever sua relação com o consumo, reforçando um movimento que já vinha acontecendo. “Consumir por consumir saiu de ‘moda’”, escreve no site
O Futuro das Coisas
Sabina Deweik, mestre em comunicação semiótica pela PUC e pesquisadora de comportamento e tendências.

O outro lado desse processo é um
questionamento maior do modelo de capitalismo
baseado pura e simplesmente na maximização dos lucros para os acionistas. “O coronavírus trouxe para o contexto dos negócios e para o contexto pessoal a necessidade de revisitar as prioridades. O que antes em uma organização gerava resultados financeiros, persuadindo, incentivando o consumo, aumentando a produção e as vendas, hoje não funciona mais”, diz Sabina.

“Hoje, faz-se necessário pensar no valor concedido às pessoas, no impacto ambiental, na geração de um impacto positivo na sociedade ou no engajamento com uma causa. Faz-se necessário olhar definitivamente com confiança para os colaboradores já que o home office deixou de ser uma alternativa para ser uma necessidade. Faz-se necessário repensar a sociedade do consumo e refletir o que é essencial.”

3. Reconfiguração dos espaços do comércio

A pandemia vai
acentuar o medo e a ansiedade
das pessoas e estimular novos hábitos. Assim, os cuidados com a saúde e o bem-estar, que estarão em alta, devem se estender aos locais públicos, especialmente os fechados, pois o receio de locais com aglomeração deve permanecer.

“Quando as pessoas voltarem a frequentar espaços públicos, depois do fim das restrições, as empresas devem investir em estratégias para engajar os consumidores de modo profundo, criando locais que tragam a eles a sensação de estar em casa”, diz um
relatório da WGSN
, um dos maiores bureaus de pesquisas de tendências do mundo.

Eis um ponto de atenção para bares, restaurantes, cafeterias, academias e coworkings, que devem redesenhar seus espaços para reduzir a aglomeração e facilitar o acesso a produtos de higiene, como álcool em gel. Os espaços compartilhados, como coworkings, têm um grande desafio nesse novo cenário.

4. Novos modelos de negócios para restaurantes

Uma das dez tendências apontadas pelo futurista
Rohit Bhatgava
é o que ele chama de “restaurantes fantasmas”, termo usado para descrever os estabelecimentos que funcionam só com delivery. Como a possibilidade de novas ondas da pandemia num futuro próximo, o setor de restaurantes deve ficar atento a mudanças no seu modelo de negócios, e o serviço de entrega vai continuar em alta e pode se tornar a principal fonte de receita em muitos casos.

5. Experiências culturais imersivas

Como resposta ao isolamento social, os artistas e produtores culturais passaram a apostar em
shows e espetáculos online, assim como os tours virtuais a museus
ganharam mais destaque. Esse comportamento deve evoluir para o que se pode chamar de experiências culturais imersivas, que tentam conectar o real com o virtual a partir do uso de tecnologias que já estão por aí, mas que devem se disseminar, como a realidade aumentada e virtual, assistentes virtuais e máquinas inteligentes.

De acordo com o estudo Hype Cycle, da consultoria internacional Gartner, as experiências imersivas são uma das três grandes tendências da tecnologia. Destacamos aqui a área cultural, mas isso também se estende a outros setores, como esportes, viagens a varejo, conforme indica o relatório
A Post-Corona World
, produzido pela Trend Watching, plataforma global de tendências.

6. Trabalho remoto

O
home office
já era uma realidade para muita gente, de freelancers e profissionais liberais a funcionários de companhias que já adotavam o modelo. Mas essa modalidade vai crescer ainda mais. Com a pandemia, mais empresas —de diferentes portes— passaram a se organizar para trabalhar com esse modelo. Além disso, o trabalho remoto evita a necessidade de estar em espaços com grande aglomeração, como ônibus e metrôs, especialmente em horários de pico.

7. Morar perto do trabalho

Essa já era uma tendência, e morar no centro de São Paulo se tornou um objeto de desejo para muitas pessoas justamente por conta disso, entre outros motivos. Mas, com o receio de novas ondas de contágio, morar perto do trabalho, a ponto de ir a pé e não usar transporte público, deve se tornar um ativo ainda mais valorizado.

8. Shopstreaming

Com o isolamento social, as lives explodiram, principalmente no Instagram. As vendas pela Internet também, passando a ser uma opção também para lojas que até então se valiam apenas do local físico. Pois pense na junção das coisas: o shopstreaming é isso. Uma versão Instagram do antigo ShopTime.

9. Busca por novos conhecimentos

Num mundo em constante e rápida transformação, atualizar seus conhecimentos é questão de sobrevivência no mercado (além de ser um prazer, né?). Mas a era de incertezas aberta pela pandemia aguçou esse sentimento nas pessoas, que passam, nesse primeiro momento, a ter mais contato com cursos online com o objetivo de aprender coisas novas, se divertir e/ou se preparar para o mundo pós-pandemia. Afinal, muitos empregos estão sendo fechados, algumas atividades perdem espaço enquanto outros serviços ganham mercado.

10. Educação a distância

Se a busca por conhecimentos está em alta, o canal para isso daqui para frente será a
educação a distância
, cuja expansão vai se acelerar. Neste contexto, uma nova figura deve entrar em cena: os mentores virtuais. A Trend Watching aposta que devem surgir novas plataformas ou serviços que conectam mentores e professores a pessoas que querem aprender sobre diferentes assuntos.

* Clayton Melo é jornalista e analista de tendências em
A Vida no Centro


Informações sobre o coronavírus:

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O mapa do coronavírus no Brasil e no mundo:
assim crescem os casos dia a dia, país por país;

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O que fazer para se proteger? Perguntas e respostas sobre o coronavírus
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Guia para viver com uma pessoa infectada pelo coronavírus;








ADRA Internacional auxilia 163 famílias atingidas por ciclone em SC

Ajuda no valor de R$ 580,00 por pessoa servirá para que moradores comprem itens essenciais para recomeçar.


Famílias foram selecionadas de acordo com a condição social e necessidade emergencial (Foto: Divulgação)
Era tarde do dia 30 de junho. Com mais de 50 anos, José da Silva realizava afazeres domésticos em sua casa quando viu uma forte ventania na rua e foi fechar uma janela. No entanto, por causa da força do vento, que chegava a 120 km/h, ela não fechava. Passava pela cidade de Governador Celso Ramos, em Santa Catarina, um ciclone. Silva correu até a esposa, que estava em outro cômodo, e ficou abraçado a ela enquanto a casa era destelhada. “Só tive tempo de proteger minha esposa”, detalha.
Essa situação ocorreu com centenas de famílias do Estado devido ao “ciclone bomba” que passou pelo Sul do Brasil no dia 30 de junho. O município catarinense mais afetado foi justamente Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis. Ao todo, 817 famílias foram atingidas, 33 residências totalmente arruinadas e uma pessoa morreu.

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“A destruição foi grande. A sensação após aqueles poucos minutos foi de cenário pós-apocalítico. Além das residências atingidas, tivemos ginásios e prédios públicos destelhados. Ninguém nunca tinha visto aquilo. Foi então que a ADRA entrou em contato conosco para oferecer ajuda”, explica o prefeito Juliano Duarte Campos.
Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) procurou a Prefeitura para obter informações de como ajudar. “Percebemos que a urgência não era de cestas básicas, nem de telhas. A necessidade da população estava em itens como pregos, madeira e forro. Era muito variado. Por isso, decidimos ajudar de uma forma diferente e deixar na mão das pessoas a escolha do que precisavam”, esclarece Daniel Fritoli, um dos coordenadores da instituição no sul do Brasil.

Auxílio para recomeçar

A equipe da entidade visitou centenas de moradores atingidos pelo ciclone na cidade e analisou a situação de cada residência. Ao todo, 163 famílias foram selecionadas e nesta quinta-feira, 23 de julho, cada uma delas recebeu um cartão com R$ 580,00. Os recursos vieram da ADRA Internacional e da ADRA na América do Sul. “Tentamos aliviar um pouquinho o sofrimento dessas pessoas. O plano de Deus não foi esse, de sofrimento. Mostramos que Deus existe e que um dia ele voltará para termos uma vida sem sofrimento”, acrescenta Fritoli.
“O nosso momento é de reconstruir a autoestima da população e a ADRA é um exemplo de parceria. Obrigado a vocês”, elogia o prefeito Juliano Duarte Campos. O coordenador da agência explica que o foco é ajudar as pessoas emergencialmente e no desenvolvimento social.
José Silva foi um dos beneficiados pela ação. Ele estava feliz porque reconhece o cuidado de Deus. “Ele às vezes permite essas coisas para ficarmos mais próximos dEle. O mundo “tá” virado e longe de Deus. Esse cartão aqui é uma prova que Ele não esquece dos seus filhos”, explica o homem ao lado da sua esposa, emocionados.

Veja mais fotos da ação:

Histórias de vidas transformadas serão ênfase de Semana de Oração da Novo Tempo


Apresentado pelo pastor Gilson Brito, “O Encontro: Nada Será Como Antes” terá conteúdos diferentes na TV, rádio e redes sociais.
Reflexões diárias serão apresentadas em português e espanhol (Foto: Divulgação)
Enquanto o Brasil ensaia retornar ao chamado “novo normal”, a Rede Novo Tempo de Comunicação traz, entre os dias 20 e 25 de julho, uma programação com mensagens para este tempo de pandemia. “O Encontro: Nada Será Como Antes” aborda as grandes transformações pelo qual o mundo atravessa para relembrar as mudanças que ocorrem no coração de cada indivíduo.

“Essa semana é mais uma proposta da Novo Tempo pra trazer um conteúdo diferenciado e de esperança nesse período ainda de quarentena”, explica o diretor de conteúdo da instituição, o jornalista Wagner Cantori.
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O pastor Gilson Brito, orador da Voz da Profecia, conduz o programa multiplataforma ao lado do quarteto Arautos do Rei. “Eu peguei três personagens do Antigo Testamento e três histórias do Novo Testamento. Em cada noite, vamos pensar um pouquinho no encontro que essas pessoas, de alguma forma, tiveram com Deus. E em como esse encontro com foi transformador para elas”, antecipa Brito.
Esse conteúdo será apresentado de diferentes formas em cada veículo da Rede Novo Tempo em uma programação transmídia. Às 10 horas da manhã, os ouvintes da Rádio Novo Tempo vão acompanhar uma mensagem com Brito. Às 21 horas, é a hora dos telespectadores da TV Novo Tempo conferirem as músicas dos Arautos do Rei e refletirem sobre as histórias bíblicas.
Em seguida, às 22 horas, os internautas terão a oportunidade de interagir com o orador da Voz da Profecia e conhecer histórias de transformação nos dias atuais pelo Instagram do NT Play.
“Vai ser uma semana poderosa, pela graça de Deus. Chega a dar um friozinho na barriga quando eu ouço isso: TV, rádio, internet, todas essas mídias interligadas para uma super programação”, pontua Brito.
Para os países de língua hispana, o pastor Joel Flores, que apresenta o programa Está Escrito, em português, e o programa Bíblia Fácil, em espanhol, será o responsável por conduzir o programa “El Encuentro”.
Para sintonizar
O Encontro: Nada Será Como Antes
Onde: TV Novo Tempo, Rádio Novo Tempo e nas rede sociais @tvnovotempo, @radionovotempo e @ntplayoficial
Quando: 20 a 25 de julho
Horários:
10h – Sermão exclusivo na Rádio Novo Tempo
21h – Mensagem especial veiculada em todas as plataformas em português
22h – Conversa com personagens dos testemunhos nas redes sociais
Acompanhe, ainda, pelo site oficial. Visite novotempo.com

Lição 5- 25 a 31 de julho -Capacitação do Espírito para testemunhar

Sábado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a Palavra de Deus” (At 4:31).
LEITURAS DA SEMANA: Jo 15:26, 27; At 2:41, 42; 8:4; Hb 4:12; At 17:33, 34; 18:8
Quando Jesus ordenou aos primeiros cristãos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho”, essa ordem deve ter parecido uma missão impossível (Mc 16:15). Como eles poderiam cumprir um desafio tão grande? Eles estavam em número tão reduzido! Seus recursos eram limitados. Aqueles homens e mulheres eram, em grande medida, um grupo de cristãos incultos. Mas eles tinham um Deus extraordinário que os capacitaria para sua missão extraordinária!
Porém, Jesus havia declarado: “Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da Terra” (At 1:8). O Espírito Santo os habilitaria a compartilhar a mensagem da cruz com um poder que transformaria pessoas e mudaria o mundo. Ele tornou eficaz o testemunho daqueles homens. Em poucas décadas, o evangelho impactou o mundo todo. O livro de Atos declara que aqueles primeiros cristãos alvoroçaram o mundo (At 17:6, ARC). O apóstolo Paulo acrescentou que o evangelho “foi pregado a toda criatura que há debaixo do Céu” (Cl 1:23). Na lição desta semana, enfatizaremos especialmente a função do Espírito Santo em nos capacitar para testemunhar por Cristo.
Domingo, 26 de julho
Jesus e a promessa do Espírito Santo
Com a promessa do Espírito Santo, Jesus respondeu à inquietação dos discípulos, que estavam sofrendo porque o Mestre iria deixá-los sós e retornaria ao Céu. “Convém-vos que Eu vá, porque, se Eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, Eu for, Eu vo-Lo enviarei” (Jo 16:7). A palavra grega para “consolador” é parakletos. Ela se refere a “alguém que vem ao lado de” uma pessoa com o propósito de ajudá-la. Uma das principais funções do Espírito Santo é estar ao lado dos cristãos a fim de capacitá-los e guiá-los em seu testemunho. Quando testemunhamos de Jesus, não estamos sozinhos. O Espírito Santo está ao nosso lado para nos guiar às pessoas que buscam com sinceridade a salvação. Ele prepara o coração delas antes mesmo de nós as encontrarmos. Ele guia nossas palavras, traz convicção à mente dos pecadores que buscam o perdão e os fortalece para corresponder à Sua influência.
1. Leia João 15:26, 27; 16:8. O que esses versos revelam sobre a função do ­Espírito Santo no testemunho? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Ele tem a função de convencer e testemunhar às pessoas.
B.( ) A função do Espírito Santo é emocionar as pessoas e empolgá-las.
O Espírito Santo testifica ou testemunha de Jesus. Seu objetivo final é levar a Jesus o maior número possível de pessoas. Sua missão é glorificar a Cristo. Nessa função, Ele convence os cristãos de sua responsabilidade de testemunhar. Ele abre nossos olhos para que vejamos as possibilidades nas pessoas e atua nos bastidores para criar receptividade à mensagem do evangelho.
João declarou que Ele “convencerá o mundo do pecado” (Jo 16:8). Em outras palavras, Ele impressiona o coração das pessoas para gerar um profundo sentimento de alienação de Deus e a necessidade de arrependimento. Ele também convence o mundo “da justiça”. O Espírito Santo não apenas revela o pecado, mas nos instrui na justiça. Ele revela a grandeza da justiça de Jesus em contraste com nossa imundície. A função Dele não é apenas destacar o tamanho da nossa maldade, mas revelar a grande bondade, benignidade, compaixão e amor de Jesus e nos moldar à Sua imagem.
Testemunhar é simplesmente cooperar com o Espírito Santo para glorificar Jesus. No poder do Espírito e sob Sua orientação, testemunhamos do Cristo maravilhoso que transformou nossa vida.
Em nosso desejo de trabalhar pelas pessoas, por que devemos sempre nos lembrar de que não podemos converter ninguém, mas somente o Espírito Santo pode fazê-lo?
Segunda-feira, 27 de julho
Uma igreja capacitada
O livro de Atos tem sido corretamente chamado de “Atos do Espírito Santo”. Ele é uma aventura emocionante relacionada ao testemunho, à
proclamação evangelística e ao crescimento da igreja. O livro de Atos é a história de cristãos consagrados, cheios do Espírito Santo, impactando o mundo em favor de Cristo. Eles foram completamente dependentes do Espírito Santo para alcançar resultados miraculosos. A história deles é um exemplo do que o Santo Espírito pode realizar por meio de homens e mulheres totalmente consagrados a Ele.
2. Leia Atos 2:41, 42; 4:4, 31; 5:14, 42; 6:7; 16:5. O que mais o impressiona nessas passagens? Qual mensagem Lucas, o autor de Atos, desejava compartilhar ao registrar um crescimento tão rápido?
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A intenção de Lucas ao escrever o livro de Atos era compartilhar com cada leitor o ministério do Espírito Santo na igreja primitiva.
Observe também que ele não hesitou em usar números para medir a atuação do Espírito no primeiro século. Isto é, ele estava contando batismos. Em Atos 2:41, Lucas destacou o fato de que três mil pessoas foram batizadas em um único dia em um só local. Em Atos 4:4, ele falou em cinco mil pessoas batizadas. Em Atos 5:14, multidões se uniram ao Senhor e foram batizadas.
Quer fosse uma única pessoa como Lídia, o carcereiro de Filipos, uma escrava possuída por demônios ou o eunuco etíope, Lucas percebeu e registrou a atuação do Espírito Santo no coração das pessoas. O ponto importante aqui é que, por trás dos grandes números, havia indivíduos; cada um era um filho de Deus por quem Jesus Cristo havia morrido. Certamente, gostamos de grandes números, mas, no fim, testemunhar é geralmente um esforço individual, de coração a coração.
A fim de facilitar o rápido crescimento da igreja do Novo Testamento, novas igrejas foram plantadas. Uma das razões pelas quais a igreja primitiva cresceu tão rapidamente é que ela era constantemente renovada por meio do plantio de igrejas. Que mensagem importante para nós hoje!
O foco da igreja do Novo Testamento era a missão. Como podemos assegurar que a missão esteja sempre no centro de tudo o que fazemos?
Terça-feira, 28 de julho
O Espírito Santo e o testemunho
Em todo o livro de Atos, o Espírito Santo estava poderosamente presente. Ele ministrou aos cristãos e por meio deles enquanto eles testemunhavam de várias maneiras sobre seu Senhor. Ele os fortaleceu para que enfrentassem as provações e os desafios de testemunhar em uma cultura hostil. Ele os guiou às pessoas que buscavam sinceramente a verdade e preparou o coração das pessoas em cidades inteiras antes que os cristãos chegassem a esses locais. O Espírito Santo abriu portas de oportunidade com as quais aqueles cristãos nunca sonharam e deu poder às suas palavras e ações.
3. Leia Atos 7:55; 8:29; 11:15; 15:28, 29; 16:6-10. Em cada uma das experiências relatadas nessas passagens, como o Espírito Santo ministrou aos discípulos que testemunhavam? Em outras palavras, o que o Espírito Santo fez nessas situações?
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O diversificado ministério do Espírito Santo no primeiro século foi realmente maravilhoso. As experiências mencionadas são apenas uma amostra de Sua atuação. Ele fortaleceu Estevão para que testemunhasse de Seu Senhor diante de uma multidão implacável e descontrolada que o apedrejou até a morte. Ele guiou Filipe miraculosamente a um etíope influente, que buscava a verdade, a fim de abrir o continente africano para o evangelho. Ele deu a Pedro um sinal de confirmação quando os cristãos gentios também receberam o dom do Espírito Santo. Ele uniu a igreja numa época em que ela poderia facilmente ter se dividido acerca da questão da circuncisão e, por meio do apóstolo Paulo, abriu todo o continente europeu à pregação do evangelho.
O Espírito Santo atuou na igreja do Novo Testamento e está também atuando na vida da igreja hoje. Ele deseja nos capacitar, fortalecer, ensinar, guiar, unificar e enviar à missão mais importante do mundo, que é levar homens e mulheres a Jesus e à Sua verdade. Devemos nos lembrar de que o Espírito ainda está ativo e atuando hoje, exatamente como estava no tempo dos apóstolos e da igreja primitiva.
Como podemos nos tornar mais abertos e receptivos ao poder do Espírito Santo em nossa vida? Quais escolhas nossas O habilitarão a atuar em nós e por meio de nós?
Quarta-feira, 29 de julho
O Espírito Santo, a Palavra e o testemunho
A Palavra de Deus estava no centro do testemunho da igreja do Novo Testamento. O sermão de Pedro no dia de Pentecostes foi, em grande parte, retirado do Antigo Testamento para provar que Cristo era o Messias. O testemunho de Estevão antes de sua morte recapitulava a história de Israel. Pedro se referiu à “Palavra que Deus enviou aos filhos de Israel” (At 10:36) e em seguida compartilhou com Cornélio o relato da ressurreição. Paulo se referiu às grandes profecias messiânicas, e Filipe explicou ao etíope o significado da profecia de Isaías 53. Os discípulos proclamaram a Palavra de Deus, não a palavra deles. A Palavra inspirada era o fundamento de sua autoridade.
4. Leia Atos 4:4, 31; 8:4; 13:48, 49; 17:2; 18:24, 25. O que essas passagens revelam sobre a relação entre o Espírito Santo, a Palavra de Deus e o testemunho da igreja do Novo Testamento?
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O Espírito Santo que inspirou as Escrituras atua mediante a Palavra para transformar vidas. Há poder vivificante na Bíblia, pois, por meio do Espírito, ela é a Palavra viva de Cristo.
5. Leia 2 Pedro 1:21 e Hebreus 4:12. Por que a Palavra de Deus é tão poderosa para transformar vidas? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Porque ela é um meio de atuação do Espírito Santo, que a inspirou.
B.( ) Porque ela nos traz prosperidade financeira e nos dá liberdade no pecado.
“A energia criadora que trouxe os mundos à existência está na Palavra de Deus. Essa Palavra comunica poder e gera vida. Cada ordenança é uma promessa; quando é aceita voluntariamente e recebida no coração, traz consigo a vida do Ser infinito. Transforma a natureza, ­restaurando-a à imagem de Deus” (Ellen G. White, Educação, p. 126).
A Bíblia tem poder para transformar porque o mesmo Espírito que a inspirou muda nossa vida quando a lemos. Quando compartilhamos a Palavra, o Espírito atua para transformar vidas mediante a Palavra que Ele inspirou. O Senhor prometeu abençoar Sua Palavra, não as nossas palavras. O poder está na Bíblia, não na especulação humana.

Quinta-feira, 30 de julho
O poder transformador do Espírito Santo
Um estudo cuidadoso do livro de Atos revela Deus, mediante Seu Espírito, operando milagres na vida humana. O livro de Atos exemplifica a vitória do evangelho sobre preconceitos culturais, transformando hábitos duradouros e profundamente arraigados e ensinando à humanidade a graça e a verdade de Cristo. O Espírito Santo encontra pessoas onde elas estão, mas Ele não as deixa ali. Em Sua presença, elas são transformadas.

6. Leia Atos 16:11-15, 23-34; 17:33, 34; 18:8. Essas são apenas algumas histórias de conversão na Bíblia. O que esses relatos nos ensinam sobre o poder de Deus para mudar a vida de pessoas de diferentes origens?
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Que incrível variedade de pessoas! Lídia era uma próspera empresária judia, e o carcereiro de Filipos era um funcionário público romano de classe média. O Espírito Santo pode alcançar todas as classes da sociedade. Seu poder transformador atinge homens e mulheres, ricos e pobres, instruídos e incultos.

Os dois últimos personagens da nossa lista são igualmente notáveis. Atos 17:34 se refere à conversão de Dionísio, o areopagita. Os areopagitas atenienses faziam parte do conselho de juízes que julgavam casos no tribunal. Eles eram membros preeminentes e respeitados da sociedade grega.
Pelo poder do Espírito Santo, o ministério do apóstolo Paulo alcançou até o mais alto escalão da sociedade. Crispo era o chefe da sinagoga judaica (At 18:8). Ele era um líder religioso imerso no pensamento judaico do Antigo Testamento, e o Espírito Santo entrou em seu coração e mudou sua vida. Esses relatos de casos revelam que, ao testemunharmos de Cristo e compartilharmos Sua Palavra, o Espírito Santo fará coisas notáveis na vida das pessoas, de qualquer origem, cultura, educação e crença. Não podemos nem devemos fazer suposições sobre quem pode ou não ser alcançado. Nossa obra é testemunhar a todos os que entrarem em nosso caminho. O Senhor fará o restante.
A morte de Cristo foi universal; isto é, foi em benefício de todos os seres humanos. Por que nunca devemos supor que alguém tenha ultrapassado a esperança de salvação?
Sexta-feira, 31 de julho
Estudo adicional
Textos de Ellen G. White: Atos dos Apóstolos, p. 47-56 (“O dom do ­Espírito Santo”); O Desejado de Todas as Nações, p. 667-672 (“Não se turbe o vosso coração”).
O Espírito Santo coopera com o Pai e o Filho no processo de redenção. Em todas as nossas atividades de testemunho, unimo-nos a Ele em Sua obra de salvar pessoas. Ele convence corações e abre portas de oportunidade. Por meio de Sua Palavra, ilumina mentes e revela a verdade. Ele rompe os laços do preconceito que nos escravizam, vence ideias culturais que obscurecem nossa visão da verdade, e nos livra das cadeias dos maus hábitos.
Ao testemunharmos por Jesus, é crucial lembrar que estamos cooperando com o Espírito Santo. Ele vai antes de nós, preparando corações para receber a mensagem do evangelho. Ele está conosco, influenciando as mentes enquanto realizamos atos de bondade, compartilhamos nosso tes-
temunho, conduzimos estudos bíblicos, doamos livros repletos de verdades ou participamos de projetos de evangelismo. Ele continuará trabalhando no coração das pessoas muito tempo depois de partirmos, fazendo o que for necessário para levá-las ao conhecimento da salvação.

Perguntas para consideração
1. Comente sobre uma ocasião em que você sentiu o poder do Espírito Santo trabalhando poderosamente mediante seu testemunho.
2. Você já teve medo de compartilhar sua fé? Como o conhecimento do ministério do Espírito Santo reduz esse receio e lhe dá segurança ao testemunhar?
3. De que maneira o Espírito trabalha conosco em nossos esforços para testemunhar? Como o Espírito Santo nos habilita a testemunhar e atuar na vida de outras pessoas?
4. A lição falou sobre a centralidade da Bíblia no testemunho. Por que a Palavra de Deus é um componente tão crucial de nossa fé e do nosso testemunho? Como podemos evitar as armadilhas dos que, mesmo afirmando acreditar na Bíblia, diminuem sutilmente sua autoridade e seu testemunho?

Respostas e atividades da semana: 1. A. 2. Comente com a classe. Sugestão: Lucas desejava mostrar os prodígios do Espírito Santo na vida de homens e mulheres simples e consagrados a Deus. 3. O Espírito Santo executou diversas ações. Fortaleceu o testemunho de Estêvão, falou à mente de Filipe, desceu sobre os gentios e uniu a igreja, orientando-a quanto à questão da circuncisão e acerca dos princípios que deviam ser exigidos dos gentios. 4. O mesmo Espírito que realizou essas ações por meio dos cristãos inspirou a Palavra e os transformou. 5. A. 6. O Espírito Santo transforma todos os tipos de pessoas, mesmo aquelas que jamais imaginaríamos que seriam convertidas. Isso mostra a grandeza do Seu poder para salvar.