Sábado à tarde
Ano Bíblico: 1Rs 11, 12
Verso para memorizar:
“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1Pe 4:8).
Leituras da semana:
1Pe 2:13-23; 1Pe 3:1-7; 1Co 7:12-16; Gl 3:27, 28; At 5:27-32; Lv 19:18
A carta de Pedro também confronta algumas questões sociais
difíceis de seu tempo. Por exemplo, como os cristãos deveriam suportar
um governo opressivo e corrupto como o Império Romano pagão? O que Pedro
disse aos seus leitores, e o que suas palavras significam para nós?
Como os escravos cristãos deveriam reagir quando seus senhores os
tratavam de maneira severa e injusta? Embora as relações atuais entre
empregadores e empregados sejam diferentes do relacionamento entre
senhor e escravo no primeiro século, aqueles que têm que lidar com
chefes injustos e abusivos certamente se identificarão com o que Pedro
disse. É extraordinário que ele tenha apontado Jesus como o perfeito
exemplo de como os cristãos devem se comportar quando são maltratados
(1Pe 2:21-24).
Como os maridos e esposas devem se relacionar, especialmente quando
divergem sobre uma questão tão fundamental como a crença religiosa?
Finalmente, como os cristãos devem se relacionar com a ordem social e
política, quando ela pode ser incontestavelmente corrupta e contrária à
fé cristã?
Domingo, 16 de abril
Ano Bíblico: 1Rs 13, 14
Igreja e Estado
Embora escrita há muito tempo, a Bíblia toca em questões muito relevantes hoje, como a relação entre os cristãos e o governo.
Em alguns casos, ela é bastante óbvia. Apocalipse 13 descreve uma
época em que obedecer aos poderes políticos significará desobedecer a
Deus. Nesse caso, a escolha é clara. (Veja o estudo de quinta-feira).
1. Leia 1 Pedro 2:13-17. Como o cristão deve se relacionar com o governo? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Sujeitando-se às autoridades constituídas na Terra, como bons servos de Deus.
B.( ) Militando e se envolvendo diretamente nas questões políticas.
C.( ) Ficando indiferente, pois Jesus está voltando.
As crueldades do Império Romano eram bem conhecidas por aqueles que
viviam em seu território. Ele havia se expandido graças aos caprichos de
homens ambiciosos que usavam de força militar implacável. O Império
Romano enfrentava com violência qualquer resistência. Tortura e morte
por crucificação eram apenas dois horrores que seus soldados infligiam
sobre aqueles a quem puniam. O governo romano foi dominado pelo
nepotismo e pela corrupção. A elite dominante exercia o poder com
arrogância e crueldade. Apesar de tudo isso, Pedro exortou seus leitores
a aceitar a autoridade de toda instituição humana no império, desde o imperador aos governantes (1Pe 2:13, 14).
Pedro argumentou que os imperadores e governantes castigam os que
fazem o mal e louvam os que praticam o bem (1Pe 2:14). Ao fazer isso,
eles desempenham um papel importante na formação da sociedade.
Na verdade, apesar de todas as suas falhas, o Império Romano
proporcionou estabilidade e trouxe libertação da guerra. Sua justiça era
severa, mas era baseada no Estado de direito. Os governantes romanos
construíram estradas e estabeleceram um sistema monetário que atendia às
suas necessidades militares. Ao fazer isso, Roma criou um ambiente que
possibilitou o crescimento da população e fez com que ela, em muitos
casos, prosperasse. Vistos por esse prisma, os comentários de Pedro
sobre o governo fazem sentido. Nenhum governo é perfeito, e certamente
aquele em que Pedro e seus leitores viveram também não era. Portanto, a
lição para nós é que devemos ser bons cidadãos, obedecendo às leis do
nosso país tanto quanto pudermos, apesar das imperfeições do governo sob
o qual vivemos.
Segunda-feira, 17 de abril
Ano Bíblico: 1Rs 15, 16
Senhores e escravos
2. Leia 1 Pedro 2:18-23. Qual é o significado dessa difícil passagem bíblica? Qual princípio podemos extrair dela para nossa vida?
Uma leitura cuidadosa de 1 Pedro 2:18-23 revela que, em vez de
endossar a escravidão, os versos dão conselhos espirituais de como
entender as circunstâncias difíceis que, naquele momento, não podiam ser
mudadas.
A palavra oiketes, traduzida como “servo” ou “escravo” em 1
Pedro 2:18, era usada especificamente para se referir a escravos
domésticos. A palavra mais comum para escravos, doulos, foi empregada em Efésios 6:5, uma passagem bíblica que dá conselho semelhante aos escravos.
No Império Romano, altamente estratificado, os escravos eram
considerados propriedade legal sob o domínio absoluto de seu senhor, que
poderia tratá-los bem ou com crueldade. Existia uma série de motivos
pelos quais as pessoas se tornavam escravas: a derrota de um exército,
nascimento na condição de filhos de escravos e a necessidade de se
“vender” para saldar dívidas. Alguns escravos recebiam grandes
responsabilidades. Alguns administravam vastas fazendas dos seus
senhores. Outros cuidavam das propriedades e dos interesses comerciais
de seus patrões, e alguns até mesmo educavam os filhos deles.
A liberdade de um escravo podia ser comprada; nesse caso, ele se
tornava “redimido”. Paulo e Pedro usaram esse termo para descrever o que
Jesus fez por nós (Ef 1:7; Rm 3:24; Cl 1:14; 1Pe 1:18, 19).
É importante lembrar que grande parte dos primeiros cristãos era
escrava. Sendo assim, eles eram reféns de um sistema que não podiam
mudar. Aqueles que tinham a infelicidade de ter senhores duros e
injustos se encontravam em situações particularmente difíceis. Até mesmo
os que tinham bons patrões poderiam enfrentar circunstâncias
complicadas. As instruções de Pedro a todos os cristãos escravos são
consistentes com outras declarações do Novo Testamento. Assim como
Cristo, eles deveriam se submeter e suportar as adversidades (1Pe
2:18-20). Não há nenhuma honra em ser castigado por cometer erros. O
verdadeiro espírito de Cristo é revelado quando sofremos injustamente.
Assim como Jesus, não devemos revidar nem ameaçar em tais ocasiões, mas
confiar nossa vida a Deus, que há de julgar com justiça (1Pe 2:23).
Terça-feira, 18 de abril
Ano Bíblico: 1Rs 17–19
Esposas e maridos
3. Leia 1 Pedro 3:1-7. Que circunstância
especial Pedro abordou nessa passagem? Qual é a relevância de suas
palavras para o casamento hoje? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para
falso:
A.( ) O relacionamento íntimo entre os cônjuges. A passagem bíblica os ajuda a lidar com problemas de ordem sexual nos casamentos.
B.( ) A submissão das esposas cristãs aos esposos
descrentes. Pedro instriu as mulheres a respeito da convivência com
maridos incrédulos.
C.( ) A discórdia quanto às tarefas domésticas. Os
ensinos do apóstolo são úteis, pois esclarecem qual é o papel de cada
cônjuge no casamento.
Um indício textual importante habilita o leitor atento a resolver a
questão tratada em 1 Pedro 3:1-7. Nessa passagem bíblica, o apóstolo se
referiu aos maridos que “não obedecem à Palavra” (1Pe 3:1, ARC). Em
outras palavras, Pedro estava falando sobre o que deveria acontecer
quando uma esposa cristã fosse casada com um marido não cristão.
Ela encontraria dificuldades sendo casada com marido que não
compartilhasse de sua fé. O que deveria ocorrer nessas circunstâncias?
Assim como Paulo
(1Co 7:12-16), Pedro aconselhou que as esposas cristãs não deixassem seus maridos. Em vez disso, afirmou que as esposas nessa condição deveriam ter vida exemplar.
(1Co 7:12-16), Pedro aconselhou que as esposas cristãs não deixassem seus maridos. Em vez disso, afirmou que as esposas nessa condição deveriam ter vida exemplar.
As funções disponíveis às mulheres do primeiro século no Império
Romano eram determinadas, em grande parte, pela sociedade específica. As
esposas romanas, por exemplo, tinham mais direitos diante da lei no
tocante à propriedade e à reparação legal do que a maioria das mulheres a
quem Pedro estava escrevendo. Porém, em algumas sociedades desse tempo,
as mulheres eram excluídas da política, do governo e da liderança na
maioria das religiões. Pedro as exortou a adotar uma série de medidas
admiráveis no contexto em que se encontravam. Ele as exortou a ser puras
e respeitosas (1Pe 3:2). Aconselhou a mulher cristã a se interessar
mais por sua beleza interior do que pelo adorno de penteados da moda,
joias ou roupas caras (1Pe 3:3-5). A mulher que teme ao Senhor se
comportará de tal maneira que recomende o cristianismo àquele com quem
tem maior intimidade, seu marido.
As palavras de Pedro não devem, de maneira alguma, ser tomadas pelos
maridos como permissão para maltratar suas esposas. Como ele ressaltou,
os maridos devem mostrar consideração para com as esposas (1Pe 3:7).
Embora Pedro estivesse tratando de uma questão específica, mulheres
cristãs casadas com descrentes, podemos observar um pouco do matrimônio
cristão ideal. Cônjuges cristãos devem se apoiar mutuamente e viver com
integridade ao adorar a Deus por meio de suas atividades diárias.
Quarta-feira, 19 de abril
Ano Bíblico: 1Rs 20, 21
Relações sociais
4. Leia Romanos 13:1-7; Efésios 5:22-33; 1
Coríntios 7:12-16 e Gálatas 3:27, 28. Como podemos comparar o que Paulo
disse às palavras de 1 Pedro 2:11–3:7?
Em várias passagens, Paulo abordou algumas questões levantadas em 1
Pedro 2:11–3:7. Seus escritos são notavelmente compatíveis com o que
encontramos em 1 Pedro. Por exemplo, assim como Pedro, Paulo exortou
seus leitores a se sujeitarem às “autoridades superiores” (Rm 13:1).
Governantes são designados por Deus e são o temor daqueles que fazem o
mal, não o bem (Rm 13:3). Portanto, os cristãos devem dar “a todos o que
lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem
respeito, respeito; a quem honra, honra” (Rm 13:7).
Paulo também enfatizou que as mulheres casadas com descrentes
deveriam ter uma vida exemplar e, como resultado, seus esposos poderiam
se unir à igreja
(1Co 7:12-16). O modelo que Paulo tinha do matrimônio cristão também era fundamentado na reciprocidade. Os maridos deveriam amar suas esposas como
Cristo amou a igreja (Ef 5:25). Além disso, ele aconselhou os escravos a obedecer a seus senhores terrestres como se estivessem obedecendo a Cristo (Ef 6:5).
(1Co 7:12-16). O modelo que Paulo tinha do matrimônio cristão também era fundamentado na reciprocidade. Os maridos deveriam amar suas esposas como
Cristo amou a igreja (Ef 5:25). Além disso, ele aconselhou os escravos a obedecer a seus senhores terrestres como se estivessem obedecendo a Cristo (Ef 6:5).
Paulo estava disposto a trabalhar dentro dos limites culturais
legalmente impostos. Ele compreendia o que podia, ou não, ser mudado em
sua cultura. No entanto, ele acreditava que o cristianismo acabaria
transformando o pensamento da sociedade em relação às pessoas. Assim
como Jesus, Pedro e Paulo não procuraram fazer nenhuma revolução
política a fim de mudar a ordem social. Em vez disso, a mudança poderia
ocorrer por meio da influência do povo de Deus na sociedade.
5. Leia Gálatas 3:27-29. Como devemos nos relacionar
uns com os outros em virtude do que Jesus fez por nós? Assinale a
alternativa correta:
A.( ) Devemos viver separados das pessoas diferentes de nós, pois elas não foram escolhidas por Deus.
B.( ) Devemos, como cristãos, unir-nos uns aos outros, pois diante de Jesus somos todos iguais.
C.( ) Devemos militar por igualdade social, tornando-nos cada vez mais engajados na política.
Quinta-feira, 20 de abril
Ano Bíblico: 1Rs 22; 2Rs 1
O cristianismo e a ordem social
Embora soubessem que os governos e as instituições humanas eram
falhos e corrompidos, e apesar de suas más experiências com governantes
e líderes religiosos, tanto Paulo quanto Pedro exortaram os primeiros
cristãos a se submeter às autoridades humanas (1Pe 2:13-17; Rm 13:1-10).
Eles declararam que os cristãos deveriam pagar impostos e contribuir
com as obrigações trabalhistas. Na medida do possível, os cristãos devem
ser cidadãos exemplares.
6. Leia Atos 5:27-32. Qual é a relação entre a
obediência que Pedro manda prestar às autoridades (1Pe 2:13-17) e o que
ele e os outros apóstolos realmente fizeram nesse incidente?
Sempre que possível, devemos ______________ às autoridades. Porém,
nesse caso, os ______________ preferiram obedecer a ______________ a
obedecer aos ______________.
O sucesso inicial da igreja cristã resultou na prisão de Pedro e João
(At 4:1-4). Eles foram interrogados pelos governantes, anciãos e
escribas; depois, foram soltos com a severa advertência de que deveriam
abandonar a pregação do evangelho (At 4:5-23). Logo depois, eles foram
presos novamente e questionados sobre a razão pela qual não obedeceram
ao que as autoridades lhes haviam ordenado (At 5:28). Pedro respondeu:
“Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5:29).
7. Que verdade fundamental aprendemos com essas palavras? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Devemos obedecer a Deus até onde nos convém.
B.( ) Devemos obedecer a Deus acima de todas as coisas.
Pedro não estava sendo hipócrita, dizendo uma coisa e fazendo outra.
Quando se tratou de obedecer a Deus ou ao ser humano, a escolha foi
clara. Até chegar a esse ponto, os cristãos devem apoiar o governo e a
ele se submeter, mesmo que também trabalhem para viabilizar mudanças
sociais. Quando questões morais estão em jogo, os cristãos devem
promover legalmente as mudanças sociais que refletem os valores e
ensinamentos de Jesus. A maneira pela qual se deve fazer isso depende de
muitos fatores. No entanto, ser cidadão leal e fiel não significa
automaticamente que o cristão não possa ou não deva ajudar a melhorar a
sociedade.
8. Leia Levítico 19:18 e Mateus 22:39. O mandamento
de amar o próximo inclui a necessidade de promover mudanças que tornem a
vida dele melhor e mais justa?
Sexta-feira, 21 de abril
Ano Bíblico: 2Rs 2, 3
Estudo adicional
Leia os seguintes capítulos do livro O Grande Conflito,
de Ellen G. White: “O Maior Perigo Para o Lar e a Vida”, p. 582-592;
“Nossa Única Salvaguarda”, p. 593-602 e “Aproxima-se o Tempo de
Angústia”, p. 613-634.
Ellen G. White defendia que os adventistas do sétimo dia deveriam ser
bons cidadãos e obedecer à lei da terra. Ela ainda pediu às pessoas que
não desobedecessem aberta e flagrantemente às leis dominicais locais,
isto é, embora devessem santificar o sétimo dia como Deus lhes havia
ordenado, elas não precisavam transgredir deliberadamente as leis que
proibiam o trabalho no domingo. Em um caso específico, no entanto, ela
deixou claro que os adventistas não deveriam obedecer à lei. Se um
escravo escapasse dos domínios de seu senhor, a lei exigia que ele fosse
devolvido ao patrão. Ela protestou contra essa lei e mandou que os
adventistas não a obedecessem, a despeito das consequências: “Quando as
leis dos homens conflitam com a Palavra e a lei de Deus, cumpre-nos
obedecer a estas, sejam quais forem as consequências. À lei de nossa
terra que nos obriga a entregar um escravo ao seu senhor, não devemos
obedecer; e cumpre-nos sofrer as consequências de transgredir essa lei. O
escravo não é propriedade de nenhum homem. Deus é seu legítimo senhor, e
o homem não tem nenhum direito de tomar em suas mãos o que foi criado
por Deus, e pretender que seja propriedade sua” (Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 201, 202).
Perguntas para reflexão
1. Os cristãos nunca devem reivindicar seus direitos? Quais são os nossos direitos?
2. Conhece exemplos em que os cristãos foram uma
força poderosa para a mudança e o bem na sociedade? Que lições
aprendemos com esses relatos?
3. Conhece casos de cristãos que, em vez de ajudar a
transformar os males da sociedade, condescenderam com eles e até mesmo
os justificaram? Que lições aprendemos com essas histórias?
4. 1 Pedro 2:17 diz: “Honrai o imperador”. Naquele
tempo, o imperador provavelmente fosse Nero, um dos mais vis e corruptos
de toda uma linhagem de homens também vis e corruptos. O que isso nos
ensina?
5. Leia 1 Pedro 2:21-25. Como esses versos resumem a
mensagem do evangelho? Que esperança eles nos oferecem? Qual chamado
eles nos fazem? Será que temos obedecido ao que eles nos mandam?
Respostas e tarefas para a semana: 1. A. 2.
Com antecedência, peça a um aluno que estude essa passagem bíblica
durante a semana e compartilhe suas conclusões no sábado com a classe.
Promova uma discussão prática sobre como a escravidão, ainda que velada,
pode ocorrer ainda nos dias de hoje. 3. F; V; F. 4. Peça
aos alunos que formem 3 grupos. Cada grupo deverá estudar as passagens
com uma semana de antecedência e explicar, no sábado seguinte, as
semelhanças e as diferenças entre os textos de Paulo e a passagem
bíblica de Pedro. 5. B. 6. Obedecer – apóstolos – Deus – homens. 7. B. 8.
Peça que um aluno estude essas passagens com antecedência e compartilhe
com a classe suas reflexões acerca das mudanças necessárias em nossa
comunidade.
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