Fábio Bergamo
Marcas & Marcas
Marketing, Comunicação, Cultura e Religião
Quando nos acostumamos com os boatos e mentiras, o perigo é iminente!
Quando o tradicional e glamoroso Dicionário Oxford elegeu ano passado a palavra Pós-Verdade
como a palavra do ano tomou de surpresa o mundo, que estava esperando
algum meme ou termo da internet mais uma vez como o vocábulo da vez. No
entanto, pós-verdade foi um grandioso achado, que ajuda a explicar bem a
sociedade moderna.
Pós-Verdade nada mais é do que um contexto onde se dá mais valor a
fatos sem relevância. Na própria definição do Dicionário Oxford, o
adjetivo pressupõe aquilo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas
quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública
do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. Mais uma vez, não é um
acertado retrato da nossa sociedade? Sociedade essa que tem amor pelos
boatos e inverdades. E o pior: conseguem transformar estes boatos em
“fatos reais”.
Em tempos de pós-verdade, a “verdadeira verdade” fica relevada à
segundo plano. A paixão do ser humano pela ficção e pela vontade de que a
vida seja mais elaborada do que ela realmente é vem derrubando a nossa
vontade e nossa capacidade de ver o todo das coisas. E o ambiente
político-econômico tem sido um campo fértil para que a pós-verdade
aconteça. Turbinada pelas mídias sociais, a intensa rede de boatos
influenciou e decidiu muitas eleições e polarizou as opiniões. Vide
momentos como o Brexit, a eleição de Trump e a guerra infinda entre os “coxinhas” e os “mortadelas” no Brasil.
Mas a pós-verdade tem ido além, influenciando decisões e opiniões em
outras searas. Em recente relatório, a direção do Twitter indicou que
quase um quarto de todo o conteúdo compartilhado na mídia social
simplesmente são notícias falsas, de uma infinidade de temas e
conteúdos. Uma grande ode à pós-verdade!
Mentira
Bem, chegou a hora de falar de forma direta. Por mais que os
especialistas indiquem que não é, pós-verdade não é nada mais que a
falta da “verdadeira verdade”. Ou seja, pós-verdade é… mentira! Uma
mentira influenciada pela falta de vontade de se buscar a “verdadeira
verdade”, mas ainda uma mentira!
Preocupante é quando vemos que essas mentiras nos afetam. Pior ainda
quando a tal mentira se inicia no nosso seio. Erros teológicos crassos e
falsas doutrinas sendo plantadas parecem que tem proliferado cada vez
mais no meio adventista e, incrivelmente, arrebanhado seguidores.
Teríamos chegado também numa era de pós-verdade dentro da Igreja
Adventista?
Particularmente acho que aqueles que criam as mentiras dentro do
nosso seio só logram êxito por causa de um grupo também muito errado:
aqueles que cruzam os braços ante ao avanço da pós-verdade em nosso
meio. Simplesmente assistem o avanço de temas como Perfeccionismo e
outras ideias que atacam até a criação de Deus, muitas vezes achando
engraçado ou inofensivo. Não são! São ideias desagregadoras e
polarizadoras. São mentiras!
Meu apelo neste texto não é para que os boatos não sejam criados ou
divulgados, afinal já falei muito sobre este tema (você pode ver outros
textos que escrevi nesta coluna sobre estes temas, clicando aqui e aqui).
Mas, sim, para que você se prepare para combater estas mentiras que vem
se acumulando no nosso meio. Para que você seja uma luz de verdade
quando alguma delas apareçam nas mídias sociais, em nossas reuniões e em
nossos púlpitos. Além da própria Bíblia e dos escritos de Ellen White,
tem muita gente boa na internet que publica ótimos materiais que pode
lhe ajudar a ser uma boa arma contra boatos e falsas ideias.
No tempo da pós-verdade, que a “verdadeira verdade” sepulte qualquer
mentira desagregadora que apareça em nosso meio. Que Deus nos abençoe!
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