VERSO PARA MEMORIZAR: “Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque Dele é a sabedoria e o poder” (Dn 2:20).
LEITURAS DA SEMANA: Dn 2:1-49; At 17:28; Sl 138; Jo 15:5; Dt 32:4; 1Pe 2:4
Nas águas que cercam a Groenlândia há icebergs de muitos tamanhos. Às vezes, os pequenos blocos de gelo se movem em uma direção, enquanto suas contrapartes imensas flutuam para outra. Os ventos da superfície conduzem os pequenos blocos, enquanto as enormes massas de gelo são levadas pelas correntes oceânicas profundas. Considerar a ascensão e a queda das nações ao longo da História é como explicar os ventos da superfície e as correntes oceânicas. Os ventos representam tudo que é mutável e imprevisível, assim como a vontade humana. Porém, outra força ainda mais poderosa e muito semelhante às correntes oceânicas atua simultaneamente com essas rajadas e ventanias. É a ação segura dos propósitos sábios e soberanos de Deus. Como disse Ellen G. White: “Como as estrelas no vasto circuito de sua indicada órbita, os desígnios de Deus não conhecem adiantamento nem tardança” (O Desejado de Todas as Nações, p. 32). Embora a ascensão e a queda de nações, ideologias e partidos políticos pareçam acontecer apenas a critério do capricho humano, Daniel 2 mostra que o Deus do Céu é quem realmente conduz a História humana para seu grande final.
Dez Dias de Oração e Resgate: utilize o relatório atualizado da secretaria da igreja para organizar a visitação às pessoas que precisam ser resgatadas. Mobilize as Unidades de Ação e os Pequenos Grupos.
Domingo, 12 de janeiro
A imanência de Deus
1. Leia Daniel 2:1-16. Qual foi a crise que os hebreus enfrentaram por causa do sonho que o Senhor deu ao rei?
Os sonhos eram levados a sério no mundo antigo. Quando um sonho parecia um mau presságio, muitas vezes ele indicava um desastre iminente. Assim, é compreensível que Nabucodonosor ficasse tão ansioso com um sonho do qual, para tornar as coisas ainda mais agourentas, ele não conseguia mais se lembrar. Sábios babilônios acreditavam que os deuses pudessem revelar a interpretação dos sonhos, mas, no caso desse sonho, não havia nada que os especialistas pudessem fazer porque o rei havia se esquecido do sonho. Se o conteúdo do sonho lhes fosse transmitido, eles encontrariam uma interpretação que agradasse ao rei. Entretanto, naquela situação sem precedentes, quando os especialistas foram incapazes de dizer ao rei do que o sonho se tratava, eles foram forçados a admitir que ninguém havia que pudesse “revelar diante do rei” o seu sonho e a sua interpretação, “senão os deuses, e estes não moram com os homens” (Dn 2:11).
Os sonhos eram levados a sério no mundo antigo. Quando um sonho parecia um mau presságio, muitas vezes ele indicava um desastre iminente. Assim, é compreensível que Nabucodonosor ficasse tão ansioso com um sonho do qual, para tornar as coisas ainda mais agourentas, ele não conseguia mais se lembrar. Sábios babilônios acreditavam que os deuses pudessem revelar a interpretação dos sonhos, mas, no caso desse sonho, não havia nada que os especialistas pudessem fazer porque o rei havia se esquecido do sonho. Se o conteúdo do sonho lhes fosse transmitido, eles encontrariam uma interpretação que agradasse ao rei. Entretanto, naquela situação sem precedentes, quando os especialistas foram incapazes de dizer ao rei do que o sonho se tratava, eles foram forçados a admitir que ninguém havia que pudesse “revelar diante do rei” o seu sonho e a sua interpretação, “senão os deuses, e estes não moram com os homens” (Dn 2:11).
Frustrado, o rei ordenou que os sábios de Babilônia fossem mortos. Tal atrocidade não era desconhecida no mundo antigo. Fontes históricas atestam que, por causa de uma conspiração, Dario I mandou executar todos os magos, e Xerxes ordenou que fossem mortos os engenheiros que tinham construído uma ponte que acabou desmoronando. Quando Nabucodonosor publicou seu decreto, Daniel e seus companheiros haviam acabado de concluir o treinamento e tinham sido admitidos no círculo de especialistas do rei. Por isso, o decreto de morte se aplicava também a eles. Na realidade, o idioma original sugere que o assassinato teria começado imediatamente, e Daniel e seus amigos seriam executados em seguida. Mas Daniel, “avisada e prudentemente” (Dn 2:14), abordou Arioque, o homem encarregado de efetuar as execuções. Por fim, Daniel pediu tempo ao rei para decifrar o mistério. Curiosamente, embora o rei tivesse acusado os magos de tentar “ganhar tempo”, ele prontamente atendeu ao pedido de Daniel. Aquele jovem hebreu certamente concordava com a afirmação dos magos de que nenhum ser humano podia resolver aquele mistério, mas o servo do Senhor também conhecia o Deus que podia revelar tanto o conteúdo quanto a interpretação do sonho.
Os teólogos falam sobre a “imanência” de Deus. Embora distinto da criação, Ele pode estar próximo dela. O sonho que o Senhor deu a Nabucodonosor seria uma prova de que Ele é muito imanente em relação aos seres humanos? (Veja também At 17:28).
Segunda-feira, 13 de janeiro
A oração
Daniel imediatamente reuniu seus três amigos para uma sessão de oração, explicando que eles seriam executados se Deus não revelasse o sonho. Sempre que enfrentamos um grande problema, também devemos reconhecer que o Senhor é grande o bastante para resolver até mesmo os desafios mais insolúveis.
2. Leia Daniel 2:17-23. Quais foram os dois tipos de oração feitos pelo profeta?___________________________________________________________________________________
Dois tipos de oração são mencionados nesse capítulo. O primeiro é uma petição de Daniel a Deus para que Ele revelasse o conteúdo do sonho e sua interpretação (Dn 2:17-19). As palavras dessa oração não são conhecidas, mas a Bíblia declara que o profeta e seus amigos pediram “misericórdia ao Deus do Céu sobre o mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia” (Dn 2:18). Enquanto oravam, Deus respondeu à petição e revelou o conteúdo e a interpretação do sonho. Podemos ter certeza de que, sempre que pedirmos “misericórdia ao Deus do Céu”, nossas orações também serão ouvidas, mesmo que não seja de maneira tão dramática como vimos nessa passagem bíblica, pois o Deus de Daniel também é o nosso Senhor.
Em resposta ao fato de que o Criador atendeu sua petição, o servo de Deus e seus amigos irromperam em uma oração de gratidão e louvor. Eles louvaram a Deus porque Ele é a fonte da sabedoria e está no controle da natureza e da história política. Há aqui uma lição importante para nós. Ao orarmos e pedirmos tantas coisas a Deus, quantas vezes louvamos e agradecemos porque Ele respondeu às nossas orações? A experiência de Jesus com os dez leprosos apresenta uma ilustração apropriada da ingratidão humana. Dos dez que haviam sido curados, apenas um retornou “para dar glória a Deus” (Lc 17:18). A resposta de Daniel não apenas nos lembra da importância do agradecimento e do louvor, mas também revela o caráter do Deus a quem oramos. Quando rogamos ao Senhor, podemos crer que Ele fará o que é melhor para nós; portanto, devemos sempre louvá-Lo e agradecer-Lhe.
Leia o Salmo 138. Como essa oração de ação de graças pode ajudá-lo a ser grato a Deus, independentemente das circunstâncias em que você se encontra?
Terça-feira, 14 de janeiro
A estátua: parte 1
3. O que foi dito em Daniel 2:24-30? Por que é tão importante que sempre nos lembremos dessas palavras? (Veja também Jo 15:5)
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Em resposta à oração, Deus revelou o conteúdo do sonho e sua interpretação. E Daniel não hesitou em contar ao rei que a solução para o mistério veio do Deus do Céu. Além disso, antes de relatar o conteúdo do sonho e sua interpretação, ele mencionou os pensamentos e preocupações não expressos do rei quando este ficou sem dormir em sua cama. Essa informação circunstancial enfatizou ainda mais a credibilidade da mensagem, pois esse conteúdo era conhecido apenas pelo rei e foi revelado a Daniel mediante um poder sobrenatural. No entanto, ao relatar o conteúdo do sonho, o jovem hebreu arriscou desencadear outra crise, pois o sonho não era necessariamente uma boa notícia para Nabucodonosor.
4. Leia Daniel 2:31-49. De acordo com o sonho, qual era o destino do reino de Nabucodonosor? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Ser substituído pela prata, representação do Império Medo-Persa.
B.( ) Ser substituído pelo ferro, representação do Império Romano.
B.( ) Ser substituído pelo ferro, representação do Império Romano.
O sonho consistia em uma estátua majestosa, com sua cabeça “de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze; as pernas, de ferro, os pés, em parte de ferro, em parte, de barro” (Dn 2:32, 33). Por fim, uma pedra “feriu a estátua nos pés” (Dn 2:34), e toda a estrutura foi destruída e espalhada como palha ao vento. Daniel explicou que os diferentes metais representavam sucessivos reinos que substituiriam um ao outro ao longo da História. Para Nabucodonosor, a mensagem era clara: Babilônia, com todo o seu poder e glória, seria substituída por outro reino, que seria seguido por outros até que um reino de natureza completamente diferente os substituiria: o reino eterno de Deus, que durará para sempre.
Observe como as coisas humanas são fugazes e temporárias. O que esse fato nos ensina sobre a grande esperança que temos somente em Jesus (veja Jo 6:54; 2Co 4:18)?
Quarta-feira, 15 de janeiro
A estátua: parte 2
5. Leia novamente o sonho e sua interpretação (Dn 2:31-49). O que isso nos ensina sobre a presciência de Deus acerca da História do mundo?
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A profecia expressa pelo sonho de Nabucodonosor apresenta um esboço profético geral e funciona como o parâmetro para abordar as profecias mais detalhadas de Daniel 7, 8 e 11. Além disso, Daniel 2 não é uma profecia condicional, mas uma profecia apocalíptica: uma predição definitiva do que Deus anteviu e realizaria no futuro.
1. A cabeça de ouro representa Babilônia (626–539 a.C.). De fato, nenhum outro metal poderia representar melhor o poder e a riqueza do Império Babilônico do que o ouro. A Bíblia a chama de “a cidade dourada” (Is 14:4, ARC) e “um copo de ouro na mão do SENHOR” (Jr 51:7; compare com Ap 18:16). Heródoto, antigo historiador, relatou que uma abundância de ouro embelezava a cidade.
2. O peito e os braços de prata representam a Média-Pérsia (539–331 a.C.). Como a prata é menos valiosa que o ouro, o Império Medo-Persa nunca alcançou o esplendor do Império Babilônico. Além disso, a prata era também um símbolo apropriado para os persas porque eles a usavam em seu sistema de tributação.
3. O ventre e os quadris de bronze simbolizam a Grécia (331–168 a.C.). Ezequiel 27:13 descreve os gregos negociando objetos de bronze. Os soldados gregos eram conhecidos por sua armadura de bronze. Seus capacetes, escudos e machados de batalha eram feitos desse metal. Heródoto afirmou que Psamético I, do Egito, viu nos invasores piratas gregos o cumprimento de um oráculo que prenunciava “homens de bronze vindos do mar”.
4. As pernas de ferro representam apropriadamente Roma (168 a.C.– 476 d.C.). Como Daniel explicou, o ferro representava o poder esmagador do Império Romano, que durou mais do que qualquer um dos reinos anteriores. O ferro era um metal perfeito para representar o império.
5. Os pés em parte de ferro e em parte de barro representam uma Europa dividida (476 d.C.–Segunda vinda de Cristo). A mistura do ferro com o barro apresenta uma imagem adequada do que ocorreu após a desintegração do Império Romano. Embora muitas tentativas tenham sido feitas para unificar a Europa, desde alianças matrimoniais entre as casas reais até a atual União Europeia, a divisão e a desunião prevaleceram e, de acordo com a profecia, permanecerão assim até que Deus estabeleça o reino eterno.
Quinta-feira, 16 de janeiro
A pedra
6. Leia Daniel 2:34, 35, 44, 45. O que esses versos revelam sobre o destino final de nosso mundo? Assinale a alternativa correta:
A.( ) O reino de Deus substituirá todos os outros e será eterno.
B.( ) Haverá outro império que substituirá o reino de Deus.
O foco do sonho está no que acontecerá nos “últimos dias” (Dn 2:28). Por mais poderosos e ricos que tenham sido, os reinos de metal (e barro) nada mais são que um prelúdio do estabelecimento do reino representado pela pedra. Enquanto, até certo ponto, os metais e o barro podem ser produtos de manufatura humana, a pedra do sonho não é tocada por mãos humanas. Em outras palavras, embora cada um dos reinos anteriores deva chegar ao fim, o reino representado pela pedra durará para sempre. A metáfora da rocha, portanto, muitas vezes simboliza Deus (por exemplo, Dt 32:4; 1Sm 2:2; Sl 18:31), e a pedra também pode ser uma representação do Messias (Sl 118:22; 1Pe 2:4, 7). Sendo assim, nada é mais apropriado do que a figura de uma pedra para simbolizar o estabelecimento do reino eterno de Deus.
Alguns defendem que o reino representado pela pedra foi estabelecido durante o ministério terrestre de Jesus e que a propagação do evangelho é um indício de que o reino de Deus tomou conta do mundo inteiro. No entanto, o reino da pedra passará a existir somente depois que os quatro principais reinos caírem, e a história humana chegar aos dias dos reinos divididos, representados pelos pés e dedos da estátua. Esse fato descarta o cumprimento durante o primeiro século, pois o ministério terrestre de Jesus ocorreu durante o domínio do Império Romano, o quarto reino.
Mas a pedra deu lugar a uma montanha. Isto é, “a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a Terra” (Dn 2:35). Uma montanha como essa evoca o Monte Sião, o lugar em que ficava o templo, a representação concreta do reino terrestre de Deus nos tempos do Antigo Testamento. Curiosamente, a pedra cortada do monte se torna uma montanha, que segundo o texto já existe e provavelmente aponta para a Sião celestial, o santuário celestial, de onde Cristo virá para estabelecer Seu reino eterno. Esse reino encontrará seu cumprimento final na Jerusalém que descerá do Céu (Ap 21:1-22:5).
Primeiro Deus - Peça a Deus que o ajude a ser atencioso e cortês durante esse dia
Até agora verificamos que as informações de Daniel 2 sobre todos os reinos estão corretas. Por que, então, é tão lógico e sábio confiar em sua profecia sobre a vinda do reino final e eterno de Deus? Por que é tão insensato não acreditar na profecia?
Sexta-feira, 17 de janeiro
Estudo adicional
É instrutivo ver que a estátua de Daniel 2 era feita de ouro e prata, metais relacionados ao poder econômico. Ela também era feita de bronze e ferro, usados para ferramentas e armas, e de barro, usado no mundo antigo para fins literários e domésticos. Assim, a estátua apresenta uma descrição vívida da humanidade e de suas realizações. De modo apropriado, as distintas partes anatômicas da estátua expressam a sucessão de reinos mundiais e a desunião final que prevalecerá nos últimos dias da História. Porém, a pedra foi descrita como algo realizado “sem auxílio de mãos” (Dn 2:45), um poderoso lembrete do fim sobrenatural que virá a este mundo transitório e a todas as suas realizações.
Embora, “a olho nu, a história humana possa parecer uma caótica interação entre forças contrárias [...], Daniel nos assegurou que, por trás de tudo isso, está Deus, observando de cima e agindo no meio delas para realizar o que Ele entende ser o melhor” (William H. Shea, Daniel: A Reader’s Guide, Nampa, ID: Pacific Press, 2005, p. 98).
Perguntas para discussão
1. Como é bom saber que, em meio a todo o caos e sofrimento deste mundo caído, Deus está no controle e concluirá todas as coisas de maneira gloriosa! Até lá, qual é a nossa função em buscar fazer o bem para aliviar as aflições que existem ao nosso redor?
2. Por que Daniel e os cativos trabalharam de modo tão próximo e leal a um líder pagão que causou tanto dano ao povo de Israel?
3. Alguns argumentam que a pedra cortada sem auxílio de mãos se refere à propagação do evangelho. Esse é um equívoco por várias razões, entre as quais a afirmação de que a pedra esmagaria os reinos anteriores, e o vento os levaria, e deles não se veriam mais vestígios (Dn 2:35). Isso não ocorreu após a cruz. Além disso, algumas tentativas de identificar o reino da pedra com a igreja deixam de observar que esse reino substitui as outras formas de domínio humano. É um reino que abrange todo o mundo. Por isso, somente a segunda vinda de Jesus cumprirá o clímax dessa profecia. Por que, então, a volta de Cristo é a única interpretação sensata para a ação da pedra no fim dos tempos?
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