segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Lição 11 - Paulo: seu passado e seu chamado 5 a 12 de setembro




 Sábado à tarde.

 


VERSO PARA MEMORIZAR:

“O Senhor lhe disse: Vai, porque este é para Mim um instrumento escolhido para levar o Meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo Meu nome” (At 9:15, 16).

Leituras da Semana:

At 9:1; Fp 3:6; 1Co 15:10; At 9:1-22; 26:18; Gl 2:1-17

Uma das figuras principais do Novo Testamento é Paulo, originalmente Saulo de Tarso. Paulo foi para a igreja cristã primitiva o que Moisés foi para os filhos de Israel. A diferença é que, Moisés tirou o povo de Deus do meio dos gentios para que Israel pudesse cumprir a vontade de Deus; Paulo levou a Palavra do Deus de Israel aos gentios, para que eles pudessem fazer a mesma coisa, isto é, cumprir a vontade de Deus.


Sabe-se mais sobre Paulo do que qualquer outro cristão do primeiro século. Ele é especialmente lembrado pelas significativas contribuições que deu para a tremenda obra missionária cristã nos últimos dois milênios. Suas visitas às nações que rodeavam o Mar Mediterrâneo e suas atividades missionárias em favor delas constituíram um poderoso exemplo para as missões cristãs nas gerações futuras.


Atribui-se a Paulo a obra de elevar os absolutos bíblicos acima da cultura judaica. Nesta, as leis civis, rituais e morais estavam integradas na estrutura da vida israelita. Assim, era difícil fazer separação entre os costumes dos judeus e aquilo que eles achavam ser a mensagem eterna de Deus para todas as nações.


Nesta semana, faremos nosso primeiro estudo sobre alguém que, com exceção do próprio Jesus, foi a figura mais importante do Novo Testamento.

Escolha um amigo e ajude-o a se dedicar mais ao estudo da Lição da Escola Sabatina.


Incentive alguém a fazer a assinatura da lição em sua igreja.


Domingo-Saulo de Tarso.

Saulo nasceu em Tarso, uma importante cidade localizada junto à rota comercial entre a Síria e a Ásia ocidental (At 22:3). Tarso era um centro multicultural de indústria e saber, e, durante breve tempo, foi o lar do mais famoso orador e senador de Roma, Cícero.


Os pais de Saulo eram judeus da diáspora (isto é, judeus que não estavam morando na terra de Israel), originários da tribo de Benjamin. Seu nome de nascimento era Saulo (do hebraico sha’ul, “pedido a [Deus]”) – embora, depois de ter começado sua missão em favor dos gentios (At 13:9), ele tenha assumido o nome de Paulo (do latim Paulus, nome de uma destacada família romana). Além disso, uma vez que era fariseu, Paulo provavelmente tivesse uma esposa, embora não saibamos nada sobre ela. Na verdade, não sabemos muito sobre sua família, embora haja menção a uma irmã e um sobrinho (At 23:16). Paulo também era cidadão romano (At 22:25-28). Saulo provavelmente tenha sido educado na escola de uma sinagoga em Tarso até os 12 anos e, depois, seguido pelo estudo rabínico em Jerusalém com o famoso raban (esse título honorário significava “nosso rabi”) Gamaliel (At 22:3). Como a maioria dos homens judeus, ele aprendeu um ofício – nesse caso, a fabricação de tendas (At 18:3).


Como já foi declarado, Paulo era fariseu (Fp 3:5). Os fariseus (que significa “os separados”) eram conhecidos por insistir que todas as leis de Deus, tanto as escritas nos livros de Moisés quanto as transmitidas verbalmente durante várias gerações de escribas, eram obrigatórias para todos os judeus. Aos olhos dos outros judeus, o estrito patriotismo dos fariseus, e sua detalhada obediência às leis judaicas, podia fazê-los parecer hipócritas e condenadores. Paulo, contudo, não ocultava o fato de que ele e seu pai eram fariseus (At 23:6).


A experiência de Paulo como fariseu foi um importante elemento em sua obra missionária bem-sucedida em favor dos judeus e dos gentios. Essa formação o capacitou com detalhado conhecimento do Antigo Testamento, a única parte das Escrituras que os cristãos primitivos possuíam. Também o tornou familiarizado com os acréscimos e ampliações dos escribas às leis do Antigo Testamento. Assim, ele era o apóstolo mais qualificado para discernir entre os absolutos divinos eternos, com base nas Escrituras, e as adições culturais judaicas posteriores, que não eram obrigatórias e que, portanto, podiam ser ignoradas pelos gentios seguidores de Jesus. Como vimos, essa questão se tornaria muito importante na vida da igreja primitiva. Hoje em dia, também, o papel da cultura na igreja continua sendo um assunto importante.

Quais de nossas crenças parecem estar em mais forte conflito com a cultura que nos cerca?


De que forma você lida com essa questão sem comprometer os princípios eternos?


Segunda Feira-Paulo, o homem.

Os traços de personalidade são as respostas típicas de alguém às circunstâncias domésticas, culturais ou educacionais que o cercam. O caráter é a combinação de traços, qualidades e capacidades que compõem o tipo de pessoa que alguém é.

1. Leia Atos 9:1; Filipenses 3:6, 8; 1 Coríntios 15:9, 10; 1 Timóteo 1:16; Gálatas 1:14 e 2 Coríntios 11:23-33. O que essas passagens nos dizem sobre o caráter e a personalidade de Paulo?

Paulo era claramente um homem de grande convicção e zelo. Antes de sua experiência do novo nascimento, ele usava seu zelo para perseguir a igreja primitiva. Apoiou o apedrejamento de Estêvão (At 7:58), tomou a iniciativa de aprisionar mulheres e homens cristãos (At 8:3), fez ameaças de morte aos discípulos (At 9:1) e organizou um ataque de surpresa aos cristãos num país estrangeiro (At 9:2; Gl 1:13).


Ao mesmo tempo, também, podemos ver como seu zelo e fervor foram usados para o bem quando ele dedicou a vida à pregação do evangelho, apesar de incríveis dificuldades e desafios. Somente um homem totalmente dedicado ao que acreditava teria feito o que ele fez. E embora tivesse perdido todas as coisas por Cristo, considerou-as como “refugo” (Fp 3:8), termo oriundo de uma palavra grega que significa algo inútil, como o lixo. Paulo entendia o que era importante na vida e o que não era.


Paulo também era humilde. Sem dúvida, em parte devido à culpa que sentia por ter perseguido os cristãos no passado, ele se via como indigno de seu alto chamado. Além disso, como alguém que pregava a justiça de Cristo como nossa única esperança de salvação, ele sabia exatamente quanto era pecaminoso em contraste com o Deus santo, e esse conhecimento foi mais do que suficiente para mantê-­lo humilde, submisso e grato.


“Um raio da glória de Deus, um lampejo da pureza de Cristo que penetre no coração, torna dolorosamente visível cada mancha de impureza, e revela claramente a deformidade e os defeitos do caráter humano. Os desejos não santificados, a infidelidade do coração e a impureza dos lábios ficam evidentes” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 29).

Nenhum de nós está imune ao orgulho. Focalizar a cruz e o que ela significa pode curar qualquer pessoa desse pecado?



Terça Feira-de Saulo para Paulo. 

2. Como a conversão de Paulo está relacionada a seu chamado missionário? At 9:1-22; 26:16-18

Desde o princípio estava claro que o Senhor planejava usar Paulo para alcançar tanto judeus quanto pagãos. Nenhum evento na preparação de Paulo como missionário e teólogo se comparou, em importância, à sua conversão; na verdade, em seu testemunho ele falava frequentemente sobre essa experiência.


“Agora, levante-se, fique de pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a Meu respeito e do que lhe mostrarei” (At 26:16, NVI). Paulo não podia pregar nem ensinar sobre o que não sabia. Não, em vez disso, ele pregaria e ensinaria a partir de suas experiências com o Senhor e de seu conhecimento dEle, sempre em harmonia com a Palavra de Deus (Rm 1:1, 2).

3. Leia Atos 26:18. Qual seria o resultado da obra de Paulo?

A partir dessa passagem, podemos ver cinco resultados da obra missionária autêntica:


Abrir os olhos das pessoas. Tornar Deus e Jesus reais, presentes, ativos e atraentes.


Tirar as pessoas das trevas para a luz, da ignorância para o conhecimento – um tema central do evangelho (Lc 1:78, 79).


Tirar as pessoas do poder de Satanás para o de Deus.


Muitos recebem o perdão dos pecados. O problema do pecado tem uma solução. Essa é a mensagem viva, restauradora e central dos cristãos.


Muitos recebem lugar entre os santificados; isso significa passar a ser membro da igreja de Deus, não importando a etnia, gênero nem nacionalidade.

Se alguém lhe perguntasse: “Qual é sua experiência com Jesus? O que você pode me dizer sobre Ele?”, o que você responderia?

Quarta Feira-Paulo no campo missionário.

4. “Desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo” (Rm 15:19). Que elemento crucial para todo trabalho missionário encontramos nesse texto? 1Co 1:23; 2:2; Gl 6:14; Fp 1:15-18



A respeito dos esforços missionários de Paulo, uma coisa é certa: não importava onde ele fosse, a pregação de Cristo e Este crucificado era o centro de sua mensagem. Ao fazer isso, ele estava sendo fiel ao chamado que havia recebido no princípio, para pregar sobre Jesus. A mensagem para a moderna obra das missões é óbvia: sejam quais forem as outras coisas que preguemos (e, como adventistas do sétimo dia, recebemos muitas coisas que precisam ser compartilhadas com o mundo), devemos manter Cristo e Este crucificado à frente e no centro de toda a nossa obra evangelizadora e missionária.


Paulo, no entanto, não pregava Jesus simplesmente como um tipo de verdade objetiva e depois seguia seu caminho alegremente. Uma parte fundamental de sua obra era levantar igrejas, criar comunidades cristãs em um lugar após o outro, em todas as regiões do mundo que ele pudesse alcançar. No sentido mais verdadeiro, sua obra era “plantar igrejas”.


Mas também há outro elemento na obra missionária de Paulo.

5. Leia Colossenses 1:28. O que Paulo disse? Isso era evangelismo ou discipulado?

Para alguém que leia muitas das epístolas de Paulo, vai ficar claro que elas com frequência não são evangelísticas, pelo menos no sentido em que empregamos o termo, isto é, o de procurar alcançar os que não pertencem à igreja. Ao contrário, muitas das cartas foram escritas para igrejas estabelecidas. Em outras palavras, estava incluída nos esforços missionários de Paulo a obra do cuidado pastoral, da edificação e da conservação de igrejas.


Assim, podemos ver pelo menos três elementos centrais na atividade missionária de Paulo: proclamar Jesus, plantar igrejas e conservar as igrejas estabelecidas.

Pense sobre a última vez que você testemunhou para alguém. Jesus estava no centro do que você disse? Como você pode ter certeza de que sempre O conservará no centro?

Quinta Feira-A missão e o multiculturalismo.


“Multiculturalismo” é um termo recente, que começou a aparecer em publicações na década de 1960, segundo o Dicionário Inglês Oxford. Para muitos povos da Antiguidade, havia apenas duas categorias de seres humanos: nós e eles, nossa tribo e os que não pertencem à nossa tribo. Para os gregos, todos os não gregos eram “bárbaros”. Para os judeus, todos os não judeus eram “gentios”.


Como já vimos, o sucesso da missão em favor dos gentios forçou a igreja nascente e seus líderes a tratar da divisão entre judeus e gentios. A questão, no fundo, era se um gentio podia se tornar cristão sem primeiro se tornar judeu.



6. Leia Gálatas 2:1-17. O que aconteceu ali e como esse relato ilustra o desafio do “multiculturalismo” na evangelização e na missão?

“Quando Pedro, posteriormente, visitou Antioquia, conquistou a confiança de muitos por sua conduta prudente para com os conversos gentios. Por algum tempo ele agiu de acordo com a luz dada pelo Céu. Dominou seu natural preconceito até o ponto de sentar-se à mesa com os conversos gentios. Mas quando certos judeus zelosos da lei cerimonial vieram de Jerusalém, Pedro mudou, desavisadamente, seu procedimento para com os conversos do paganismo. Alguns ‘judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação’ (Gl 2:13). Essa revelação de fraqueza da parte daqueles que haviam sido respeitados e amados como dirigentes, produziu dolorosa impressão na mente dos crentes gentios. A igreja foi ameaçada de divisão” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 197, 198).


Paulo enfrentou a questão com Pedro e tomou firme posição em favor daquilo que hoje poderia ser chamado de uma igreja multicultural. Seus conversos gentios não teriam que se tornar judeus para ser cristãos. O passado complicado de Paulo como devoto fariseu, discípulo do rabi Gamaliel, cidadão romano, zelote fundamentalista perseguidor e, finalmente, converso e apóstolo de Jesus Cristo, logo o qualificou para distinguir os absolutos divinos imutáveis e eternos, por um lado, e seus instrumentos religiosos temporários e culturais, por outro.

Como você distingue entre os pontos essenciais da fé e as preferências puramente culturais, sociais ou até pessoais?

Sexta Feira-Estudo adicional.

“Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser coparticipante dele” (1Co 9:22, 23, NVI).


Leia 1 Coríntios 9:19-23. A missiologia moderna aplica o termo “contextualização” aos métodos missionários de Paulo mencionados ali. A contextualização é definida como “tentativas de comunicar o evangelho em palavras e atos, e de estabelecer a igreja através de meios que façam sentido para as pessoas dentro de seu contexto cultural local, apresentando o cristianismo de forma tal que satisfaça as mais profundas necessidades das pessoas e penetre na sua visão de mundo, permitindo-lhes, assim, seguir a Cristo e permanecer dentro de sua própria cultura” (Darrell L. Whiteman, “Contextualization: The Theory, the Gap, the Challenge”, International Bulletin of Missionary Research [“Contextualização: a teoria, a lacuna, o desafio”, Boletim Internacional de Pesquisa Missionária], v. 21 [janeiro de 1997], p. 2).
“Os cristãos judeus, vivendo próximos do templo, naturalmente permitiam que sua mente se voltasse aos privilégios peculiares dos judeus como nação. Quando viram a igreja cristã se afastando das cerimônias e tradições do judaísmo, e perceberam que a peculiar santidade de que os costumes judeus eram revestidos seria logo perdida de vista, à luz da nova fé, muitos se mostraram indignados com Paulo como sendo a pessoa que, em grande medida, havia provocado essa mudança. Mesmo os discípulos não estavam todos preparados para aceitar de boa vontade a decisão do concílio. Alguns eram zelosos pela lei cerimonial, e consideravam Paulo com desfavor, pois pensavam que seus princípios referentes às obrigações da lei judaica fossem frouxos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 197).

Perguntas para reflexão 

1. Leia 1 Coríntios 9:20. Que lições podemos extrair dessas palavras que nos ajudam a compreender e a contextualizar nossa forma de realizar a obra missionária em outros países, ou mesmo nossas atividades missionárias?


2. Apesar do passado pecaminoso e até vergonhoso de Paulo, Deus o perdoou e o usou de maneira poderosa. Como podemos aprender a perdoar a nós mesmos e reivindicar a justiça de Cristo, permitindo que Ele nos use poderosamente?

Respostas sugestivas: 1. Paulo era extremamente zeloso; seu zelo o levou a perseguir a igreja, mas, quando se converteu, seu zelo foi usado para o bem, de forma que superou os outros apóstolos nos trabalhos e sacrifícios em favor do evangelho. Paulo era humilde: considerava-se o pior dos pecadores e indigno de ser chamado apóstolo. 2. Jesus, que lhe apareceu na estrada, o chamou para levar Sua Palavra e Seu nome perante os gentios, reis e os filhos de Israel. 3. Os olhos dos gentios seriam abertos, eles se converteriam das trevas para a luz e do poder de Satanás para Deus; receberiam o perdão dos pecados e herança entre os santificados. 4. A pregação do evangelho do Cristo crucificado. 5. Paulo falou sobre apresentar todo homem perfeito em Cristo, por meio da pregação, exortação e ensino da sabedoria. Isso se refere aos membros da igreja e, portanto, ao discipulado. 6. Quando Pedro foi a Antioquia, começou a comer com os gentios, mas quando chegaram crentes judeus vindos de Jerusalém, deixou de comer com eles. Paulo repreendeu Pedro, ensinando que a igreja não deve se prender a preferências culturais, mas deve se concentrar nos eternos princípios divinos.



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