quinta-feira, 3 de novembro de 2016

06. Maldição sem causa?: 29 de outubro a 5 de novembro

06. Maldição sem causa?: 29 de outubro a 5 de novembro

SÁBADO À TARDE (Ano Bíblico: Jo 1-3)
VERSO PARA MEMORIZAR: “Poderá algum mortal ser mais justo que Deus? Poderá algum homem ser mais puro que o seu Criador?” (Jó 4:17, NVI).
Leituras da semana: Sl 119:65-72; Jó 2:11-13; 4:1-21; Rm 3:19, 20; 1Co 3:19; Hb 12:5; Mt 7:1
Na semana passada destacamos a importância de nos colocarmos no lugar de Jó, pelo menos até onde for possível. Em certo sentido, isso não deve ter sido tão difícil, pois todos nós já tivemos essa experiência; isto é, todos nós, até certo ponto, já nos encontramos imersos em sofrimento que parecia não fazer sentido e que aparentemente não era justo.
Devemos manter essa perspectiva no restante da lição. No entanto, precisamos também observar a perspectiva dos outros personagens da história: os homens que foram lamentar e sofrer juntamente com Jó.
E isso também não deveria ser tão difícil. Quem já não viu o sofrimento de outras pessoas? Quem já não buscou consolá-las em sua dor e perda? Quem não sabe o que é tentar encontrar as palavras certas para falar a pessoas cuja dor também corta nosso coração?
Na verdade, grande parte do livro de Jó é dedicada ao diálogo entre Jó e esses homens, à medida que todos eles tentavam encontrar sentido naquilo que muitas vezes parece não fazer sentido algum: a sucessão infinita do sofrimento e tragédia humana neste mundo criado por um Deus amoroso, poderoso e cuidadoso.
12 de novembro será o dia do Espírito de Profecia. Para essa data, planeje um sermão sobre o tema. Faça um programa especial à tarde sobre esse importante assunto.
DOMINGO - As grandes questões (Ano Bíblico: Jo 4-6)
A maior parte das ações no livro de Jó é relatada nos dois primeiros capítulos. Neles é levantado o véu que separa o Céu e a Terra, e obtemos um vislumbre de um aspecto da realidade que, de outro modo, continuaria oculto a nós. Por mais longe que nossos telescópios possam alcançar e examinar o Universo, eles sequer chegam perto da possibilidade de nos revelar o que foi mostrado nesse livro, escrito há milhares de anos em um deserto que muito provavelmente esteja localizado na atual Arábia Saudita. O livro de Jó também nos revela a íntima relação entre o mundo sobrenatural (o mundo de Deus e dos anjos) e o mundo natural (a Terra e os que nela habitam).
Após os dois primeiros capítulos, grande parte do livro de Jó consiste no que chamamos na televisão de “conversa” ou “bate-papo”, ou seja, apenas diálogos. Nesse caso, o diálogo foi entre Jó e os homens que foram discutir com ele as questões difíceis da vida: teologia, sofrimento, filosofia, fé, vida e morte.
E por que não discutir, considerando tudo o que havia acontecido com Jó? É muito fácil ficar preso às coisas comuns da vida, aos afazeres do cotidiano, e esquecer quais são as grandes e importantes questões da vida. Não há nada como uma calamidade, seja nossa ou de outros, para nos sacudir da nossa letargia espiritual e fazer com que comecemos a levantar as perguntas importantes.
1. Leia Salmos 119:65-72. O que o salmista disse nesse trecho? Marque falso (F) ou verdadeiro (V):
( ) O sofrimento não traz nenhum benefício.
( ) Deus não permite que os fiéis passem por aflições.
( ) O Senhor permite as aflições para que nos afastemos do erro e aprendamos mais sobre Sua lei.
( ) Por Seu poder e por Sua Palavra, o Senhor nos livra dos resultados dos nossos erros e das injustiças dos perversos.
O salmista foi capaz de enxergar o bem proveniente dos sofrimentos que o afligiram. Às vezes, os sofrimentos podem ser bênçãos disfarçadas, no sentido de que nos conduzem de volta ao Senhor ou nos aproximam dEle pela primeira vez. Quem nunca ouviu histórias de pessoas cuja vida entrou em crise, e somente então voltaram para os braços de Deus ou finalmente se renderam a Ele? Às vezes, as provações, por mais terríveis e trágicas que sejam, podem ser usadas para um bem que, com o tempo, podemos entender. Outras vezes elas parecem arbitrárias e sem propósito.
Você consegue olhar para as provações passadas e ver o bem que surgiu delas? Como você lida com as provações que aparentemente não lhe trouxeram nada de bom?
SEGUNDA - Já pereceu algum inocente? (Ano Bíblico: Jo 7-9)
2. Leia Jó 2:11-13. Como os amigos de Jó viram a situação dele? Marque a alternativa correta:
A. ( ) Com muito desdém, pois acharam que ele merecia tal situação.
B. ( ) Ficaram muito tristes e expressaram empatia, rasgando seus mantos e colocando pó sobre a cabeça.
C. ( ) Com indiferença, pois não sentiam nada por ele.
D. ( ) Tiveram bons olhos, pois achavam que Jó aprenderia muitas coisas com aquelas tragédias.
Quando ouviram sobre o que havia acontecido com Jó, aqueles homens “combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo” (Jó 2:11); isto é, planejaram se reunir para visitar o amigo. Os versos transmitem a ideia de que eles ficaram espantados com o que viram, e começaram a compartilhar do sofrimento de Jó.
Os amigos de Jó se sentaram em silêncio e não disseram uma única palavra. Afinal, o que você diz a alguém naquela situação? No entanto, assim que Jó falou pela primeira vez, externando suas queixas, aqueles homens tiveram muito o que dizer.
3. Leia Jó 4:1-11. Qual é a essência das palavras de Elifaz a Jó? Preencha as lacunas de acordo com o referido texto bíblico.
Elifaz insinuou que __________________ não era __________________, pois aquele que __________________ o mal, colhe também o __________________.
Talvez a fala de Elifaz pudesse ser um bom começo para um livro sobre aconselhamento aos enlutados. O capítulo inicial poderia ser intitulado: “O que não dizer para um enlutado”. Embora aqueles homens tivessem se compadecido de Jó, essa compaixão tinha limite. Para Elifaz, a pureza teológica era mais importante do que o consolo. É difícil imaginar que alguém chegue até um sofredor e diga, basicamente: “Você deve ter merecido isso, pois Deus é justo, e somente os perversos sofrem desse jeito.”
Que proveito haveria em dizer isso para Jó? Imagine que um motorista, dirigindo em alta velocidade, se envolvesse em um acidente de carro em que toda a sua família acabasse morrendo. Você consegue imaginar alguém indo até esse motorista logo depois, em meio ao seu luto, e dizendo bruscamente: “Deus está punindo você por seu excesso de velocidade”? O problema com as palavras de Elifaz não era somente a teologia questionável; a grande questão era sua insensibilidade para com Jó e tudo que ele estava sofrendo.
Pense numa situação em que pessoas confortaram você em meio a perda e dor. O que elas lhe disseram? Como disseram? Que lições você aprendeu com essa experiência?
TERÇA - Um homem e seu Criador (Ano Bíblico: Jo 10, 11)
Com suas primeiras palavras, Elifaz jamais ganharia um prêmio por “tato e solidariedade”. Basicamente, ele estava dizendo que era fácil para Jó ser uma luz e conforto a outras pessoas quando as coisas lhe iam bem. Mas, depois que o mal lhe havia ocorrido, ele estava “perturbado”. Porém, ele não deveria estar. Afinal de contas, Deus é justo e, portanto, o mal que nos sobrevém é merecido.
4. Leia Jó 4:12-21. Que outro argumento Elifaz apresentou a Jó?
Há muitas coisas interessantes que poderíamos observar nesse texto, inclusive a maneira pela qual aqueles homens entendiam a natureza e o caráter do verdadeiro Deus, mesmo antes do surgimento da nação de Israel. O livro de Jó nos revela que, de fato, outras pessoas além dos patriarcas e dos israelitas tinham algum conhecimento do Senhor. Vemos Elifaz tentando defender o caráter de Deus.
O que Elifaz tinha ouvido em suas “visões noturnas” era uma teologia muito sólida e correta em muitos aspectos (veja Sl 103:14; Is 64:7; Rm 3:19, 20). Nós, seres humanos, somos barro; somos transitórios e podemos ser tão facilmente esmagados como a traça. E, naturalmente, quem pode ser mais justo do que Deus?
Por outro lado, as palavras de Elifaz foram banais e fora de contexto. A questão com Jó não era se ele era melhor do que Deus. Não era essa a queixa dele. A maior parte do tempo Jó falava de quanto ele era miserável, quanto estava sofrendo, e não que ele fosse de algum modo mais justo do que Deus.
Elifaz, no entanto, parece ter interpretado tudo isso na fala de Jó. Afinal, se Deus é justo, e o mal vem apenas sobre os maus, então Jó devia ter feito algo para merecer o que estava passando. Portanto, as queixas de Jó não eram justas. Ansioso para defender Deus, Elifaz começou a “dar um sermão” em Jó. Mais do que alguma sabedoria coletiva que ele acreditava ter sobre Deus, Elifaz tinha algo mais: uma espécie de revelação sobrenatural que apoiava sua posição. O único problema, no entanto, é que a posição que ele tomou estava equivocada.
Mesmo que estejamos certos em algum ponto, às vezes podemos não expressar a questão da maneira mais útil e redentora. Como evitar esse erro?
QUARTA - O louco lançando raízes (Ano Bíblico: Jo 12, 13)
No capítulo 5, Elifaz continuou com sua argumentação. Basicamente ele disse a mesma coisa que tinha dito no capítulo anterior: o mal acontece apenas com pessoas más. Imagine como Jó deve ter se sentido, sabendo que isso não podia estar correto e que ele não merecia sua condição deplorável.
No entanto, há um problema aqui: nem tudo o que Elifaz disse estava errado. Ao contrário, muitos desses mesmos pensamentos são ecoados em outras partes da Bíblia.
5. Como os seguintes textos refletem as opiniões expressas em Jó 5?
Sl  37:10
Pv 26:2
Lc 1:52
1Co 3:19
Sl 34:6
Hb 12:5
Os 6:1
Sl 33:19
*Lembrete: Aproveite mais o estudo da lição e envolva cada aluno na busca das respostas para as perguntas de cada dia, com base nas respostas e atividades para a semana, sugeridas no fim da lição de sexta-feira.
QUINTA - Julgamento precipitado” (Ano Bíblico: Jo 14, 15)
Muito do que Elifaz disse a Jó estava correto. Isto é, ele fez muitas colocações válidas, que foram expressas na Bíblia posteriormente. Contudo, havia algo muito errado em sua resposta a Jó. O problema foi o contexto, pois as verdades que ele estava expressando não se aplicavam àquela situação.
Veja esta afirmação de Ellen G. White: “Nenhuma verdade a Bíblia ensina mais claramente do que aquela segundo a qual o que fazemos é o resultado do que somos. Em grande parte, as experiências da vida são fruto de nossos próprios pensamentos e ações” (Educação, p. 146).
Contudo, você poderia imaginar um “santo” bem-intencionado indo até alguém numa situação como a de Jó e lendo para essa pessoa a afirmação de Ellen G. White mencionada acima? Teria sido muito melhor se esse “santo” bem-intencionado tivesse, em vez disso, seguido este conselho: “Muitos pensam que estão representando a justiça de Deus, enquanto deixam inteiramente de Lhe representar a ternura e o grande amor. Muitas vezes aqueles a quem eles tratam com severidade e rispidez se acham pressionados pela tentação. Satanás está lutando com essas pessoas, e as palavras ásperas, destituídas de compaixão, desanimam-nas, fazendo-as cair presa do poder do tentador” (A Ciência do Bom Viver, p. 163).
Havia muito mais coisas acontecendo ali do que Elifaz e todos os outros, inclusive Jó, sabiam. Portanto, o julgamento precipitado de Elifaz, mesmo com toda a sua teologia correta, era dificilmente a coisa certa a se fazer, dadas as circunstâncias.
6. Por que os seguintes textos devem ser os primeiros em nossa lista quando lidamos com alguém que, segundo pensamos, tenha cometido erros? Mt 7:1, 2; Rm 2:1-3; 1Co 4:5. Avalie as afirmações abaixo e marque as alternativas corretas. Os textos revelam que:
A. ( ) Estamos na mesma condição das outras pessoas e, portanto, não podemos julgar.
B. ( ) Com a medida com que julgarmos, também seremos julgados.
C. ( ) Não sabemos das intenções do coração; elas serão reveladas somente quando Deus trouxer à luz aquilo que está oculto.
D. ( ) Ao julgar, estamos cometendo os mesmos atos daquele que é julgado.
Mesmo que Elifaz estivesse certo e Jó, de fato, fosse o responsável por aquele sofrimento, as palavras de Elifaz foram imprudentes e inoportunas. Todos nós, em algum momento, precisamos de compaixão e solidariedade, não de um sermão. É evidente que há um momento e lugar para receber uma advertência. Mas quando um homem está sentado num monte de cinzas, com sua vida arruinada, seus filhos mortos e seu corpo coberto de feridas, esse com certeza não é o momento certo.
SEXTA - Estudo adicional (Ano Bíblico: Jo 16-18)
Como vimos, não é que Elifaz não tivesse compaixão de Jó; é que simplesmente ela ficou em segundo plano, pois ele via como sua maior necessidade defender o caráter de Deus. Afinal de contas, Jó estava sofrendo muito, e Deus é justo. Portanto, Jó devia ter feito algo para merecer o que havia acontecido com ele. Elifaz concluiu que essa seria a essência da justiça de Deus. Portanto, Jó estava errado em sua queixa.
É evidente que Deus é justo. Mas isso não significa automaticamente que veremos a manifestação de Sua justiça em tudo que ocorre neste mundo caído. A verdade é que muitas vezes isso não acontece. A justiça e o juízo virão, mas não necessariamente agora (Ap 20:12). Parte do que significa viver pela fé é confiar em Deus, crendo que a justiça tão escassa hoje será revelada e manifestada um dia.
O que vemos com Elifaz também aparece na atitude de alguns escribas e fariseus para com Jesus. Aqueles homens estavam tão presos ao seu desejo de ser “fiéis” e religiosos, que sua ira por causa das curas que o Senhor realizava no dia de sábado (Mt 12) superou a alegria que eles deveriam ter sentido, pois o enfermo havia sido curado, e o sofredor, aliviado. Por mais específicas que tenham sido as palavras de Cristo no texto a seguir, elas têm um princípio que nós, que amamos a Deus e somos zelosos por Ele, devemos sempre nos lembrar: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas” (Mt 23:23).
Perguntas para reflexão
1. Como podemos saber quando uma pessoa precisa de compaixão e solidariedade, e quando ela precisa de um sermão ou talvez até de uma repreensão? Por que muitas vezes seria melhor escolher o lado da compaixão e solidariedade ao lidar com os que sofrem, mesmo que seja por causa de seus próprios pecados e erros?
2. Leia novamente o que Elifaz disse a Jó nos capítulos 4 e 5. Em que situação essas palavras teriam sido mais apropriadas do que foram naquele momento?
3. Suponha que você fosse um amigo de Jó e fosse vê-lo enquanto ele estivesse sentado no monte de cinzas. O que você teria dito para ele? Por quê? Se você estivesse no lugar de Jó, o que gostaria que as pessoas lhe dissessem?
Respostas sugestivas: 1. F; F; V; V. 2. B. 3. Jó – justo – semeia – mal. 4. O ser humano é injusto e impuro; Deus não confia nos Seus anjos, muito menos na humanidade; a vida é transitória. Elifaz tinha razão em parte de seu raciocínio, mas omitiu a esperança do perdão, que nos torna dignos na presença de Deus, e a promessa de vida eterna, que neutraliza o medo da transitoriedade da vida. 5. Conforme o tamanho de sua classe, com antecedência, forme duplas de estudo e distribua um ou dois textos para cada dupla, solicitando-lhes que encontrem a relação entre seus textos e o capítulo 5 do livro de Jó. 6. Todas as afirmações estão corretas.

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