SÀBADO À TARDE (Ano Bíblico: 2Co 1-4)
VERSO PARA MEMORIZAR: “Assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55:9).
Leituras da semana: Jó 13:28; 28:28; 32:1-5; 34:10-15; Ez 28:12-17; Jó 1; 2:1-10
A intensa discussão entre Jó e aqueles três homens continuava. Às vezes, eles falavam palavras intensas, profundas, belas e verdadeiras. O livro de Jó é muito citado, até mesmo dos discursos de Elifaz, Bildade e Zofar. A razão para isso é que, como já vimos repetidas vezes, os três amigos de Jó de fato tinham muitas coisas boas a dizer. Acontece que eles simplesmente não as disseram no lugar, momento e circunstância certos. Isso deveria nos ensinar a verdade poderosa de Provérbios 25:11-13:
“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. Como pendentes e joias de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento. Como o frescor de neve no tempo da ceifa, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam, porque refrigera a alma dos seus senhores”.
Infelizmente, não eram essas as palavras que Jó estava ouvindo de seus amigos. Na verdade, o problema ficaria pior, pois em vez de apenas três homens dizerem que Jó estava errado, um novo homem surgia em cena.
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DOMINGO - Consoladores miseráveis (Ano Bíblico: 2Co 5-7)
Mesmo após a poderosa declaração de fé feita por Jó (Jó 13:15, 16), a discussão continuava. Ao longo de muitos capítulos, aqueles homens debateram questões profundas e importantes sobre Deus, o pecado, a morte, a justiça, os ímpios, a sabedoria, e a natureza transitória da humanidade.
1. Que verdades são expressas nos seguintes textos?
Jó 13:28
Jó 15:14-16
Jó 19:25-27
Jó 28:28
O debate continuou por todos esses capítulos e nenhum lado se rendia. Elifaz, Bildade e Zofar, cada um em sua própria maneira, com seus próprios objetivos, não arrefeciam em seu argumento de que as pessoas recebiam o que mereciam na vida. Portanto, o que havia acontecido com Jó só podia ser um castigo justo pelos seus pecados. Enquanto isso, Jó continuava a lamentar seu destino cruel, certo de que ele não merecia aquele sofrimento. Eles discutiam sem cessar; cada “consolador” acusava Jó de dizer palavras vãs e inúteis e Jó também os acusava.
No fim das contas, nenhum deles, nem Jó, compreendia o que estava acontecendo. Como podiam compreender? Eles falavam a partir da perspectiva limitada que todos os seres humanos têm. Se podemos aprender uma lição do livro de Jó (que deveria ser óbvia neste momento, especialmente depois de todos os discursos daqueles homens), é que nós, seres humanos, precisamos ter humildade quando professamos falar de Deus e de Sua atuação. Podemos ter algum conhecimento da verdade, talvez até muito, mas às vezes, como no caso daqueles três homens, pode ser que não saibamos necessariamente a melhor forma de aplicar as verdades que conhecemos.
Olhe para o mundo natural. Por que só esse fato já nos revela quanto nosso conhecimento é limitado, até mesmo em relação às coisas mais simples?
SEGUNDA - Eliú entra em cena (Ano Bíblico: 2Co 8-10)
Dos capítulos 26 a 31, Jó, o trágico herói dessa história, fez seu último discurso aos três homens. Apesar de eloquente e impetuoso, Jó basicamente repetiu o argumento que vinha usando ao longo de todo o livro: “Não mereço o que está acontecendo comigo. Ponto final.”
Jó representa a humanidade no sentido de que muitas pessoas sofrem coisas que não merecem. E a questão, a mais difícil em muitos aspectos, é: por que isso acontece? Em alguns casos a resposta para o sofrimento é relativamente simples. As pessoas claramente trazem problemas para si mesmas. Mas muitas vezes, especialmente no caso de Jó, não é isso que acontece, e assim a questão do sofrimento continua.
À medida que o capítulo 31 vai chegando ao fim, Jó fala sobre a vida que levava, na qual nada do que ele havia feito justificava o que estava lhe acontecendo. Em seguida, o último verso do capítulo diz: “Aqui terminam as palavras de Jó” (Jó 31:40, NVI).
2. Leia Jó 32:1-5. O que aconteceu nessa passagem? Considere as afirmações abaixo e assinale a(s) alternativa(s) correta(s):
A. ( ) Eliú ficou indignado com os três amigos de Jó, pois eles não haviam encontrado meios de refutar Jó, e ainda assim o condenaram.
B. ( ) Eliú acusou Jó de pretender ser mais justo do que Deus.
C. ( ) Eliú acusou os amigos de Jó de serem coniventes com o pecado de Jó.
Essa é a primeira vez que Eliú é mencionado no livro de Jó. Embora não saibamos quando exatamente ele entrou em cena, é óbvio que ele ouviu parte das longas discussões. Eliú deve ter chegado mais tarde, pois não é mencionado junto com os outros três amigos quando estes foram visitar Jó pela primeira vez. Seja qual for a parte do diálogo que ele acompanhou, o que sabemos é que Eliú ficou insatisfeito com as respostas que ouvira. Na verdade, nesses cinco versos, vemos que sua “ira” se acendeu por quatro vezes por causa do que ouvira. Então, nos seis capítulos seguintes, Eliú procurou dar seu parecer e sua explicação sobre as difíceis questões com as quais aqueles homens lidaram por causa das calamidades que atingiram Jó.
Jó 32:2 afirma que Eliú ficou irado com Jó, “porque este pretendia ser mais justo do que Deus”, o que era uma distorção da verdadeira atitude de Jó. Devemos ter muito cuidado com nossa maneira de interpretar as palavras de outras pessoas. Como interpretar da melhor maneira o que as pessoas dizem?
*Lembrete: Aproveite mais o estudo da lição e envolva cada aluno na busca das respostaspara as perguntas de cada dia, com base nas respostas e atividades para a semana,sugeridas no fim da lição de sexta-feira.
TERÇA - Eliú defende Deus (Ano Bíblico: 2Co 11-13)
Foram escritos muitos comentários sobre Eliú e seu discurso ao longo dos séculos. Alguns consideram suas palavras um momento decisivo na direção do diálogo. Porém, não é muito fácil perceber em que aspecto Eliú acrescentou alguma coisa tão inovadora a ponto de modificar a dinâmica do diálogo. Em vez disso, Eliú parece ter apresentado os mesmos argumentos que os outros três amigos haviam apresentado na tentativa de defender o caráter de Deus contra a acusação de injustiça em relação aos sofrimentos de Jó.
3. Leia Jó 34:10-15. Quais verdades Eliú expressou nesse texto? Qual é o paralelo entre essas verdades e as palavras dos outros amigos de Jó? Embora suas palavras fossem verdadeiras, por que elas foram inapropriadas àquela situação?
Talvez o que percebemos em Eliú e nos outros três homens seja medo. Talvez eles tivessem medo de que Deus não fosse o que eles imaginavam. Eles queriam acreditar na bondade, na justiça e no poder de Deus. Portanto, o que fez Eliú senão expressar verdades sobre a bondade, a justiça e o poder de Deus?
“Os olhos de Deus estão sobre os caminhos do homem e veem todos os seus passos. Não há trevas nem sombra assaz profunda, onde se escondam os que praticam a iniquidade” (Jó 34:21, 22).
“Eis que Deus é mui grande; contudo a ninguém despreza; é grande na força da sua compreensão. Não poupa a vida ao perverso, mas faz justiça aos aflitos. Dos justos não tira os olhos; antes, com os reis, no trono os assenta para sempre, e são exaltados” (Jó 36:5-7).
“Ao Todo-Poderoso, não o podemos alcançar; Ele é grande em poder, porém não perverte o juízo e a plenitude da justiça. Por isso, os homens O temem; Ele não olha para os que se julgam sábios” (Jó 37:23, 24).
Se tudo isso é verdade, então a única conclusão lógica a que podemos chegar é de que Jó estava recebendo o que merecia. O que mais poderia ser? Eliú estava tentando “proteger” sua própria compreensão de Deus em face do mal tão terrível que estava acontecendo com um homem tão bom como Jó.
Você já enfrentou uma situação que o fez temer por sua fé? Como você reagiu? Olhando para trás, o que poderia ter feito diferente?
QUARTA - A irracionalidade do mal (Ano Bíblico: Gl 1-3)
Aqueles quatro homens, que acreditavam em um Deus de justiça, encontravam-se num dilema: como explicar a situação de Jó de maneira lógica e racional que fosse consistente com a compreensão que tinham sobre o caráter de Deus? Em sua tentativa de compreender o mal, ou pelo menos o mal que sobreviera a Jó, eles infelizmente acabaram adotando uma posição essencialmente errada.
Ellen G. White escreveu um comentário poderoso quanto a esse assunto: “É impossível explicar a origem do pecado de maneira a dar a razão de sua existência […] O pecado é um intruso, por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável; desculpá-lo corresponde a defendê-lo. Se para ele se pudesse encontrar desculpa, ou mostrar-se causa para sua existência, deixaria de ser pecado” (O Grande Conflito, p. 492, 493).
Embora ela utilize a palavra pecado, vamos supor que essa palavra seja trocada por outra que tem um significado semelhante: mal. Assim, a citação ficaria: “É impossível explicar a origem do mal de maneira a dar a razão de sua existência […] O mal é um intruso, por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável; desculpá-lo corresponde a defendê-lo. Se para ele se pudesse encontrar desculpa, ou mostrar-se causa para sua existência, deixaria de ser mal.”
Muitas vezes, quando a tragédia bate à porta, as pessoas dizem ou pensam: “eu não entendo”, ou “isso não faz sentido”. Era exatamente disso que se tratava a queixa de Jó.
4. Leia Ezequiel 28:12-17. A queda de Satanás e a origem do mal fazem sentido? Por quê? Marque V para verdadeiro ou F para falso:
( ) A queda faz certo sentido, pois Deus não supriu todas as necessidades e desejos de Lúcifer.
( ) A queda não faz sentido, pois Lúcifer era perfeito em seus caminhos e nada lhe faltava.
Ali estava um ser perfeito, criado pelo Deus perfeito, em um ambiente perfeito. Ele era exaltado, cheio de sabedoria, perfeito em beleza, coberto de pedras preciosas; era um “querubim ungido”, que estava “no monte santo de Deus”. No entanto, mesmo com tudo isso e tendo recebido tantos privilégios, esse ser se corrompeu e permitiu que o mal o dominasse. O que pode ser mais irracional e ilógico do que o mal que contaminou o diabo?
Você já sentiu em sua experiência quanto o mal é realmente irracional e inexplicável?
QUINTA - O desafio da fé (Ano Bíblico: Gl 4-6)
Com certeza, os principais personagens do livro de Jó, meros mortais que viam “como em espelho, obscuramente” (1Co 13:12), estavam agindo de acordo com uma perspectiva muito limitada e uma compreensão muito estreita da natureza do mundo físico, e muito menos do espiritual. Também é interessante notar que em todos aqueles debates sobre o mal que havia ocorrido com Jó, nenhum deles, nem mesmo Jó, falou sobre o papel do diabo, que era a causa direta e imediata de todas as aflições de Jó. Aqueles homens, principalmente Eliú (veja Jó 36:1-4), tinham convicção de que estavam certos. Porém, suas tentativas de explicar racionalmente o sofrimento de Jó não foram suficientes. Além disso, é evidente que Jó sabia que as tentativas deles haviam falhado.
5. Conhecendo o contexto cósmico da história de Jó, podemos explicar de modo satisfatório o mal que aconteceu com ele? Leia Jó 1:1–2:10. Mesmo com todas essas revelações, que outras perguntas permanecem sem resposta?
Como vimos anteriormente, não foi a maldade de Jó que lhe trouxe o sofrimento. Longe disso! Na verdade, foi precisamente sua bondade que fez com que Deus o destacasse diante do diabo. Então foi a bondade de Jó e seu desejo de ser fiel a Deus que fizeram com que tudo aquilo acontecesse com ele? Como podemos entender isso? E mesmo que Jó soubesse o que estava acontecendo, não teria ele clamado: “Por favor, Deus. Use outra pessoa. Devolva meus filhos, minha saúde e minha propriedade!”? Jó não tinha se oferecido como cobaia. Quem faria isso? Portanto, o que aconteceu com Jó e sua família foi justo?
Enquanto isso, embora Deus tenha vencido o confronto com o diabo, sabemos que o inimigo não admitiu a derrota (Ap 12:12). Qual era então o propósito de tudo aquilo? Além do mais, não importa o bem que tenha resultado dos sofrimentos de Jó, será que valeu a pena a morte de todas aquelas pessoas e toda a aflição que Jó passou? Se ainda temos essas perguntas (embora estejamos esperando mais respostas no futuro), imagine todas as perguntas que Jó tinha!
Contudo, eis aqui uma das lições mais importantes que podemos tirar do livro de Jó: devemos viver pela fé e não pelo que vemos; devemos confiar em Deus e permanecer fiéis a Ele mesmo quando não pudermos racionalizar nem explicar a razão das coisas que acontecem. Não vivemos pela fé quando tudo é explicado de maneira plena e racional. Andamos pela fé quando confiamos em Deus e a Ele obedecemos, mesmo sem entender as coisas que acontecem ao nosso redor.
Em quais coisas você precisa confiar em Deus, mesmo quando não as compreende? É possível continuar construindo essa confiança, ainda que não tenhamos as respostas?
SEXTA - Estudo adicional (Ano Bíblico: Ef 1-3)
O autor John Hedley Brooke escreveu sobre o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) e sua tentativa de compreender os limites do conhecimento humano, principalmente no tocante às obras de Deus. Para Kant, “justificar os caminhos de Deus ao homem era uma questão de fé, não de entendimento. Como exemplo de uma postura autêntica em face da adversidade, Kant escolheu Jó, que foi despojado de tudo, exceto da consciência limpa. Sujeitando-se diante de uma ordem divina, ele estava certo em resistir aos conselhos dos amigos que buscavam apresentar as razões do seu infortúnio. A força da atitude de Jó consistia em saber o que então sabia: o que Deus pensava que estava fazendo ao acumular infortúnios sobre ele” (Science and Religion [“Ciência e religião”]; Nova York: Cambridge University Press, 2006, p. 207, 208). Elifaz, Bildade, Zofar e Eliú julgavam que podiam explicar o que havia acontecido com Jó em uma simples relação de causa e efeito. A causa era o pecado de Jó; o efeito era seu sofrimento. O que poderia ser mais claro, teologicamente correto e racional do que isso? No entanto, o raciocínio deles estava errado – um exemplo poderoso do fato de que a realidade e o Deus que a criou e a sustenta não necessariamente obedecem nossa compreensão de Deus e do funcionamento do mundo criado por Ele.
Perguntas para reflexão
1. Como vimos, o diabo não é mencionado sequer uma vez em nenhum dos longos discursos sobre a situação do pobre Jó e por que tudo aconteceu. Por quê? O que isso nos diz sobre a compreensão limitada daqueles homens, apesar de todas as verdades que possuíam? O que a ignorância deles nos ensina sobre nossa própria ignorância, a despeito de todas as verdades que temos?
2. “Quando tomamos em nossas mãos a direção das coisas com que temos de lidar, e confiamos em nossa própria sabedoria quanto ao êxito, chamamos sobre nós um fardo que Deus não nos deu, e estamos a levá-lo sem Sua ajuda […] Mas quando realmente acreditarmos que Deus nos ama, e nos quer fazer bem, cessaremos de afligir-nos a respeito do futuro. Confiaremos em Deus assim como uma criança confia em um pai amoroso.” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 468). Como podemos ter essa fé? Isto é, que escolhas estamos fazendo hoje que fortalecerão ou enfraquecerão nossa fé?
Respostas e tarefas para a semana: 1. Com alguns dias de antecedência, distribua os textos entres os alunos, solicitando que eles identifiquem a verdade da passagem bíblica que receberam e tirem lições para a vida prática. 2. A e B. 3. Com antecedência, solicite aos alunos que identifiquem as verdades mencionadas por Eliú em Jó 34:10-15, e quais dessas verdades foram apresentadas no momento inoportuno. 4. F; V. 5. Com antecedência, divida a classe em dois grupos, designando a um deles o capítulo 1 de Jó, e ao outro o capítulo 2:1-10. Solicite a cada grupo que leia seu capítulo e procure anotar as explicações para o sofrimento de Jó e também as perguntas que permanecem sem resposta. Permita a cada grupo apresentar suas conclusões na classe.
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