quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Chorem e gritem – Lição 10 |29 a 6 de dezembro




VERSO PARA MEMORIZAR:

“Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6:21).
Leituras da Semana: Tg 5:1-6; Sl 73:3-19; 1Sm 25:2-11; Lv 19:13; Lc 16:19-31; Mt 5:39
A popularidade mundial do programa de televisão “Who Wants to Be a Millionaire?” (Quem Quer Ser Milionário?) sugere que muitas pessoas acariciam indiretamente a fantasia do maltrapilho que se torna rico, e provavelmente esperam que isso aconteça com eles algum dia.
Mas a riqueza não é tudo o que muitos acreditam que ela seja. Estudos sugerem que o aumento da renda segue a lei dos retornos decrescentes: embora permitam que as pessoas vivam confortavelmente, mais riquezas não compram mais felicidade.
Relacionamentos significativos, satisfação no trabalho e uma vida com propósito costumam ser uma contribuição maior para a felicidade do que a riqueza. As melhores coisas são gratuitas, como palavras de amor, sorriso, o ouvido atento, cortesia, aceitação, respeito, um toque de compaixão e amizade genuína.
Ainda mais preciosos são os dons de Deus: fé, esperança, sabedoria, paciência, amor, contentamento, e muitas outras bênçãos que vêm pela presença do Seu Espírito em nossa vida. A ironia é que, ainda que muitos cristãos concordem com esses sentimentos, sua vida diária sugere que o egoísmo muitas vezes tem o controle. Como veremos nesta semana, a ganância é um grande erro, cheio de consequências terríveis.

DOMINGO – A JUSTIÇA SERÁ FEITA!

O capítulo 5 de Tiago começa de modo estrondoso: “Agora, ricos, escutem! Chorem e gritem pelas desgraças que vocês vão sofrer!” (Tg 5:1, NTLH). Sem dúvida, isso deve ter chamado a atenção de seus leitores.
Em Tiago 1:10, 11, ele lembrou os ricos de que as riquezas são transitórias. No capítulo 5, os que de modo obstinado se apegam às riquezas são exortados a chorar e gritar. É como se seu juízo iminente já estivesse sendo derramado. A vívida descrição continua ao longo da nossa passagem para esta semana, trazendo à mente a retribuição divina pelo perverso abuso que caracteriza o período imediatamente anterior ao retorno de Cristo (ver Lc 17:27-29; 2Tm 3:1, 2; Ap 18:3, 7). Uma atitude semelhante permeia a igreja de Deus dos últimos dias (Ap 3:17). Curiosamente, a palavra grega traduzida como “desgraças” [ou miséria] em Tiago 5:1 vem da mesma raiz usada para descrever Laodiceia como “miserável” em Apocalipse 3:17.
1. Às vezes, é difícil entender por que algumas pessoas prosperam explorando os pobres e, ainda pior, por que elas parecem ficar impunes! Leia o Salmo 73:3-19. Que esperança é encontrada nesses versos em relação a esse problema permanente?
Nos livros dos profetas do Antigo Testamento, encontramos uma preocupação com a justiça e com a promessa de que Deus agiria para corrigir as coisas. Mas esse persistente e firme sentimento de esperança não parecia tornar mais fácil o período desconfortável e angustiante da espera pela intervenção divina. Por exemplo, escrevendo em um tempo de ampla apostasia entre o povo de Deus, quando Babilônia, cheia de orgulho, celebrava seu poder e prosperidade, o profeta Habacuque fez uma série de perguntas diretas a Deus (ver Hc 1:2-4, 13, 14). A breve resposta foi que ele devia confiar no Senhor e esperar um pouco mais (Hc 2:2-4). O profeta fez exatamente isso (ver Hc 3:17, 18).
Quais injustiças o deixam irado e indignado? Embora devamos fazer o possível para aliviar a injustiça, como podemos descansar na promessa de que, de alguma forma, quando tudo acabar, a justiça divina será feita?

SEGUNDA-FEIRA – QUANDO A RIQUEZA SE TORNA INÚTIL

2. Leia Tiago 5:2, 3. Qual é a advertência de Tiago? Embora suas palavras sejam muito fortes, sobre que tipo de riqueza ele estava falando? Qual é sua mensagem básica?
Riquezas apodrecidas [ou corruptas], roupas comidas de traça, e até mesmo prata e ouro enferrujados: essas são imagens para considerarmos seriamente enquanto nosso planeta corre cada vez mais rápido em direção ao seu fim.
A situação econômica do mundo parece estar sempre indo de uma crise para outra. Mesmo os “bons” tempos, quando chegam, raramente perduram e são sempre seguidos por uma recessão. Qualquer aparência de estabilidade econômica e tranquilidade que o mercado global ofereça é passageira e em grande parte imaginária. Descontentamento e instabilidade crescem à medida que a disparidade entre ricos e pobres se alarga. Tal era a situação quando Tiago escreveu que os pobres estavam ficando cada vez mais desesperados e os ricos cada vez mais intolerantes com a situação dos pobres.
3. Considere as seguintes pessoas e descreva o efeito que a riqueza (ou a falta dela) teve sobre elas:
1. Nabal (1Sm 25:2-11)
2. Ezequias (2Rs 20:12-19)
3. Pedro (At 3:1-10)
Cedo ou tarde, as riquezas do mundo perdem seu brilho para todos nós. Conhecemos suas limitações e talvez até mesmo seu lado cruel. O dinheiro tem seu lugar; o problema é quando as pessoas o colocam no lugar errado.
Tiago diz que o dinheiro “será testemunha contra” aqueles que fazem mau uso dele (Tg 5:3, NTLH). Embora ele tenha dado essa advertência no contexto do fim dos tempos, um ponto deve ficar claro: nossa maneira de usar o dinheiro é um assunto importante. A imagem do fogo que devora a carne tem a intenção de nos despertar para a seriedade das escolhas que estamos fazendo com nosso dinheiro. Será que estamos acumulando tesouro que acabará sendo queimado, ou estamos juntando para a eternidade? (ver Lc 12:33, 34).
Pense cuidadosamente sobre sua atitude em relação ao dinheiro e como isso afeta seus relacionamentos.
O que isso lhe diz sobre sua maneira de usar o dinheiro?

TERÇA – O CLAMOR DOS POBRES

Lendo o livro de Tiago, notamos que várias categorias de pessoas ricas são mencionadas, incluindo comerciantes ricos que serão mortos no meio de suas atividades (Tg 1:11), pessoas de negócios que entram na justiça para proteger seus investimentos (Tg 2: 6) e proprietários de terras que têm retido os salários de seus trabalhadores (Tg 5:4). Esses versos descrevem os ricos negativamente com base em seu comportamento passado, atitude no presente e futuro castigo. Essas pessoas têm essencialmente acumulado tesouros (Tg 5:3), às custas dos pobres.
4. “Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando” (Tg 5:4). Compare com Levítico 19:13; Deuteronômio 24:14, 15; Jeremias 22:13. Que princípio importante aprendemos nesses textos em relação à nossa maneira de lidar com os outros?
Em Israel, nos tempos bíblicos, logo que os salários eram pagos, muitos, se não a maioria dos trabalhadores, usavam esse dinheiro para comprar alimentos para as famílias. Reter os salários muitas vezes significava que a família teria que passar fome. Portanto, nessa passagem Tiago estava tratando de um assunto sério.
Não é de admirar, então, que Tiago falasse de modo tão forte contra os que retinham os salários dos que trabalhavam para eles. Já é muito ruim enganar alguém em qualquer coisa, mas um rico acumular riqueza roubando dos pobres é um pecado, não apenas contra os pobres, mas contra o próprio Céu. E, como Tiago escreveu, no devido tempo o Senhor tratará desse assunto!
“As riquezas trazem consigo grandes responsabilidades. Obtê-las mediante comércio injusto, ludibriando nos negócios, oprimindo as viúvas e os órfãos, ou acumulando bens e negligenciando as necessidades dos pobres, trará finalmente a justa retribuição descrita pelo inspirado apóstolo: “Agora, ricos, escutem! Chorem e gritem pelas desgraças que vocês vão sofrer!” (Tg 5:1, NTLH; Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 682).
Como você lida com as pessoas quando se trata de dinheiro? O que o seu comportamento diz sobre seu cristianismo e sobre o quanto você reflete o caráter de Cristo?

QUARTA – FARTOS E FELIZES(POR ENQUANTO)

5. “Tendes vivido regaladamente sobre a Terra; tendes vivido nos prazeres; tendes engordado o vosso coração, em dia de matança” (Tg 5:5; ver Ez 16:49 e Am 4:1). O que essas passagens ligam à satisfação luxuosa?
No mundo antigo, prevalecia a noção de que havia uma quantidade fixa de riqueza, o que significava que, se a riqueza de algumas pessoas aumentava, a riqueza de outros tinha que diminuir. Em outras palavras, os ricos só podiam se tornar mais ricos tornando os pobres ainda mais pobres. “Criar” riqueza sem prejudicar a riqueza dos outros, no entanto, parece ser uma ideia relativamente moderna.
Alguns chegam a argumentar que, à medida que os ricos ficam mais ricos, eles podem ajudar a tornar os pobres mais ricos também. Por outro lado, considerando que as nações desenvolvidas e aquelas em desenvolvimento competem por recursos cada vez mais escassos, as limitações da criação de riqueza podem parecer mais prementes. Assim, a questão da desigualdade da riqueza ainda prevalece hoje.
Uma das mais famosas histórias de Jesus tratando da questão da desigualdade é a parábola do rico e Lázaro (ver Lc 16:19-31). Na época de Jesus, a maioria das pessoas era bem-sucedida se tivesse duas peças de roupa em vez de apenas uma, e era feliz se fizesse uma festa por ano. Em contrapartida, o homem rico da história “se vestia de púrpura e de linho finíssimo” (os tipos de roupas mais caras) “e que, todos os dias, se regalava esplendidamente” (Lc 16:19). O pobre Lázaro, apesar de ter sido levado para a porta da casa do homem rico, tinha que pedir as poucas migalhas que recebia.
Contrariamente à opinião popular, o verdadeiro foco da parábola é esta vida, não a vida após a morte. Na verdade, o original grego não faz nenhuma menção de “Céu” e “inferno”. O rico e Lázaro são representados no mesmo lugar (v. 23), o túmulo (hadēs). O abismo que os separa simboliza o fato de que, depois que uma pessoa morre, seu destino eterno está determinado. Portanto, nossa maneira de tratar as pessoas nesta vida (com base nos princípios encontrados em “Moisés e os Profetas”, versos 29, 31) é extremamente importante. Não há vida futura em que possamos compensar o que deixamos de fazer nesta vida: “Aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4:20).
Você pode tentar compensar seus erros agora, mas não será capaz de compensá-los depois. Que erros você lamenta e gostaria de compensar?

QUINTA – CULPANDO A VÍTIMA

Quando alguém faz algo errado, a tendência natural é tentar fugir da responsabilidade.
Muitas vezes, as pessoas tentam fazer isso transferindo a responsabilidade para outro, incluindo a pessoa que tenha sido prejudicada. Assassinos se justificam alegando legítima defesa ou culpando sua educação. Ao dizer que foram seduzidos, os autores de violência sexual culpam a vítima. Maridos e mulheres que se divorciam tipicamente culpam o outro pelo casamento fracassado. Os culpados de assassinar os mártires da fé cristã culparam os mártires, acusando-os de heresia. De fato, Jesus alertou Seus discípulos: “Vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus” (Jo 16:2). Na verdade, acreditamos que Tiago também tenha sido morto por causa de sua fé.
Diante disso, as palavras de Tiago 5:6 têm ainda mais importância: “Tendes condenado e matado o justo, sem que ele vos faça resistência.” Você já condenou outros e depois percebeu que estava errado?
6. Leia a última frase de Tiago 5:6. Devemos deixar que as pessoas nos pisem? Quantas brigas você já teria evitado se não tivesse oferecido resistência?
7. O que Jesus quis dizer com “voltar a outra face”? (Mt 5:39). Na prática, como devemos fazer isso? Será que essa é realmente uma questão “prática”?
Como vimos, Tiago tem muita coisa a dizer sobre os ricos e os pobres. Devemos ter em mente, porém, que ele não condena os ricos simplesmente porque são ricos. São suas atitudes e ações que importam para Deus. Da mesma forma, o simples fato de ser economicamente pobre não torna a pessoa mais valiosa para Deus. São os “pobres de espírito” e os “ricos em fé” que serão “herdeiros do reino” (Mt 5:3, ARC; Tg 2:5). Essas qualidades interiores podem não ter nenhuma relação com nossas circunstâncias econômicas específicas. Mas, por outro lado, podem ter, sim. O “rico e abastado” (Ap 3:17) pode ser mais necessitado espiritualmente do que ele pensa. Deus advertiu Israel para se guardar no sentido de que, depois que entrasse na terra prometida e se tornasse próspero, não deveria se esquecer de que todas as coisas boas que desfrutava vinham dEle, incluindo a “força para [adquirir] riquezas” (Dt 8:11-18).

SEXTA – ESTUDO ADICIONAL

“O dinheiro é de grande valor, porque pode realizar grande bem. Nas mãos dos filhos de Deus é alimento para o faminto, água para o sedento, vestido para o nu. É proteção para o opresso, e meio para socorrer o enfermo. Mas o dinheiro não
é de mais valor que a areia, a não ser que o empreguemos para prover as necessidades da vida, para bênção de outros, e para o desenvolvimento da obra de Cristo.
“Riqueza acumulada não é somente inútil, como uma maldição. Nesta vida é uma armadilha para a pessoa, desviando as afeições do tesouro celestial [....] “Quem reconhecer que seu dinheiro é um talento de Deus, o utilizará economicamente,
e sentirá que poupar para poder doar, lhe é um dever (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 351, 352).

Perguntas para reflexão

1. Leia Pv 22:7. “Muitas famílias são pobres porque gastam o dinheiro logo que o recebem. [...] Quando alguém se envolve com dívidas, cai numa das armadilhas que Satanás prepara para as pessoas” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 392).
Ajudar as pessoas a sair das dívidas ou a evitá-las faz parte da obra de “evangelizar os pobres”? (Lc 4:18).
2. Como saber se o dinheiro nos serve ou se nós servimos a ele? Lc 16:10-13.
3. Algumas pessoas têm casas luxuosas, enquanto outras são felizes por apanhar alguns pedaços de madeira para improvisar um abrigo. Como podemos trabalhar para aliviar o problema da pobreza extrema? O que devemos fazer para ajudar, e o que não devemos fazer?

Respostas sugestivas:1. Embora seja difícil entender e aceitar as injustiças deste mundo, o aparente sucesso dos ímpios
se mostrará um fracasso. Na mensagem do santuário e do juízo, podemos ver a futura condenação dos perversos.
Precisamos ter paciência e esperar a ação divina. 2. Riquezas apodrecidas, roupas corroídas de traças, ouro e prata enferrujados
serão testemunhas contra os ricos. Eles serão destruídos porque acumularam bens de maneira injusta nos
últimos dias, quando deveriam estar se preparando para o acerto de contas com o tribunal de Deus. 3. A riqueza tornou
Nabal duro e maligno; em sua arrogância e mesquinhez, ele se recusou a ajudar Davi e ainda o afrontou. Por isso,
foi castigado por Deus. Ezequias se tornou vaidoso e orgulhoso. Ao ser confortado por causa da cura divina para sua doença,
em lugar de exaltar a Deus, ostentou suas riquezas diante dos embaixadores de Babilônia. Pedro não possuía dinheiro
nem poder político, mas tinha a maior riqueza do Universo: o poder, a salvação e as bênçãos que estão no nome
e na pessoa de Jesus Cristo. Pedro compartilhou essa riqueza com o coxo e ocorreu um milagre na vida daquele homem.
4. Devemos ser honestos e pontuais com os trabalhadores, inclusive os estrangeiros e vulneráveis; Deus ouve o clamor
das pessoas oprimidas e castigará aqueles que os oprimem. 5. Em lugar de dedicar a vida aos prazeres e luxo, devemos
nos abster de oprimir os pobres; nossa missão também é amparar os pequeninos “irmãos” (Mt 25:31-40). A fartura, prosperidade
e ociosidade tornaram Sodoma soberba e indiferente em relação aos pobres. Os que seguem na mesma direção,
sofrerão o mesmo castigo de Sodoma. 6. Devemos confiar em Deus. Se tivermos que ser prejudicados, devemos acreditar
que Deus tem um propósito para isso. Ele julgará e dará a recompensa ao opressor e ao oprimido. Em algumas situações,
a paciência e o perdão evitam conflitos desnecessários. 7. Voltar a outra face é ser diferente do perverso, não buscando
vingança e crendo que Deus e as autoridades civis darão a recompensa aos perversos. Não é permitir a agressão, mas impedir
que o espírito da violência domine também nosso coração. Quando agimos de modo diferente dos agressores, podemos
ser uma influência para que eles sejam transformados.

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