segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Evangelho eterno – Lição 13 |20 a 27 de dezembro

VERSO PARA MEMORIZAR:

“De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí (Jr 31:3).
Leituras da Semana: Hb 4:2; Sl 130:3, 4; Lc 15:11-32; Rm 3:24-26; Hb 10:1-4; Ap 14:12
Em nosso estudo do livro de Tiago, consideramos uma série de questões relacionadas ao evangelho e fizemos algumas comparações com outros autores bíblicos. Nem sempre é fácil compreender claramente como o que Tiago diz se encaixa com outras partes das Escrituras, especialmente quando se trata de algo tão central como o próprio evangelho, mas, como vimos, há uma harmonia. Isso é muito importante, porque o evangelho é o fundamento da nossa comissão para os últimos dias, nos quais devemos pregar o “evangelho eterno [...] a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap 14:6). Nesta última semana, vamos nos concentrar em questões básicas sobre o “evangelho eterno”, o qual é a salvação pela fé, uma crença ensinada em toda a Bíblia, incluindo o livro de Tiago. O ponto crucial a ser lembrado é que a Bíblia não se contradiz, especialmente em algo tão básico quanto a salvação. Ao terminar o trimestre com um estudo sobre a forma pela qual o evangelho aparece na Bíblia, podemos ver melhor como Tiago se encaixa nesse quadro mais amplo do plano divino da redenção.

DOMINGO – O EVANGELHO NO ANTIGO TESTAMENTO

“Também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram” (Hb 4:2).
Esse verso é surpreendente em suas implicações. A primeira é que o evangelho, não simplesmente “uma boa notícia”, mas a boa notícia, foi anunciado no Antigo Testamento. A segunda é que ele foi pregado naquele tempo da mesma forma que nos tempos do Novo Testamento. Não há nenhum indício de que houve alguma diferença na mensagem. O problema, portanto, não estava com a mensagem, mas com a maneira pela qual ela foi ouvida. Hoje, também, diferentes pessoas podem ouvir a mesma mensagem do evangelho de modo muito diferente. É muito importante, então, que nos entreguemos com fé absoluta ao ensino da Palavra, a fim de que, quando o evangelho for pregado, ouçamos de maneira correta. 
1. Considere as seguintes passagens e resuma a mensagem do evangelho em cada uma delas: Gn 3:15 Êx 19:4-6: Sl 130:3, 4; Sl 32:1-5: Is 53:4-11: Jr 31:31-34: Você notou uma ideia apresentada repetidamente? Deus intervém para nos salvar. Ele perdoa nossos pecados e nos coloca em “inimizade” em relação ao pecado, para que estejamos “dispostos a obedecer” (Is 1:19). Alguém (Jesus) morreu por muitos, levou as iniquidades deles (nossas), e justifica os que não merecem a justificação. A nova aliança é diferente da antiga porque a lei é escrita no coração, e os pecados jamais são lembrados (Hb 8:12). Em suma, perdão e novo nascimento são um pacote: justificação e santificação representam a solução de Deus para o problema do pecado. Essas passagens poderiam ser multiplicadas, pois a mensagem é a mesma em toda a Bíblia: apesar do nosso pecado, Deus nos ama e faz tudo que é possível para nos salvar dele.
Uma vez que acreditamos na importância de guardar a lei, como podemos nos proteger do erro de acreditar que a observância da lei é o que nos justifica? Por que nem sempre é muito fácil distinguir isso?

SEGUNDA-FEIRA – O EVANGELHO ENCARNADO

Alguns têm muita dificuldade em encontrar o evangelho nos evangelhos! Os ensinamentos de Jesus podem parecer legalistas, mas apenas quando deixamos de ouvir o restante da história. A maioria das pessoas em Israel, na época de Jesus, pensava estar em uma boa posição diante de Deus. Sustentavam o templo, pagando o imposto exigido e oferecendo os sacrifícios apropriados. Elas se abstinham de alimentos impuros, circuncidavam seus filhos, guardavam os dias de festa e os sábados e, geralmente, tentavam observar a lei conforme era ensinado por seus líderes religiosos. Então, João veio e clamou: “Arrependei-vos”, e sejam batizados. Além disso, Jesus disse que era necessário o novo nascimento (Jo 3:3, 5) e que “se a [...] justiça [deles] não [excedesse] em muito a dos escribas e fariseus, jamais [entrariam] no reino dos Céus” (Mt 5:20). Em outras palavras, Jesus estava dizendo: “Você precisa do que não tem. Suas obras não são boas o suficiente.” 
2. Leia Lucas 15:11-32 e 18:9-17. De que maneira essas parábolas ilustram o evangelho? Na parábola do filho pródigo, ele estava perdido e não sabia. Finalmente, ele começou a ver o amor de seu pai de uma forma diferente e desejou voltar. Seu orgulho se foi. Esperando ser aceito como servo, foi surpreendido ao receber grande honra de seu pai. Não apenas o relacionamento foi restaurado, mas também transformado. Semelhante reversão de expectativas aparece na segunda parábola. O “justo” fariseu foi ignorado por Deus, enquanto o “pecador” publicano não somente foi aceito, mas saiu justificado, perdoado e livre da culpa. Ambas as histórias nos ajudam a ver Deus mais claramente como Pai e como Justificador do ímpio. Quando descreveu o cálice do suco de uvas esmagadas como “[Seu] sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados”, Jesus mostrou que sofreria como o verdadeiro Cordeiro pascal a morte que deveria ter sido nossa (Mt 26:28; Mc 10:45). Assim, a salvação é gratuita para nós porque Ele, Jesus, pagou inteiramente o preço dela.
Que esperança você encontra nessas parábolas? De que forma você se identifica com algum desses personagens? Com base nisso, o que você precisa mudar em sua vida espiritual?

TERÇA – O EVANGELHO EM PAULO

À semelhança de muitos de seus compatriotas, Paulo pensava que estava em boa posição espiritual. Mas ele viu Jesus como “o Filho de Deus, que [o] amou e a Si mesmo Se entregou por [ele]” (Gl 2:20). De repente, ele percebeu que não estava salvo, mas perdido, que não era um servo, mas inimigo de Deus, não era justo, mas o principal dos pecadores! Em outras palavras, em sua compreensão do Antigo Testamento, as escamas caíram de seus olhos. A revelação de Deus, dada a ele, pessoalmente e através das Escrituras, transformou seu coração e mudou sua vida para sempre. Não entenderemos as epístolas de Paulo até que reconheçamos esses fatos básicos que as produziram.
 3. Leia 2 Coríntios 3:14-16 nessa perspectiva e, em seguida, os versos 2-6. O que Paulo identifica como o passo crucial? O significado da antiga aliança torna-se claro apenas “quando alguém se converte ao Senhor” (v. 16, NVI). Jesus é o caminho para a salvação. Tudo começa e termina nEle. Israel, confiando em sua própria obediência, como Paulo fez antes de sua conversão, experimentou a antiga aliança como um agente da morte. Por quê? Porque “todos pecaram” (Rm 3:23), incluindo o povo de Israel, e por isso os mandamentos só podiam condená-los (2Co 3:7). Em contrapartida, os fiéis de Corinto eram “uma carta de Cristo [...] escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (v. 3). 
4. Leia Romanos 1:16, 17; 3:24-26. Como Paulo define o evangelho? O que recebemos por meio de Cristo, pela fé? O evangelho é o poder de Deus para salvar todos os que creem. A justiça é baseada não no que fazemos, mas no que Cristo fez por nós. Então a suplicamos pela fé. É uma crença que cresce “de fé em fé” (Rm 1:17). O que Paulo quis dizer com isso é explicado no restante da carta aos Romanos, e a essência de sua mensagem se encontra no fim do capítulo 3. Por meio de Cristo, temos a redenção (Deus nos resgatou, pagando pelos nossos pecados), justificação (somos inocentados da culpa e purificados pela graça) e perdão (Deus nos aceita de volta e “esquece” nossos pecados passados). Deus, através do sacrifício de Cristo, prova-Se justo ao justificar os ímpios que colocaram sua fé em Jesus.

QUARTA – A “NOVA” ALIANÇA

A epístola aos Hebreus descreve a nova aliança como “superior” à antiga (Hb 8:1, 2, 6). A pergunta óbvia é: Por que Deus estabeleceu a antiga aliança se ela era imperfeita? O problema, porém, não estava com a aliança, mas com a resposta do povo a ela.
 5. Leia Hebreus 7:19; 8:9; 10:1-4. Que problemas com a antiga aliança são mencionados?As pessoas “não permaneceram fiéis” à aliança (Hb 8:9, NVI), mas foram desobedientes e rebeldes. Isso, juntamente com o fato de que os sacrifícios de animais da antiga aliança nunca poderiam remover pecados (Hb 10:4), significava que o problema do pecado permanecia. Apenas “a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas”, poderia expiar o pecado, incluindo aqueles cometidos sob a antiga aliança (Hb 10:10; 9:15). A razão para isso é que “a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma, e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus” (Hb 7:19), através da promessa da nova aliança. Em certo sentido, a nova aliança não é nova porque, desde a promessa feita no Éden, de que o Descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, o plano da salvação sempre foi fundamentado na morte de Cristo, “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8; ver também Jr 32:40; Hb 13:20, 21; Jo 13:34). “A aliança da graça não é uma verdade nova, porque desde a eternidade existiu na mente de Deus. Por essa razão é chamada aliança eterna” (Ellen G. White, A Fé Pela Qual Eu Vivo [MM 1959], p. 77). Conforme a experiência de Paulo, algo especial acontece quando nos voltamos para o Senhor. Deus prometeu, em conexão com a aliança eterna: “Porei o Meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de Mim” (Jr 32:40). Sem fé, oferecer sacrifícios de animais era quase como pagar pelos pecados. Porém, olhar para Jesus, que “suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia” e “que suportou tamanha oposição dos pecadores contra Si mesmo” (Hb 12:2, 3), revela o preço imensurável do pecado e a boa notícia de que o preço foi pago por Alguém “pelo sangue da eterna aliança” (13:20). Essa “nova” aliança transforma nossa maneira de ver todas as coisas, incluindo o mandamento de amar uns aos outros. Não é realmente novo (Lv 19:18), exceto no sentido de que não devemos apenas amar nosso próximo como a nós mesmos, mas como Jesus nos amou (Jo 13:34).
Como podemos aprender a amar os outros como Jesus nos amou?

QUINTA – O PONTO CULMINANTE DO EVANGELHO

“Nos dias em que o sétimo anjo estiver para tocar sua trombeta, vai cumprir-se o mistério de Deus, da forma como Ele o anunciou aos Seus servos, os profetas” (Ap 10:7, NVI).
Significativamente, Apocalipse 10:7 é o único verso do Apocalipse, além do capítulo 14:6, que se refere especificamente à pregação do evangelho (a palavra grega traduzida como “anunciou” é euangelizō, “proclamar boas novas”). Esses dois capítulos são especiais para os adventistas do sétimo dia, porque neles encontramos a descrição do nosso chamado e comissão. Em outras palavras, Deus nos comissionou especificamente, de uma forma que não ocorreu com nenhum outro grupo, a proclamar o “evangelho eterno”. Como vimos, o evangelho é o mesmo de Gênesis a Apocalipse. A lei é a mesma. A aliança é a mesma. Jesus, Paulo e Tiago afirmam que o evangelho é o mesmo que Abraão aceitou pela fé (Jo 8:56; Rm 4:13; Tg 2:21-23). Alguns têm dificuldade com essa afirmação apenas porque definem o evangelho de maneira mais estreita do que as Escrituras. A fé obediente de Abraão, no entanto, surgiu de sua visão antecipada do sacrifício de Jesus. Não precisamos equilibrar fé com obras a fim de ser salvos. Unicamente a fé é suficiente, mas não deve ser uma fé apenas intelectual como os demônios a têm, nem uma fé presunçosa que reivindica as promessas de Deus sem cumprir as condições da salvação. Ao contrário, deve ser uma fé atuante. 
6. N o contexto do evangelho eterno, qual é a importância da guarda dos mandamentos, do testemunho de Jesus e da fé de Jesus? Ap 12:17; 14:12 A questão decisiva no tempo do fim é: A quem adoraremos e obedeceremos? O Deus “que fez o Céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas”? (Ap 14:7). Ou a besta e a sua imagem? A obediência aos mandamentos (incluindo o sábado) mediante a fé em Jesus caracteriza os que permanecem fiéis até o fim. A verdadeira religião exige tanto a fé quanto a obediência. “Embora frequentemente em meio de ignomínia e perseguição, constante testemunho tem sido dado da perpetuidade da lei de Deus e da obrigação sagrada relativa ao sábado da Criação. “Estas verdades, conforme são apresentadas no capítulo 14 de Apocalipse, em relação ao “evangelho eterno”, distinguirão a igreja de Cristo no tempo de Seu aparecimento. Pois, como resultado da tríplice mensagem, é anunciado: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12. ARC; Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 453, 454).

SEXTA – ESTUDO ADICIONAL

Leia, de Ellen G. White, Eventos Finais, p. 198-202: “O Alto Clamor”. “Devemos [...] clamar cada promessa da Palavra de Deus, pois elas são para os obedientes, não para os transgressores da lei de Deus. [...] Na realidade, somos salvos pela fé, não por uma fé passiva, mas pela fé que atua por amor e purifica a alma. A mão de Cristo pode alcançar o maior pecador e trazê-lo de volta da transgressão à obediência, mas nenhum cristianismo é tão exaltado que possa subir acima das exigências da santa lei de Deus. [...] Ele diz: ‘Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e no Seu amor permaneço’ (Jo 15:10), e todos os que seguem a Cristo prestarão obediência à santa lei de Deus” (Ellen G. White, Signs of the Times [Sinais dos Tempos], 31 de março de 1890).

Perguntas para reflexão

1. Como podemos nos proteger do legalismo ou da graça barata? 2. Por que a promessa da justiça de Cristo oferecida a pecadores indignos é a chave para que você não se desanime na fé? 3. As mensagens dos três anjos ligam a criação com a salvação. Isso ocorre também em João 1:1-14. Por que esses dois temas estão intimamente relacionados? Essa ligação explica por que o sábado é um componente de grande importância da lei de Deus? Como essa ligação nos ajuda a entender a centralidade do sábado no conflito final?


Respostas sugestivas:1. Gn 3:15: Deus coloca inimizade entre Seus seguidores e os seguidores de Satanás; Êx 19:4-6: Israel foi libertado do Egito para obedecer a Deus e anunciar ao mundo a aliança da salvação; Sl 130:3, 4 e Sl 32:1-5: A culpa consome as forças, tira a vitalidade e destrói a vida do pecador. Nossa esperança está no perdão divino, que nos restaura; Is 53:4-11: Cristo pagou o preço dos pecados e sofreu em nosso lugar, para nos livrar do castigo do pecado e nos dar vida eterna; Jr 31:31-34: Na nova aliança em Cristo, Deus perdoa os pecados do povo e escreve a lei em seu coração. 2. O filho pródigo representa o pecador longe de Deus. O pai representa Deus, que nos ama, atrai, recebe de volta, cobre com as vestes puras de Sua justiça, devolve a dignidade e liberdade em relação ao pecado. Para receber a salvação é preciso ser humilde, como o publicano, pois os que se exaltam, como o fariseu, não reconhecem seu pecado, e por isso são humilhados. Quando percebemos nossa sujeira espiritual, nossa única esperança é voltar para os braços do Pai. 3. Muitos judeus tinham um véu em seu coração, porque só conseguiam ver no Antigo Testamento a salvação pelas obras da lei, o que os impedia de ver Cristo em toda a glória da nova aliança. A pregação do evangelho retirou o véu que manteve as pessoas na cegueira e ignorância em relação ao significado da antiga aliança, cuja glória foi ofuscada pela glória muito maior da aliança em Cristo. Na antiga aliança, a letra da lei, escrita em tábuas de pedra, condenava os pecadores, que ofereciam sangue de animais, que eram apenas símbolos e não podiam purificar os pecadores. Na nova aliança, o sangue de Cristo nos livra da condenação da lei e o Espírito Santo escreve a lei no nosso coração. O ponto principal da antiga aliança é a esperança em Cristo. O ponto principal da nova aliança é a realidade em Cristo. 4. É o poder de Deus para a salvação de todos os que creem. O evangelho revela a justiça de Deus, recebida pela fé que se renova continuamente. Em Cristo, recebemos justificação, redenção, propiciação e perdão. 5. A lei não podia aperfeiçoar coisa alguma; a antiga aliança não deu certo porque o povo foi infiel; por isso, não percebeu o sentido mais amplo dela, cumprido em Cristo, nem sua mensagem principal: o sacrifício de Jesus. Acabaram se apegando à lei e às tradições como meio de salvação. Deveriam ter olhado para a lei como uma evidência de sua necessidade do perdão e salvação em Jesus. 6. Os cristãos dos últimos dias são salvos pela mensagem do evangelho eterno, que inclui os mandamentos de Deus (que também são eternos) e o testemunho de Jesus (que é dado nos últimos dias para confirmar a perpetuidade da lei e do evangelho); a paciência dos santos é caracterizada também pela fé de Jesus (os ensinamentos apresentados por Jesus e a fé em Jesus).

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