sábado, 17 de janeiro de 2015

Sabedoria divina – Lição 4 |17 a 23 de janeiro

VERSO PARA MEMORIZAR:“O SENHOR ME POSSUÍA NO INÍCIO DE SUA OBRA, ANTES DE SUAS OBRAS MAIS ANTIGAS” (PV 8:22).

Leituras da Semana:Pv 8:1-21; Mt 16:26; Pv 8:22-31; Gn 1:31; Pv 8:32-36; 9:1-18.
Neste ponto do livro de Provérbios a sabedoria reaparece (ver Pv 1:20, 21), e fica claro pelas passagens desta semana que a sabedoria é a verdade: a verdade tal como existe em Deus, que é a fonte e o fundamento de toda a verdade.
Essa ênfase no caráter “absoluto” da verdade contrasta com uma vertente do pensamento contemporâneo, especialmente no Ocidente, onde ela é vista como algo relativo, condicional e cultural, de forma que a verdade de uma pessoa é diferente da de outra.
Mas esse conceito não é bíblico. Minha verdade tem que ser a mesma que a sua, simplesmente porque “verdade” é algo universal. Ela não pertence a ninguém em particular, mas a toda a humanidade, quer todos os seres humanos a reconheçam ou não.
É interessante que a famosa pergunta de Pilatos: “O que é a verdade?” (Jo 18:38) foi uma reação à declaração de Jesus: “Todo aquele que é da verdade ouve a Minha voz” (Jo 18:37). A verdade absoluta existe, e até mesmo fala a nós; a questão é se daremos ou não ouvidos a ela, e se obedeceremos ou não ao que ela está dizendo.

DOMINGO – A SABEDORIA CLAMA

1. Leia Provérbios 8:1-21. De acordo com esses versos, qual é o valor da sabedoria?
A sabedoria é tão importante que precisa alcançar todos. Deus criou toda a vida humana, e Cristo morreu em favor de cada um de nós. Portanto a sabedoria, que consiste no conhecimento de Deus e da salvação que Ele oferece, é para todo ser humano.
Veja as palavras e expressões usadas para descrever a presença vocal da sabedoria: “clama”, “faz ouvir a sua voz”, “gritando”, “clamo”, “minha voz”, “falarei” “lá- bios proferirão”, “boca”, “lábios”, “palavras da minha boca”. Seja qual for a maneira pela qual se entendam essas metáforas, o que está claro é que a sabedoria deve ser comunicada; ela deve ser ouvida por todos os que a quiserem ouvir. Afinal de contas, como vimos na semana passada, o que a sabedoria diz é uma questão de vida ou morte.
A sabedoria fala oito vezes sobre a veracidade de suas palavras. É interessante que a descrição da sabedoria aqui é paralela à descrição do Senhor em Deuteronômio 32:4. Esse paralelo, é claro, não deve nos surpreender, porque Deus, como o Criador de todas as coisas (ver Jo 1:1-3), é o fundamento de toda a verdade.
2. Leia Provérbios 8:10, 11. O que esses versos dizem sobre a sabedoria?
Tantas pessoas têm vivido em ignorância, e insensatez e trevas! Muitos vivem sem esperança ou com falsas esperanças. O que torna pior essa triste situação é que a sabedoria e a verdade são maravilhosas e, graças ao sacrifício de Jesus, são cheias de esperança e da promessa de uma vida melhor agora, bem como de certeza de vida eterna em um novo céu e uma nova Terra! Toda a riqueza do mun- do não significa nada (ver Ec 2:11-13) em contraste com o conhecimento de Deus.
Leia Mateus 16:26 e responda: sua vida reflete a verdade fundamental dessas palavras?

SEGUNDA-FEIRA – A SABEDORIA E A CRIAÇÃO

3. Leia Provérbios 8:22-31. De que forma a sabedoria está relacionada à criação?
Nessa passagem, a sabedoria está misteriosamente relacionada ao Senhor como Criador. Esse poema tem muitas palavras em comum com o relato da criação, segundo Gênesis 1 e 2, e reflete até mesmo sua estrutura literária, organizada em torno dos três elementos básicos: o céu, a água e a Terra. A intenção desse paralelo é enfatizar a credencial primária da sabedoria: se o próprio Deus usou a sabedoria para criar, se ela é o instrumento mais antigo, anterior ao próprio Universo, e foi fundamental para que ele viesse à existência, então muito mais devemos nós usá-la em tudo o que fizermos na vida.
Há também uma forte ênfase na origem divina da sabedoria. A primeira expressão do poema é “o Senhor” (Yahweh), e é dito que Ele criou [ou “possuía”] (essa é a segunda expressão) a sabedoria. A palavra hebraica qanah (traduzida como “possuía” na ARA) tem a conotação de “gerar”, e não de “criar” (ver Dt 32:6; Gn 4:1). A palavra seguinte é o termo técnico associado à criação de Gênesis, reshit (traduzida em Provérbios como “princípio”, ARC), que se encontra no primeiro verso de Gênesis: “No princípio, criou Deus os céus e a Terra.”
Contudo, a palavra “princípio” em Provérbios 8:22 é usada de maneira um pouco diferente de “princípio” em Gênesis 1. Em Gênesis 1:1, a palavra está relacionada à criação em si, enquanto em Provérbios 8:22 a palavra está relacionada ao próprio Deus, à Sua “obra”, ou “caminho” (NVI; no hebraico, derek), que significa Sua natureza. Assim, a sabedoria é parte da própria natureza de Deus.
Portanto, com relação ao tempo, a sabedoria está situada antes da criação do Universo. A existência da sabedoria naquele tempo em que só Deus estava pre- sente coloca essa existência “desde a eternidade” (v. 23).
Assim, a sabedoria não se origina em nós, mas é revelada a nós; é algo que aprendemos, algo que nos é ensinado; não é algo que produzimos. Seguramente, andar em nossa própria luz é andar em trevas. A Bíblia nos diz que Jesus é “a verdadeira Luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (Jo 1:9). Todos precisam dessa luz.

TERÇA – REGOZIJANDO-SE NA CRIAÇÃO

Em Gênesis 1 vemos que cada passo da Criação termina com o mesmo refrão: “E viu Deus que era bom” (ver Gn 1:4, 10, 12, 18, 21, 25, 31). O último passo (v. 31) vai ainda além: “Era muito bom”. A palavra hebraica para “bom” contém a ideia de deleitar-se com algo, e também subentende relacionamento. No fim da semana da criação, Deus fez uma pausa para Se deleitar plenamente em Sua obra (Gn 2:1-3), e o tempo dessa pausa, o sábado, foi então abençoado. Da mesma for- ma, nosso poema em Provérbios termina com a sabedoria se deleitando na criação.
4. Leia Provérbios 8:30, 31. Por que a sabedoria estava se regozijando?
O regozijo da sabedoria reflete o regozijo de Deus na criação. Esse regozijo não só aconteceu “dia após dia”, a cada passo da criação, mas também coroou a obra criadora, quando foi concluída a criação da vida na Terra.
Em Provérbios 8, encontramos a razão do regozijo da sabedoria: “Achando as minhas delícias com os filhos dos homens” (v. 31). No fim da semana da criação, no sábado, Deus entrou num relacionamento com os seres humanos. O fato de que essa divina pausa e regozijo tenham ocorrido imediatamente após o trabalho da semana tem implicações para a experiência humana do sábado: “Seguindo o modelo do Criador, ele também pode olhar para trás, ao seu trabalho concluí- do, e sentir alegria, prazer e satisfação. Dessa forma o homem pode se regozijar, não só na criação de Deus, mas também no fato de ter exercido um domínio responsável sobre essa criação, em vez de explorá-la” – Gerhard F. Hasel, citado em Kenneth A. Strand, The Sabbath in Scripture and History (Review and Herald Publishing Association, 1982), p. 23.
Leia Colossenses 1:15-17; 2:3; Apocalipse 3:14 e João 1:1-14. O que esses versos nos dizem sobre o papel de Jesus na criação? Por que a função dEle como Criador é tão importante para compreendermos Sua função como Redentor?

QUARTA – O APELO FEITO PELA SABEDORIA

Os últimos versos de Provérbios 8 voltam ao âmbito pessoal, ou seja, à aplicação prática do que significa ter sabedoria. O conhecimento intelectual sobre a preexistência da sabedoria, sobre a presença da sabedoria na criação, certamente é profundo. Mas, na Bíblia, a verdade, em algum momento, precisa descer ao nível humano e requerer de nós uma resposta diante do que nos foi dado em Jesus.
5. Leia Provérbios 8:32-36. Que mensagem é dada nesse texto?
A palavra hebraica traduzida em algumas passagens como “bem-aventurados” (ARC) significa “felizes” (ARA). Nessa passagem, a palavra “felizes” está ligada a duas proposições. A primeira descreve uma ação: “Felizes serão os que guardarem os Meus caminhos” (v. 32). A mesma linguagem é usada no Salmo 119:1, 2, com respeito à lei: “Bem-aventurados os irrepreensíveis [...] que andam na lei do Senhor. Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições.”
A segunda proposição descreve uma atitude: “Feliz o homem que Me dá ouvidos” (v. 34). Em ambos os casos o requisito implica um contínuo esforço. Não é suficiente ter descoberto o caminho certo; temos de guardá-lo (v. 32). Não é suficiente ouvir a Palavra de Deus; temos de vigiar “dia a dia” (v. 34) e seguir aquilo que conhecemos. Como Jesus disse: “Bem-aventurados são os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam” (Lc 11:28).
“É essa a felicidade desejável que deve ser achada na senda da desobediência e da transgressão da lei física e moral? A vida de Cristo aponta a verdadeira fonte de felicidade, bem como a maneira de atingi-la. [...] Se quiserem ser verdadeiramente felizes, devem alegremente buscar ser achados no posto do dever, fazendo o traba- lho que lhes resultará em fidelidade, conformando o coração e a vida com o mo- delo perfeito” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, p. 162).
Por que nossa prioridade máxima deve ser a fidelidade a Deus, e não a busca da felicidade? O que produz felicidade: o esforço para alcançá-la, ou o ato de buscar primeiro o reino de Deus? Por quê?

QUINTA – SABEDORIA OU LOUCURA

Após o apelo feito pela sabedoria, o autor inspirado de Provérbios 9 admoesta seus ouvintes a fazer agora uma escolha entre dois estilos de vida: a sabedoria ou a loucura. Os primeiros seis e os últimos seis versos (Pv 9:1-6, 13-18) são simétricos e apresentam o contraste entre os dois grupos opostos.
6. Compare Provérbios 9:1-6 e Provérbios 9:13-18. Qual é a diferença entre a sabedoria e a loucura?
A. A sabedoria é eficiente e está envolvida na criação: sete verbos são usados para descrever os atos dela nessa atividade (v. 1-3). As sete colunas que ela lavrou (v. 1) remetem aos sete dias da criação. A loucura, em contraste, fica sentada e não faz nada, simplesmente fingindo ser alguém quando, na realidade, “é ignorante e não sabe coisa alguma” (v. 13).
B. Embora a sabedoria e a loucura convidem as mesmas pessoas (note que os versos 4 e 16 são idênticos), o que elas proporcionam é fundamentalmente diferente. A sabedoria convida seus hóspedes a comer o pão e a tomar a bebida que ela preparou (v. 5). A loucura não oferece nada para comer nem para beber; simplesmente se vangloria de provisões roubadas (v. 17).
C. A sabedoria nos chama a abandonar a loucura e, portanto, a viver. A loucura é mais tolerante; ela não exige que abandonemos nada, mas o resultado disso é a morte. Aqueles que seguem a sabedoria estão avançando; andam “pelo cami- nho do entendimento” (v. 6). Aqueles que seguem a loucura ficam estáticos, e “não sabem” (v. 18).
7. Leia Provérbios 9:7-9. Como o sábio e o perverso reagem à instrução da sabedoria? O que torna alguém mais sábio do que o perverso?
A chave para a sabedoria é a humildade. O homem sábio é o que está disposto a aprender e que recebe a instrução com mente aberta. A sabedoria só vem para aquele que, como uma criança, sente necessidade de crescer. É por isso que, da maneira mais explícita, Jesus ensinou que “se não vos [...] tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos Céus” (Mt 18:3).

SEXTA – ESTUDO ADICIONAL

O Soberano do Universo não estava só em Sua obra de beneficência. Tinha um companheiro  um cooperador que poderia apreciar Seus propósitos, e participar de Sua alegria ao dar felicidade aos seres criados. ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus’ (Jo 1:1, 2). Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai – um em natureza, caráter, propósito – o único Ser que poderia penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus. [...] E o Filho de Deus declara a respeito de Si mesmo: ‘O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos, e antes de Suas obras mais antigas. [...] Quando compunha os fundamentos da Terra, então Eu estava com Ele e era Seu aluno; e era cada dia as Suas delícias, folgando perante Ele em todo o tempo’” (Pv 8:22-30; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 34).

Perguntas para reflexão

  1. Por que a crença no relato da criação de Gênesis é o fundamento da sabedoria bíblica? Por que a ideia da evolução é totalmente contrária à Bíblia?
  2. A verdadeira sabedoria é algo que não podemos produzir por nós mesmos, mas nos é revelada. Quais são alguns exemplos de verdades importantes que nunca conheceríamos se não nos fossem reveladas por inspiração divina? Por exemplo, como poderíamos saber sobre a morte de Cristo na cruz e o que ela oferece se isso não nos fosse revelado? Que dizer do sábado ou da segunda vinda de Cristo?
  3. Como a obra de Deus, revelada em Gênesis 1, testifica do fato de que o bem não pode estar misturado com o mal? Que implicações sua resposta tem para a ideia de que se poderia incorporar o conceito evolucionista à história da criação de Gênesis?
  4. Como a alegria de Deus na criação nos ajuda a compreender como podemos ter uma experiência mais profunda e mais rica no sábado?

Respostas sugestivas: 1. A sabedoria é tão importante que todos devem entendê-la e buscá-la, e ela é essencial para os governantes, as autoridades e os juízes. 2. A sabedoria é mais preciosa do que as joias, e seu ensino, melhor do que a prata e o ouro. Nada se pode comparar a ela. 3. A sabedoria existia antes da criação e tomou parte na criação. 4. A sa- bedoria estava se regozijando porque sentia prazer em cada uma das obras da criação, especialmente na criação do ser humano. 5. Devemos dar ouvidos à sabedoria e buscar seus caminhos, pois os que acham a sabedoria encontram a vida, mas os que a rejeitam, estão escolhendo a morte. 6. A sabedoria é ativa, mas a loucura é indolente. Ambas convidam as pessoas, mas a sabedoria oferece alimento e bebida, enquanto a loucura não oferece nada para saciar a fome e a sede. A sabedoria convida para a vida, mas a loucura convida para a morte. 7. O sábio aceita a repreensão, mas o perverso a odeia. O sábio deseja crescer em conhecimento, mas o perverso não está interessado em avançar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua mensagem

Hamas liberta 20 reféns israelenses após mais de 700 dias de cativeiro em Gaza

Grupo terrorista tinha até as 6h desta segunda para libertar todas as vítimas. Israel afirma que outros 28 reféns que ainda estão sob o pode...