VERSO PARA MEMORIZAR:“SOBRE A CABEÇA DO JUSTO HÁ BÊNÇÃOS, MAS NA BOCA DOS PERVERSOS MORA A VIOLÊNCIA” (PV 10:6).
Leituras da Semana:Pv 10:1-14; Mt 19:19; Pv 11-12; Jo 3:16; Pv 13
Como o título sugere, esta lição trata das bênçãos do justo. O termo hebraico zaddiq, traduzido como “justo”, é a palavra-chave nos textos bíblicos para esta semana. O termo do qual ela é derivada, zedeq (também traduzido como “justiça”), aparece na introdução do livro de Provérbios: “Provérbios de Salomão [...] para se receber a instrução do entendimento, a justiça” (Pv 1:1-3, ARC). O que o livro de Provérbios está nos dizendo é que sabedoria é justiça, e que “justiça” significa andar em conformidade com os mandamentos de Deus, isto é, andar em fé e obediência ao que o Senhor nos chamou para ser e fazer. A justiça é um dom que vem de Deus. O oposto dela é loucura e infidelidade. Sabedoria é justiça, e loucura é pecado e perversidade. Nos versos que estudaremos, o contraste entre ambas é óbvio.
DOMINGO – A JUSTIÇA É HOLÍSTICA
1. Leia Provérbios 10:1-7. Quais são os vários princípios sobre a vida e a fé revelados nessa passagem?
Certa vez, um homem, num barco, começou a furar um buraco debaixo de seus pés no lugar em que estava sentado. Quando as pessoas que estavam no barco exigiram que ele parasse, ele respondeu: “Não se intrometam nisso. Este assento aqui é meu!” Essa resposta absurda é muitas vezes a desculpa usada pelo pecador para justificar seu comportamento. “A vida é minha, e vocês não têm nada que ver com ela.” É claro que qualquer coisa que façamos ou deixemos de fazer afeta os outros, especialmente os que estão mais próximos de nós. Quem já não sentiu, de maneira muito intensa, o resultado de atos bons ou maus de outras pessoas?
O princípio da unidade entre a vida espiritual-moral e a vida física-material é abordado nos versos 3 a 5. A ideia principal é de que a perversidade, isto é, a deficiência moral, não compensa, mesmo que a pessoa seja rica; e a segunda ideia é de que a justiça sempre traz recompensas, de uma forma ou de outra, mesmo que a pessoa seja pobre.
Nos versos 6 e 7, vemos uma expressão prévia do que Jesus disse com respeito ao fato de o desejo impuro ser adultério ou de o ódio equivaler ao homicídio. Esconder nosso ódio por trás de nossas palavras nem sempre funciona. Os pensamentos maus muitas vezes se revelam em nossa linguagem corporal e em nosso tom de voz. O melhor ponto de partida para o bom relacionamento com outros é “[amar nosso] próximo como a [nós mesmos]” (Lv 19:18; compare com Mt 19:19).
Como o texto também sugere, a impressão para o bem deixada por você pode ter uma influência duradoura sobre outros. Afinal de contas, basta apenas usar o simples bom senso de escolher ter boa fama em vez de má fama.
Você tem alguma importante decisão para ser tomada? Se já não fez isso, considere cuidadosamente o impacto para o bem ou para o mal que essa escolha poderá ter sobre outros.
SEGUNDA-FEIRA – A BOCA DOS JUSTOS
A boca é o órgão mais importante no livro de Provérbios. Na Bíblia Almeida Revista e Atualizada, a palavra “boca” é usada 48 vezes, o termo “lábios” ocorre 40 vezes, e “língua”, 18. O uso desse órgão na comunicação é um tema particularmente importante nos capítulos 10 a 29 de Provérbios.
A premissa básica é crucial: nossas palavras são muito poderosas, tanto para o bem quanto para o mal. A língua pode ser o melhor ou o pior dom que nos foi concedido. Essa ambivalência com respeito à língua é uma das lições mais importantes de Provérbios. Na verdade, a boca gera vida, mas também pode produzir morte.
2. Leia Provérbios 10:11-14. Qual é o contraste entre a maneira de falar do justo e a do insensato?
No verso 11, note a expressão “manancial de vida”. Ela se refere simbolicamente às qualidades da sabedoria. É usada com referência ao Senhor (Sl 36:9), a Fonte da vida. A mesma figura é usada com relação ao santuário, do qual flui a corrente de águas (Ez 47:1, 2). Jesus usou essa metáfora para ilustrar o dom do Espírito (Jo 4:14). Assim, a comparação da boca do justo com um “manancial de vida” equivale a relacioná-la com o próprio Deus.
O que caracteriza essa boca é o positivo dom da “vida”. Essa qualidade nos diz qual deve ser a função apropriada da boca. Ela deve ser uma força para o bem, não para o mal; uma fonte de vida, não de morte. O que está sendo dito ali também é visto em Tiago 3:2-12.
Lembre-se, também, de que foi através da fala, através da “palavra do Seu poder” (Hb 1:3), que Deus criou os céus e a Terra. Portanto, a fala deve servir apenas para o propósito criador.
Considere quão incrivelmente poderosas são as palavras. Que benefícios ou malefícios podem resultar ao exercermos o poder da língua?
TERÇA – A ESPERANÇA DOS JUSTOS
3. “A integridade dos retos os guia; mas, aos pérfidos, a sua mesma falsidade os destrói” (Pv 11:3). Que evidências temos da veracidade desse verso?
Que exemplos você já viu ou dos quais já ouviu falar em que essa verdade espiritual foi revelada? Em contraste que situações você já enfrentou até agora, diante das quais teve que aceitar esse texto pela fé?
4. Leia Provérbios 11. Embora o capítulo toque em muitos assuntos, quais são algumas das grandes bênçãos que advêm aos fiéis, em contraste com o que acontece aos perversos?
O senso de uma vida futura e do valor do que ainda não foi visto (ver 2Co 4:18) ajuda a motivar o justo a viver de maneira reta. Por causa de sua esperança no futuro, o justo se comporta com humildade, honestidade e compaixão. Por outro lado, as pessoas perversas vivem apenas no presente; preocupam-se apenas com o que veem e com a recompensa imediata. Pensam, primeiramente em si mesmas e recorrem ao engano e ao abuso. Por exemplo os vendedores que enganam seus fregueses talvez obtenham uma recompensa imediata proveniente dos preços mais altos que cobram, mas no fim podem acabar perdendo clientes e seu comércio ir à falência (Pv 11:3, 18).
Pense nas decisões que você tem que tomar. Como você lida com isso? Suas escolhas são influenciadas pelo planejamento a longo prazo, levando em conta a eternidade?
QUARTA – A VERDADE DOS JUSTOS
5. Leia Provérbios 12 e se concentre no tema das palavras, especialmente no contexto de falar a verdade ou falar a mentira. Que mensagem encontramos ali sobre honestidade e mentira?
A filósofa Sissela Bok demonstrou, de maneira convincente, como o ato de mentir pode ser prejudicial à sociedade. Ela escreve: “Portanto, a sociedade cujos membros fossem incapazes de distinguir as mensagens verdadeiras das mensagens enganosas, desmoronaria” (Lying: Moral Choice in Public and Private Life [Mentira: Escolha Moral na Vida Pública e Particular]. Nova York: Pantheon Books, 1978, p. 19). Semelhantemente, Agostinho, que é citado na introdução do livro da Sra. Bok, declarou: “depois que a consideração pela verdade foi destruída, ou mesmo ligeiramente enfraquecida, tudo ficará duvidoso” (p. xv).
Ellen G. White escreveu: “Lábios mentirosos são-Lhe uma abominação. Ele declara que na cidade santa ‘não entrará [...] coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira’ (Ap 21:27). Seja a verdade dita sem disfarces nem frouxidão.
Torne-se ela uma parte da vida. Considerar levianamente a verdade, e dissimular para servir a planos egoístas, significa o naufrágio da fé. [...] Quem profere mentiras, vende sua alma por baixo preço. Suas falsidades podem parecer servir em emergências; pode parecer, assim, que faz negócios vantajosos que não poderia conseguir pelo reto proceder. Mas finalmente chega ao ponto em que não pode confiar em ninguém. Sendo ele mesmo falsificador, não tem confiança na palavra de outros” (Minha Consagração Hoje, p. 331).
Quando pensamos em quão poderosas são as palavras, precisamos pensar também sobre a mentira, porque a maioria das mentiras é expressa com palavras. Quem já não sentiu dor, traição e sentimento de desrespeito ao ser vítima de uma mentira?
Não é difícil imaginar o caos total em que mergulha uma sociedade quando a mentira é a norma e não uma aberração.
Não é difícil imaginar o caos total em que mergulha uma sociedade quando a mentira é a norma e não uma aberração.
Há outro aspecto, também: o efeito da mentira sobre aquele que mente. Algumas pessoas se acostumam tanto com essa prática que ela não as incomoda; muitas pessoas, porém, têm um senso de culpa e de vergonha quando mentem. Isso é bom para elas, porque significa que ainda há alguma receptividade ao Espírito Santo.
Porém, imagine o perigo para aquele que mente sem pensar duas vezes! Qual foi a última vez que você mentiu? Como se sentiu quando fez isso?
QUINTA – A RECOMPENSA DOS JUSTOS
Como vimos, grande parte da instrução e do ensino ministrado em Provérbios foi apresentada por meio do contraste entre dois tipos de pessoas: “O sábio faz isso, o tolo faz aquilo”; “o homem piedoso faz isso, o perverso faz aquilo outro”.
Na verdade, muitas vezes há um pouco de sabedoria e de loucura em todos nós. Com exceção de Jesus, todos nós somos pecadores, todos nós carecemos “da glória de Deus” (Rm 3:23). Felizmente, temos a maravilhosa promessa que vem no verso seguinte: embora sejamos pecadores, pela fé podemos ser “justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:24).
No fim, todos os seres humanos estarão em um dos dois lados: o dos salvos ou o dos perdidos.
6. Leia João 3:16. Quais são as duas opções apresentadas a todos os seres humanos?
7. Leia Provérbios 13. Como esse capítulo contrasta a experiência e o destino dos justos com os dos perversos?
Os justos são comparados a uma lâmpada que continua brilhando, enquanto os perversos são comparados a uma lâmpada que se apagará (Pv 13:9). O sábio comerá o bom fruto de seu trabalho, enquanto o pecador colherá o mal (v. 2, 25). Através de seus filhos (Pv 13:22), o sábio tem um futuro que vai além dele mesmo; o perverso, ao contrário, deixará sua riqueza para outro, isto é, para o justo (Pv 13:22).
A ideia principal é de que uma vida de fé e obediência ao Senhor é melhor que uma vida de desobediência e loucura.
À parte da promessa de vida eterna, quais são algumas das vantagens que você tem experimentado no dia a dia ao viver uma vida de fé em Cristo?
SEXTA – ESTUDO ADICIONAL
“Não é bastante fazer profissão de fé em Cristo, e ter nosso nome registrado no rol da igreja. [...] Qualquer que seja nossa profissão, de nada valerá se Cristo não for revelado em obras de justiça” (Parábolas de Jesus, p. 312, 313).
“O maior dos enganos do espírito humano, nos dias de Cristo, era que uma simples aceitação da verdade constituísse justiça. Em toda experiência humana, o conhecimento teórico da verdade se tem demonstrado insuficiente para a salvação de alguém. [...] Os mais tristes capítulos da História se acham repletos do registro de crimes cometidos por fanáticos adeptos de religiões. [...] O mesmo perigo existe ainda. Muitos se têm na conta de cristãos, simplesmente porque concordam com certos dogmas teológicos. Não introduziram, porém, a verdade na vida prática.
[...] Os homens podem professar fé na verdade; mas, se ela não os torna sinceros, bondosos, pacientes, dominados, tomando prazer nas coisas de cima, é uma maldição a seu possuidor e, por meio de sua influência, uma maldição ao mundo.
“A justiça ensinada por Cristo é conformidade de coração e de vida com a revelada vontade de Deus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 309, 310).
Perguntas para reflexão
1. De que forma nossas decisões afetam os outros para o bem ou para o mal? Essa verdade foi revelada na história da queda, com a escolha de Adão e Eva, cujos efeitos são sentidos até hoje. Pode ser tentador procurar medir a quantidade de bem ou de mal que nossas decisões podem trazer, mas isso é arriscado não conhecemos o impacto de nossas escolhas. Por que devemos escolher fazer o que é certo, sem medo das consequências?
2. O livro de Provérbios faz distinção entre o justo e o insensato, o que é certo e o que é errado. Por que precisamos ter cuidado ao determinarmos quem são os insensatos? Quantas vezes já fomos enganados por aqueles que julgávamos ser justos?
Respostas sugestivas: 1. O texto fala do filho sábio e diligente em contraste com o filho insensato e preguiçoso. Fala também da justiça, que agrada a Deus, em contraste com a desonestidade e a ambição, que Lhe desagradam. O justo recebe bênçãos e deixa boas recordações, mas o perverso é violento e seu nome será desprezado. 2. A boca do justo é fonte de vida, mas a boca do néscio é uma ruína. O justo fala com amor, sabedoria e conhecimento, mas o perverso fala com violência e ódio. 3. A evidência que temos da veracidade desse verso é a história das incontáveis vidas arruinadas pelo pecado, para esta vida e para a vida por vir. Em contraste, os justos que seguem uma vida de integridade têm recompensas aqui e aguardam a vida eterna. Às vezes, neste mundo, o justo sofre e o perverso se dá bem, mas isso é apenas temporário. 4. O justo é guiado pela integridade; passa pela angústia, mas é libertado dela; sua bondade lhe traz o bem como retribuição e ele aguarda a vida eterna. Em contraste, o perverso cai pela sua impiedade; recebe a angústia; é punido na
Terra; fere a si mesmo; e por fim receberá a morte eterna. 5. O Senhor odeia a mentira, mas tem prazer nos que são fiéis à verdade. Aquele que é mau se enreda no pecado do falar, mas o justo não cai nessas dificuldades. Cada um recebe segundo o fruto da sua boca: o lábio veraz permanece para sempre, mas a língua mentirosa, apenas um momento. 6. A morte eterna ou a vida eterna mediante a fé em Jesus.7. A luz dos justos continuará brilhando, enquanto a dos perversos se apagará. Os pecadores encontrarão a desventura, enquanto os justos serão recompensados com o bem. Além disso, o homem de bem deixa herança para seus descendentes, mas a riqueza do pecador acaba passando para as mãos do justo
Terra; fere a si mesmo; e por fim receberá a morte eterna. 5. O Senhor odeia a mentira, mas tem prazer nos que são fiéis à verdade. Aquele que é mau se enreda no pecado do falar, mas o justo não cai nessas dificuldades. Cada um recebe segundo o fruto da sua boca: o lábio veraz permanece para sempre, mas a língua mentirosa, apenas um momento. 6. A morte eterna ou a vida eterna mediante a fé em Jesus.7. A luz dos justos continuará brilhando, enquanto a dos perversos se apagará. Os pecadores encontrarão a desventura, enquanto os justos serão recompensados com o bem. Além disso, o homem de bem deixa herança para seus descendentes, mas a riqueza do pecador acaba passando para as mãos do justo
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