sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Dos ouvidos aos pés – Lição 2 |03 a 09 de janeiro

VERSO PARA MEMORIZAR:

“Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos. Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal” (Pv 4:26, 27).
Leituras da Semana: Pv 4; 1Rs 3:9; Mt 13:44; Pv 5; 1Co 10:13; Pv 6:1-19
A ciência tem demonstrado que a audição afeta nossa maneira de andar e que até nosso equilíbrio é influenciado pelo fato de termos uma audição boa ou ruim. Assim, a instrução ou a educação, isto é, aquilo que ouvimos, exerce uma influência fundamental na nossa maneira de viver. “A sabedoria é a coisa principal”, diz Provérbios 4:7 (ARC). Contudo, não importa quão boa seja a instrução, é preciso que o estudante preste atenção. Com certa ironia, um professor egípcio declarou que “o ouvido do menino está nas suas costas; ele ouve quando apanha”. (Nas obras de arte egípcias, o estudante era frequentemente representado com grandes orelhas nas costas.) Não é suficiente apenas conhecer o certo e o errado; precisamos saber escolher o certo em lugar do errado. Adquirir sabedoria consiste em ouvir a instrução correta e seguir e obedecer ao que aprendemos, para que não acabemos andando na direção errada.

DOMINGO – OUÇAM, FILHOS!

1. Leia Provérbios 4. Que verdade prática é encontrada nesse texto, e como podemos aplicar isso à nossa vida ao procurarmos viver em fidelidade a Deus? O ato de “ouvir” marca o primeiro passo na educação. No pensamento hebraico, a sede da sabedoria ou da inteligência não está localizada no cérebro, mas nos ouvidos. Isso implica que, antes de procurarmos definir ou resolver um problema, primeiro precisamos ouvi-lo. Para compreender o que ouvimos, precisamos ouvir com atenção. Quando Salomão pediu sabedoria, pediu especificamente “um coração que ouve” (1Rs 3:9, tradução literal). O primeiro ato de sabedoria, portanto, é “ouvir”, o que sugere que a sabedoria vem de uma fonte externa (nesse caso, os pais). Não podemos descobrir a sabedoria por nós mesmos. No âmbito da sabedoria bíblica não existe o conceito de alguém conseguir obter êxito sozinho. A sabedoria é, antes de tudo, algo que recebemos, não algo que produzimos pela nossa própria competência ou que descobrimos pela nossa própria inteligência e raciocínio. A capacidade de prestar atenção (Pv 4:20, NTLH; no hebraico, “colocar o coração”) subentende o envolvimento do coração. Portanto, a busca da sabedoria não é simplesmente uma tarefa fria e objetiva. O coração, que é o âmago do ser e, no pensamento hebraico, a sede das emoções, tem participação na busca da sabedoria.
 2. Leia Mateus 13:44 e Jeremias 29:13. Que ligação você vê entre esses versos e a busca da sabedoria expressa em Provérbios 4?
Como podemos aprender o lugar e o valor correto das emoções em nossa vida espiritual? Suas emoções já conduziram você para uma direção errada? O que você aprendeu com essas experiências?

SEGUNDA-FEIRA – PROTEJA SUA FAMÍLIA

Depois que decidimos andar no caminho da sabedoria, ainda precisamos tomar muito cuidado, porque encontraremos obstáculos no trajeto (ver 1Pe 5:8). Um dos maiores perigos que enfrentamos está relacionado à nossa família, que constitui a área mais preciosa, sensível e íntima da vida.
 3. Leia Provérbios 5. De quais perigos precisamos nos guardar? O primeiro perigo está em nós mesmos e tem que ver com nossas palavras. Devemos vigiar nossa língua para ter certeza de que o que dizemos não transmite uma mensagem imprópria nem contraditória. Aquilo que nossos lábios emite deve estar em harmonia com nosso conhecimento e deve refletir nossa compreensão espiritual. O segundo perigo vem da outra mulher ou do outro homem que cause interferência na família. Embora o texto se refira ao perigo que vem da mulher “estranha”, a linguagem deve ser entendida em sentido genérico; a tentação pode surgir de outro homem ou de outra mulher. Qualquer dos dois pode seduzir um dos cônjuges a quebrar os votos matrimoniais; e quem já não viu o quanto é destrutivo esse pecado? De acordo com o texto, a melhor maneira de resistir a essas tentações, que muitas vezes começam com palavras sedutoras, é dar ouvidos às palavras da sabedoria. Quando ouvimos e obedecemos às instruções inspiradas, temos mais chance de permanecer concentrados nos princípios essenciais e, assim, ser protegidos do adultério ou de qualquer outra tentação que surgir em nosso caminho. Devemos também evitar ir ao lugar em que mora a mulher tentadora (Pv 5:10). Não devemos nem nos aproximar da porta da casa dela (Pv 5:8). Por fim, talvez a melhor proteção contra a tentação de amar outra mulher, ou outro homem, seja esta: simplesmente ame seu cônjuge, “a esposa [ou o marido] da sua juventude” (Pv 5:18, NVI). O autor de Eclesiastes deu o seguinte conselho: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol” (Ec 9:9). Seja grato pela pessoa que você tem, e assim você não procurará outra.
Leia 1 Coríntios 10:13. Com essa promessa em mente, que medidas práticas e definidas você poderia tomar neste momento a fim de se proteger contra paixões pecaminosas?

TERÇA – PROTEJA SUA AMIZADE

Alguém disse certa vez: “Senhor, protege-me dos meus amigos, pois dos meus inimigos eu consigo cuidar.” O livro de Provérbios contém a preocupação com a vulnerabilidade inerente à amizade; ele nos dá conselhos quanto às maneiras de conservar nossos amigos e também, se necessário, como nos protegermos deles. A palavra hebraica para “amigo” também significa “vizinho”, ou seja, aquele que está perto de nós e que já é ou pode se tornar nosso amigo. A sabedoria bíblica valoriza os relacionamentos humanos e pede que haja consideração e respeito nesses relacionamentos.
4. Leia Provérbios 6:1-5. A que problema Salomão se referiu, e qual é a solução para ele? Que princípio espiritual importante encontramos aqui? Ao passo que a Torah exorta as pessoas a ajudar os pobres e a emprestar-lhes dinheiro sem cobrar juros (Êx 22:25), a sabedoria nos adverte contra o imprudente apoio financeiro a amigos endividados. O dever da caridade não exclui o dever da justiça (Êx 23:2, 3). Embora precisemos ser generosos quando podemos, seremos sábios se não permitirmos que nossa caridade se transforme num desastre (veja Pv 22:27). Essa é a razão do sábio conselho que nos é dado no provérbio. A primeira advertência se aplica às nossas palavras. É fundamental que avaliemos a situação e nos certifiquemos de que temos recursos para ajudar nosso amigo. Somente depois disso é que poderemos nos pronunciar e prometer. Na verdade, o afeto do relacionamento ou um momento de emoção podem fazer com que assumamos um compromisso do qual podemos nos arrepender depois. Não importa quão bem intencionado você tenha sido, é essencial pensar antes de agir ao comprometer-se com algo que não pode cumprir. Porém, se nos colocamos numa situação difícil, precisamos fazer o que pudermos para resolvê-la, inclusive nos humilharmos, admitirmos nosso erro e pedir que sejamos liberados daquela obrigação.
Como podemos equilibrar nosso desejo de levar as cargas uns dos outros (Gl 6:2) com as palavras que chegam até nós nesse provérbio?

QUARTA – PROTEJA SEU TRABALHO

5. Leia Provérbios 6:6-8. O que aprendemos com a formiga? As formigas não só trabalham arduamente (e até mais do que os seres humanos, se compararmos a carga que elas são capazes de levar com a que os seres humanos carregam, em proporção ao peso respectivo de ambos), mas ainda trabalham de forma independente e não precisam ser supervisionadas. A principal razão para trabalharem diligentemente é o futuro. Elas “preveem” os tempos difíceis (o inverno) e se preparam para isso. Portanto, a formiga nos ensina a sabedoria de pensar no futuro ao fazer planos e empreender uma atividade. “Essa é uma questão que exige consideração por parte de todo pai, professor e estudante, todo ser humano, jovem ou idoso. Não pode ser integral nem completo nenhum projeto de negócios ou plano para a vida que apenas compreenda os breves anos da existência presente, e não tome providências para o interminável futuro” (Ellen G. White, Educação, p. 145).
 6. Leia Provérbios 6:9-11. O que podemos aprender do contraste entre a formiga e o preguiçoso? É o preguiçoso que tem algo a aprender com a formiga, e não o contrário: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio” (Pv 6:6). Enquanto as formigas estão trabalhando, o preguiçoso está dormindo. Enquanto as formigas são produtivas na colheita, o preguiçoso fica de braços cruzados, o que é um símbolo de indolência. As formigas se superam, carregando cargas mais pesadas do que elas mesmas e se preparando para o futuro; o preguiçoso vive no presente e se ocupa apenas consigo mesmo.
Embora a indolência e a preguiça sejam condenadas, precisamos também nos lembrar de que a vida não consiste apenas em trabalhar e ganhar dinheiro. De que maneira o sábado, apresentado no contexto da semana de trabalho, nos ajuda a encontrar o equilíbrio?

QUINTA – PROTEJA A SI MESMO

Após nos advertir sobre os males específicos que ameaçam três áreas da vida (família, contatos sociais e trabalho), Salomão nos dá uma descrição do homem vil. É uma sátira cheia de ironia e de observações psicológicas incisivas. Os dois poemas (Pv 6:12-15 e 16-19) são paralelos e, com o mesmo ritmo poético de sete coisas mencionadas, abrangem os motivos correspondentes das pessoas descritas. O interior do homem vil é retratado como estando ligado aos pensamentos do coração. Ao mesmo tempo, tudo se torna manifesto pelas práticas exteriores.
7. Leia Provérbios 6:14, 18 e Mateus 15:19. Que ideia importante é transmitida nessas passagens? “Se condescenderes com vãs imaginações, permitindo que a mente se demore em assuntos impuros, serás, em certo sentido, tão culpada perante Ele como se teus pensamentos fossem levados à ação” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 334).
 8. Que advertências são dadas em Provérbios 6:12-19? As imagens usadas são irônicas. A figura do perverso que anda fazendo o mal aparece depois da imagem do preguiçoso que fica deitado (Pv 6:9-11). As duas atitudes parecem diferentes, mas transmitem a mesma lição. Ambos se concentram em seu próprio interior. Nenhum dos dois está interessado na instrução que vem de fora. Ambos seguem a própria sabedoria e as próprias inclinações. Os preguiçosos estão dormindo, e nem seus ouvidos nem seus pés estão atuando; os homens vis têm apenas os pés e a boca atuando, mas os ouvidos, não. O resultado é o mesmo: ambos serão destruídos. Entretanto, o mal tem dois efeitos: ele prejudica não só as pessoas contra quem é cometido o pecado, mas também o próprio pecador. Os mentirosos acabarão acreditando em suas mentiras. Também é digno de nota que o resultado final da perversidade é a discórdia e o conflito, que também podem afetar a sociedade. De fato, os efeitos do pecado raras vezes ficam restritos ao pecador, se é que alguma vez isso acontece. Outras pessoas são negativamente afetadas.
Os pecados de outras pessoas já afetaram sua vida? Que lições você pode aprender disso quanto ao cuidado que você precisa para que seus atos não prejudiquem os outros?

SEXTA – ESTUDO ADICIONAL

Leia, de Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 326-339: “Normas de Moral”; A Ciência do Bom Viver, p. 489-491: “Em Contato com os Outros”; Educação, p. 117-120: “Outras Lições Objetivas”. “O estudante da Bíblia deve ser ensinado a se aproximar dela no espírito do aprendiz. Devemos pesquisar suas páginas, não à busca de provas com que manter nossas opiniões, mas com o fim de saber o que Deus diz. [...] “Uma das principais causas de ineficiência mental e fraqueza moral é a falta de concentração [...] Com a imensa maré de material impresso a derramar-se constantemente do prelo, adultos e jovens formam o hábito da leitura apressada e superficial, e a mente perde sua capacidade para um pensamento contínuo e vigoroso” (Ellen G. White, Educação, p. 189). “A habitação que as formigas constroem para si revela habilidade e perseverança. Elas podem carregar tão somente um pequenino grão de cada vez, mas pela diligência e perseverança realizam maravilhas. “Salomão indica a operosidade da formiga como uma censura aos que desperdiçam suas horas na ociosidade, ou em práticas que corrompem a alma e o corpo. A formiga se prepara para as estações futuras; mas muitos que são dotados das faculdades do raciocínio deixam de se preparar para a futura vida imortal” (Ellen G. White, Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 190).

Perguntas para reflexão

1. Como podemos ajudar outros, mesmo a um custo pessoal para nós mesmos? Como vemos o ensino da lição desta semana em contraste com o seguinte verso: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15:13)? 2. Que outras lições podemos extrair do mundo natural para aplicar à nossa vida? Porém, uma vez que estamos neste mundo caído, por que precisamos ser cuidadosos com as lições que extraímos? 3. Leia as sete abominações mencionadas em Provérbios 6:16-19. Por que elas são tão perversas aos olhos de Deus?
Respostas sugestivas:1. Devemos fazer de tudo para obter a sabedoria, pois dela depende nossa vida; devemos dar ouvidos às palavras sábias e nos afastar do mal. 2. A busca da sabedoria é essencialmente buscar a Deus e ao reino dos Céus. Essa busca deve ser feita com dedicação total e nela devemos colocar todo o coração. 3. Devemos vigiar nossas palavras e fugir do homem ou da mulher que possa vir a se tornar uma ameaça ao nosso casamento. 4. Salomão se refere ao problema de fazermos promessas impensadas que talvez não tenhamos condições de cumprir, especialmente na área financeira. Devemos nos abster dessas promessas, e se já as fizemos devemos reconhecer nosso erro e pedir para ser liberados do compromisso que assumimos. 5. A diligência. 6. A preguiça leva à pobreza. 7. Se permitirmos que nossa mente se demore em pensamentos maus, esses pensamentos acabarão se transformando em planos maus e, por fim, em atos maus. 8. A perversidade em pensamentos, palavras e atos leva à destruição, pois essas são coisas que o Senhor abomina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua mensagem