domingo, 2 de agosto de 2015

Ester e Mordecai – lição 6 | 01 a 08 de agosto

Resumo da lição em Vídeo

 

VERSO PARA MEMORIZAR:

“‘Não pense que pelo fato de estar no palácio do rei, de todos os judeus só você escapará, pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família de seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?’” (Et 4:14, NVI).
Leituras da Semana:Et 1–10; 1Co 9:19-23; Jo 4:1-26; At 17:26; Mt 22:21;
Rm 1:18-20
Ester foi usada para executar uma missão de alto nível, especializada, dentro do perigoso centro político do império persa. Sua missão a envolveu numa série de contrastes notáveis. Sendo órfã, do sexo feminino e membro de uma desprezada minoria étnica e religiosa que vivia na superpotência de sua época, ela acabou se tornando a esposa do rei persa. Esse não foi um conto de fadas sobre alguém que foi da miséria à riqueza. Em vez disso, ela foi tirada da obscuridade e preparada para executar uma missão altamente especializada. Isso exigiu de Ester a arriscada estratégia de trabalhar, a princípio, secretamente. Mais tarde, ela teve que fazer uma perigosa e completa revelação de sua etnia e de sua fé.
Apoiada pelo primo e pai adotivo, Mordecai (ou Mardoqueu [ARC, NVI]), o ousado testemunho que ela deu na corte do império persa, que era dominada por intrigas, salvou seu povo, reverteu o baixo status social dos judeus e os tornou objetos
de admiração em todo o império.
Sem dúvida, como resultado de sua fidelidade, o conhecimento do Deus verdadeiro se tornou mais disseminado entre seus captores pagãos. Embora não seja uma história missionária comum, a narrativa de Ester e Mordecai apresenta alguns
princípios interessantes que podem nos ajudar a compreender o que significa testemunhar em circunstâncias peculiares.

Domingo – Ester na Pérsia

1. Leia Ester 1:2-20. O que aconteceu ali? Que coisas, nessa história, são difíceis de entender numa perspectiva moderna? (Ao ler a passagem, lembre-se de que muitos detalhes não são apresentados.)
O banquete de uma semana que o rei Assuero deu aos seus nobres e oficiais parece extravagante e muito além do que a maioria dos cristãos poderia achar aceitável, mesmo para alguém no topo do poder político. O consumo irrestrito de álcool (Et 1:7, 8) não era incomum nessas ocasiões. Tais banquetes aconteceram em outros momentos da história bíblica, nos quais reis ofereceram banquetes a milhares de convidados em suas festas. Nesse caso, o excesso de bebidas obscureceu o raciocínio
do rei a tal ponto que ele ordenou que sua esposa Vasti proporcionasse entretenimento aos convidados do rei, que eram todos homens e estavam bêbados. Isso ficava muito abaixo de sua dignidade como mulher casada e como membro da família real.
Qualquer que fosse sua resposta, ela enfrentaria o dilema de perder a posição, e sua corajosa escolha de conservar a autoestima em face dos desejos perversos de um governante autocrata prepara o leitor para compreender o poder para o bem que uma mulher de princípios poderia exercer, mesmo numa corte real dominada por homens.
Nesse ínterim, porém, temos que lidar com os atos de Ester. O capítulo 2:3 dá a impressão de que as mulheres não foram voluntárias. O rei emitiu o decreto e, por isso, Ester teve que ir. Se ela se houvesse recusado, quem sabe qual teria sido
o desfecho da história?
2. Leia 1 Coríntios 9:19-23. De que maneira podemos aplicar os princípios vistos nesses versos ao que aconteceu com Ester? Ou será que eles não se aplicam à história dela?
Até aqui, na história, a verdadeira heroína é Vasti, que, depois, desapareceu da narrativa. Sua
modéstia e atitude com base em princípios prepararam o caminho para Ester. Porém, atitudes fundamentadas em princípios nem sempre levam a um aparente benefício. No fim, por que devemos fundamentar nossas atitudes em princípios, mesmo que não saibamos os resultados de nossos atos?

Segunda-feira – Ester na corte do rei

3. Leia Ester 2:10, 20. Por que Mordecai instruiu Ester a não revelar sua origem? Por que, às vezes, pode ser prudente não revelarmos imediatamente nossa filiação religiosa?
4. Leia João 4:1-26, a história de Jesus e a mulher junto ao poço. Por que Ele disse abertamente que era o Messias, enquanto entre Seu próprio povo não falou de maneira tão franca? Como esse relato nos ajuda a entender as palavras
de Mordecai a Ester?
Duas vezes Mordecai recomendou a Ester que não revelasse sua nacionalidade nem sua origem familiar. Isso tem deixado muitos comentaristas perturbados, e eles têm questionado a necessidade dessa atitude de ocultação, especialmente numa época em que o povo judeu não estava sob ameaça. Será que ela não poderia ter sido uma testemunha de seu Deus para esses pagãos se tivesse sido clara sobre quem era e sobre o Deus a quem adorava? Ou se poderia argumentar que os judeus não tinham credibilidade na corte persa e que, se Ester tivesse revelado sua etnia, isso a teria impedido de obter acesso ao rei quando fosse pleitear por seu povo? Contudo, parece que mesmo antes de ter ocorrido a ameaça, Mordecai já havia advertido Ester a não revelar sua identidade. O fato é que a Bíblia não nos revela a razão das palavras de Mordecai a Ester; contudo, como podemos ver pelo exemplo de Jesus, não é preciso que alguém revele tudo imediatamente em todas as circunstâncias. A prudência é uma virtude.
No entanto, por que Jesus falou tão abertamente à mulher junto ao poço e não ao Seu próprio povo?
“Era muito mais reservado quando falava com eles. Aquilo que fora retido aos judeus, e que os discípulos haviam recebido recomendação de guardar em segredo, foi a ela revelado. Jesus viu que ela empregaria seu conhecimento em levar outros a
compartilhar de Sua graça” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 190).
Você já esteve numa situação em que julgou prudente não dizer muita coisa sobre sua fé ou suas
crenças? Que razões você teve para isso? Ao relembrar a situação, você acha que poderia ter feito algo diferente? Comente com a classe.

Terça – “Para um momento como este” (Et 2:19–5:8, NVI)

Em Ester 3:1-5, a trama da história começa a se desenrolar. Mordecai, um judeu, seguindo o mandamento contra a idolatria, recusou curvar-se diante de Hamã, um mero homem. Furioso, Hamã procurou uma forma de se vingar daquilo que considerou uma desfeita. Por seus atos, de certa forma, Mordecai estava testemunhando em meio àqueles pagãos sobre o Deus verdadeiro.
5. Que desculpa Hamã usou para tentar livrar o império dos judeus? É fácil deixar que as diferenças culturais nos ceguem para a humanidade de todas as pessoas? Et 3:8-13; At 17:26
Quando a conspiração de Hamã se tornou conhecida, Mordecai expressou visivelmente sua dor, usando o único ritual religioso judaico mencionado no livro de Ester: “Vestiu-se de pano de saco, cobriu-se de cinza, e saiu pela cidade, chorando amargamente em alta voz” (Et 4:1, NVI). Nesse ínterim, Ester se preparava para viver à altura da acusação de Hamã. Ela se tornaria uma transgressora judia da lei real persa ao entrar heroicamente na presença do rei sem convite, como parte de
um plano para anular a trama de Hamã. O rei a admitiu e aceitou o convite dela para um banquete. Ester então tomou a dianteira no drama enfrentado pelos exilados judeus em toda a Pérsia. Nessa história, Ester mostrou abnegação e heroísmo
(Et 4:16), tato (Et 5:8) e coragem (Et 4:6).
“Por intermédio da rainha Ester, o Senhor efetuou um poderoso livramento em favor de Seu povo. Numa ocasião em que parecia que ninguém poderia salvá-lo, Ester e as mulheres associadas a ela, por meio de jejum, oração e ação imediata, enfrentaram
a questão e trouxeram salvação a seu povo.
“O trabalho das mulheres em conexão com a causa de Deus, nos tempos do Antigo Testamento, ensina lições que nos habilitam a enfrentar emergências na obra de Deus hoje. Talvez não sejamos levados a uma situação tão crítica e notória como o povo de Deus no tempo de Ester. Muitas vezes, porém, mulheres convertidas podem desempenhar parte importante em posições mais humildes” (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 3, p. 1290, 1291).
Ester 4:14 traz as famosas palavras de Mordecai: “Quem sabe se não foi para um momento como
este que você chegou à posição de rainha?” (NVI). De que forma o princípio por trás dessas palavras se aplica a você nos dias atuais?

Quarta – Mordecai e Hamã

6. De acordo com o livro de Ester (5–8), como a rainha conseguiu salvar seu povo?
Os relatos dos dois banquetes de Ester levam a história ao clímax. Também registram a grande reviravolta em relação ao extermínio étnico que havia sido tramado. Ao mesmo tempo, a história expõe a diferença entre merecer a verdadeira honra e buscar honra para si mesmo, e registra a punição do vilão. Essas intrigas na corte tiveram consequências de longo alcance. Elas nos mostram, nos bastidores, a atuação de um monarca absoluto e de sua corte. Ester e Mordecai usaram suas posições, seu conhecimento da cultura em que viviam e sua fé nas promessas da aliança de Deus com Seu povo, para efetuar o livramento desse povo.
Enquanto isso, apesar de sua silenciosa vida de serviço, Mordecai tornou sua fé conhecida, se não por algum outro modo, pelo menos ao recusar curvar-se diante de Hamã. As pessoas notaram isso e o admoestaram, mas ele se recusou a comprometer
sua fé (Et 3:3-5). Isso foi, seguramente, um testemunho a outros.
7. Leia Ester 6:1-3. O que esses versos nos dizem sobre Mordecai? Que lições podemos extrair sobre a maneira como o povo de Deus pode atuar, e até mesmo testemunhar, em terras estrangeiras?
Embora Mordecai estivesse obviamente seguindo o Senhor, mostrou, contudo, fidelidade e lealdade ao soberano da nação em que vivia. Embora tivesse se recusado a curvar-se diante de um homem, ainda assim foi bom cidadão, pois denunciou a trama contra o rei. Embora não possamos descobrir muita coisa a respeito do fato de ele não ter sido honrado por essa ação, muito possivelmente ele a praticou e depois simplesmente continuou sua vida, sem esperar qualquer recompensa. No devido tempo, porém, como mostra a história, sua boa ação foi mais do que recompensada. Talvez a melhor forma de expressar seu exemplo aqui seja com estas palavras: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22:21).

Quinta – Quando alguns gentios se tornaram judeus

8. Leia Ester 8. Concentre-se especificamente no verso 17. Como podemos entender isso em termos de testemunho e de alcançar pessoas?
Sem dúvida, o livro de Ester não é uma história “típica” sobre alcançar pessoas e testemunho. Contudo, à medida que nos aproximamos do fim, veremos acontecer algo parecido com esse cenário. Como resultado do edito do rei em favor dos judeus, “muitos, dos povos da Terra, se fizeram judeus, porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles” (Et 8:17). Alguns comentaristas argumentam que a conversão dessas pessoas não poderia ter sido verdadeira, já que o medo e a ansiedade não devem ter lugar na conquista de pessoas. Embora isso seja verdade, qualquer que tenha sido a motivação inicial dessas pessoas, quem sabe qual teria sido a resposta delas à atuação do Espírito Santo no futuro, especialmente depois de terem
visto as grandes diferenças entre o que elas acreditavam e a crença no único Deus verdadeiro, bem como o culto a Ele?
9. Leia Romanos 1:18-20. Como os conceitos ensinados ali poderiam estar envolvidos no caso das pessoas mencionadas no livro de Ester?
No decreto original contra os judeus, estes não só deveriam ser mortos, mas aqueles que fizessem isso deveriam “saquear os seus bens” (Et 3:13, NVI). E também quando foi dada aos judeus permissão para matar seus inimigos, a eles também foi dito que poderiam “saquear os bens dos seus inimigos” (Et 8:11, NVI). Contudo, três vezes no livro de Ester (9:10, 15, 16, NVI) é dito especificamente que os judeus “não se apossaram de seus bens”. Embora as passagens não digam a razão, a tripla menção
do fato mostra a ênfase colocada nessa atitude. Muito provavelmente eles tivessem optado por se abster de tocar no despojo porque desejavam tornar conhecido que estavam agindo em defesa própria e não por ganância.
Em nossos esforços missionários e em nosso testemunho a outros, que atitudes devemos evitar
para que as pessoas não tenham oportunidade de questionar nossos motivos? Por que isso é tão importante?

Sexta – Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 598-606: “Nos Dias da Rainha Ester”. “O decreto que finalmente sairá contra o remanescente povo de Deus será muito semelhante ao que Assuero promulgou contra os judeus. Hoje os inimigos da verdadeira igreja veem no pequeno grupo de guardadores do sábado, um Mordecai à porta. A reverência do povo de Deus por Sua lei é uma constante repreensão aos que têm deixado o temor do Senhor, e estão pisando Seu sábado” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 605).

Perguntas para reflexão

1. Que paralelos podemos traçar entre o edito promulgado contra os judeus e o que acontecerá nos últimos dias, quando a questão da “marca da besta” ficar em evidência?
2. Judeus e cristãos na Antiguidade contestaram o direito de manter o livro de Ester no cânon da Bíblia. Ele não aparecia no Antigo Testamento usado pela comunidade que produziu os manuscritos do Mar Morto, nem no Antigo Testamento das igrejas da antiga Turquia e da Síria. O nome de Deus não aparece nesse livro, enquanto há cerca de 190 referências ao rei pagão. Embora ele mencione o jejum, não há referências à oração, aos sacrifícios, ao templo ou à adoração. E não é mencionada a ênfase da aliança quanto ao perdão e misericórdia. Contudo, o Senhor achou por bem incluí-lo no cânon. Por quê? Que lição espiritual encontramos nele sobre a maneira pela qual Deus trabalha em nossa vida para o bem, mesmo em meio a circunstâncias difíceis?
3. Reflita mais sobre as ocasiões em que os missionários não falam abertamente sobre sua identidade e sua obra. Há alguma razão válida para fazer isso? Às vezes, os missionários são muito cuidadosos para não dizer quem são, especialmente
em países hostis ao testemunho cristão. Se formos impressionados a não revelar imediatamente quem somos, como poderemos fazê-lo de forma que não seja desonesta e enganosa?
Respostas sugestivas:1. O rei Assuero deu uma festa e chamou a esposa para entreter os convidados, já embriagados. Como a rainha Vasti se recusou a fazê-lo, foi destituída. É difícil entender o fato de um rei querer expor sua esposa por estarembriagado, e depois repudiá-la por recomendação de seus conselheiros. 2. Esses princípios se aplicam ao caso deEster, pois ela ocultou durante algum tempo sua nacionalidade e religião. 3. Em situações de hostilidade ou preconceitosque impeçam as pessoas de ouvir a verdade. 4. A mulher estava com o coração pronto para aceitar a verdade, enquantoo povo judeu não estava. A ordem que Mordecai deu a Ester de que ela não revelasse sua nacionalidade provavelmente estivesse relacionada à mesma questão. 5. As leis dos judeus eram diferentes das de todos os outros povos; as diferenças culturais muitas vezes despertam preconceitos e geram oposição. 6. Jejuou três dias e foi à presença do rei, convidando-o, bem como Hamã, para um banquete. Então, convidou-os para um segundo banquete, no qual revelou que ela
e seu povo estavam condenados à morte, e que o culpado era Hamã. O resultado foi a morte de Hamã e o direito de defesa
para os judeus. 7. Ele era leal ao rei, pois havia denunciado uma trama para assassiná-lo. Isso nos mostra que os cristãos
devem ser bons cidadãos, leais aos seus governantes, enquanto isso não ferir a lei de Deus. 8. Embora nem sempre
as pessoas aceitem a verdade pela motivação correta, o Espírito Santo pode alcançá-las posteriormente. 9. Os atributos
de Deus foram demonstrados na atitude honesta dos judeus. Isso foi uma oportunidade de salvação para os sinceros e
advertência de juízo para os injustos.

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