segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

A realidade da Igreja Adventista em meio à guerra na Ucrânia

3 minutos de leitura Qual é a situação da denominação no país depois de um ano de conflito?No dia 24 de fevereiro, a guerra entre Rússia e Ucrânia completou um ano. E, infelizmente, o conflito ainda não tem data para acabar. A escassez de informações não permite sabermos ao certo as perdas contabilizadas de ambos os lados. Mas não resta dúvidas de que sejam bastante expressivas. Segundo dados divulgados pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), até meados de fevereiro tinham sido notificadas cerca de 7,2 mil mortes de civis no território ucraniano e o número de feridos passava de 11,7 mil. No entanto, é difícil saber quão subnotificadas são essas estatísticas.

Os desdobramentos da invasão russa redesenharam a geopolítica global, agravando a situação econômica, que já era complicada em razão da pandemia de Covid-19. Alimentaram a indústria de armas, aumentaram o preço dos combustíveis, interferiram no comércio internacional e provocaram escassez e encarecimento de matérias-primas. Além de tudo isso, como era previsto, forçaram um enorme deslocamento populacional, o mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial, na avaliação da agência para refugiados da ONU (Acnur). Desde então, cerca de 7,7 milhões de ucranianos buscaram refúgio em vários países da Europa. Sem contar os deslocados internos.

IMPACTO NA IGREJA

MÁRCIO TONETTI é   editor associado da Revista Adventista

Em meio a tudo isso, qual é a realidade da Igreja Adventista na Ucrânia depois de um ano de conflitos entre os dois países? Numa entrevista concedida recentemente ao
canal de vídeos da sede administrativa da denominação na Espanha,,o diretor do HopeMedia e do Departamento de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa na União Ucraniana, Maxim Krupsky, apresentou um breve panorama da situação atual.

Ele informou que, até agora, 23 templos foram completamente destruídos, 16 adventistas morreram, 15 ficaram feridos, 21 estão desaparecidos e 8.073 deixaram o país (o que representa cerca de 20% dos membros da igreja nessa região). Por outro lado, 1.084 pessoas foram batizadas na Ucrânia no ano passado. Além disso, o fluxo migratório provocado pela guerra parece estar tendo um papel importante na revitalização do adventismo na Europa Ocidental. “A igreja está sofrendo, mas, ao mesmo tempo, está tendo a oportunidade de ser uma fonte de ajuda para a sociedade”, o pastor Krupsky enfatizou. De acordo com ele, cada comunidade adventista no país se tornou um centro de influência e local de refúgio. “Por meio de nossas igrejas, já distribuímos mais de 2 milhões de pacotes de pães que ajudaram a matar a fome de muita gente”, exemplificou.

Em um ano de guerra, 23 templos adventistas foram completamente destruídos, 16 adventistas morreram, 15 ficaram feridos, 21 estão desaparecidos e 8.073 deixaram a Ucrânia. Por outro lado, 1.084 pessoas foram batizadas no país nesse período

Além de alimentar e acolher as vítimas do conflito, os adventistas também se preocuparam em continuar transmitindo uma mensagem de esperança à população. O centro de mídia da igreja na Ucrânia teve um papel muito importante nesse sentido, apesar de boa parte da equipe ter sido forçada a deixar a sede do HopeMedia no início da guerra. Porém, segundo Krupsky, em nenhum momento as transmissões cessaram, mesmo sabendo que algumas regiões estavam sem energia por causa dos danos à rede elétrica provocados pelas explosões. Surpreendentemente, apesar de todos esses desafios, um novo estúdio de TV foi inaugurado recentemente na Ucrânia e a missão tem avançado.

“A igreja ucraniana hoje é uma grande equipe de voluntários criando inúmeros projetos para apoiar as pessoas. Durante uma guerra, pequenas ações abrem grandes portas. Isso funciona como uma ‘explosão’ em cadeia”, o pastor Krupsky desta

Por fim, ele expressou gratidão pela ajuda que a igreja na Ucrânia tem recebido desde o início da guerra e fez um apelo para que as pessoas ao redor do mundo continuem intercedendo por essa situação. “Pedimos que orem para que Deus intervenha. Se o conflito continuar, poderá ser uma longa história com muitas consequências tristes para as famílias, os países envolvidos e o mundo”, concluiu.




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