segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Nem tudo é o que parece

 O impacto da cosmovisão do cientista na interpretação das evidências

Fóssil de 5 cm (A) e 6 cm (E), descobertos na Colômbia. (Imagem: Sociedade de Paleontologia de Vertebrados, dezembro de 2023)

Recentemente, pesquisadores da Universidade del Rosário, em Bogotá, na Colômbia, publicaram algo bem interessante. Um fóssil encontrado no país e que foi identificado como uma planta que teria vivido há mais de 100 milhões de anos, de acordo com a Teoria da Evolução, é, na verdade, um fóssil de tartaruga.[1]
A imagem acima mostra os fósseis descobertos pelo padre Gustavo Huerta na metade do século 20. Eles foram reexaminados na tentativa de identificar nervuras das folhas da planta fossilizada. Mas qual não foi a surpresa quando, em uma análise mais detalhada, os pesquisadores encontraram tecido ósseo fossilizado. Plantas, obviamente, não possuem ossos. Os cientistas estavam convencidos de que houve um erro na identificação desses fósseis. Por isso, ao compará-los com outros fósseis de vertebrados, foram encontradas semelhanças e compatibilidade com fósseis de tartaruga. Os pesquisadores afirmaram que ela provavelmente teria menos de 1 ano de idade, por causa do seu tamanho reduzido.

O doutor Nick Fraser, paleontólogo do Museu Nacional da Escócia, que não participou do estudo, afirmou que agora a identificação desse fóssil faz muito mais sentido, já que não seria esperado encontrar fósseis de plantas no estrato de rochas onde ele foi descoberto, do final da Era Mesozoica. Ele afirma que era como “sugerir erroneamente que dinossauros viveram na mesma época que os mamutes”.

Na maior parte das vezes, paleontólogos datam fósseis de maneira indireta. De acordo com a geologia naturalista, as diferentes camadas ou estratos geológicos teriam se formado de maneira lenta e gradual, ao longo de bilhões de anos. Então, se um pesquisador encontra um fóssil numa camada de rocha que já tem idade conhecida, como, por exemplo, 60 milhões de anos, então esse fóssil tem a mesma idade dessas rochas, já que eles teriam se formado ao mesmo tempo. Pesquisadores que aceitam a criação entendem que essas rochas não se formaram de forma tão lenta. Um dos fenômenos responsáveis pela formação das diferentes camadas de rochas, de acordo com a cosmovisão criacionista, seria a grande catástrofe, o dilúvio.
Cosmovisão e influência

O professor Andy Gale, paleontólogo e docente da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, disse algo que chama atenção. Ele afirmou: "Esse é um erro de identificação incomum, o que mostra que às vezes você vê o que deseja ver, mesmo que não esteja lá”.[2]

Puro e simples. Está aí um pensamento que muitos cientistas evitam e até mesmo não admitem. Muitas vezes, pesquisadores simplesmente não consideram determinadas hipóteses porque “não desejam ver”. Esse é um ótimo exemplo de como a cosmovisão ou as ideias preconcebidas de um cientista podem influenciar a interpretação dos fatos. Infelizmente, pesquisadores, apesar de possuírem métodos muito acurados e importantes para manter a objetividade, ainda são influenciados por sua cosmovisão. A imparcialidade é simplesmente impossível.

Dentro desse contexto, um outro exemplo vem à mente. Em 2015, pesquisadores alemães descreveram um fóssil brasileiro (pesquisadores alemães descrevendo um fóssil brasileiro é uma história polêmica para outro texto), que seria uma serpente com 4 pernas e 5 dedos. Esse fóssil representaria uma forma transicional, o famoso elo perdido, na árvore evolutiva das serpentes. Paleontólogos naturalistas afirmam que os primeiros lagartos perderam suas pernas e deram origem ao que conhecemos hoje como as serpentes modernas.
Detalhes do Tetrapodophis amplectus, fóssil considerado como “elo perdido” na evolução entre lagartos e cobras. (Foto: David Martill, doi: 10.1126/science.aaa9208. Edição: Maura Brandão)

Mas em 2021 houve uma atualização dessa informação. Em um encontro da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados em Salt Lake City, nos Estados Unidos, uma equipe de pesquisadores afirmou que, na verdade, esse fóssil pertenceria a uma espécie de lagarto marinho, não uma cobra. Apesar de alguns paleontólogos não concordarem com essa afirmação, o que fica claro é que não existe consenso a respeito do que seria esse fóssil. Atualmente, os cientistas não podem estudá-lo já que ele está inacessível no Museu Bürgermeister-Müller, na Alemanha. Ou seja, não é possível ter certeza se ele é uma forma transicional ou um lagarto pré-histórico.

Aqueles que aceitam o relato da criação e acreditam que fomos criados, não ficam surpresos com esse tipo de atualização. Os exemplos de interpretações falhas e falsos “elos perdidos” apresentados aqui são apenas alguns de tantos outros existentes. Será que a única explicação para a similaridade apresentada pelos seres vivos é que eles são aparentados ou compartilham uma ancestralidade comum? Para um naturalista sim, essa é a explicação. Isso significa que não existem outras? Não. A filosofia naturalista limita o trabalho de pesquisadores, já que eles não admitem algo além do natural.

Aí está a diferença para cientistas que aceitam a criação: considerar o sobrenatural. Por que não seria possível pensar que o Criador teria usado padrões para criar a diversidade dos seres vivos? Seres vivos esses que são complexos, diversos, com incrível capacidade de adaptação e diversificação limitada pelos tipos básicos. Hipóteses dentro desse contexto devem ser consideradas, porque nos dão maior possibilidade de chegar perto da verdade.

Pense nisso.

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