sábado, 22 de novembro de 2014

Legislador e Juiz – Lição 9 |22 a 29 de novembro

VERSO PARA MEMORIZAR:

“Um só é Legislador e Juiz, Aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem és, que julgas o próximo?” (Tg 4:12).
Leituras da Semana:Tg 4:11-17; At 17:11; Hb 4:15, 16; Lc 12:13-21; Ec 2:15-19; Tt 2:14
Nossa atitude para com a lei, seja a lei divina ou a dos homens, afeta a maneira pela qual nos relacionamos com os outros e até mesmo com Deus. Você já reparou que, às vezes, os ricos e famosos agem como se estivessem acima da lei?
Mesmo alguns que fazem as leis, ou as aplicam, podem procurar formas de escrevê-las para seu próprio ganho pessoal. O desrespeito às leis de uma sociedade, então,pode envolver desrespeito por outras pessoas, porque as leis governam nossa
maneira de nos relacionarmos com os outros.
Ao mesmo tempo, aqueles cuja atitude para com a lei é rígida e irredutível também podem ter dificuldades em seus relacionamentos interpessoais. Em um nível mais profundo, nossa visão da lei depende do grau de respeito que temos pela sabedoria dos legisladores e a justiça de suas leis.
A lição desta semana considera a lei, e, em seguida, uma forma de arrogância e autossuficiência a respeito da qual somos advertidos como sendo pecado. Tiago mostra outra forma de considerar o pecado.

DOMINGO – JULGAMENTO OU DISCERNIMENTO?

1. “Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz” (Tg 4:11). De que forma julgar os outros significa julgar a lei?
A expressão inicial no verso 11, traduzida literalmente como “falar contra”, poderia incluir vários pecados da fala, inclusive calúnia, falso testemunho e palavras de ira (ver Lv 19:15-18). Por um lado, parece que Tiago usa uma linguagem mais suave aqui do que no capítulo 3; porém, as implicações de falar mal dos irmãos parecem mais sérias porque, ao fazer isso, questionamos a própria lei. Ao nos colocarmos na posição de juízes, ignoramos nossas próprias fraquezas (ver Mt 7:1-3) e, em vez disso, nos concentramos nos erros dos outros, como se estivéssemos de alguma forma, fora da lei ou acima dela. Tal enfoque também nos impede de amar o próximo como a nós mesmos (Lv 19:18). Assim, não estamos guardando a lei.
Ao mesmo tempo, no entanto, embora não devamos julgar os outros, precisamos aprender a ter discernimento espiritual.
2. I dentifique as áreas em que o discernimento espiritual é requerido nas seguintes passagens: Atos 17:11, 1 Coríntios 6:1-5, 2 Coríntios 13:5, Filipenses 1:9, 1 João 4:1, Gálatas 6:1
Devemos comparar com a Palavra de Deus o que as pessoas ensinam e pregam. Devemos também, na medida do possível, incentivar os membros da igreja a resolver suas diferenças entre si, e não em tribunais, onde os juízes podem ou não ser guiados pela Palavra de Deus. Mais importante, devemos examinar a nós mesmos quanto à saúde de nosso relacionamento de fé e para avaliar se aquilo a que nos dedicamos é edificante e excelente, ou prejudicial à nossa experiência cristã.
É muito fácil criticar e julgar os outros, especialmente quando eles fazem coisas de que não gostamos.
Como podemos saber se cruzamos a linha do discernimento espiritual e passamos a julgar a lei de Deus?

SEGUNDA-FEIRA – O LEGISLADOR É JUIZ

Todas as leis do Antigo Testamento são de Jesus. Às vezes, elas são chamadas de leis de Moisés porque foram dadas por intermédio dele (2Cr 33:8; Ne 10:29), mas foi Jesus que conduziu os israelitas através do deserto e pronunciou os Dez
Mandamentos para eles no Monte Sinai (ver 1Co 10:1-4). No Sermão da Montanha, Jesus esclareceu e ampliou a lei. Ele é “o Verbo [que] Se fez carne” (Jo 1:14), e é por intermédio de Sua Palavra que seremos julgados (Jo 12:48).
3. “Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem és, que julgas o próximo?” (Tg 4:12). O que os seguintes versos nos dizem sobre Jesus como nosso Juiz? Is 33:22; 11:1-5; Hb 4:15, 16; Ap 19:11-16
Só alguém que conhece a lei muito bem está qualificado a julgar se ela foi ou não quebrada. Advogados estudam por muitos anos antes de fazer o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que põe à prova sua aptidão para iniciar a prática.
Os escribas do tempo de Jesus (muitos dos quais eram fariseus) estudavam diligentemente, e não apenas as leis mosaicas, mas também as tradições legais acumuladas. O fato de que Jesus não concordava com muitas dessas tradições resultou em
sério conflito com os líderes. Mas, como Aquele que havia dado essas leis, unicamente Ele era e é qualificado para explicar o que elas significam e para avaliar se foram ou não transgredidas. Então, quando Ele voltar, dará Sua recompensa a todos
segundo as suas obras (Ap 22:12). Além disso, ao assumir a natureza humana, viver sem pecado, morrer em nosso lugar e ressuscitar vitorioso sobre o pecado e a morte, Jesus é capaz de nos salvar do pecado.
“Deus confiou ao Filho todo o julgamento, pois sem contestação Ele é Deus manifestado na carne.
“Era desígnio de Deus que o Príncipe dos sofredores em forma humana fosse o Juiz do mundo inteiro. Aquele que veio das cortes celestiais para salvar o homem da morte eterna, [...] Aquele que Se sujeitou a ser denunciado perante um
tribunal terrestre, e que sofreu a ignominiosa morte de cruz — é o único que há de proferir a sentença de recompensa ou de castigo” (Ellen G. White, Maranata [MM 1977], p. 346). Como Legislador e Salvador, unicamente Cristo é qualificado
para ser nosso Juiz.
Recompensa ou punição: receberemos apenas uma das duas. Qual é a sua única esperança de recompensa?

TERÇA – PLANEJANDO O FUTURO

4. Leia Tiago 4:13 (compare com Lc 12:13-21). Como podemos equilibrar o planejamento prudente para o futuro com a necessidade de viver cada dia na expectativa da iminente vinda de Cristo? Como podemos evitar a armadilha de simplesmente construir “celeiros” maiores?
Pode parecer muito razoável planejar com um ano de antecedência ou até mais. As empresas geralmente têm planos de curto, médio e longo prazo. Indivíduos e famílias precisam poupar para o futuro e fazer provisão para despesas inesperadas.
Por outro lado, também acreditamos que Jesus voltará em breve e que, um dia, todos os nossos bens terrestres serão consumidos pelas chamas (2Pe 3:10-12).
Essas duas abordagens para a vida não estão necessariamente em conflito. Alguém disse: “Planeje como se Cristo não fosse demorar alguns anos para voltar, mas viva cada dia como se Cristo fosse voltar amanhã.” Até certo ponto, isso é
bom, embora o planejamento de longo prazo possa tornar difícil viver um dia de cada vez. Muitos dos ouvintes de Jesus (e muitos cristãos hoje) considerariam que o homem rico que decidiu construir celeiros maiores era próspero porque Deus
o estava abençoando. Mas Jesus nos revelou os pensamentos íntimos do homem: “Alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga” (Lc 12:19, ARC). Em suma, a principal preocupação dele era acumular um
tesouro para si mesmo.
Algo ainda mais importante: em vez de fazer nossos planos excessivamente definidos, “[Devemos] dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tg 4:15). Isso significa mais do que simplesmente acrescentar
“D.v.” (Deo volente, expressão latina que significa “Se Deus quiser”) no fim de uma frase sobre nossos planos para o futuro. Significa que devemos apresentar todos os nossos planos a Deus. Podemos orar: “Deus, quero saber qual é a Tua vontade. Se Tu não estás satisfeito com esses planos, por favor mostra-me.” Então, se nossos planos não são bons, Deus vai nos mostrar isso, desde que permaneçamos atentos e dispostos a corrigi-los ou mesmo alterá-los inteiramente.
Embora nada esteja errado com o texto de Tiago 4:13, é óbvio que há um problema, não no que as pessoas querem fazer, mas na sua atitude a esse respeito. Que cuidado devemos ter para não nutrir essa mesma atitude, mesmo que seja de modo inconsciente?

QUARTA – A NEBLINA

5. Que ponto crucial é apresentado em Tiago 4:14?
A vida é incerta. Cada respiração é uma dádiva. Tiago 4:14 usa uma palavra grega muito rara (atmis), traduzida como “vapor” ou “neblina”. Como a palavra hebraica hebel (“sopro, vapor”), que ocorre 38 vezes em Eclesiastes e é muitas vezes
traduzida como “vaidade”, ela enfatiza a natureza transitória da vida. Quem já não experimentou o quanto a vida é rápida e transitória, especialmente à medida que envelhecemos? Em sua velhice, o famoso evangelista Billy Graham disse: “Eu
nunca soube que a vida passava tão depressa.”
Em outras palavras, há sempre a iminência da morte. Apenas uma batida de coração nos separa dela. Qualquer um de nós, a qualquer momento, por uma série de razões, poderia morrer em um instante. Com muita razão, Tiago disse: “Vós não
sabeis o que sucederá amanhã” (Tg 4:14), incluindo a questão da morte.
“Não me demorarei aqui sobre a brevidade e incerteza da vida; mas há um terrível perigo que não é compreendido suficientemente: o de adiar para atender à voz suplicante do Santo Espírito de Deus, preferindo viver em pecado, pois isso é o que é, na verdade, esse retardamento” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 32).
Além disso, não apenas a vida é muito curta, mas, em si mesma, ela também pode ser muito insatisfatória.
6. Leia Eclesiastes 2:15-19; 4:4; 5:10; 9:11, 12. O que a mensagem de Salomão adiciona ao ponto colocado por Tiago?
Vemos tanta injustiça, tanta deslealdade que esta vida acaba perdendo o sentido. Não é de admirar que todos nós almejemos o cumprimento da promessa de vida eterna feita a nós por meio de Jesus. Sem isso, nós somos apenas uma neblina que desaparecerá e será para sempre esquecida.
Faça um balanço: você está muito preso a este mundo? Como você pode sempre ter em mente
o quanto tudo isso é fugaz?

QUINTA – SABER E FAZER O BEM

7. Leia Tiago 4:15-17 no contexto dos versos anteriores a essa passagem. Que ponto fundamental é apresentado?
Tiago está lidando com a atitude de autossuficiência. Na verdade, ele chama essa atitude de “arrogância”, e as palavras faladas de “jactância”; ele diz que isso é “maligno”, o que mostra a importância da atitude correta para o cristão.
Leia o verso 17. A Bíblia define o pecado de duas formas: (1) Fazer o mal; (2) não fazer o bem. A primeira definição é dada por João: “O pecado é a transgressão da lei” (1Jo 3:4). Muitas versões modernas traduzem a expressão com as palavras “o
pecado é iniquidade”, mas a palavra grega anomia se refere a transgressões específicas da lei, em lugar do habitual comportamento ilícito (veja seu uso em Rm 4:7; Tt 2:14; Hb 10:17). A segunda definição é dada em Tiago 4:17: “Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” Devemos, portanto, ir além de simplesmente resistir à tentação de fazer o mal. Somos chamados a ser “filhos da luz” (Ef 5:8) e a permitir que “assim brilhe também a [nossa] luz diante dos homens, para que vejam as [nossas] boas obras e glorifiquem a [nosso] Pai que está nos Céus” (Mt 5:16, ênfase acrescentada).
Podemos ficar facilmente desencorajados porque, afinal de contas, quem faz constantemente todo o bem que deveria fazer todos os dias? Mas essa não é a questão. Mesmo a vida de Jesus não foi um contínuo ciclo de atividade incessante.
Houve momentos em que Ele Se retirou para orar ou simplesmente para descansar (Lc 5:16; Mc 6:31). Ainda mais importante, Ele procurou cumprir a vontade de Deus em tudo o que fazia (Jo 5:30). Jesus até mesmo comparou o ato de comer a
fazer a vontade de Deus: “A Minha comida consiste em fazer a vontade dAquele que Me enviou e realizar a Sua obra” (Jo 4:34). Assim como há limites para a quantidade de alimento para cada refeição, há limites para o que podemos fazer. Por
isso, Jesus continua dizendo que alguns semeiam enquanto outros colhem, mas “se alegram tanto o semeador como o ceifeiro” (Jo 4:36-38). À medida que trabalhamos para o Senhor, somos encorajados a fazer mais e orar por maior disposição para sermos usados de todas as formas possíveis.
Como a oração nos ajuda a morrer para nós mesmos e, assim, manter uma atitude de submissão
à vontade de Deus? Sejam quais forem seus planos, como você pode submetê-los ao Senhor?

SEXTA – ESTUDO ADICIONAL

Sobre o valor do tempo, leia, de Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 342-346: “Como Enriquecer a Personalidade”, e compartilhe com a classe os pontos que o impressionaram.
“Que ninguém entre vós continue se gloriando contra a verdade ao declarar que esse espírito [de discernimento dos maus motivos de outros] é uma consequência necessária do tratamento fiel dado aos malfeitores e da posição em defesa da
verdade. Tal sabedoria tem muitos admiradores, mas é muito enganosa e prejudicial. Ela não vem do Alto, mas é fruto de um coração não regenerado. Seu autor é o próprio Satanás. Que nenhum acusador dos outros atribua a si discernimento;
porque, fazendo isso, ele reveste os atributos de Satanás com as vestes da justiça” (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 7, p. 936, 937, edição em inglês).
“Aquele que é culpado de erro é o primeiro a suspeitar do erro. Condenando o outro, está ele procurando ocultar ou desculpar o mal do próprio coração. Foi por meio do pecado que os homens adquiriram o conhecimento do mal; tão depressa
havia o primeiro casal pecado, começaram a se acusar um ao outro e é isto que a natureza humana inevitavelmente fará, quando não se ache controlada pela graça de Cristo (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 126).

Perguntas para reflexão

1. Como podemos evitar a tendência de julgar e acusar os outros de modo que nos sintamos melhores sobre nossos próprios defeitos? Como podemos evitar a armadilha de condenar os que erram?
2. Diante do fato de que a vida passa depressa, quais devem ser nossas prioridades?
Respostas sugestivas: 1. Quando julgamos os outros, estamos assumindo a função divina, algo que a lei não nos permite.
Assim, estamos discordando do princípio da lei, julgando a lei, falando mal da lei. Além disso, pelo fato de sermos
pecadores, não temos autoridade para condenar outros pecadores. Nosso dever é ser solidários com nossos semelhantes,
que precisam da graça tanto quanto nós. 2. No estudo das Escrituras para avaliar o que as pessoas ensinam sobre a
Bíblia; no julgamento e solução de conflitos entre cristãos; na autoavaliação da nossa condição espiritual; no desenvolvimento
do amor, nas escolhas e na sinceridade; na restauração de alguém surpreendido em alguma falta. 3. O Salvador é
o Legislador e Juiz; julgará os necessitados com justiça e “defenderá os direitos dos pobres. Suas palavras serão como uma
vara para castigar o país, e com Seu sopro Ele matará os maus; é um Juiz divino e humano; é compassivo. 4. Devemos ter
humildade para reconhecer que nossa vida está nas mãos de Deus e dependemos dEle para o futuro; submeter nossos
planos e objetivos materiais à Sua vontade e ao objetivo maior de nos prepararmos para a volta de Jesus; incluir o reino
de Deus e as outras pessoas em nosso orçamento e em nossa agenda. 5. Não conhecemos o futuro; somos mortais; nossa
vida é transitória e passa rápido demais, o que deve nos tornar humildes e dependentes de Deus. 6. A morte, as injustiças,
a doença, a inveja e o sentimento de insatisfação tornam a vida ilusória e frustrante. A única esperança está em Deus. 7.
Nossa vida é frágil. Por isso, devemos ser humildes para colocar nossos desejos e planos nas mãos de Deus, e ser sábios
para dedicar nosso tempo e recursos ao bem dos outros. Assim, não seremos orgulhosos e a igreja se tornará mais unida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua mensagem