SÁBADO À TARDE (Ano Bíblico: 2Sm 22–24)
VERSO PARA MEMORIZAR: “Quando Jesus acabou de
proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da Sua
doutrina; porque Ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os
escribas” (Mt 7:28, 29).
Leituras da semana: Mt 5–7; Rm 7:7; Gn 15:6; Mq 6:6-8; Lc 6:36; Mt 13:44-52; Rm 8:5-10
No livro de Êxodo, vemos Deus tirar os filhos de Israel do Egito,
“batizá-los” no Mar Vermelho, conduzi-los pelo deserto durante 40 anos,
operar sinais e maravilhas e Se encontrar pessoalmente com eles no topo
do monte, onde lhes deu a lei.
No livro de Mateus, vemos Jesus sair do Egito, ser batizado no rio
Jordão, ir para o deserto durante 40 dias, operar sinais e maravilhas e
Se encontrar pessoalmente com Israel no topo de um monte, onde ampliou
aquela mesma lei. Jesus percorreu a história de Israel, tornou-Se Israel
e todas as promessas da aliança foram cumpridas nEle.
O Sermão do Monte é a pregação mais poderosa de todos os tempos. Suas
palavras influenciaram profundamente não só os ouvintes originais, mas a
todos os que já ouviram suas mensagens transformadoras ao longo dos
séculos.
Contudo, não devemos apenas ouvir esse sermão; precisamos também
aplicá-lo. Nesta semana, além de estudar o que Jesus disse no Sermão do
Monte (Mt 5–7), estudaremos o que Ele disse em Mateus 13 a respeito de
aplicar Suas palavras à nossa vida.
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DOMINGO - Princípios e normas (Ano Bíblico: 1Rs 1, 2)
1. Faça uma leitura rápida do Sermão do Monte em
Mateus 5–7. Resuma, nas linhas abaixo, o que mais se destaca em sua
mente a respeito dele e o que ele diz a você.
Talvez nenhum outro discurso religioso na história da humanidade
tenha atraído tanta atenção quanto a que tem sido devotada ao Sermão do
Monte. Contudo, filósofos e ativistas de muitas perspectivas não cristãs
que se recusaram a adorar Jesus admiraram Sua ética. No século vinte,
Mahatma Gandhi foi o mais famoso devoto não cristão desse sermão” (Craig
L. Blomberg, The New American Commentary: Matthew [O novo comentário americano: Mateus]. Nashville: B&H Publishing Group, 1992; v. 22, p. 93, 94).
Esse sermão tem sido visto de muitas maneiras diferentes. Alguns o
veem como um padrão moral muito alto e inatingível, que nos coloca de
joelhos e nos leva a reivindicar a justiça de Jesus como nossa única
esperança de salvação, porque ficamos muito aquém do padrão divino
revelado no Sermão do Monte. Outros o veem como um discurso de ética
civil, um chamado ao pacifismo. Alguns veem nele o evangelho social, um
chamado a trazer o reino de Deus à Terra pelo esforço humano.
Em certo sentido, provavelmente cada pessoa projeta algo de sua
própria experiência nesse sermão, porque ele nos toca poderosamente em
áreas cruciais de nossa vida; assim, todos nós reagimos a ele à nossa
própria maneira. Ellen G. White escreveu: “No Sermão do Monte, [Jesus]
procurou desfazer a obra da falsa educação, dando a Seus ouvintes um
conceito exato de Seu reino, bem como de Seu próprio caráter. […] As
verdades que ensinou não são menos importantes para nós que para a
multidão que O seguia. Não menos do que eles necessitamos aprender os
princípios fundamentais do reino de Deus” (O Desejado de Todas as
Nações, p. 299).
Assim, acima de qualquer outra conotação dada ao Sermão do Monte, ele
nos apresenta os princípios fundamentais do reino de Deus, nos diz o
que Deus é como governante de Seu reino, e nos diz o que Ele deseja que
sejamos como súditos do Seu reino. É um chamado radical para que
deixemos os princípios e padrões dos transitórios reinos deste mundo e
sigamos os preceitos e normas do único reino que existirá para sempre
(Ver Dn 7:27).
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SEGUNDA - O sermão versus a lei (Ano Bíblico: 1Rs 3, 4)
Alguns cristãos veem o Sermão do Monte como uma nova “lei de Cristo”, que substituiu a “lei de Deus”. Eles dizem que um sistema legalista foi então substituído por um sistema de graça, ou que a lei de Jesus é diferente da lei de Deus. Essas noções são concepções errôneas a respeito do Sermão do Monte.
2. O que os seguintes textos dizem sobre a lei e sobre a ideia de que os dez mandamentos foram substituídos pelo Sermão do Monte? Mt 5:17-19, 21, 22, 27, 28; ver também Tg 2:10, 11; Rm 7:7
Craig S. Keener escreveu: “A maioria dos judeus entendia os mandamentos no contexto da graça […]; em vista das exigências de Jesus quanto a uma prática maior da graça […], Ele sem dúvida apresentava as exigências do reino à luz da graça (ver Mt 6:12; Lc 11:4; Mc 11:25; Mt 6:14, 15; Mc 10:15). Nas narrativas dos evangelhos, Jesus abraça aqueles que se humilham e reconhecem o direito de Deus governar, mesmo que, na prática, fiquem aquém do alvo da perfeição moral (Mt 5:48). Mas a graça do reino, proclamada por Jesus, não era a graça sem obras de grande parte do cristianismo ocidental. Nos evangelhos, a mensagem do reino transforma aqueles que a aceitam com mansidão, da mesma forma que humilha os arrogantes, que estão religiosa e socialmente satisfeitos” (The Gospel of Matthew: A Socio-Rhetorical Commentary [O Evangelho de Mateus: Um Comentário Sócio-Retórico]. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Company, 2009; p. 161, 162).
3. Leia Gênesis 15:6. Como essa passagem confirma que a salvação sempre foi pela fé?
A fé de Jesus Cristo não era nova; era a mesma fé que houve desde a queda da humanidade. O Sermão do Monte não foi a substituição da salvação por meio das obras pela salvação através da graça. A salvação sempre foi pela graça. Os filhos de Israel foram salvos pela graça no Mar Vermelho, antes que fossem solicitados a obedecer no Sinai. (Ver Êx 20:2.)
O que nossa experiência com o Senhor e Sua lei deve nos ensinar sobre o motivo pelo qual a salvação sempre teve que ser pela fé e não pela lei?
TERÇA - A justiça dos escribas e fariseus (Ano Bíblico: 1Rs 5, 6)
4. Leia Mateus 5:20. O que Jesus quis dizer ao
declarar que, se a nossa justiça “não exceder em muito a dos escribas e
fariseus” não poderemos entrar no reino dos Céus?
Embora a salvação sempre tenha sido pela fé, e ainda que o judaísmo,
como devia ter sido praticado, sempre tenha sido um sistema fundamentado
na graça, o legalismo se infiltrou, como pode se infiltrar em qualquer
religião que leve a obediência a sério, como o adventismo do sétimo dia.
No tempo de Cristo, muitos dos líderes religiosos (mas não todos)
haviam caído num tipo de “ortodoxia rígida […], destituída de contrição,
ternura ou amor”, que os deixou sem “poder algum para preservar o mundo
da corrupção” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 53).
Meras formas exteriores, especialmente as que são criadas pelo homem,
não têm poder para mudar a vida nem transformar o caráter. A única fé
verdadeira é aquela que atua pelo amor (Gl 5:6); somente ela torna os
atos exteriores aceitáveis aos olhos de Deus.
5. Leia Miqueias 6:6-8. Em que aspecto essa passagem é um resumo do Sermão
do Monte?
do Monte?
Mesmo nos tempos do Antigo Testamento, os sacrifícios não eram um fim
em si mesmos, mas um meio para se chegar a um fim, isto é, uma vida na
qual os seguidores de Deus refletissem o amor e o caráter dEle, algo que
só podia ser feito por meio de entrega total a Deus e do reconhecimento
de nossa completa dependência de Sua graça salvadora. Apesar de toda a
sua aparência exterior de piedade e fé, muitos dos escribas e fariseus
definitivamente não eram um modelo de como o seguidor de Deus deve
viver.
Mesmo que você creia firmemente na
salvação somente pela fé e por meio da justiça de Jesus, como evitar
que alguma forma de legalismo, mesmo que sutil, se infiltre em sua
experiência?
QUARTA - Os princípios do reino (Ano Bíblico: 1Rs 7, 8)
6. Talvez o ensino mais radical de Jesus se encontre
em Mateus 5:48. Como devemos praticar o ensino desse texto,
especialmente em vista do fato de que somos pecadores?
De todos os ensinos do Sermão do Monte, esse tem sido um dos mais
surpreendentes, o mais “radical”. Ser tão perfeito como nosso “Pai
celeste”? O que isso significa?
Um componente fundamental para compreendermos essa passagem se
encontra na primeira palavra: “portanto”. Essa palavra implica uma
conclusão, uma dedução a partir do que veio antes dela. O que veio
antes?
7. Leia Mateus 5:43-47. Como esses versos, que
terminam com Mateus 5:48, nos ajudam a entender melhor o que Jesus quis
dizer com o verso 48? Ver também Lucas 6:36.
Essa não é a primeira vez que uma ideia assim é vista na Bíblia. No
livro de Levítico 19:2 o Senhor já havia dito ao Seu povo: “Santos
sereis, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, Sou santo.” Em Lucas 6:36 Jesus
disse: “Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai.”
O contexto de Mateus 5:43-48 não está relacionado à conformidade
exterior a regras e padrões, por mais importante que isso seja. Em vez
disso, o enfoque dessa seção é o amor às pessoas, não simplesmente
àquelas que qualquer um poderia amar, mas àquelas que, pelos padrões do
mundo, geralmente não amaríamos (porém, isso está relacionado aos
padrões do reino de Deus, não de reinos humanos).
O importante a ser lembrado é que Deus não nos pede nada que não
possa realizar em nós. Se fôssemos deixados a nós mesmos, sendo
dominados por nosso coração pecaminoso e egoísta, quem de nós amaria
seus inimigos? Não é assim que o mundo funciona, mas agora somos
cidadãos de outro mundo. Temos a promessa de que, se nos entregarmos a
Deus, “Aquele que começou boa obra em [nós] há de completá-la até ao Dia
de Cristo Jesus” (Fp 1:6). Que obra maior Deus poderia realizar em nós
do que fazer com que, em nossa esfera, amemos como Ele nos ama?
Sua vida seria muito diferente, agora mesmo, se você amasse seus inimigos?
QUINTA - Recebendo as palavras do reino (Ano Bíblico: 1Rs 9, 10)
O topo de um monte não foi o único lugar em que Jesus pregou. Ele
pregou a mesma mensagem do reino por todo o Israel. Mateus 13 registra
que Jesus ensinou de um barco, “e toda a multidão estava em pé na praia”
(Mt 13:2). Jesus contou parábolas que tinham o objetivo de fazer as
pessoas entenderem a importância não só de ouvir, mas de aplicar Sua
Palavra.
8. Leia Mateus 13:44-52. Nessas parábolas, o que é
especialmente importante para entender como aplicar à nossa vida as
verdades reveladas no Sermão do Monte?
Dois pontos se destacam nas duas primeiras histórias. Em ambas há a
ideia de separação, de se livrar daquilo que se tem para obter algo
novo, seja um tesouro no campo ou uma pérola. Outro ponto crucial é o
grande valor que cada um dos homens colocou naquilo que descobriu. Em
ambos os casos, eles foram e venderam tudo o que possuíam para obter
aquilo. Embora não possamos comprar a salvação (Is 55:1, 2), a lição das
parábolas é clara: nada que tenhamos neste reino, neste mundo, vale a
perda do reino e do mundo por vir.
Assim, para aplicar à nossa vida o que Deus pede de nós, precisamos
fazer a escolha de nos separar de todas as coisas do mundo e da carne, e
deixar que o Espírito de Deus nos encha (ver Rm 8:5-10). Isso pode não
ser fácil; exigirá a morte do eu e a disposição de tomar a própria cruz.
Mas se conservarmos sempre diante de nós o valor e a importância do que
nos é prometido, teremos toda a motivação de que precisamos para fazer
as escolhas que devemos fazer.
Leia a última parábola (Mt
13:47-50). Ela também fala sobre uma separação. De que maneira a
separação vista nas primeiras duas parábolas nos ajuda a entender o que
está acontecendo na terceira parábola?
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