SÁBADO À TARDE (Ano Bíblico: 2Sm 5–7)
VERSO PARA MEMORIZAR: “Vinde após Mim, e Eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4:19).
Leituras da semana: Mt 3:1-12; 2Pe 1:19; Fp 2:5-8; Mt 4:1-12; Is 9:1, 2; Mt 4:17-22
Uma das grandes lutas da humanidade tem sido conhecer o significado e o propósito de nossa vida, e vivê-los. Afinal de contas, não viemos ao mundo com um manual de instruções debaixo do braço que nos ensine a viver, não é mesmo?
“Eu não entendia qual era o significado da vida”, disse um rapaz de 17 anos, de família abastada, que se tornou viciado em remédios. “Ainda não sei, mas pensei que todas as outras pessoas soubessem, e que havia um grande segredo conhecido por todas as outras pessoas e desconhecido por mim. Pensei que todo mundo entendesse por que estamos aqui, e que todos fossem, secretamente, felizes em algum lugar, sem mim.”
Paul Feyerabend, um escritor austríaco e filósofo da ciência, confessou em sua autobiografia: “Então vem um dia após o outro e não está claro por que se deve viver.”
É então que entra a Bíblia, o evangelho, a história de Jesus e o que Ele fez por nós. Em Jesus, em Sua preexistência, em Seu nascimento, vida e morte, em Seu ministério no Céu e em Sua segunda vinda, podemos achar respostas para as perguntas mais urgentes da vida. Nesta semana examinaremos o início da vida e da obra de Cristo na Terra, que são a única coisa que pode dar pleno significado à nossa vida e obra.
Amanhã, centenas de classes bíblicas terão início em todo o Brasil.
Como está esse movimento em sua igreja?
DOMINGO - João Batista e a “verdade presente” (Ano Bíblico: 2Sm 8–10)
Mateus 3 começa com João Batista, cuja primeira palavra registrada no texto é um imperativo: “Arrependei-vos” (Mt 3:2). De certa forma, esse é um resumo do que Deus vem dizendo aos seres humanos desde a queda: Arrependam-se, aceitem Meu perdão, deixem seus pecados e vocês encontrarão redenção e descanso para a alma.
Contudo, mesmo que essa mensagem seja universal, João também colocou nela uma distinta ênfase de “verdade […] presente” (2Pe 1:12), ou seja, tornou-a uma mensagem para as pessoas daquela época específica.
1. Leia Mateus 3:2, 3. Qual foi a mensagem da verdade presente que João estava pregando junto com o chamado ao arrependimento, batismo e confissão? Ver também Mateus 3:6.
Nessa passagem, João fez algo aparece ao longo de todo o Novo Testamento: ele citou o Antigo Testamento. A profecia do Antigo Testamento se tornou viva no Novo: vez após vez, Jesus, Paulo, Pedro e João citaram o Antigo Testamento para ajudar a validar, explicar ou mesmo provar o significado do que estava acontecendo no Novo. Não é de admirar que Pedro, mesmo em vista dos milagres que ele havia testemunhado pessoalmente, tenha enfatizado a “palavra profética”
(2Pe 1:19) ao falar sobre o ministério de Jesus.
2. Leia Mateus 3:7-12. Que mensagem João tem para os líderes? Apesar de suas duras palavras, que esperança está sendo oferecida nessa passagem?
Note como Jesus ocupava a posição central em tudo o que João estava pregando. Mesmo naquele momento, tudo era sobre Jesus, quem Ele era e o que faria. Embora o evangelho tenha sido apresentado, João também deixou claro que haveria um ajuste final de contas, uma divisão entre o trigo e a palha, e que Aquele que fora profetizado faria essa divisão. Nisso há mais uma prova de que o evangelho e o juízo são realmente inseparáveis. Há também um exemplo de como, na Bíblia, a primeira e a segunda vindas de Jesus são vistas como um só evento, pois vemos que João, no contexto imediato da primeira vinda de Cristo, fala também sobre a segunda.
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SEGUNDA - O contraste no deserto (Ano Bíblico: 2Sm 11, 12)
“A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”
(Mt 4:1).
Imagine esta cena da perspectiva do próprio Satanás. O Ser divino e exaltado que ele conhecia como Filho de Deus havia Se humilhado e assumido a forma humana a fim de salvar a humanidade. Era o mesmo Jesus contra quem ele havia guerreado no Céu e que o tinha expulsado, bem como seus anjos (ver Ap 12:7-9). Mas qual era a condição de Jesus naquele momento? Ele havia Se tornado um ser humano enfraquecido, sozinho num deserto hostil, sem nenhum apoio evidente. Certamente Jesus seria então um alvo fácil para os enganos do inimigo.
“Quando o Filho de Deus e Satanás, pela primeira vez, se defrontaram em conflito, Cristo era o comandante das hostes celestiais; Satanás, o cabeça da rebelião no Céu, fora expulso dali. Então, podia ser dito que as condições se haviam invertido, e o adversário explorou o máximo possível sua suposta vantagem” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 119).
Que contraste! Embora Lúcifer tenha procurado ser “semelhante ao Altíssimo” (Is 14:14), Jesus havia Se esvaziado da glória do Céu. Nessa cena, podemos ver a imensa diferença entre o egoísmo e o altruísmo; a vasta diferença entre o que é santidade e o que é pecado.
3. Compare Isaías 14:12-14 com Filipenses 2:5-8. Qual é a diferença entre o caráter de Jesus e o de Satanás?
Imagine como os anjos que haviam conhecido Jesus em Sua glória celestial devem ter contemplado o que estava ocorrendo quando esses dois inimigos se encontraram face a face, num tipo de conflito que os dois nunca haviam experimentado antes. Embora tenhamos a distinta vantagem de saber como o confronto terminou, os anjos e todo o Céu não tinham essa vantagem. Assim, devem ter assistido ao conflito preocupados, e com absoluta atenção.
Satanás se exaltou. Jesus Se humilhou até a morte. O que podemos aprender com esse grande contraste, e como podemos aplicar essa importante verdade à nossa vida? Como isso deve impactar nossa maneira de tomar decisões, especialmente aquelas nas quais nosso ego está em jogo?
TERÇA - A tentação (Ano Bíblico: 2Sm 13, 14)
4. Leia Mateus 4:1-11. Por que Jesus teve
que passar por essa situação? O que essa história tem que ver com a
nossa salvação? Como Jesus resistiu a tentações tão poderosas, sob
circunstâncias tão difíceis, e o que isso nos diz a respeito de como
resistir às tentações?
Mateus 4:1 inicia com o que parece ser uma ideia
estranha: foi o Espírito que levou Jesus ao deserto para ser tentado
pelo diabo. Supõe-se que devemos orar para não ser levados à tentação do
diabo: “Não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal” (Mt
6:13, NTLH). Por que, então, o Espírito Santo conduziria Jesus dessa
forma?
A chave se encontra no capítulo anterior, quando Jesus foi
a João para ser batizado. Vendo a resistência de João, Jesus disse:
“Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt
3:15). Embora não tivesse pecado, Jesus teve que ser batizado para
cumprir toda a justiça, isto é, fazer o que era necessário a fim de ser
um exemplo perfeito para os seres humanos e ser o representante perfeito
deles.
Na tentação no deserto, Jesus tinha que passar pelo mesmo
terreno pelo qual Adão passou. Precisava da vitória contra a tentação
que todos nós, de Adão em diante, deixamos de alcançar. E assim, ao
fazer isso, “Cristo devia reparar […] a falha de Adão” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações,
p. 117), só que Ele o fez em condições diferentes de qualquer coisa que
Adão tivesse enfrentado. Por Sua vitória, Jesus mostrou que não há
desculpa para o pecado, que não há justificativa para ele e que, quando
tentados, não temos que cair, mas podemos vencer por meio da fé e
submissão. Devemos seguir a orientação de Tiago: “Sujeitai-vos, pois, a
Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele Se
chegará a vós” (Tg 4:7, 8).
Ao nos mostrar de
maneira tão enfática que não há desculpa para o pecado, como esse relato
mostra nossa necessidade da justiça de Cristo? Imagine se tivéssemos
que nos apresentar em nossa própria justiça, sem essa cobertura e sem a
justificação para os nossos pecados! Que esperança teríamos?
QUARTA - A terra de Zebulom e de Naftali (Ano Bíblico: 2Sm 15–17)
Mateus 4:12 fala do aprisionamento de João, que pôs fim ao
seu ministério. Nesse ponto, o ministério de Jesus começou
“oficialmente”. O texto não diz por que, quando ouviu falar da prisão de
João, Jesus foi para a Galileia; só diz que Ele fez isso. (Ver também
Mc 1:14-16; Lc 4:14.) Porventura, enquanto João ainda estava pregando,
Jesus teria desejado ser mais discreto para que não surgisse rivalidade?
O verbo grego em Mateus 4:12, muitas vezes traduzido como “voltou”
(NVI) ou “foi” (NTLH), pode dar a ideia de “retirar-se”, no sentido de
evitar perigo. Assim, com Sua usual prudência, talvez Jesus estivesse
tentando evitar problemas.
5. Mateus 4:13-16 (ver também Is 9:1, 2)
fala que Jesus Se estabeleceu na área de Zebulom e Naftali. O que esses
versos dizem sobre o ministério de Jesus?
Zebulom e Naftali foram dois filhos de Jacó (ver Gn
35:23-26), e seus descendentes se tornaram duas tribos que acabaram se
estabelecendo na bela região norte de Israel.
Infelizmente, essas duas tribos estavam entre as dez que
renunciaram à fé em Deus e se voltaram para as coisas do mundo. Muitos
profetas do Antigo Testamento protestaram contra o pecado, o mundanismo e
a maldade dessas tribos do norte que, por fim, foram derrotadas pelos
assírios, os quais as espalharam por todo o mundo conhecido na época.
Por sua vez, os gentios se estabeleceram em Israel, e a Galileia passou a
ser um local confuso e obscuro, com população mista. O profeta mais
famoso da Galileia foi Jonas, o que pode nos dizer algo sobre o nível de
lealdade que a população tinha para com Deus.
Apesar dos problemas da Galileia, havia uma bela profecia
em Isaías referente à obscura terra de Zebulom e de Naftali, a qual
dizia que até “aos que viviam na região e sombra da morte
resplandeceu-lhes a luz” (Mt 4:16). Em outras palavras, nesse lugar, em
que a necessidade era tão grande, onde as pessoas eram consideradas
rudes, atrasadas e sem refinamento, Jesus foi viver e trabalhar entre
elas. Por mais exaltado que Ele houvesse sido, vemos que estava disposto
a humilhar-Se em favor de outros. Vemos aqui, também, outro exemplo de
como o Antigo Testamento ocupou um lugar central no ministério de Jesus.
Como evitar a tentação
de considerar as pessoas indignas de receber nossa ajuda e nosso
testemunho? O que está errado com essa atitude?
QUINTA - O chamado para os pescadores (Ano Bíblico: 2Sm 18, 19)
“Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos céus” (Mt 4:17). Exatamente como João, Jesus começou
Seu ministério com um chamado ao arrependimento. Ele conhecia, como
João, a condição caída da humanidade e a necessidade de que todas as
pessoas se arrependessem e chegassem ao conhecimento de Deus. Assim, não
é de surpreender que Sua primeira proclamação pública, pelo menos
conforme o registro de Mateus, tenha sido um chamado ao arrependimento.
6. Leia Mateus 4:17-22. O que esse texto nos diz sobre a entrega total envolvida no chamado de Jesus?
No esquecido território da Galileia havia um pequeno
empreendimento pesqueiro administrado por quatro jovens: duas duplas de
irmãos. Aparentemente, esses homens tinham o coração voltado para Deus
porque, durante certo tempo, alguns deles seguiram João Batista. Mas,
para surpresa deles, João Batista apontou para outro jovem daquela mesma
região.
Esses homens se aproximaram de Jesus de Nazaré e pediram
permissão para passar algum tempo com Ele (ver Jo 1). Era assim que
aquela cultura funcionava: os homens se aproximavam de um rabi e pediam
para segui-lo. Mas era o rabi que tomava a decisão final sobre quais
seriam seus discípulos. E quando o rabi pedia que alguém fosse seu
discípulo, esse era um momento muito emocionante.
Muitas pessoas cresceram com a ideia de que quando Jesus
chamou os discípulos junto ao mar, aquela foi a primeira vez que eles O
encontraram. Mas sabemos, pelos capítulos 1 a 5 de João, que esses
homens já haviam passado um ano com Jesus, aparentemente em regime de
tempo parcial.
“Jesus escolheu homens iletrados porque não haviam sido
instruídos nas tradições e errôneos costumes de seu tempo. Eram dotados
de natural capacidade, humildes e dóceis, homens a quem podia educar
para Sua obra. Há, nas ocupações comuns da vida, muitos homens que
seguem a rotina dos labores diários, inconscientes de possuírem
faculdades que, exercitadas, os ergueriam à altura dos mais honrados
homens do mundo. É necessário o toque de uma hábil mão para despertar
essas faculdades adormecidas. Foram esses homens que Jesus chamou para
serem Seus colaboradores, e deu-lhes a vantagem da convivência com Ele”
(Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 250).
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