segunda-feira, 28 de março de 2016

Filho de Davi – lição 1 |26 a 2 de abril



licao1

SÁBADO À TARDE (Ano Bíblico: 1Sm 11–13)

VERSO PARA MEMORIZAR: “Ele salvará o Seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21).
Leituras da semana: Mt 1; Mc 12:35-37; Is 9:6, 7; Rm 5:8; Jo 2:25; Jr 29:13; Mt 2:1-14
Inspirado pelo Espírito Santo, Mateus iniciou seu livro com uma genealogia. Porém, não foi uma genealogia qualquer, mas a de Jesus Cristo. Além de começar seu evangelho com uma genealogia, Mateus apresentou nela alguns ancestrais que a maioria das pessoas certamente não gostaria de reivindicar como parte de sua linhagem.
Talvez Mateus tivesse sentido empatia por esses ancestrais pelo fato de ele mesmo ter sido, em certo grau, marginalizado. Afinal de contas, ele era um judeu coletor de impostos; havia se vendido ao inimigo e, na verdade, pagava a Roma pela oportunidade de sentar-se na coletoria e cobrar impostos de seu povo. Certamente, ele não era amado por sua nação.
Porém, ainda que os seres humanos olhem para a aparência exterior, Deus olha para o coração. Embora Mateus fosse um desprezado, o Senhor olhou para o coração dele e o escolheu para ser discípulo. Mateus aceitou o chamado, renunciando à vida que tinha antes, em troca de uma nova vida em Jesus.
Assim, Mateus passou a seguir seu Senhor, preservou um registro dos acontecimentos, e um dia daria algo valioso ao seu povo e ao mundo: sua dádiva não seria um recibo de impostos, mas um precioso relato da vida de Jesus.

DOMINGO - Um livro das origens (Ano Bíblico: 1Sm 14–16)

“Livro da genealogia de Jesus Cristo, Filho de Davi” (Mt 1:1). Desde o começo, Mateus chama sua obra um “livro” (da palavra grega biblos, que pode significar um “escrito sagrado”), um “livro da genealogia”, ou seja, dos ascendentes de Jesus. Na verdade, a palavra grega traduzida como “genealogia” vem de um termo que pode ser traduzido como “origens”. Portanto, pode-se dizer que Mateus iniciou seu evangelho com uma espécie de “livro de Gênesis”. Assim como o Antigo Testamento começou com um livro sobre a criação do mundo, Mateus (e, portanto, o Novo Testamento) começa com um livro sobre o próprio Criador e sobre a obra de redenção que somente Ele poderia efetuar.
1. O que estas passagens dizem sobre Jesus? Jo 1:1-3; Hb 1:1-3; Mq 5:2; Mc 12:35-37
“Desde os dias da eternidade o Senhor Jesus Cristo era um com o Pai; era ‘a imagem de Deus’, a imagem de Sua grandeza e majestade, ‘o resplendor de Sua glória’. […] Vindo habitar conosco, Jesus devia revelar Deus tanto aos homens como aos anjos. Ele era a Palavra de Deus: o pensamento de Deus tornado audível” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19).
A divindade de Cristo, contudo, não era o mais importante na mente de Mateus, em contraste com João (ver Jo 1:1-3), que começou escrevendo sobre a divindade de Cristo antes de passar para o aspecto humano dEle (Jo 1:14). Em vez disso, Mateus se concentrou muito na humanidade de Cristo, ou seja, o Messias como “filho de Davi, filho de Abraão”. Então passou a traçar, a partir de Abraão, a linhagem dos ancestrais humanos de Jesus até Seu nascimento, no desejo de mostrar a seus leitores que, de fato, Jesus de Nazaré era o Messias predito nas profecias do Antigo Testamento.
Família e ascendência são importantes. Ao mesmo tempo, no que diz respeito ao evangelho, nossos pais, avós, ou ascendentes são irrelevantes. O que está acima de tudo isso e por quê? Ver Gálatas 3:29.

SEGUNDA - Uma linhagem real (Ano Bíblico: 1Sm 17–19)

Quaisquer que fossem os diversos conceitos dos judeus a respeito da vinda do Messias, uma coisa era certa: o Cristo seria da linhagem de Davi. (Até hoje, muitos judeus religiosos que aguardam o Messias acreditam que Ele deve vir da casa de Davi.) Foi por isso que Mateus começou seu evangelho com a linhagem de Cristo; ele desejava estabelecer Sua identidade como o Messias. Devido ao fato de que o Cristo devia ser descendente de Abraão (Gn 22:18; Gl 3:16), o pai da nação judaica, e da linhagem de Davi, Mateus logo no início procurou mostrar a linhagem de Jesus e como Ele estava diretamente ligado não só a Abraão (como a maioria dos israelitas estava), mas ao rei Davi. Muitos comentaristas acreditam que Mateus tinha em mente, primariamente, um público judeu; daí sua forte ênfase em estabelecer as credenciais messiânicas de Jesus de Nazaré.
2.Leia os textos seguintes. Como eles nos ajudam a compreender a ideia que Mateus procurou transmitir?
2Sm 7:16, 17, Is 9:6, 7, Is 11:1, 2 , At 2:29, 30
Tudo isso nos ajuda a entender a forma pela qual Mateus iniciou seu evangelho: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, Filho de Davi” (Mt 1:1). No início do Novo Testamento, Jesus Cristo é descrito como “Filho de Davi”. Perto do final do Novo Testamento, o próprio Jesus disse as seguintes palavras: “Eu, Jesus, enviei o Meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã” (Ap 22:16). Além de tudo o mais que Jesus é, Ele continua sendo “a Raiz e a geração de Davi”.
Que poderoso testemunho da natureza humana de Jesus e de Sua humanidade essencial! Nosso Criador Se ligou a nós de um modo que mal conseguimos imaginar.

TERÇA - A árvore genealógica de Jesus (Ano Bíblico: 1Sm 20–23)


3. Além de Davi, quem mais encontramos na árvore genealógica de Jesus? Mt 1:2, 3

Não era comum sequer mencionar mulheres em genealogias. Então, por que uma mulher chamada Tamar seria colocada nessa lista? Para começar, quem era ela?

Tamar era uma mulher cananeia que havia se casado, em sequência, com dois filhos de Judá. Os dois haviam morrido na prática de coisas perversas, enquanto Tamar continuava sem filhos. Seu sogro, Judá, prometeu a Tamar que lhe daria seu terceiro filho em casamento quando ele tivesse idade suficiente. Mas isso não aconteceu.

Então, o que Tamar fez? Disfarçou-se de prostituta e teve relações com o próprio Judá, embora ele não fizesse a menor ideia de que aquela mulher era Tamar. Meses depois, quando a gravidez de Tamar ficou evidente, Judá procurou tomar medidas para que ela, pela conduta imoral, fosse morta; mas a atitude dele mudou quando ela lhe revelou que ele era o pai do bebê.

Embora isso possa ter semelhança com uma novela vulgar, faz parte da ascendência humana de Jesus.

4. Leia Mateus 1:4, 5. Quem mais é mencionada na lista de Mateus? Por que isso é um tanto surpreendente?

Raabe seria a prostituta cananeia mencionada no livro de Josué? Parece que sim. Depois de ajudar a proteger os espias israelitas em Canaã, ela se uniu ao povo de Deus e, ao que parece, casou-se com um dos ancestrais de Jesus.

5. Quem mais está na linhagem de Cristo? Mt 1:5, 6

Rute, uma mulher virtuosa, não tinha culpa pelo fato de proceder dos odiados moabitas (produto de uma relação incestuosa de Ló, que estava embriagado, com uma de suas filhas). A esposa de Urias, Bate-Seba, foi a mulher que o rei Davi egoisticamente mandou buscar enquanto o marido dela estava em batalha. O rei também era um pecador que precisava de um Salvador. Davi teve muitas qualidades destacadas, mas certamente não foi um modelo como pai de família.

Se Deus nos aceita apesar de nossas faltas e falhas, como podemos aprender a fazer o mesmo com os outros, apesar das faltas e falhas deles?

QUARTA - Sendo nós ainda pecadores (Ano Bíblico: 1Sm 24–27)

6. O que as passagens seguintes dizem sobre a natureza humana? Quais fortes evidências temos de que essas declarações são verdadeiras? Rm 3:9, 10; 5:8; Jo 2:25; Jr 17:9
Como tem sido dito com frequência, mas vale a pena repetir, a Bíblia não pinta um quadro otimista do ser humano nem da natureza humana. Da queda no Éden (Gn 3) à queda de Babilônia, nos últimos dias (Ap 18), a triste condição da humanidade é facilmente revelada. Embora tenhamos a tendência de idealizar, por exemplo, os primeiros tempos da igreja, anteriores à grande “apostasia” (2Ts 2:3), isso é um erro (ver 1Co 5:1). Todos nós somos pessoas caídas, prejudicadas, e isso inclui a linhagem da qual o próprio Jesus veio.
O erudito Michael Wilkins escreveu: “A autenticidade e a improbabilidade dessa genealogia deve ter deixado atônitos os leitores de Mateus. Os ancestrais de Jesus eram seres humanos com todas as falhas, mas com todo o potencial das pessoas em geral. Deus atuou através deles para fazer acontecer Sua salvação. Não há um padrão de justiça na linhagem de Jesus. Encontramos adúlteros, prostitutas, heróis e gentios. O ímpio Roboão foi o pai do ímpio Abias, que foi o pai do bom rei Asa. Asa foi o pai do bom rei Josafá […], que foi o pai do ímpio rei Jeorão. Deus estava trabalhando ao longo das gerações, tanto boas quanto más, para realizar Seus propósitos. Mateus mostra que Deus pode usar qualquer pessoa, por mais marginalizada e desprezada que seja, para realizar Seus propósitos. Essas são o próprio tipo de pessoa que Jesus veio salvar” (Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary: Matthew [Comentário ilustrado Zondervan sobre o contexto histórico da Bíblia: Mateus]. Grand Rapids: Zondervan, 2002; p. 9).
Essa é a ideia da qual precisamos nos lembrar, não só quando olhamos para os outros, mas também quando olhamos para nós mesmos. Qual cristão, em algum ponto de sua caminhada, não fica desanimado, não questiona sua fé, não cogita se é ou não verdadeiramente convertido? Com muita frequência, também, o que produz esse desânimo é nossa natureza caída, nossos pecados e falhas. Assim, em meio ao desespero, podemos e devemos extrair esperança do fato de que
Deus conhece todas essas coisas e que foi por pessoas exatamente como nós que
Cristo veio a este mundo.
A quais promessas bíblicas você pode se apegar em momentos de desânimo e de desespero espirituais?

QUINTA - O nascimento do divino Filho de Davi (Ano Bíblico: 1Sm 28–31)

Os dois primeiros capítulos de Mateus relatam o nascimento de Jesus numa noite fria e úmida. Provavelmente, não tenha sido em 25 de dezembro. Com base na escala de serviço do sacerdote Zacarias no templo, os eruditos sugerem que Jesus tenha nascido provavelmente no outono, quando as ovelhas ainda estavam nos campos, talvez no final de setembro ou em outubro.
É uma grande ironia que alguns dos primeiros a procurar e adorar o Messias judaico foram gentios. Enquanto a maioria do próprio povo de Jesus (e um meio–judeu paranoico, o rei Herodes) achava que sabia que tipo de Messias esperar, havia nesses viajantes vindos do Oriente a mente e o coração abertos. Os magos, ou sábios, eram respeitados filósofos da Pérsia que devotavam a vida a procurar a verdade, de onde quer que ela viesse. Não é de admirar, então, que estivessem adorando Aquele que era “a Verdade”. Embora o contexto seja diferente, vemos aqui um exemplo da veracidade das palavras faladas séculos antes: “Vocês Me procurarão e Me acharão quando Me procurarem de todo o coração” (Jr 29:13, NVI).
7. Leia Mateus 2:1-14. Que contraste é visto entre a atitude desses sábios e a do rei Herodes?
Esses pagãos caíram de joelhos e adoraram Jesus, em contraste com o rei da nação, que, em vez disso, procurou matá-Lo.
Essa história deve servir como poderoso lembrete de que pertencer a uma igreja não é garantia de estar num relacionamento correto com Deus. Deve também ser um lembrete de que é muito importante uma correta compreensão da verdade. Se Herodes e os sacerdotes tivessem compreendido as profecias referentes ao Messias, ele saberia que Jesus não era o tipo de ameaça que devesse temer. Teria entendido que esse “Rei dos judeus” não era alguém com quem precisava se preocupar, pelo menos em termos de resguardar seu próprio poder político imediato.
Como adventistas do sétimo dia, abençoados com muita luz, como podemos nos proteger do engano de que essa luz significa que estamos automaticamente num relacionamento correto com Deus? Ao mesmo tempo, como a verdade pode nos ajudar a ter uma experiência mais profunda com Deus e a apreciar mais Seu caráter?

 


 

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