SÁBADO À TARDE (Ano Bíblico: 1Sm 11–13)
VERSO PARA MEMORIZAR: “Ele salvará o Seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21).
Leituras da semana: Mt 1; Mc 12:35-37; Is 9:6, 7; Rm 5:8; Jo 2:25; Jr 29:13; Mt 2:1-14
Inspirado pelo Espírito Santo, Mateus iniciou seu livro com uma
genealogia. Porém, não foi uma genealogia qualquer, mas a de Jesus
Cristo. Além de começar seu evangelho com uma genealogia, Mateus
apresentou nela alguns ancestrais que a maioria das pessoas certamente
não gostaria de reivindicar como parte de sua linhagem.
Talvez Mateus tivesse sentido empatia por esses ancestrais pelo fato
de ele mesmo ter sido, em certo grau, marginalizado. Afinal de contas,
ele era um judeu coletor de impostos; havia se vendido ao inimigo e, na
verdade, pagava a Roma pela oportunidade de sentar-se na coletoria e
cobrar impostos de seu povo. Certamente, ele não era amado por sua
nação.
Porém, ainda que os seres humanos olhem para a aparência exterior,
Deus olha para o coração. Embora Mateus fosse um desprezado, o Senhor
olhou para o coração dele e o escolheu para ser discípulo. Mateus
aceitou o chamado, renunciando à vida que tinha antes, em troca de uma
nova vida em Jesus.
Assim, Mateus passou a seguir seu Senhor, preservou um registro dos
acontecimentos, e um dia daria algo valioso ao seu povo e ao mundo: sua
dádiva não seria um recibo de impostos, mas um precioso relato da vida
de Jesus.
DOMINGO - Um livro das origens (Ano Bíblico: 1Sm 14–16)
“Livro da genealogia de Jesus Cristo, Filho de Davi” (Mt 1:1). Desde o
começo, Mateus chama sua obra um “livro” (da palavra grega biblos, que
pode significar um “escrito sagrado”), um “livro da genealogia”, ou
seja, dos ascendentes de Jesus. Na verdade, a palavra grega traduzida
como “genealogia” vem de um termo que pode ser traduzido como “origens”.
Portanto, pode-se dizer que Mateus iniciou seu evangelho com uma
espécie de “livro de Gênesis”. Assim como o Antigo Testamento começou
com um livro sobre a criação do mundo, Mateus (e, portanto, o Novo
Testamento) começa com um livro sobre o próprio Criador e sobre a obra
de redenção que somente Ele poderia efetuar.
1. O que estas passagens dizem sobre Jesus? Jo 1:1-3; Hb 1:1-3; Mq 5:2; Mc 12:35-37
“Desde os dias da eternidade o Senhor Jesus Cristo era um com o Pai;
era ‘a imagem de Deus’, a imagem de Sua grandeza e majestade, ‘o
resplendor de Sua glória’. […] Vindo habitar conosco, Jesus devia
revelar Deus tanto aos homens como aos anjos. Ele era a Palavra de Deus:
o pensamento de Deus tornado audível” (Ellen G. White, O Desejado de
Todas as Nações, p. 19).
A divindade de Cristo, contudo, não era o mais importante na mente de
Mateus, em contraste com João (ver Jo 1:1-3), que começou escrevendo
sobre a divindade de Cristo antes de passar para o aspecto humano dEle
(Jo 1:14). Em vez disso, Mateus se concentrou muito na humanidade de
Cristo, ou seja, o Messias como “filho de Davi, filho de Abraão”. Então
passou a traçar, a partir de Abraão, a linhagem dos ancestrais humanos
de Jesus até Seu nascimento, no desejo de mostrar a seus leitores que,
de fato, Jesus de Nazaré era o Messias predito nas profecias do Antigo
Testamento.
Família e ascendência são
importantes. Ao mesmo tempo, no que diz respeito ao evangelho, nossos
pais, avós, ou ascendentes são irrelevantes. O que está acima de tudo
isso e por quê? Ver Gálatas 3:29.
SEGUNDA - Uma linhagem real (Ano Bíblico: 1Sm 17–19)
Quaisquer que fossem os diversos conceitos dos judeus a respeito da
vinda do Messias, uma coisa era certa: o Cristo seria da linhagem de
Davi. (Até hoje, muitos judeus religiosos que aguardam o Messias
acreditam que Ele deve vir da casa de Davi.) Foi por isso que Mateus
começou seu evangelho com a linhagem de Cristo; ele desejava estabelecer
Sua identidade como o Messias. Devido ao fato de que o Cristo devia ser
descendente de Abraão (Gn 22:18; Gl 3:16), o pai da nação judaica, e da
linhagem de Davi, Mateus logo no início procurou mostrar a linhagem de
Jesus e como Ele estava diretamente ligado não só a Abraão (como a
maioria dos israelitas estava), mas ao rei Davi. Muitos comentaristas
acreditam que Mateus tinha em mente, primariamente, um público judeu;
daí sua forte ênfase em estabelecer as credenciais messiânicas de Jesus
de Nazaré.
2.Leia os textos seguintes. Como eles nos ajudam a compreender a ideia que Mateus procurou transmitir?
2Sm 7:16, 17, Is 9:6, 7, Is 11:1, 2 , At 2:29, 30
Tudo isso nos ajuda a entender a forma pela qual Mateus iniciou seu
evangelho: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, Filho de Davi” (Mt
1:1). No início do Novo Testamento, Jesus Cristo é descrito como “Filho
de Davi”. Perto do final do Novo Testamento, o próprio Jesus disse as
seguintes palavras: “Eu, Jesus, enviei o Meu anjo para vos testificar
estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a geração de Davi, a brilhante
Estrela da manhã” (Ap 22:16). Além de tudo o mais que Jesus é, Ele
continua sendo “a Raiz e a geração de Davi”.
Que poderoso testemunho da natureza humana de Jesus e de Sua
humanidade essencial! Nosso Criador Se ligou a nós de um modo que mal
conseguimos imaginar.
TERÇA - A árvore genealógica de Jesus (Ano Bíblico: 1Sm 20–23)
3. Além de Davi, quem mais encontramos na árvore genealógica de Jesus? Mt 1:2, 3
Não era comum sequer mencionar mulheres em genealogias. Então, por
que uma mulher chamada Tamar seria colocada nessa lista? Para começar,
quem era ela?
Tamar era uma mulher cananeia que havia se casado, em sequência, com
dois filhos de Judá. Os dois haviam morrido na prática de coisas
perversas, enquanto Tamar continuava sem filhos. Seu sogro, Judá,
prometeu a Tamar que lhe daria seu terceiro filho em casamento quando
ele tivesse idade suficiente. Mas isso não aconteceu.
Então, o que Tamar fez? Disfarçou-se de prostituta e teve relações
com o próprio Judá, embora ele não fizesse a menor ideia de que aquela
mulher era Tamar. Meses depois, quando a gravidez de Tamar ficou
evidente, Judá procurou tomar medidas para que ela, pela conduta imoral,
fosse morta; mas a atitude dele mudou quando ela lhe revelou que ele
era o pai do bebê.
Embora isso possa ter semelhança com uma novela vulgar, faz parte da ascendência humana de Jesus.
4. Leia Mateus 1:4, 5. Quem mais é mencionada na lista de Mateus? Por que isso é um tanto surpreendente?
Raabe seria a prostituta cananeia mencionada no livro de Josué?
Parece que sim. Depois de ajudar a proteger os espias israelitas em
Canaã, ela se uniu ao povo de Deus e, ao que parece, casou-se com um dos
ancestrais de Jesus.
5. Quem mais está na linhagem de Cristo? Mt 1:5, 6
Rute, uma mulher virtuosa, não tinha culpa pelo fato de proceder dos
odiados moabitas (produto de uma relação incestuosa de Ló, que estava
embriagado, com uma de suas filhas). A esposa de Urias, Bate-Seba, foi a
mulher que o rei Davi egoisticamente mandou buscar enquanto o marido
dela estava em batalha. O rei também era um pecador que precisava de um
Salvador. Davi teve muitas qualidades destacadas, mas certamente não foi
um modelo como pai de família.
Se Deus nos aceita apesar de
nossas faltas e falhas, como podemos aprender a fazer o mesmo com os
outros, apesar das faltas e falhas deles?
QUARTA - Sendo nós ainda pecadores (Ano Bíblico: 1Sm 24–27)
6. O que as passagens seguintes dizem sobre a natureza
humana? Quais fortes evidências temos de que essas declarações são
verdadeiras? Rm 3:9, 10; 5:8; Jo 2:25; Jr 17:9
Como tem sido dito com frequência, mas vale a pena repetir, a Bíblia
não pinta um quadro otimista do ser humano nem da natureza humana. Da
queda no Éden (Gn 3) à queda de Babilônia, nos últimos dias (Ap 18), a
triste condição da humanidade é facilmente revelada. Embora tenhamos a
tendência de idealizar, por exemplo, os primeiros tempos da igreja,
anteriores à grande “apostasia” (2Ts 2:3), isso é um erro (ver 1Co 5:1).
Todos nós somos pessoas caídas, prejudicadas, e isso inclui a linhagem
da qual o próprio Jesus veio.
O erudito Michael Wilkins escreveu: “A autenticidade e a
improbabilidade dessa genealogia deve ter deixado atônitos os leitores
de Mateus. Os ancestrais de Jesus eram seres humanos com todas as
falhas, mas com todo o potencial das pessoas em geral. Deus atuou
através deles para fazer acontecer Sua salvação. Não há um padrão de
justiça na linhagem de Jesus. Encontramos adúlteros, prostitutas, heróis
e gentios. O ímpio Roboão foi o pai do ímpio Abias, que foi o pai do
bom rei Asa. Asa foi o pai do bom rei Josafá […], que foi o pai do ímpio
rei Jeorão. Deus estava trabalhando ao longo das gerações, tanto boas
quanto más, para realizar Seus propósitos. Mateus mostra que Deus pode
usar qualquer pessoa, por mais marginalizada e desprezada que seja, para
realizar Seus propósitos. Essas são o próprio tipo de pessoa que Jesus
veio salvar” (Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary:
Matthew [Comentário ilustrado Zondervan sobre o contexto histórico da
Bíblia: Mateus]. Grand Rapids: Zondervan, 2002; p. 9).
Essa é a ideia da qual precisamos nos lembrar, não só quando olhamos
para os outros, mas também quando olhamos para nós mesmos. Qual cristão,
em algum ponto de sua caminhada, não fica desanimado, não questiona sua
fé, não cogita se é ou não verdadeiramente convertido? Com muita
frequência, também, o que produz esse desânimo é nossa natureza caída,
nossos pecados e falhas. Assim, em meio ao desespero, podemos e devemos
extrair esperança do fato de que
Deus conhece todas essas coisas e que foi por pessoas exatamente como nós que
Cristo veio a este mundo.
Deus conhece todas essas coisas e que foi por pessoas exatamente como nós que
Cristo veio a este mundo.
A quais promessas bíblicas você pode se apegar em momentos de desânimo e de desespero
espirituais?
QUINTA - O nascimento do divino Filho de Davi (Ano Bíblico: 1Sm 28–31)
Os dois primeiros capítulos de Mateus relatam o nascimento de Jesus numa noite fria e úmida. Provavelmente, não tenha sido em 25 de dezembro. Com base na escala de serviço do sacerdote Zacarias no templo, os eruditos sugerem que Jesus tenha nascido provavelmente no outono, quando as ovelhas ainda estavam nos campos, talvez no final de setembro ou em outubro.
É uma grande ironia que alguns dos primeiros a procurar e adorar o Messias judaico foram gentios. Enquanto a maioria do próprio povo de Jesus (e um meio–judeu paranoico, o rei Herodes) achava que sabia que tipo de Messias esperar, havia nesses viajantes vindos do Oriente a mente e o coração abertos. Os magos, ou sábios, eram respeitados filósofos da Pérsia que devotavam a vida a procurar a verdade, de onde quer que ela viesse. Não é de admirar, então, que estivessem adorando Aquele que era “a Verdade”. Embora o contexto seja diferente, vemos aqui um exemplo da veracidade das palavras faladas séculos antes: “Vocês Me procurarão e Me acharão quando Me procurarem de todo o coração” (Jr 29:13, NVI).
7. Leia Mateus 2:1-14. Que contraste é visto entre a atitude desses sábios e a do rei Herodes?
Esses pagãos caíram de joelhos e adoraram Jesus, em contraste com o rei da nação, que, em vez disso, procurou matá-Lo.
Essa história deve servir como poderoso lembrete de que pertencer a uma igreja não é garantia de estar num relacionamento correto com Deus. Deve também ser um lembrete de que é muito importante uma correta compreensão da verdade. Se Herodes e os sacerdotes tivessem compreendido as profecias referentes ao Messias, ele saberia que Jesus não era o tipo de ameaça que devesse temer. Teria entendido que esse “Rei dos judeus” não era alguém com quem precisava se preocupar, pelo menos em termos de resguardar seu próprio poder político imediato.
Como adventistas do sétimo dia, abençoados com muita luz, como podemos nos proteger do engano de que essa luz significa que estamos automaticamente num relacionamento correto com Deus? Ao mesmo tempo, como a verdade pode nos ajudar a ter uma experiência mais profunda com Deus e a apreciar mais Seu caráter?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui sua mensagem