segunda-feira, 13 de julho de 2015

A missionária inesperada – lição 3 | 11 a 18 de julho

Resumo da lição em Vídeo

VERSO PARA MEMORIZAR:

“Havia também muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro” (Lc 4:27).
Leituras da Semana:2Rs 5; Mc 1:40-45; 2Rs 2:1-15; Jo 15:5; Rm 6:4-11; Rm 6:1
O livro de Reis, que trata da história dos reinos de Israel e de Judá no período em torno de 970 a 560 a.C., registra eventos emocionantes e dramáticos, bem como mudanças políticas de grande alcance, que afetaram o povo de Deus. Entre esses relatos estão as histórias de Elias e Eliseu, corajosos profetas de Deus cujas aventuras têm fascinado a imaginação de crianças e adultos em todas as épocas.
São também interessantes as semelhanças entre o ministério de Eliseu e o de Jesus. No ministério de ambos, mortos foram ressuscitados, leprosos foram purificados e famintos foram alimentados a partir de pequenas quantidades de comida.
A lição desta semana trata de um desses milagres: a cura de Naamã, um idólatra rico, poderoso e muito orgulhoso que, em sua grande necessidade, veio a experimentar o poder do Deus vivo por meio do testemunho de uma missionária
muito improvável.
Entre as muitas verdades espirituais encontradas nesse relato, podemos obter um modelo para o testemunho transcultural em meio à tensão e à rivalidade internacionais. Podemos ver, também, nessa história, um modelo de como o plano
da salvação atua.

Domingo – Ele tinha tudo, porém…

“Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor e de muito conceito, porque por ele o Senhor dera vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso” (2Rs 5:1).
Esse verso contém não menos do que quatro descrições ou títulos que colocavam Naamã no escalão mais alto da sociedade síria ou arameia. Ele exercia grande influência sobre o rei de Arã, era tido em alta conta e era o braço direito do rei, tanto em assuntos militares quanto religiosos (v. 18). Era também extremamente rico (v. 5).
Contudo, o primeiro verso tem um importante “porém”. Todo o poder, toda honra e coragem de Naamã empalideciam à luz da mais temida doença daqueles dias: a lepra. E era exatamente isso que o pobre homem tinha, o grande “porém” que lançava uma sombra sobre tudo o mais que ele havia alcançado. Essa enfermidade, contudo, colocou-o em contato com o profeta de Deus e, através desse contato, ele se tornou um crente no verdadeiro Deus.
1. Leia Marcos 1:40-45, Lucas 8:41-56 e Marcos 2:1-12. Além do fato de Jesus ter feito curas miraculosas, qual é o denominador comum nesses relatos? O que levou todas essas pessoas a Jesus?
Perturbações, tragédias e transições na vida pessoal podem tornar as pessoas mais abertas à verdade espiritual e levá-las a buscar a Deus. Desastres físicos, psicológicos, políticos ou de outra ordem podem tornar as pessoas mais acessíveis à realidade do divino. Perdas pessoais, catástrofes nacionais e guerras são importantes motivadores que fazem com que as pessoas busquem um poder maior do que elas mesmas. Há muito, a igreja está ciente de que, em áreas onde as pessoas são atingidas pelo sofrimento no âmbito pessoal ou comunitário, tende a ocorrer um aumento na quantidade de pessoas alcançadas.

Segunda-feira – Uma testemunha inesperada

2. Leia 2 Reis 5:1-7. O que aconteceu nessa passagem? Por que os sírios prestariam atenção ao que uma garota cativa tinha a dizer? Quais poderiam ser as implicações dos fatos mencionados no texto?
A Bíblia não nos dá detalhes de como essa menina agia na casa de Naamã, mas está claro que havia alguma coisa nela que atraiu a atenção da família. Pense nisto: com base na palavra de uma menina cativa que estava em seu lar, um rico poderoso líder militar foi até seu rei, mencionou o que ela disse e então obteve permissão do rei para sair em busca de cura. Além do mais, ele saiu carregado de presentes para o profeta. Obviamente, estava acontecendo algo mais do que é explicitamente declarado nesses versos. Contudo, a agente que Deus usou para plantar o conhecimento dEle nos círculos governamentais da Síria foi uma pequena escrava hebreia anônima, cruelmente tirada de seu lar por invasores sírios.
Em vez de se concentrar na crueldade e na falta de sentido desse ato, e em sua vida de escravidão, ela compartilhou sua inabalável fé no poder de Deus, que transforma vidas e que estava em atuação por meio de Eliseu, em Samaria (v. 3). Dessa forma, como Daniel e seus companheiros em Babilônia, ela foi capaz de transformar sua própria adversidade num modo de glorificar a Deus e, assim, o Senhor transformou seu cativeiro numa oportunidade para que ela compartilhasse sua fé.
Segundo Ellen G. White, “a conduta da menina cativa, seu modo de se comportar nesse lar pagão, é um forte testemunho do poder dos primeiros ensinamentos do lar” (Profetas e Reis, p. 245).
3. O que esse relato nos diz sobre maneiras pelas quais nossa fé, nosso estilo de vida e atos podem atrair outros para nós e para as verdades que nos foram confiadas?
O que também é fascinante nessa história é a reação do rei de Israel ao receber a carta. “Acaso, sou Deus”? Posso curar a lepra? (2Rs 5:7). Suas palavras revelam exatamente quanto a doença era temida e por que somente um milagre poderia curá-la. Por alguma razão, a carta deixava implícita a expectativa de que o rei devia trazer a cura. Ele sabia que não podia fazer isso e, portanto, achou que tudo não passava de uma trama arquitetada com o fim de instigar problemas.

Terça – Eliseu, o profeta

O ministério do profeta Eliseu no nono século a.C. chega até nós numa série de vários episódios que se estenderam por mais de 50 anos. A maior parte de sua atuação se passou à frente da escola dos profetas, e foi, principalmente, um ministério
público. Incluiu a revelação de sinais e maravilhas, tanto em nível pessoal quanto nacional. Eliseu foi um profeta cujo conselho e ajuda eram procurados tanto por reis quanto por pessoas comuns.
4. Leia 2 Reis 2:1-15. O que a passagem diz sobre o chamado e o ministério de Eliseu? Não há dúvida de que Eliseu foi chamado por Deus. Ele teve algumas experiências incríveis que devem ter confirmado em sua própria mente seu chamado. E o mais importante: seu pedido por uma “porção dupla” do Espírito demonstrou sua consciência de que, para fazer o que fora chamado a realizar, ele precisaria do poder divino, porque, em si mesmo, era incapaz de cumprir. Assim, mesmo naquele tempo, esse homem de Deus entendeu o que Jesus disse muitos séculos mais tarde:
“Eu Sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). Essa é uma lição que todos precisamos aprender, não importa qual seja nossa posição na obra do Senhor.
Obviamente, como podemos ver pela história do chamado de Eliseu, esse poder, de fato, lhe foi concedido. Assim, Eliseu revelou que tinha uma compreensão saudável e honesta de seu próprio papel e chamado quando declarou ao rei: Naamã
“saberá que há profeta em Israel” (2Rs 5:8).
Também deve ter sido interessante a cena quando esse comandante militar e sua comitiva se apresentaram, em toda sua glória, à porta da casa de Eliseu, que provavelmente devia ser relativamente pequena e modesta em contraste com o luxo do qual Naamã desfrutava. Eliseu, contudo, não pareceu nada intimidado por Naamã e suas tropas. Na verdade, Eliseu nem mesmo saiu para conhecer seu poderoso visitante; em vez disso, enviou um mensageiro, que deu ao comandante militar uma ordem! A única recompensa por sua longa viagem desde Damasco foi uma instrução direta para que fosse ao Jordão e se banhasse! Mas ela foi acompanhada de uma promessa: “E ficarás limpo” (v. 10). Sem dúvida, o orgulho desse homem importante foi ferido. Porém, talvez o propósito fosse exatamente esse.

Quarta – A cura de Naamã

5. Leia 2 Reis 5:11-14. O que esse relato nos ensina sobre Naamã e algumas das lições que ele tinha que aprender? O que podemos extrair dele para nossa vida?
Se o profeta Eliseu tivesse ido pessoalmente encontrar seu eminente visitante Naamã e se tivesse empregado gestos de exorcismo, acompanhados de fórmulas mágicas e outros rituais tão comuns nas religiões pagãs, talvez Naamã não tivesse hesitado. Mas dois aspectos de sua recepção o insultaram. O profeta não só não saiu pessoalmente da casa para encontrar Naamã, mas também lhe disse que o lugar em que ocorreria a cura de sua lepra seria o rio Jordão.
Do ponto de vista da diplomacia, Naamã estava certo. Eliseu devia ter saído de casa para cumprimentá-lo. Além disso, os rios de Damasco eram, sem dúvida, melhores, já que suas águas eram mais claras do que as do lamacento Jordão. Contudo,
por meio de Eliseu, Deus enviou Naamã ao Jordão, um rio de Israel. Todo o processo de cura tinha o objetivo de demonstrar, primeiramente, que havia um profeta do verdadeiro Deus em Israel e, depois, que Ele recompensava a obediência acompanhada de fé.
A comitiva de Naamã o convenceu a se submeter a seu novo e divino “comandante” e a, pelo menos, fazer uma tentativa. O argumento deles, de que se a cura sugerida tivesse sido complicada ele a teria enfrentado, o convenceu. Deve ter sido
difícil para Naamã engolir seu orgulho para dar ouvidos a uma menina escrava, a um profeta estrangeiro que mostrou pouca deferência para com ele e, finalmente, a seus próprios servos. Mas ele estava desesperado em busca de cura.
“Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, consoante a palavra do homem de Deus; e a sua carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo” (2Rs 5:14). A exigência inicial para a cura de Naamã era fé e obediência. Assim que ele venceu seu orgulho e obedeceu à vontade expressa de Deus, banhando-se sete vezes no lamacento Jordão, foi curado.
Leia Romanos 6:4-11. A história de Naamã reflete alguns dos princípios ensinados nesses versos.
Você já experimentou a realidade de uma nova vida em Cristo? Como isso ocorreu?

Quinta – Um novo cristão

6. “Agora sei que não há Deus em nenhum outro lugar, senão em Israel. Por favor, aceita um presente do teu servo” (2Rs 5:15, NVI). De que modo essas palavras ajudam a revelar a experiência da salvação? Ap 14:12; 1Jo 5:2, 3; Rm 6:1
Teria sido fácil para Naamã retornar diretamente do Jordão para Damasco após sua cura. Contudo, como um gesto de gratidão, ele e seus acompanhantes voltaram à casa do profeta. Dessa vez encontraram Eliseu em pessoa. A confissão de que o Deus de Israel é soberano no mundo é o principal tema da Bíblia. Essas palavras, vindas de um pagão, constituem um dos pontos altos na revelação do Antigo Testamento. A conversão de Naamã deixou claro que sua nova experiência tinha que estar ligada ao Deus de Israel. O profeta era israelita, o rio era o mais importante de Israel e o número sete era uma ligação clara com o Deus da criação.
O que vemos em Naamã é um exemplo de como a verdadeira fé atua: Ele recebeu algo que nunca poderia ter obtido por si mesmo. O fato de que Eliseu recusou os presentes (2Rs 5:16) foi uma forma de mostrar que a salvação não pode ser obtida por esforço nem comprada, mas é inteiramente pela graça de Deus. Ao mesmo tempo, contudo, a disposição de Naamã em dar algo para Eliseu pelo que este lhe havia feito mostra a resposta de fé e gratidão pelo que lhe havia sido concedido.
Eliseu recusou o presente. Nisso, seguiu o exemplo de Abraão, que ajudou os reis pagãos, mas recusou as recompensas, afirmando que ninguém devia ser capaz de dizer: “Eu enriqueci a Abrão” (Gn 14:23). Eliseu sabia que a aceitação de
um presente teria estragado a lição que Naamã devia aprender. A cura era obra de Deus e um ato de pura graça.
“Se aceitamos a Cristo como redentor, precisamos aceitá-Lo como soberano. Não podemos ter certeza e perfeita confiança em Cristo como nosso Salvador enquanto não O reconhecermos como nosso Rei e formos obedientes a Seus mandamentos.
Assim evidenciamos nossa lealdade a Deus. Nossa fé tem, então, o timbre genuíno, pois é uma fé operante. Ela atua pelo amor” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 16).
Se os outros olhassem para sua vida, veriam nela uma prova de seu amor a Deus como resposta
ao que Ele fez por você em Cristo?

Sexta – Estudo adicional

“Séculos depois de haver Naamã retornado a sua pátria, curado no corpo e no espírito, sua maravilhosa fé foi referida e louvada pelo Salvador como uma lição objetiva para todo aquele que professa servir a Deus. ‘Muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu’, o Salvador declarou, ‘e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio’ (Lc 4:27, ARC). Deus passou por alto muitos leprosos em Israel, porque sua incredulidade lhes fechou a porta do benef ício. Um nobre pagão que havia sido fiel a suas convicções do direito, e que sentiu necessidade de auxílio, foi, à vista de Deus, mais digno de Sua bênção do que os afligidos em Israel, que haviam subestimado e menosprezado os privilégios que lhes haviam sido dados por Deus. Deus age em benef ício dos que apreciam Seus favores e respondem à luz que lhes é concedida do Céu” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 252, 253).

Perguntas para reflexão

  1.  Há muita discussão sobre o que aconteceu após a cura de Naamã. Em 2 Reis 5:17-19, Naamã fez uma poderosa confissão de fé, dizendo: “Nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor” (v. 17). Contudo, logo depois ele disse: “Quando o meu senhor entra na casa de Rimom para ali adorar, e ele se encosta na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom, quando assim me prostrar na casa de Rimom, nisto perdoe o Senhor a teu servo” (v. 18). Quais são as implicações da resposta de Eliseu? Até que ponto os missionários cristãos têm de exercer paciência e compreensão para com os novos conversos, especialmente quando esses vêm de um contexto religioso e cultural diferente?
  2. Com que rapidez deve ocorrer a mudança no estilo de vida dos novos conversos? “A viúva de Sarepta e Naamã da Síria tinham vivido à altura de toda a luz que possuíam; assim, eles foram considerados mais justos que o povo escolhido
    de Deus que se tinha desviado dEle, e sacrificado o princípio à conveniência e à honra mundana” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 416).
  3.  A cura e a salvação vieram a Naamã por meio de uma fé revelada por suas obras. Qual é a relação entre fé e obras? Por que é importante compreender os papéis fundamentais, mas distintos, de ambas na experiência da salvação?
Respostas sugestivas:1. O denominador comum desses relatos é que todas as pessoas envolvidas tinham problemas que as levaram a Jesus; no caso, doenças e perdas. 2. Um poderoso líder militar ouviu o que uma menina cativa lhe disse quanto a obter cura, e até o rei levou a sério o que ela disse. Isso deixa implícito que a vida daquela menina deve ter impressionado, de alguma forma, seus senhores. 3. Nossa fé, estilo de vida e atos chama a atenção de outras pessoas quando elas veem em nós algo diferente e melhor, que desejam também possuir em sua vida. 4. Ao ser chamado para substituir Elias, o profeta Eliseu pediu uma porção dupla do Espírito, reconhecendo que só Deus poderia capacitá-lo para a obra; logo outros reconheceram que ele havia recebido o mesmo Espírito que repousara sobre Elias. 5. Naamã ficou indignado porque, em vez de recebê-lo pessoalmente, Eliseu apenas mandou um servo dizer-lhe que se lavasse no Jordão. Ele tinha que aprender a renunciar ao orgulho e se submeter a Deus em fé e obediência. 6. A fé em Deus e o amor a Ele se revelam na obediência à Sua vontade e em atos que indicam nossa gratidão.

 

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