domingo, 19 de julho de 2015

A saga de Jonas – lição 4 | 18 a 25 de julho

                          Esboço da lição em Vídeo

 

VERSO PARA MEMORIZAR:

“Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe é aceitável” (At 10:34, 35).
Leituras da Semana:Jn 1–4; 2Rs 14:25; Is 56:7; Is 44:8; Mt 12:40; Ap 14:6-12
A saga de Jonas é o relato de um profeta hebreu que atuou muito além de sua zona de conforto. Tendo vivido durante o reinado de Jeroboão II, cerca de 750 a.C. (2Rs 14:25), Jonas é o único profeta do Antigo Testamento, do qual temos conhecimento, que foi diretamente chamado para ser missionário em outro país. A verdade de que o Criador de todas as nações não pretendia limitar a salvação apenas ao Seu povo escolhido é declarada repetidamente no Antigo Testamento, especialmente em Isaías e em Salmos, embora a teologia israelita popular da época de Jonas não aceitasse que também era plano de Deus que os gentios participassem da salvação. Mesmo nos tempos do Novo Testamento, para os crentes judeus, essa foi uma lição difícil de aprender.
Nos quatro capítulos de seu livro, lemos um relato franco da relutante experiência pioneira que Jonas teve como missionário em terras estrangeiras, tanto em seus aspectos positivos quanto negativos. Ali é preservada a atitude interior de uma pessoa, sua reação humana ao chamado de Deus, e também é apresentado um poderoso apelo em favor da necessidade das missões estrangeiras. Emergem do livro algumas diretrizes para os missionários em terras estrangeiras e para as testemunhas que atuam num contexto transcultural, e o livro também indica soluções para algumas das questões e problemas enfrentados pelos missionários modernos.

Domingo – O profeta falho

1. O que 2 Reis 14:25 fala sobre Jonas? Sob que perspectiva ele é apresentado?
No Antigo Testamento, além do livro de Jonas, o profeta é mencionado apenas em mais uma passagem: 2 Reis 14:25. Ali ele é honrado como um profeta que predisse que Israel iria recapturar um território tomado pela Síria. Jonas nasceu em Gate-Hefer (expressão hebraica que significa “lagar na poça d’água”), uma cidade em Zebulom, no norte de Israel, que ficava a apenas alguns quilômetros de Nazaré. Isso significa que tanto Jesus quanto Jonas foram profetas galileus, embora separados por um período de cerca de 750 anos.
2. Leia Jonas 1:1-3, 9-12; 3:3-10; 2:1-9. Que quadro esses versos apresentam sobre Jonas, quanto aos aspectos bons e aos ruins?
Jonas surge como uma estranha mistura de força e fraqueza: teimoso e rebelde, mas disposto a ser ensinado e a obedecer. Ele foi leal a Deus, corajoso, e acreditava no poder da oração, mas também tinha a mente estreita, era egoísta e vingativo. Embora Jonas seja descrito como servo do Senhor em 2 Reis 14:25, apresenta uma imagem triste e trágica no livro que traz seu nome. O fato de ele ser descrito de maneira tão franca é uma evidência da integridade e da confiabilidade da Bíblia. A tendência natural e humana de um escritor seria obscurecer e esconder os aspectos menos aceitáveis dos heróis bíblicos. Mas, sob a inspiração do Espírito, os autores da Bíblia apresentam tanto os aspectos valiosos como os desprezíveis na vida das pessoas para ilustrar a verdade de que, não importa quão fracos e repulsivos tenham sido esses personagens, quando se dispuseram, Deus foi capaz de atuar por meio deles.
Que outros personagens bíblicos Deus usou, apesar de suas falhas de personalidade? Que esperança
podemos encontrar no fato de que Deus usou pessoas falhas e defeituosas para trabalhar em Sua obra de alcançar pessoas?

Segunda-feira – Um dos primeiros missionários

“Vá a Nínive!”, foi a ordem de Deus a Jonas. No Antigo Testamento, geralmente o apelo de Deus às nações era que fossem a Sião. Seu plano original era que Israel vivesse sua religião, o que tornaria a nação tão atrativa que outras nações
iriam até eles em busca de orientação (Is 56:7).
Jonas, como precursor dos discípulos do Novo Testamento (Mt 28:18-20), recebeu a ordem de ir a Nínive, que para ele parecia um centro imundo de idolatria, brutalidade e totalitarismo. Jonas fez preparativos detalhados para ir em direção ao oeste, por mar, embora Deus lhe tivesse ordenado que fosse em direção ao leste, por terra. Jonas, o profeta relutante, fugiu na direção oposta.
3. Leia Jonas 1:3-17. Que lições podemos obter dessa impressionante narrativa?
A resposta de Deus para a fuga de Jonas veio na forma de uma grande tempestade. Os ventos obedeciam ao Criador, embora Seu profeta não Lhe obedecesse (Mc 4:41). Jonas dormiu durante a tempestade, enquanto a tripulação pagã orava (Jn 1:14). Com honestidade, Jonas confessou que havia causado a calamidade e testemunhou do verdadeiro Deus e criador. Note que sua resposta: “Sou hebreu”, se referia tanto à sua religião quanto à sua nacionalidade. Em seu medo ante o furor da tempestade, os marinheiros pagãos tentaram salvar a si mesmos e aos passageiros, e mostraram compaixão por Jonas, resistindo em obedecer às instruções dele para que o lançassem ao mar (o profeta relutante estava disposto a se sacrificar para salvar os outros.) Quando eles finalmente fizeram o que Jonas havia dito, a tempestade cessou e o mar se acalmou (v. 15). Os marinheiros, espantados, se tornaram os primeiros conversos de Jonas ao seu Deus, que pôde atuar por meio do profeta mesmo enquanto ele fugia de seu chamado.
A salvação de Jonas foi tão miraculosa quanto a do navio. Deus preparou “um grande peixe”. O original hebraico não especifica que tipo de peixe salvou Jonas engolindo-o. O episódio de Jonas no ventre do peixe é certamente o mais conhecido
dessa história; contudo, ele não deve ofuscar a mensagem mais profunda do livro, de que Deus ama todas as pessoas, Se importa com elas e deseja sua salvação.
A conclusão de tudo é que há somente um Deus, o Criador dos céus e da Terra (Is 44:8; 45:5, 6).
Adorar qualquer outra coisa é idolatria e erro. Qualquer outro “deus” a quem alguém orar é imaginário e constitui mentira. Por que é tão importante compreender e internalizar essa verdade, especialmente no contexto da missão?

Terça – No ventre do grande peixe

A experiência de três dias no ventre do grande peixe se tornou um tipo da morte e da ressurreição de Cristo (Jo 1:17–2:10; Mt 12:40). Deus providenciou e dirigiu o grande peixe. Embora haja relatos de pessoas que sobreviveram no mar após terem sido engolidas por uma baleia, precisamos nos lembrar de que foi Deus que providenciou aquele peixe específico e que foi Seu poder miraculoso que preservou Seu servo enquanto estava no interior do peixe. Isto é, no fim das contas, esse foi um evento miraculoso que só pôde ocorrer por meio da intervenção sobrenatural do Senhor, que é revelado ao longo de toda a Bíblia como um Deus pessoal que, de fato, intervém miraculosamente na vida das pessoas.
Há evidências de que a expressão “três dias e três noites” era uma antiga figura de linguagem que expressava o tempo necessário para a viagem imaginária até o Sheol, nome hebraico para o domínio dos mortos. Considerando o que lhe aconteceu,
Jonas de fato esteve, para todos os efeitos, morto.
No ventre do peixe, Jonas começou a orar. Inutilmente, o capitão havia insistido com Jonas: “Invoca o teu Deus” (Jn 1:6). Agora, numa situação desesperadora, Jonas começou a orar seriamente. Foi preciso algo assim, desesperador, para finalmente
levá-lo a fazer o que ele devia ter feito o tempo todo. Um resumo da oração de Jonas foi preservado na forma de um salmo de ação de graças. Tais salmos comumente incluem cinco partes: (1) introdução; (2) descrição da angústia; (3) clamor a Deus por ajuda; (4) relato da atuação de Deus; e (5) a promessa de cumprir qualquer voto que tenha sido feito e de testemunhar da atuação salvadora de Deus.
Isto é: “Senhor, se me livrares disto, prometo fazer tal e tal coisa.” Quem nunca orou assim? A pergunta é: Você cumpriu o que prometeu?
4. Leia Mateus 12:40. Como Jesus tomou a história de Jonas e a aplicou a Si mesmo? Leia também Jo 2:19-22.
O capítulo termina com as palavras: “Falou, pois, o Senhor ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra” (Jn 2:10). A ordem de Deus para o grande peixe produziu o que os marinheiros bem-intencionados não conseguiram fazer por Jonas. Da mesma forma que Cristo ordenou aos discípulos, após Sua ressurreição, que fossem a todo o mundo, Jonas, após sua aventura subaquática, foi aos pagãos e se tornou o mais bem-sucedido missionário do Antigo Testamento. O livramento de Jonas deu testemunho da misericórdia salvadora de Deus. Sua chegada à praia, envolto em algas marinhas, testificou da determinação divina em salvar da morte até os pecaminosos assírios.

Quarta – A geração de Nínive

5. Leia Jonas 3. Que grande mensagem é encontrada nesse capítulo, à luz da obra de alcançar pessoas e do evangelismo?
“Veio a palavra do Senhor, segunda vez, a Jonas, dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e proclama contra ela a mensagem que Eu te digo” (Jn 3:1, 2). Dois verbos são importantes no texto. Primeiro, essa foi a segunda vez que Deus disse: “Vai!” Deus não desiste. Ele concede aos falíveis seres humanos uma segunda chance. Aqui, novamente, temos o conceito de missão do Novo Testamento, que é a ideia de ir às nações, em vez de esperar que as nações venham até nós.
O outro verbo importante é: “Proclamar”. A proclamação sempre foi importante na Bíblia. Ela ainda é a maneira mais eficaz de propagar a mensagem do evangelho. Deus enfatizou para Jonas que ele devia proclamar “a mensagem que [Ele lhe disse]”.
Isto é, a mensagem que proclamamos deve ser a de Deus, não a nossa própria, nem mesmo uma versão adaptada, modificada ou distorcida da Palavra de Deus. A mensagem divina é geralmente constituída de ameaça e promessa, juízo e evangelho. Sua forte proclamação foi: “Daqui a quarenta dias Nínive será destruída” (Jn 3:4, NVI). Isso era um juízo. Porém, havia também a promessa de esperança, de livramento, de salvação (deve ter havido, porque as pessoas atenderam à mensagem e foram salvas). Mesmo com o “evangelho eterno” em seu âmago, Apocalipse 14:6-12 também adverte sobre o juízo. O evangelho e o juízo vão de mãos dadas: o evangelho nos oferece a maneira de Deus para evitar a condenação que o juízo traz legitimamente a todos nós.
Nenhuma pregação do evangelho é totalmente eficaz a menos que esses elementos estejam presentes. É arriscada a atitude “politicamente correta” que leva a uma amenização desses fortes elementos e a uma minimização das diferenças entre as religiões, ou mesmo entre as várias denominações cristãs. Embora, na missão, precisemos adaptar nossa apresentação às pessoas que estamos tentando alcançar (contextualização), nunca devemos fazê-lo em detrimento da mensagem que Deus nos deu para proclamar.
Em Jonas 3:5-10, o que aconteceu? Os ninivitas creram, agiram de acordo com sua crença, exerceram fé e foram salvos.
Deus nos deu algumas promessas maravilhosas e também algumas ameaças severas. O que a história dos ninivitas nos ensina sobre a condicionalidade dessas promessas e ameaças?

Quinta – O lamento de Jonas

Jonas 4:1-11 confirma que o maior obstáculo para que Deus conseguisse que Seu profeta se envolvesse na missão mundial não foi a distância, o vento, os marinheiros, o peixe nem os ninivitas. Foi o próprio profeta. A fé dos ninivitas contrastou
com a incredulidade e o espírito vingativo de Jonas. Ele foi a única pessoa na Bíblia que acusou Deus de ser clemente, misericordioso, tardio em irar-Se, grande em benignidade, e pronto a desistir de enviar a calamidade. Presume-se que a
maioria das pessoas encararia esses aspectos de Deus com gratidão. “Quando Jonas viu o propósito de Deus de poupar a cidade que, não obstante sua impiedade, tinha sido levada a se arrepender em saco e cinzas, devia ter sido o primeiro a se alegrar com a estupenda graça de Deus; mas ao contrário disso, permitiu que sua mente se demorasse sobre a possibilidade de ser considerado falso profeta. Zeloso por sua reputação, ele perdeu de vista o valor infinitamente maior das pessoas nessa cidade infeliz. A compaixão mostrada por Deus para com os arrependidos ninivitas desgostou ‘Jonas extremamente […] e ficou todo ressentido’” (Jn 4:1, ARC; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 271).
6. Leia Jonas 4:10, 11. O que esses versos ensinam sobre o caráter de Deus em contraste com a natureza humana pecaminosa? Por que devemos ficar felizes pelo fato de Deus ser nosso juiz supremo, e não algum ser humano?
Jonas mostrou sua ira duas vezes no capítulo 4. Ficou irado porque Deus mudou de ideia e salvou os mais de 120 mil habitantes de Nínive. Também ficou irado porque a planta morreu. Em seu egoísmo, o profeta precisava ordenar corretamente
suas prioridades.
Deus instruiu Jonas a reconhecer a fraternidade dos seres humanos com base na paternidade divina. O profeta devia aceitar que tanto ele quanto aqueles “estrangeiros” eram humanos, embora fossem desobedientes. Será que 120 mil pessoas não eram mais importantes que uma planta?

Sexta – Estudo adicional

“O livro de Jonas é muito significativo para se entender a base bíblica para a missão, porque trata da comissão de Deus para Seu povo com relação aos povos gentios e, assim, serve como passo preparatório para a comissão missionária do Novo
Testamento. Mas é também importante para se obter um vislumbre da profunda resistência que essa comissão encontra por parte do próprio servo que Yahweh escolheu para executar Sua obra mundial” (J. Verkuyl, Contemporary Missiology [Missiologia
contemporânea], Grand Rapids, Mich.: Wm. B. Eerdmans Pub. Co., 1978, p. 96).

Perguntas para reflexão

1. “Na história de Nínive há uma lição que vocês devem estudar cuidadosamente. […] Devem conhecer seus deveres para com o semelhante, ignorante e corrompido, que necessita de sua ajuda” (Ellen G. White, Cristo Triunfante [MM 2002],p. 171). Quais são nossos deveres para com nossos semelhantes?
2. A Assíria era uma das superpotências que dominaram o antigo Oriente Próximo cerca de 885 a 625 a.C. Israel e Judá sofreram repetidamente sob seu domínio cruel. Jeú, rei de Israel, foi forçado a pagar tributos ao opressor governante assírio, Salmaneser III. Israel finalmente caiu ante as forças assírias por volta de 722 a.C. Não é de admirar que Jonas estivesse relutante em ir a Nínive, uma das quatro principais cidades da Assíria e centro da adoração a Ishtar, a deusa
do amor e da guerra. Deus o havia chamado para visitar a fortaleza espiritual do território inimigo a fim de conclamar os hostis assírios a se arrependerem. Que lições há nessa história a respeito das missões?
3. Como a igreja remanescente pode evitar a pressuposição de que os conselhos e bênçãos do Senhor em áreas como o sábado, a saúde e a educação lhes foram dados para o próprio benefício, e não para benefício das nações? Leia Apocalipse 3:17, 18.
4. De que forma as três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12 refletem a mensagem de Jonas para os ninivitas?
5. Algumas pessoas rejeitam automaticamente a história de Jonas, especialmente a parte em que ele fica no ventre do peixe. Que pressuposições fazem com que elas a rejeitem sem pensar duas vezes? E que pressuposições você precisa ter para crer nela?
Respostas sugestivas:1. Diz que ele era um servo de Deus, um profeta cuja predição a respeito de Jeroboão se cumpriu, e que era da cidade de Gate-Hefer, cidade cujo território posteriormente passou a pertencer à Galileia. 2. Aspectos ruins: Jonas desprezou os ninivitas, foi rebelde diante da ordem de Deus e fugiu da missão porque desejava o mal para os assírios; aspectos bons: admitiu seu erro diante dos marinheiros, declarou sua fé em Deus, enfrentou as consequências de seus atos, ao pedir que o jogassem ao mar, humilhou-se no ventre do peixe e se dispôs a cumprir a ordem de Deus. 3. Não podemos fugir do Senhor, e mesmo que tentemos fazer isso, Ele irá atrás de nós e dirigirá os acontecimentos de forma que possa nos salvar. Deus amava e queria salvar tanto Jonas quanto os ninivitas. 4. Como Jonas esteve “sepultado” no ventre do peixe durante três dias, mas depois “ressurgiu” ao ser vomitado na praia, Cristo ficaria sepultado e depois ressuscitaria. 5. Devemos ir até as pessoas e proclamar a elas a mensagem de Deus, que inclui tanto Suas promessas de misericórdia quanto Suas advertências de juízos. 6. Enquanto Jonas estava envolvido com questões egoístas, Deus Se compadecia dos habitantes da cidade e desejava salvá-los.

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